Eu só queria você pra mim escrita por Beatriz Santos Silva


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

HAPPY NEW YEARRR!!!

Gente felicidades em dobro pra vocês neste ano. Primeiro capítulo do ano pra vocês!
Hoje vai entrar uma personagem novinha pra vocês! Espero que gostem *-*



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POV NATHÁLIA

Ao ver Bia chorando daquela forma resolvo tirar do viva-voz.

D: Quem está aí com você? – Diego pergunta.
N: Ela ouviu tudo! – eu digo e ele fica em silêncio, e eu podia jurar que ele estava chorando.
D: Talvez seja melhor assim, cortar o mal pela raiz. – ele diz se fazendo de forte.
N: Não acho! Mas você sabe o que faz amigo. Tô do lado de vocês pra o que precisarem. – eu digo.
D: Não fica triste comigo ta? – ele diz.
N: Não me peça isso... Vou ficar com ela agora. – eu digo.
D: Não deixa ela... Por favor. Obrigada por tudo. Segunda eu vou te buscar na escola pra gente conversar um pouco. – ele diz.
N: Ok.

Ao desligar a ligação vejo Bia se levantando da cama e secando as lágrimas, eu vou até ela lhe dar um abraço mas ela recua.

– A mamãe ta chamando! – ela diz se fazendo de forte – Vamos!
– Não quer conversar? – eu pergunto.
– Pra que Nathália? – ela diz seca e se retira do quarto.

Ao chegarmos lá embaixo Alan já havia chego. Ele vem até mim com o semblante um pouco triste e me abraça para a minha surpresa, faz dias que isso não acontecia. De repente o ouço sussurrar no meu ouvido “Senti sua falta! Será que podemos conversar depois?”. Ao me desvencilhar do abraço, o olho e balanço a cabeça em afirmativo. Bia já havia sentando a mesa, então Alan vai até ela e lhe dá um beijo na cabeça, e ela nada diz.
Poucos minutos depois de comermos em um silêncio sepulcral a campainha toca, é meu pai, então eu me animo.

– Boa noite! Desculpa vir sem avisar, gostaria de saber se você aceita sair pra jantar! – ele diz assim que Helena abre a porta.
– Cof, cof... – Alan se engasga com o último pedaço de bolo.
– M-mas, é claro que aceito! Mas e as crianças? – ela pergunta se preocupando conosco.
– Pode deixar as crianças por minha conta dona Helena! – eu digo e Bia dá risada.
– Ok, me dê alguns minutos! – ela diz e sai correndo pro quarto.

Alguns minutos depois ela volta deslumbrante, com um vestido preto justo, e um salto vermelho, deixando os cabelos longos e escuros solto.

– Tchau mamãe! – Bia diz.
– Tchau mãe! Não volte muito tarde! – Alan diz.
– Tchau gente! Juízo. – eu digo e eles partem.
– Bom, me dá licença. – Bia diz levantando-se e Alan a puxa pelo braço.
– A gente precisa conversar Bia! – ele diz paciente.
– Vai me soltar agora, ou quer apanhar primeiro? – ela diz e eu balbucio um “solta” a Alan, então ele a deixa ir.

Então na cozinha fica somente nós dois, então eu quebro o silêncio.

– O que queria comigo Alan? – eu pergunto levantando-me para colocar os pratos sujos na pia.
– Sinto sua falta! – ele diz e meu corpo estremece.
– Isso você já me falou! – eu digo sem dar importância.
– Poxa Nathália, vocês vão ficar assim até quando comigo? Maldito dia que eu fui pegar aquele celular. – ele diz se punindo e eu que estava de costas pra ele me viro mirando bem em seus olhos.
– Você invadiu a privacidade da sua irmã Alan... – eu digo.
– Eu fiz isso porque eu amo ela! – ele diz alterando-se.
– Bela forma que você tem de demonstrar amor. – eu digo ironizando-o – Se você é assim com sua própria irmã, imagina como seria comigo se tivéssemos algo mais sério...
– Eu sou assim com a Bia, porque eu tenho o dever de cuidar dela! – ele explica.
– Cuidar é uma coisa bem diferente do que você fez! – eu digo indignada – Se você quer realmente cuidar da sua irmã, tente manter ela por perto...
– Eu to tentando! – ele diz levantando-se e pondo a mão na cabeça – Mas parece em vão.
– Não é pra menos! Olha Alan, o que eu mais queria nessa vida, nesse momento é ter... não digo nem a minha irmã, porque eu sei que ainda vou vê-la, mas a minha mãe, eu daria a minha vida pra ter só mais um minuto com ela. Mas eu sei que isso não vai acontecer nunca mais. – eu digo e sinto a primeira lágrima quente descer pelo meu rosto.
– O que você quer dizer com isso? – ele diz preocupado se aproximando de mim.
– Quero dizer que não vale a pena você ganhar o ódio da sua irmã por besteira! Sua grande raiva do Diego é pelo simples fato dele ter ficado comigo, não desconte na Bia, ela não merece isso...
– Desculpa... – ele diz vindo me abraçar e eu recuo.
– A pessoa que merece suas desculpas está lá em cima! Vou pra casa, sem clima pra ensaio, amanhã a gente ainda tem um tempo. – eu digo jogando pano de prato que segurava na mesa e retiro da casa dele sem esperar ser acompanhada.

