Eu só queria você pra mim escrita por Beatriz Santos Silva


Capítulo 28
Capítulo 28


Notas iniciais do capítulo

Próximo capítulo temos surpresa *-*
Não esqueçam do bom e velho COMENTÁRIO *-*



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POV BEATRIZ

Eu estava tão feliz, tão feliz, que essa felicidade não cabia no peito, meus 16 anos em alto estilo! Namorando o cara mais lindo e especial do mundo, sem contar que me reaproximei, mesmo que fosse por segundos do homem que mais amo nessa vida, Alan, e ainda tinha a presença de todos os meus amigos. Quer dizer... Nathália não estava tão ali como eu queria, e eu só fui perceber isso quando Alan insinuou que eu deveria agradecê-la por esse momento.
Num rompante saio em disparada até o piano e fico parada olhando pra cara dela seriamente. Ela finaliza a música e então Miguel se aproxima.

– Parabéns querida, espero que tenha gostado da surpresa, foi com muito carinho. – Miguel diz me cumprimentando, mas eu não me deixo levar pela docilidade do momento.
– Obrigada! – apenas digo seca.
– Nathália, você pode dar uma pausa pra descansar! – Miguel diz sorridente.
– Ótimo! Porque eu preciso mesmo conversar com ela. – eu digo ainda séria.
– Mas eu não posso sair, quem vai tocar? – Nat diz preocupada.
– Não seja por isso, meu irmão é pianista senhor Miguel, e ele pode vir ajudar a Nat a pagar pelo MEU aniversário enquanto ela descansa. – eu digo e Nat me lança um olhar assustado.

Vou até Alan e o puxo até o piano.

– Toca! – digo o empurrando contra o banquinho deixando Miguel, Nat e Alan sem entender. Então puxo Nat até a salinha em que conhecemos Miguel.

– Sua louca, nem pedimos permissão pra entrar aqui! – Nat diz ao ser jogada contra o sofá.
– Ele não vai ligar! Agora a senhorita vai me ouvir. – eu digo séria.
– Você está me assustando! – Nat diz dócil.
– Essa é a intenção! – eu digo.
– Não gostou? – Nat diz encolhida.
– Eu amaria muito mais se você estivesse ao meu lado, não trabalhando. – eu digo sentando-me ao seu lado no sofá.
– Minha flor, eu iria trabalhar hoje do mesmo jeito, então preferi que fosse aqui, pelo menos eu poderia ver esse seu sorrisinho! – Nat diz apertando minhas bochechas e eu logo amoleço. Eu reclamo de Alan, mas sou do mesmo jeito, turrona.
– Obrigada, obrigada, obrigada! – eu digo abraçando-a fortemente por minutos – Você bem que podia ter aceitado ajuda de alguém, que eu tenho certeza que pelo menos o Alan se ofereceu. – digo afastando-me.
– Para de reclamar e vai aproveitar! – Nat diz rindo fraco – Eu preciso trabalhar muito ainda hoje. – ela diz querendo levantar-se.
– Deixa o Alan tocar um pouco e vai ficar comigo lá na mesa. – eu peço manhosa.
– Não posso gatinha, não posso dar esse mole no primeiro dia de trabalho. – ela diz e eu compreendo.
– Tudo bem! – eu digo cabisbaixa.
– Hey, vai lá, aproveita muito e sorria sempre, meu agradecimento é ver você sorrindo! Ah, e guarda um pedaço de bolo pra mim! – Nat diz.
– Meu Deus o bolo! Eu nem cortei! – eu digo levantando-me.
– Vai lá! – Nat diz e eu saio da sala.

POV NATHÁLIA

Ah, como eu queria essa pausa... Meus dedinhos já estavam dando câimbra!
Assim que Bia saiu da salinha, Miguel entra.

– Como está minha mais nova pianista? – ele diz.
– Cansada! – eu digo.
– Olha, se você quiser pode parar por hoje. – ele diz.
– Claro que não, vou cumprir meu horário. Eu amo o que faço! Só queria uma pausa mesmo. – eu digo.
– Tudo bem! – ele diz.
– E como as coisas estão indo lá fora? – eu pergunto.
– Ah, bem... O tal do Alan está se saindo muito bem. – ele diz contente.
– Ah que ótimo! Daqui a pouco eu volto! – digo me aconchegando mais no sofá.
– Já disse que você está linda hoje? – ele diz se aproximando e meu coração acelera novamente diante daquele olhos cor de mel super claros, então levanto rapidamente e me sento em sua cadeira.
– Obrigada! – eu digo tímida.
– Atrapalho? – Alan pergunta adentrando a sala.
– Depende do que você quer! – Miguel diz um pouco sem paciência.
– Eu quero falar com a Nathália. – Alan diz na mesma altura.
– Posso? – peço e Alan me olha indignada.
– Seja breve Senhorita Andrade. – Miguel diz e se retira da sala.
– Agora você tem que pedir permissão pra esse mala pra falar com as pessoas? – Alan diz dando um beijo em minha testa.
– Claro que não, é que estou em horário de trabalho, se ele mandar eu voltar, eu tenho que voltar. Inclusive, já que você saiu de lá, é hora da pianista aqui voltar! – eu digo abraçando-o forte – Obrigada, descansei um pouco! Se despeçam de mim quando forem embora. – eu digo e saio da sala em direção ao restaurante.

