POV DIEGO

Namorada!
Minha namorada!
Minha, só minha! Se eu to feliz? Eu to quase tendo um colapso, minha mandíbula já dói devido ao tempo que eu estou sorrindo. Minha irmã acorda e eu começo a namorar, tudo no mesmo dia, cara, não podia ser um dia melhor! Pagamos a conta e voltamos pro quarto de Karina, eu e minha namorada!

– Biaaaa! – Karina diz animada ao ver Bia, abrindo os bracinhos fracos.
– Cuidado com o soro filhinha! – minha mãe repreende Karina.
– Oi amor! – Bia diz dando um beijinho na testa de Karina.
– Que bom que você veio ver a K! – Karina diz, sempre na 3ª pessoa, incrível.
– Claro que eu vim, ontem eu também estava aqui, só que a K estava dormindo igual uma princesa! – Bia responde igual criança.
– Você vai na minha casa amanhã? – Karina pergunta.
– Vou sim! – Bia afirma.
– Eba! Leva a Nat, aí a gente brinca de boneca! – Karina diz animada, e eu olho pra Bia que está com cara de “Me ferrei”.
– Perfeito! – ela responde sorrindo.
– Você vai casar com o Di? – ela pergunta sussurrando, mas nós ouvimos tudo.
– Ainda não! – Bia responde na mesma altura – Mas daqui a uns anos, provavelmente.
– Como? – minha mãe pergunta.
– Mãe a gente ta junto! – eu respondo sem graça.
– Junto, namorando? – ela pergunta.
– Mãe fala baixo. Sim namorando! – eu respondo e minha mãe me puxa pro outro lado do quarto.
– Diego, olha o tamanho dessa menina! – minha mãe me repreende.
– Mãe, não começa! – eu digo e vou até Bia, porém seu celular começa a tocar e ela precisa sair do quarto.

POV BEATRIZ

Ligação On

– Bê? – Alan chama do outro lado da linha.
– Oi meu amor! – respondo – Ta aqui já?
– Sim, na recepção, não posso passar, então venha logo! – ele intima.
– Sim capitão! – respondo.

Ligação Off

– Di, me leva lá em baixo? – digo ao abrir a porta lentamente.
– Ah, você já vai? – K protesta.
– Vou sim gatinha, ta tarde pra Bia. – ela diz dando-lhe um beijinho.
– E você também vai Di? – ela diz manhosa.
– Vou levar ela lá em baixo, já volto, se comportem! – ele diz mandão.

Nós descemos e Alan estava lá na recepção, passamos pela catraca e os dois já começam a se olhar estranho.

– E aí cara? – Diego toca na mão de Alan.
– E aí, como ta a pequena? – Alan pergunta.
– Ta fora de perigo, graças a Deus! – Di responde.
– Menos mal hein! – Alan diz.
– Bom, vamos maninho? – digo abraçando Alan.
– Vamos! – ele responde beijando minha cabeça, quem manda ser anã...
– Tchau amor! – Diego diz me puxando de Alan pra si, depositando um selinho demorado em mim.
– Amor? – Alan responde irritado me puxando de volta pra si – Que tipo de palhaçada é essa? - diz se aproximando de Diego com fogo nos olhos.

POV NATHÁLIA

Me deitei, mas não conseguia dormir, olhava pros quatro cantos, e não via ninguém, só o meu piano e meu violão, meus companheiros da vida toda. Esses sempre me entenderiam, nunca me julgariam, ou criticariam a pessoa que eu sou... Aproveitei que estava sem sono e resolvi ensaiar as músicas que seriam tocadas na noite do aniversário de Bia. Fiz uma lista, calculando mais ou menos o tempo que eu ficaria tocando, algumas eu cantaria, outras seriam apenas solos do piano. Eu conhecia muito de música clássica, então qualquer que fosse o pedido dos clientes, eu possivelmente não passaria vergonha. Segundo meu patrão, tem clientes que pendem músicas para eles cantarem, então facilita um pouco. Resolvi passar no violão, faria menos barulho.
As lembranças deste dia veio a minha mente, Alan e Bia sabem perfeitamente meus pontos fracos e também sabem usá-los perfeitamente contra mim quando querem. Já Renata me deixou feliz, a verei em breve, e essa casa pelo menos por 15 dias não será tão vazia.
São tantos os pensamentos, dúvidas e afins...

POV NARRADORA

No hospital...

