Eu só queria você pra mim escrita por Beatriz Santos Silva


Capítulo 24
Capítulo 24 - Amar é aceitar...


Notas iniciais do capítulo

Uma linda surpresa pra vocês nesse capítulo *-*
Comentem o que acharam depois!
Boa leitura ♥



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POV DIEGO

Aquela vozinha fraca entrou em meus ouvidos como uma chama de esperança. Karina chegou em um momento muito difícil para mim e para minha mãe. Aquele que se diz nosso pai, nos abandonou por outra família. E em questão de um mês depois, minha mãe descobriu que esperava uma filha. Claro que o canalha registrou. Ainda hoje pra dar uma de bom moço ele deposita dinheiro na minha conta, por mais que não precisemos de suas misérias... Eu e Karina nunca precisamos dele. Nossa mãe é uma grande mulher e soube nos criar e educar muito bem, e sozinha. Se é que é verdade que Deus tira proveito bom das coisas ruins, foi isso que aconteceu, porque mesmo diante de tanta coisa ruim naquela época, Karina conseguiu iluminar nossas vidas no mesmo instante em que veio ao mundo. Ela é uma benção para todos nós. Se alguém pensa que olhando pra ela eu lembro do meu pai, ou que as coisas do passado retomam a minha mente ao vê-la, está enganado. Olhando pra ela eu consigo enxergar apenas coisas boas. Não suportaria perdê-la...

– Que susto você deu no Di meu amor! – eu digo dando um beijinho em sua testa.
– Ué, eu tava dormindo Di! – ela diz parecendo alheia à situação.
– Karina, você está em um hospital. – eu digo a ela.
– Mas... Cadê a mamãe? Quero ir pra casa Di... – ela diz fazendo beicinho.
– Só amanhã cedo minha linda, agora fica quietinha aí, que eu vou avisar o médico que você acordou! – digo beijando sua mão e me retiro do quarto.

POV NARRADORA

Bia saiu do colégio e foi direto para o Hospital, era um fim de tarde. Quando ia entrando no Hospital, recebe uma mensagem de um número privado.

Desconhecido (a): Nossa hein! Linda como sempre. Não me esqueci daquela noite ta? Gostosa!

Imediatamente Bia começa a tremer e aperta o passo adentrando o Hospital, achando que estava sendo vigiada. A recepcionista que já tinha a visto com Diego, deixou-a passar como visitante de Karina Bergori. Ela pega o elevador ainda aflita pensando na mensagem sem remetente... Quando a porta abre no quinto andar do prédio, ela dá de cara com Diego saindo de algum quarto.
Diego percebe a palidez de Bia, ela apenas o abraça trêmula.

– O que houve? – ele pergunta soltando-a.
– Não... Não foi nada. – ela diz passando a mão no rosto, como se quisesse desfazer aquela cara de espanto – E a Karina? – ela pergunta mudando de assunto.
– Ela acabou de acordar acredita? – Diego responde animado.
– Filho! – Raquel chama Diego.
– Mãe, ela acordou! – Diego abraça a mãe.
– Calma filho! – Raquel ri do desespero de Diego – Oi Bia! – ela diz cumprimentando Bia.
– Oi dona Raquel! – Bia responde.
– Apenas Raquel! – ela brinca – Ah! Quero a senhorita lá em casa amanhã pra receber a Karina!
– Pode deixar estarei lá! – Bia responde.
– Mãe, eu e a Bia vamos na lanchonete, fica com a K, aproveita e avisa o médico que ela acordou! – Diego diz puxando Bia pela cintura em direção ao elevador.
– Juízo! – Raquel alerta.

POV NATHÁLIA

O dia foi um saco como sempre, tarefas e mais tarefas. Essas últimas duas semanas estão me matando...
A única parte boa foi a hora do intervalo, momento em que liguei pro meu patrão pra resolver unas cositas!

Ligação On

–Olá! Senhor Miguel?
– Quem fala? – a voz me questiona.
– Sou eu, Nathália, sua pianista, se lembra de mim? – pergunto.
– Ah, como esqueceria? Minha pianista... – sinto uma leve segunda intenção no “Minha pianista” mas, ele só usou a brecha que eu dei – A que devo a honra?
– Bom...

