Eu só queria você pra mim escrita por Beatriz Santos Silva


Capítulo 30
Capítulo 30


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo lindo, escrito pela linda da Paloma. Obrigada bebê ♥
Perdão pela demora pessoal, a vida não tem sido fácil.



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POV NATHÁLIA

Aproveitei que Alan estava ao meu lado e chorei o máximo que pude. Confortou-me como nunca havia feito antes, o que me deixou feliz apesar da situação. Ele tinha seus momentos fofos e esse foi um deles, no entanto, não pareceu muito contente com a decisão que eu havia tomado sobre ir embora, percebi que ficou revoltado.
Desviei meus pensamentos paralelos e os voltei somente para aquela paisagem maravilhosa da praia. Essa manhã estava tão bonita que não pude deixar de apreciá-la mesmo em meio às lágrimas, seria um pecado.
– Que horas são? – perguntei a ele.
Olhou no relógio.
– 10H45.
– Ai, ai. – dei um pulo – Preciso me apressar.
– Para quê?
– Prometi que faria o almoço lá em casa hoje. Me esqueci.
– Não trouxe o celular para ver o horário?
– Esqueci – comecei a me afastar depressa. – Preciso ir. – Alan começou a me seguir. – Não precisa ir comigo, pode ficar mais um pouco. – dei-lhe um selinho e segui meu caminho sem esperar por uma resposta.

Precisava correr. Deixar meu pai na mão está fora de cogitação nos tempos atuais.

POV MARY

Passei a noite acordada lendo meu livro preferido, o final foi muito incrível. Preciso ter mais leituras como essa. Peguei meu celular para saber das novidades, as redes sociais têm lá a sua utilidade. De inicio já vi as fotos do aniversario da Bia. Ela estava linda. Todos estavam e imaginei como ela acordou essa manhã cheia de presentes. Resolvi mandar uma mensagem para ela.

M: Bom dia, querida. Como foi acordar com 16 anos? Vamos marcar uma saída hoje à noite?

Ela me respondeu em seguida.

B: Bom dia! Eu diria que não é muito diferente de acordar com 15 kkkk
Acho ótimo a gente sair hoje, quero aproveitar ao máximo. O que sugere?

M: Um amigo meu vai dar uma festa hoje. Aniversário dele, vai fazer 18 anos. Ele convidou algumas pessoas da escola, se quiser ir, podemos nos encontrar hoje.

B: Alguém que eu conheço vai?

M: Não sei, na hora vemos. Veja aí se dá para você ir e antes das 16h me dá um toque, ok?

B: Beleza, gatinha. Nos falamos durante o dia.

Essa festa será com certeza muito boa. Acho que posso convidar mais três pessoas.

POV ALAN

Minha Nat saiu às pressas. Mal se despediu de mim. Voltei a sentar-me para relaxar por mais algum tempo e encontrei os óculos escuros dela no chão. Sorri. Menina distraída, hein! Só não esquece a cabeça porque está grudada. Acho que se eu correr, consigo entregar a ela e ainda terei a chance de acompanhá-la. Além do mais precisamos conversar sobre essa tal viagem.
Avancei depressa pela rua e encontrei Nathália pouco depois, na calçada, com um cara segurando seu braço. Pareciam estar conversando, mas eu não iria ficar ali parado só olhando, queria ver o que estava acontecendo.