Alan tentava não avançar pra cima de Diego que acabara de beijar sua irmã em sua frente e chamá-la de “Amor”, enquanto a mesma tentava apaziguar a situação segurando o rosto do irmão e olhando-o nos olhos.

– Alan, por favor, a gente conversa em casa! Olha o escândalo, os seguranças já estão nos olhando! – Bia dizia tentando atrair a atenção de Alan pra si.
– Beatriz...
– Alan, eu te imploro, aqui não! – Bia suplicava.

E então Alan se retirou de dentro do hospital sem mencionar uma palavra sequer, Bia resolveu segui-lo imediatamente tentando se explicar, puxar algum assunto, mas Alan nada dizia, Pegaram o ônibus em silêncio e assim foi o caminho todo até chegar ao Assunção.

Em casa...

– Alan... – Bia diz parando em sua frente ao entrarem em casa.
– Fica tranquila que eu não vou falar nada pra mamãe! – Alan disse tirando o braço de Bia de seus ombros friamente.
– Ufa! – ela diz aliviada.
– Você vai falar! – ele diz seriamente se dirigindo a escada, sendo puxado de volta por Bia que o olhava aflita.
– Você não pode fazer isso. Não assim! – ela diz o olhando temerosa.
– Não foi você que ficou dias sem falar comigo, alegando que era grande o suficiente pra escolher com quem você quer ficar? Pois bem! Você escolheu. Não tem porque esconder da mamãe, nem de ninguém, não é Beatriz? Afinal, você não deve nada pra ninguém, correto? – Alan diz irônico, porém cheio de razão no que diz.
– Não sei se consigo! – Bia diz com os olhos marejados.
– Consegue sim! – ele diz virando-se, porém volta-se a Bia para dizer mais – Aliás, ele deveria fazer as coisas direito e vir ele próprio falar com a mamãe. A sua sorte, é que ela gosta dele, não terá os mesmos problemas que eu e Nathália temos.
– Que problemas? – Bia questiona.
– Vai dizer que você não sabe! Ela fez aquela cena toda porque a Nathália, maior de idade, passou uma noite aqui, mas faz todo gosto do namoro da filha dela, que tem apenas 15 anos com um cara que vai fazer 20. – Alan diz indignado.
– Como você sabe? – Bia pergunta.
– Ela já comentou comigo! – Alan responde.
– Não diga bobagens meu filho! – Helena diz descendo as escadas.
– Aí Beatriz, ótima oportunidade pra você abrir a boca! Fui. – Alan deixa as duas na sala e se dirige ao seu quarto.
– Pode começar Beatriz! – Helena diz.
– Amanhã mãe! – Bia diz e sai correndo para o seu quarto, deixando Helena sem entender nada na sala.

Todos em seus respectivos quartos, esperam ansiosamente o sono vir, porém diante de tantas emoções, dúvidas e pensamentos, isso fica cada vez mais difícil.

No dia seguinte...

– Bom dia filhota! – Téo saúda Nathália que cortava algumas frutas em dois pratinhos.
– Bom dia pai! – Nathália responde sem olhá-lo.
– Ta tudo bem? – Téo questiona aproximando-se.
– Está sim pai. – Nathália responde.
– Bom, não parece... Aconteceu algo? Se eu puder ajudar. – Téo pergunta terno.
– Pra começar eu quero um abraço forte! E depois quero que meu paizinho vá comigo até a casa do Diego, vai ter uma recepção pra irmãzinha dele que acaba de sair do hospital! – Nathália diz já animando-se.
– E a senhorita por acaso não sabe que eu trabalho? – Téo diz após abraçá-la.
– Sei, e sei inclusive que seu horário é variável e você pode chegar mais tarde quando desejar, afinal, o que não falta naquele escritório é contador, sem contar que o senhor tem assistente! – Nathália diz decidida, já havia pensado em tudo.
– Esperteza é pouco pra você mocinha! – Téo diz apertando o nariz de Nathália carinhosamente.
– Sim sim! Bom, vamos comer rapidinho pra irmos logo! – Nat apressa.
– E a Bia, não vai? – Téo questiona e Nat sente uma pontadinha de dor no peito.
– Não comigo! – Nat responde se sentando à mesa sem dizer mais nada.

Na casa dos Menezes...

Pela manhã, Bia acorda atrasada para o horário que havia combinado com Diego pelo wpp durante a madrugada, e vai direto para o banho. Quando está totalmente pronta, dirige-se ao quarto de Alan para desejar-lhe bom dia, porém o encontra cantando e tocando violão, decide não atrapalhar.