Eu expliquei toda a situação pra ele, e entramos em um consenso de que o pagamento de tudo que iria acontecer, seria apenas um dia do meu trabalho, já que eu havia oferecido o final de semana inteiro como pagamento, sendo imediatamente negada. Apesar dele insistir tanto para que eu não arcasse com isso tudo sozinha, eu acho que vale a pena por ser pra quem é. Passei o sabor de bolo que queria (ao gosto da Bia: bolo de chocolate com recheio de abacaxi e cobertura de chantili), a quantidade de cadeiras que eu iria querer, fiquei de avisar amanhã, informei a quantidade de refrigerantes, e também a cor das bexigas. O restaurante faria tudo, os convidados entrariam pelos fundos, pegariam as coisas e entrariam na ala mais reservada do restaurante, onde só entram pessoas “top”, onde eu estaria tocando.
Aproveitei o embalo das ligações e liguei pro Alan pra avisar que tinha conseguido, ele ficou encarregado de chamar as pessoas mais íntimas de Bia, que eram poucas, ela assim como eu é uma pessoa de “poucos amigos”. Em seguida, ele já me avisou quantos estavam confirmados. Eu fiz as contas de quantas pessoas seriam e avisei ao restaurante. Logo depois, liguei pra Mary e agora só faltava chegar sábado. Porém antes disso, tinha uma voltinha na praia marcada pra essa noite...

POV DIEGO

Tem uma coisa que eu to querendo fazer a alguns dias, mas ta foda...
Sei que aqui não é lugar pra isso, mas é o que ta tendo.
Saí puxando Bia pra lanchonete e ela sem entender o motivo daquela pressa toda. Sentamos numa mesa pra dois e fizemos nossos pedidos, porém o pedido mais importante eu faria agora...

– Di, que cara é essa? – ela diz tocando em meu rosto.
– Nem sei por onde começar! – digo trêmulo – Bia... – pego em sua mão – Eu...
– Eu... – ela diz curiosa.
– Eu...
– Eu o que? – ela pergunta impaciente.
– Fica calma, não estraga! – eu digo calmo.
– Ai meu Deus! – ela diz com os olhos arregalados como se já soubesse o que eu iria dizer.
– Eu sei que você ta na minha, e eu to mais que na sua, pequena... – eu digo olhando-a ternamente – Eu não quero ser seu ficante, eu quero que você seja só minha... – eu digo e já posso sentir minhas pernas tremerem. Nunca estive tão feliz e tão inseguro ao mesmo tempo.
– Diego... – ela diz com a voz fraca.
– Calma, me deixa terminar. – retomo o ar – Eu sei que a gente tem tudo pra dar errado, mas eu estou disposto a lutar pela única esperança que temos de dar certo... A gente ta amarradão. – eu digo sorrindo e no rosto dela se abre o mesmo sorriso. Me levanto, vou até ela e me ajoelho pegando sua mão, e já posso ver em seu pequeno oceano algumas lágrimas querendo transbordar – Beatriz, você aceita namorar comigo?

POV ALAN

Passei o dia estudando e resolvendo as coisas pro aniversário da Bia com a Nat. Minha mãe já ta ligada em tudo, acho que vai ser ótimo! Bia vai amar. E logo mais é o meu. 18tão!!
Tô aqui agora, todo trabalhado no perfume. Vou dar uma volta com a minha gata, já deu minha hora, fui!
Termino de me arrumar e vou até a casa de Nat buscá-la. Ela está linda e deslumbrante como sempre, usando um vestido longo que sempre lhe cai bem, na verdade, é o seu forte.
Nos dirigimos até a praia, andando mesmo, conversando sobre amenidades. Ao chegar lá, ficamos e um quiosque tomando água de coco.

– Me diz aí! O que pretende fazer ano que vem? – ela me pergunta entusiasmada.
– Bom, eu to tentando arrumar um emprego, e se tudo correr bem, eu pretendo fazer Artes Cênicas, gosto disso! – eu respondo igualmente.
– Nossa, que incrível! Eu pretendo fazer Medicina! – ela diz e dou risada.
– Você? Fraca como é? – eu desdenho.
– Não sou fraca ta? Apenas sensível... – ela diz fazendo bico – E outra, eu serei uma profissional, aprenderei a conviver com isso! – ela diz me ironizando.
– Ok, tudo bem! – eu digo – Mas, queria falar sobre o aniversário da Bia. – digo sério.
– Se você ainda está inconformado porque eu vou pagar o aniversário da Bia com meu trabalho, vai continuar, porque eu não vou mudar de idéia, e fim de papo! – ela diz curta e grossa.
– Tudo bem, não ta mais aqui quem falou! – eu digo me rendendo.
– Acho ótimo! Vamos caminhar na areia, ta tão fresquinho! – ela diz sentindo a brisa.