POV NARRADORA

Nathália estava se preparando para atravessar para o outro lado, olhou para as duas extremidades da rua e avançou. Quando parou em cima da calçada assustou-se com uma presença um tanto perturbadora. Uma, que alias a incomodava desde sempre. Parou e não disse nada.
– Por favor, vamos conversar.
– Eu não quero falar com você, Henrique. Me deixa em paz – virou-se para seguir seu caminho.
– Espera – ele segurou em seu braço, um tanto forte e não soltou mesmo depois de ela se virar. – Eu mudei, Nathália. Eu só preciso de uma chance pra conversar.
– Eu não quero falar com você.
– Mas você precisava me ouvir.
– Não quero ouvir nada – seus olhos encheram-se de lágrimas. – Você me fez muito mal. Não quero falar com você.
– Mas eu mudei. Estou diferente. Eu sou um homem melhor agora. Estou estudando, trabalhando. Eu sofri muito depois que nos separamos. Me arrependo por tudo que fiz. Peço desculpas. Por favor, vamos conversar.
– Não, eu não quero. Me solta.
– Não, Nathália. Eu não terminei, precisamos esclarecer algumas coisas.
– Não tenho nada para esclarecer. Solta meu braço, por favor.
– Escuta, eu...
– Solta o braço dela! – disse Alan, surgindo subitamente.
Henrique soltou seu braço e olhou diretamente para o rapaz atrás de Nathália.
– E quem é você?- Henrique pergunta.
– Sou o namorado dela e você? – Alan mente.
– Ex namorado. – Henrique diz com convicção e Alan sorriu.
– Ex não é o atual, por isso, vaza. – Alan diz.
– Não se meta, cretino. Ninguém está falando com você. – Henrique se altera.
– Se você se atrever a incomodá-la de novo eu quebro sua cara! – Alan diz.
– Quebra é? O que um moleque como você pode fazer? – Henrique subestima.
– Isso. – socou o rosto de Henrique que se surpreendeu com a atitude.
Nathália se assustou.
– Alan, o que você está fazendo?! – Nathália diz assustada com tal atitude.
Sem esperar que Alan reagisse novamente Henrique também avançou, não iria deixar barato o soco que acabara de levar.
Ambos começaram a se atracar no meio da calçada. As pessoas começaram a olhar.
– Alguém pode separar os dois, por favor? – Nathália estava nervosa e chorando. Foi então que avistou Diego se aproximando. Correu até ele. – Di, por favor, separa aquela briga, por favor.
– O que está acontecendo? – perguntou atônito. Aproximou-se dos dois depressa. – Parem vocês dois! – Puxou Alan pela camiseta, jogou-o para um lado e empurrou Henrique para o outro. Ambos tentaram se agredir de novo, porém ele ficou entre os dois e os empurrou novamente. – Parem! Parem com isso!
Nathália segurou Alan pelo braço a fim de impedir que ele avançasse novamente. Ele parou. Uma fina linha de sangue saía de sua boca.
– Nunca mais se aproxime dela ou será pior pra você – ameaçou.
Henrique cuspiu no chão.
– Estou morrendo de medo, moleque – disse com um sorriso irônico.
– Parem com isso. Você – olhou para Henrique – vá embora. E você – olhou para Alan – vem comigo. – pegou em seu braço e puxou-o, devagar, no entanto Alan se soltou com violência.
– Não se envolve Diego. – Alan disse ainda alterado.
– Estou tentando te ajudar. – Diego diz firme.
– Vamos embora! – suplicou Nathália chorosa.
– Não vou sair daqui enquanto esse desgraçado continuar nos encarando com esse sorriso idiota. Se não parar de rir eu vou aí tirar esse sorriso da sua cara. – avançou, porém Diego e interferiu novamente.
– Calma aí cara. Não está vendo o estado da Nat? Para de agir como um babaca e vamos embora. Está todo mundo olhando. – Diego dá um choque de realidade.
– Eu quero que todo mundo se dane! – Alan diz arrogante.
– É melhor a gente ir. – disse Diego com uma voz um pouco mais grossa do que o normal e que aparentemente pareceu convencer Alan a arredar o pé de onde estavam.

POV DIEGO

A Nat estava muito assustada. Eu não estava entendendo muita coisa, mas aquela situação não estava certa. Acompanhei os dois até perto da casa dela.
– Quer conversar? – Alan perguntou.
– Não. – responde convicta.
– Mas precisamos falar disso.
– Depois, Alan, agora não. – Ela olhou pra mim. – Obrigada por ter feito alguma coisa, Di.
– Não foi nada. – sorri. – A gente conversa depois que estiver mais calma.
Ela entrou sem se despedir de Alan. E ele, deu as costas e saiu andando.
–Alan! – Chamei. Ele não parou. – Alan! – Fui a sua direção. – Ei – toquei em seu ombro e ele se virou com violência.
– O que você quer? – Alan vira-se como um bicho.
– O que foi aquilo? O que estava acontecendo entre vocês dois? – Diego tenta entender.
– Isso não é da sua conta. – Alan diz mantendo a guarda.
– Que droga, cara. Estou tentando te ajudar. – Diego fica impaciente.
– Não te pedi nada. Cuida da sua vida. – Alan diz irredutível.