“What would I do without your smart mouth
Drawing me in and you kicking me out
Got my head spinning, no kidding
I can't pin you down
What's going on in that beautiful mind
I'm on your magical mystery ride
And I'm so dizzy, don't know what hit me
But I'll be alright

My head's under water
But I'm breathing fine
You're crazy and I'm out of my mind

'Cause all of me
Loves all of you
Love your curves and all your edges
All your perfect imperfections
Give your all to me
I'll give my all to you
You're my end and my beginning
Even when I lose I'm winning
'Cause I give you all of me
And you give me all of you oh

How many times do I have to tell you
Even when you're crying you're beautiful too
The world is beating you down
I'm around through every mood
You're my downfall, you're my muse
My worst distraction, my rhythm and blues
I can't stop singing
It's ringing, in my head for you

My head's under water
But I'm breathing fine
You're crazy and I'm out of my mind

'Cause all of me
Loves all of you
Love your curves and all your edges
All your perfect imperfections
Give your all to me
I'll give my all to you
You're my end and my beginning
Even when I lose I'm winning
'Cause I give you all of me
And you give me all of you
Give me all of you

Cards on the table, we're both showing hearts”

John Legend – All of me
(https://www.youtube.com/watch?v=1iYUQW6RovY)

– Canta isso pra ela! – Bia diz parada na porta encantada.
– Quem sabe um dia. Não sei se ela merece saber de tudo isso… - Alan responde ríspido.
– Porque você se tornou assim? Alguém tão grosso! – Bia responde adentrando o quarto.
– As decepções da vida nos tornam assim. Aquela pessoa que você pensa que jamais te esconderá nada, é a primeira a fazê-lo inclusive. – Alan responde cabisbaixo.
– Se você ta falando de mim, pode parando, eu não te escondo nada! – Bia responde.
– Você não escondia Beatriz, agora você cresceu! E eu não tenho mais nada a ver com a sua vida a partir de hoje. Porque todas as vezes que me preocupo com você sou o “chato” da história. – Alan diz, agora olhando-a profundamente.
– Alan eu não quero isso! – Bia diz agachando-se diante de Alan e pegando sua mão com os olhos tristes, assim como os dele.
– Você tem que encontrar seu namorado agora! – ele diz soltando-se dela.
– Alan... – Bia diz já deixando escapar um lágrima ligeira.
– VAI! – Alan grita empurrando-a e aponta para a porta de seu quarto.

Beatriz sai desolada pela sala e encontra sua mãe que tenta lhe falar algo mas não consegue. Então Helena sobe até o quarto de Alan, e já entra questionando-o.

– A Beatriz precisa crescer mãe. E parar de achar que tudo é perfeito! – Alan responde.
– Alan, quem tem que crescer aqui é você! Eu não gostei nada nada do que você disse ontem! – Helena diz alterando-se.
– Ah não? Sério? Mãe, só você não vê, a sua filha faz tudo o que ela quer, já eu quando apenas durmo com a Nathália aqui em casa você a trata como uma qualquer! Sente a diferença? – Alan diz levantando-se da cama já alterado.
– Não é bem assim... – Helena diz, mas é interrompida.
– E é como dona Helena? Por acaso você sabe onde ela foi agora? – Alan questiona e Helena nega – E com certeza não fez nem questão de perguntar. Correto?
– Alan... – Helena tenta novamente dizer algo, mas Alan não deixa.
– Olha mãe, cansei de tomar a responsabilidade pela Bia pra mim. A filha é sua, cuide. – Alan diz e se retira do quarto.

Helena fica pasma com o clima que paira por sua casa, decide então ir trabalhar mais cedo.
Beatriz e Nathália foram para casa de Diego, Nathália chegou primeiro e Beatriz em seguida pois foi de ônibus.

Din-don...

– Bia! – Karina diz animada ao ver Beatriz adentrar sua casa.
– Olá querida! – Beatriz saúda abraçando-a.
– Olá Bia, seja bem-vinda! – Raquel a abraça.
– Onde está o Diego? – Bia já questiona.
– Está conversando com a Nathália na sala de jogos! – Raquel responde.
– Vem ver o brinquedo que o Di me deu Bia! – Karina chama toda a atenção de Beatriz para si e para seu novo brinquedo.

Na sala de jogos...

Nathália explica todo o seu plano para o aniversário de Beatriz e Diego concorda com tudo. Era só isso que faltava pro plano estar completo...

– Está tudo bem aqui? – alguém abre a porta rapidamente dizendo.