Nós vamos para a areia, e ficamos caminhando lá por um tempo, até que Nat resolve ir nadar, e aí entra um problema... Ela não tava de biquíni, apenas com um conjuntinho de rendado preto, ô loco bicho!!!
Resolvi entrar na brincadeira e fiz o mesmo, ficamos brincando na água mais um tempo, depois saímos e ficamos sentados numa pedra.

– Nathália! – eu a chamo, já que ele estava perdida no horizonte.
– Oi... – ela atende.
– Se eu fosse pra longe, você teria coragem de ir comigo? – pergunto.
– Longe? Longe por quê? Porque ta falando isso Alan? – ela pergunta tudo de uma vez e então percebo a aflição em seus olhos.
– Fica calma, foi só uma pergunta! – eu a abraço.
– Nem pense nisso! – ela diz manhosa.
– Calma...

No fundo, no fundo, eu pedia para que ele tivesse calma, mas ficar longe dela seria algo inevitável, eu mesmo não estava calmo... O que eu mais queria é que ela estivesse do meu lado pra onde eu fosse, mas ela tem a vida dela, os sonhos dela, e eu não posso ser egoísta. Porém, não tenho certeza se Nathália pensa como eu. Ela não aceitaria, apenas...
Estava na hora de ir embora, eu ainda iria buscar Beatriz no Hospital da Cidade. Voltamos pro bairro e quando íamos nos despedir, ela resolveu se despedir de uma forma diferente. Aquela menina medrosa e travada, simplesmente deixou de existir, dando lugar a uma Nathália louca de pedra, ela me atacou como uma leoa, no meio da rua, pior, em frente a sua casa. Me beijava com tanta vontade, parecia que era o último beijo da sua vida, e que depois dele ela morreria. Aos poucos ela foi se acalmando, dando início a um beijo calmo, doce e por fim...

– Agora sim, boa noite! – ela diz e entra pra casa sem me dar oportunidade de responder, me deixando com cara de quem estava no mundo da lua.

POV NARRADORA

Nathália entra em casa com cara de boba, e logo é abordada pelo pai.

– Finalmente né? – ele diz bravo – Já jantou?
– Não pai! – ela responde alheia a tudo, apenas pensando e pensando em... Alan.

Eles comem o que Téo havia preparado, e se preparam pra dormir.

Enquanto isso, Alan ia de ônibus mesmo buscar sua irmã. Irmã essa que no momento se encontrava num impasse, esquecer tudo e todos e se entregar a algo que lhe fará feliz sem dúvida, ou dizer não com medo dos julgamentos e olhares maldosos. “Cadê a Nathália quando se precisa dela?” era a única coisa que pensava. Estava completamente feliz, já conseguia imaginar todo o futuro pela frente ao lado de Diego, mas a dúvida a corrompia.


– Eu sabia que... – Diego começa a falar desanimado.
– Calma Diego... – Bia o interrompe – Eu aceito! – ela diz decidida.

Diego não consegue conter a alegria, levanta Bia nos braços e começa a girá-la gritando “Ela aceitou porra!”, e quando não estava gritando dava-lhe pequenos selinhos.

– Diego, me solta! Se não eu mudo de idéia! – foi a única coisa que Bia pensou em dizer para que Diego se acalmasse.
– Hey, calma aê! – ela diz soltando-a.
– A gente está em um hospital, seu maluco! – ela diz rindo.
– Sério, você aceitou mesmo? Tipo, mesmo mesmo? Amanhã quando eu acordar você ainda será minha namorada? – ele pergunta tudo de uma vez.
– Sim e amanhã, quando você acordar tenha a certeza de que eu gosto de você muito mais que hoje! – ela diz serena como “quase” sempre.
– Desculpa te fazer esse pedido aqui, num hospital! Mas não podia esperar, não sabia qual seria a próxima vez que ficaríamos sozinhos. – ele se desculpa.
– Seria especial em qualquer lugar! Desde que fosse você... – ela diz tocando em sua mão.
– Prometo te fazer feliz todos os dias da minha vida! – ele diz.
– Até que a morte nos separe! – ela complementa e os dois se beijam ternamente.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo capítulo gatinhos e gatinhas ♥



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