Ele deu as costas e seguiu o caminho. Fiquei um pouco irritado, confesso. Por que o cara é tão cabeça dura? Pensei em esperar a Nat sair e foi isso que eu fiz. Ela demorou um pouco, mas saiu com uma expressão melhor. Estava arrumada e tudo mais.
– Como você tá? – dei um beijo no rosto.
– Melhor, obrigada.
– Está indo trabalhar?
– Ainda não, vou comprar umas coisas pro almoço. Trabalho só à noite. – começou a caminhar e eu a acompanhei.
– Vou com você e também vou buscá-la no trabalho hoje. Sei que sai tarde. – digo cuidadoso.
– Não precisa. – ela diz cabisbaixa.
– Faço questão. – digo convicto.
Ela sorriu.
– Quer saber por que estavam brigando? – ela pergunta.
– Fiquei um pouco curioso. Tentei falar com Alan, mas ele estava meio irritado. – digo.
– Meio? Quer dizer totalmente. Eu nunca o vi daquele jeito, parecia outra pessoa. Não gosto de violência. – ela diz contrariada.
– O que aconteceu? Quem era aquele cara? – pergunto.
– Um ex-namorado que voltou a me importunar. Alan não gostou de nos ver juntos e foi assim que a briga começou. – ela resume.
– Entendo... – digo pensativo.
– Mas já está tudo bem agora. Converso com ele mais tarde. – ela diz.
Rapidamente fomos ao mercado comprar o que ela queria e fiz questão de trazê-la na porta de casa novamente.
– Está entregue. Cuide-se, mocinha. – digo sorridente.
– Obrigada Di. Mais tarde conversamos – ela me deu um beijo. – Tchau.
– Tchau.

Agora que as coisas estavam mais “esclarecidas” era hora de falar com a minha Bia. Mandei uma mensagem para saber se ela ainda estava em casa.

D: Bom dia minha linda! Estou louco para te ver. Está em casa?

B: Bom dia, namorado. Também quero muito te ver. Dá uma passada aqui, vou ficar te esperando.

D: Estou indo.

POV ALAN

Mal entrei em casa e minha mãe já veio para cima de mim.
– O que foi isso no seu rosto?! – Dona Helena questiona.
– Nada – comecei a subir as escadas.
– Como assim nada? Você brigou na rua? – ela começou a me seguir.
– Não. – digo curto e grosso.
– Estou falando com você, Alan, olha pra mim.
– O que é? – parei de andar e olhei pra ela, de saco cheio.
– Não vai me explicar o que aconteceu?
– Af, mãe, que saco. Não foi nada, tá? Relaxa. – dei as costas e fui para o meu quarto.
Posso ter sido um pouco ignorante, mas minha mãe me sufoca às vezes, já sou um homem! Entrei no quarto quando Bia apareceu e veio fazer a mesma pergunta.

– O que aconteceu?
– Nada.
– Como assim nada? E seu rosto?
– Ahh, que saco! Me deixe em paz. Só quero ficar sozinho – bati a porta do quarto. Foi aí que me toquei que deixei os óculos da Nat na rua. Deve ter quebrado. Vou ter que comprar outro pra ela.
Fui direto tomar um banho e refleti. Ela nem quis conversar comigo naquela hora, aquela situação toda foi muito estranha e eu não gostei nem um pouco daquele otário falando com ela, tocando nela. Preciso ter uma conversa muito séria com a senhorita Andrade e vai ter que me explicar direitinho tudo o que for necessário saber além do que ela já me disse.


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Notas finais do capítulo

Eaí o que acharam? Não em abandonem, comentem *-*



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