Volto para o piano e continuo só tocando porque já não aguento mais cantar, a distração de ver eles se divertindo tanto, faz com que as horas passem mais rapidamente, o sono já toma conta de mim, e o restaurante se esvazia antes do horário esperado e todos da festinha da Bia vem se despedir de mim. Alan insiste para me esperar, meu pai também, mas eu nego.

– Posso ir agora? – pergunto a Miguel que senta numa cadeira a minha frente.
– Seu horário não acabou! – ele diz sério e já começo a deixar a calmaria de lado.
– Não tem mais ninguém aqui pra me ouvir! – eu digo levantando-me.
– Tem eu! – ele diz ainda calmo e sério.
– E o que o senhor quer que eu toque? – eu digo sentando-me contrariada.
– O que você quiser tocar! – ele diz.
– E se eu não quiser? –pergunto.
– Então você pode ir! – ele diz tristonho e eu me compadeço, não custa nada...
– Ta, vou cantar uma música que gosto muito! As long as you love me. – eu digo e começo a tocar.
– Vou cantar também, adoro essa! – ele diz animado, sentando na ponta da cadeira.

“N: We're under pressure
Seven billion people in the world
Trying to fit in
Keep it together
Smile on your face
Even though your heart is frowning

M: But hey now,
You know girl
We both know it's a cruel world
But I will take my chances

N: As long as you love me
We could be starving
We could be homeless
We could be broke

M: As long as you love me
I'll be your platinum
I'll be your silver
I'll be your gold

N: As long as you love, love me, love me
As long as you love, love me, love me”

– Agora posso ir senhor? – digo irônizando-o.
– Pode sim! –ele responde e eu me levanto, vou para dentro e troco de roupa no banheiro feminino.

Minutos depois me despeço de todos os funcionários e vou embora, está bem tarde, e tem umas pessoas muito esquisitas na rua. Vou pro ponto de ônibus e fico esperando...

POV NARRADORA

Nathália já estranhava a demora do ônibus e não tinha o dinheiro suficiente para um táxi que passava a cada cinco minutos. A cada minuto a rua se esvaziava de carros e o fluxo de pessoas indo pra noitada aumentava, então sorrateiramente alguém se aproxima dela.

– Mas que bela visão! – o homem diz apertando se braço com força, provavelmente sob efeito de drogas ou álcool.

Essa voz soa aos ouvidos de Nathália e em instantes seu peito se preenche de um medo angustiante.


– Leva tudo, mas me deixa ir embora! – Nathália diz instintivamente agoniada.

Porém a voz de Nathália é reconhecida pelo até então, suposto “ladrão”.

– Nathália?! – o rapaz diz assustado.
– Henrique? – Nathália diz com a voz fraca e pela primeira vez mirando seus olhos. Então sua mente se perde num turbilhão de sensações. O choque é tão grande que ela perde os sentidos...

POV MIGUEL

A noite foi divertida e proveitosa, os clientes elogiaram muito a nova tacada do estabelecimento, colocando a Nathália como pianista, além de ser linda e simpática, tem um talento surreal.
Mas vejam só... Ela esqueceu o broche! Acho que vai fazer falta (risos).
Pego o carro rapidamente, na esperança de encontrá-la ainda, quando chego perto do ponto mais próximo, vejo uma cena assustadora, Nathália sendo segurada brutalmente pelo braço por um infeliz, e em seguida ela perde a consciência. Eu encosto o carro rapidamente e já desço distribuindo golpes contra o responsável por tal ato a uma moça tão delicada.

– CALMA, EU NÃO IA FAZER NADA! – o infeliz diz com a boca sangrando.
– NÃO? – eu digo dando mais um murro forte.
– ELA TA DESMAIADA CARA! – ele diz e eu retomo o juízo saindo de cima dele ofegante – Eu sou o ex dela. – ele diz e eu fico em choque.
– É melhor você ir embora, antes que eu termine de te quebrar! – eu digo extremamente alterado me aproximando de Nathália, e então o infeliz se distancia ainda olhando fixamente para Nathália, com uma culpa enorme refletida em seu rosto.
Eu pego Nathália no colo e coloco-a dentro do carro, então me dirijo até sua casa, ela não acorda de jeito nenhum. Bato na porta e quem sai é um homem, provavelmente seu pai. Reconheci seu rosto, ele estava no restaurante esta noite.

– Boa noite! O senhor é o pai da Nathália? – pergunto.
– Sim, e você o patrão dela né? Aconteceu algo? – ele já interroga preocupado.
– Me ajude a tirá-la do carro e nós conversamos! – eu digo e ele me segue aflito.

Ao abrir a porta do carro, ele leva a mão à boca assustado com a cena, sua filha desacordada com o semblante pálido. Então nós a levamos pra dentro, ele arruma um álcool e logo ela acorda. Porém desata a chorar dolorosamente em seguida, e nós ficamos sem entender nada, quer dizer, o pai dela, eu entendo um pouco...

– Porque ele tinha que aparecer agora? Eu não aguento mais... – era tudo o que ela dizia, preocupando ainda mais o pai dela que desconhecia o que ela estava falando. Então o chamo perto e conto o ocorrido, então, ele passa de aflito para MUITO AFLITO e bravo.
– Calma filha! – o pai dela diz abraçando-a que chora copiosamente.
– Pai, eu quero ir pro Canadá com a Renata! – Nathália diz deixando todos na sala estagnados, de repente o silêncio ensurdecedor paira...


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Notas finais do capítulo

Nat vai ou fica? :o



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