POV NARRADORA

Alan se senta por um instante na mesa e começa a refletir sobre tudo o que aconteceu, então toma coragem e vai até o quarto de Bia entrando sem bater. Imediatamente, ela que está se arrumando pra dormir, parte para cima dele gritando.

– JÁ DISSE PRA NÃO CHEGAR MAIS PERTO DE MIM! – ela diz tentando bater nele.

Ele a envolve num abraço tentando contê-la sem dizer nenhuma palavra, então ela perde as forças e cai no chão desatando a chorar nos braços de Alan.

– Me perdoa! Não queria fazer isso com a gente... – Alan finalmente diz e Bia não diz nenhuma palavra, só chora – Você e a mamãe são as coisas mais importantes da minha vida, não quero fazê-las sofrer. – ele diz e Bia soluça de tanto chorar – Calma! Isso vai acabar! – ele diz e Bia o olha com o rosto lavado de lágrimas.
– O-o que você quer di-dizer com isso? – ela pergunta.
– Estou pensando em ir embora de casa! – Alan diz.
– Tá maluco?! – Bia diz dando-lhe um tapa no braço e enxugando as lágrimas.
– Você já foi mais doce maninha! – ele diz rindo.
– Alan, não faz mais aquilo! – ela diz.
– Não vou fazer mais! – ele diz.
– E nem vai embora daqui. – ela diz.
– Aí eu não sei... Quero te ver feliz. – Alan diz rindo fraco.
– Eu não vou ser feliz se você não estiver na minha vida! – ela diz abraçando-o forte.
– Mas eu não vou sair da sua vida, pequena! – ele diz acariciando seus cabelos molhados de suor.
– Eu só queria que você apoiasse minhas escolhas! Quer dizer... Eu nem tenho nada com ele pra você ter agido daquela forma. – ela diz.
– Ainda... – ele diz rindo.
– E acho que nem terei. A gente se gosta, mas, sei lá... – ela diz confusa.
– Vai ficar que nem eu e a Nathália? –Alan diz rindo.
– A Nathália te adora Alan, ela só tem medo... – ela diz e deixa Alan pensativo.
– Eu amo a Nathália, mas parece que eu tenho o dom de fazer minhas meninas do mar de olhos chorarem! – ele diz levantando Bia do chão e abraçando-a novamente – Me perdoa, sério, de coração. Percebi que você nem ta comendo...
– Não tenho tido vontade! – ela diz.
– Pois arranje, você tem uma vida muito agitada pra ficar sem comer! – ele diz colocando-a na cama e cobrindo-a – Agora durma!
– Fica aqui comigo até eu dormir! – ela pede fazendo beicinho.
– Tem coisas que não mudam né? – ele diz deitando-se ao lado dela – Eu te amo!
– Eu também!

Então Alan fica lá até Bia dormir. Depois, vai até o seu quarto e percebe que já está bem tarde, resolve ir até o quarto de Helena ver se ela já está em casa. Chegando lá a vê dormir como um anjo.
Só faltava ele dormir, parece que a noite não será fácil. Alan vai até o piano e fica tocando qualquer coisa, tentando tirar Nathália do pensamento. Mas que ironia, tentar não pensar nela sentado no piano...

POV NATHÁLIA

Cheguei em casa, ela estava silenciosa, fui até o meu quarto e resolvi ligar pro Diego.

N: Di? – eu digo.
D: Oi loira! A que devo a honra novamente? – ele pergunta.
N: Ta ocupado? Queria conversar só... – eu pergunto.
D: Não tô não! Tava vendo umas coisas da facul aqui, mas já acabei. – ele diz.
N: E como anda a faculdade? – eu pergunto.
D: Está muito boa! Amo fisioterapia. – ele diz – Você termina esse ano né? Pretende fazer faculdade?
N: Sim, acho que Medicina! – eu digo.
D: Fico feliz! Bom... Posso te fazer uma pergunta? – ele diz e eu já posso imaginar sobre o que é.
N: Claro!
D: Como ela tá? – ele pergunta.
N: Ah Di, ela tá mauzona... – eu digo – E algo me diz que ela não vai desistir tão fácil de você!
D: Você acha? Ai Nat, minha cabeça tá uma bagunça... – ele diz.
N: Eu imagino! – eu digo.

Ficamos quase uma hora falando besteira, sem tocar no assunto Alan e Bia. Depois que desligamos, eu adormeci sem trocar de roupa.

No dia seguinte...

POV ALAN

– Bom dia Sr. Téo! – eu digo ao ver Téo abrir a porta para mim.
– Bom dia meu filho, parece que você não teve foi uma boa noite! – diz Téo dando passagem para que eu entrasse.
– A Nat ta acordada? – eu pergunto.
– Não sei, mas ela ainda não saiu do quarto! – ele diz – Aceita tomar café da manhã?
– Obrigada Senhor Téo mas, vou falar com ela primeiro! – eu digo – Posso subir?
– Claro! – ele diz com um sorriso e eu subo.

Ao chegar na porta, não é possível ouvir nada além do vento que bate na cortina da janela que há no corredor, então deduzo que ela estivesse dormindo ainda, não me decepciono quando entro, a vejo dormir com a mesma roupa que estava no dia anterior com o celular na mão. Então vou até o piano e resolvo acordá-la da melhor forma possível. Cantando.


“Same bed, but it feels just a little bit bigger now
Our song on the radio, but it don't sound the same
When our friends talk about you
All that it does is just tear me down
Cause my heart breaks a little
When I hear your name
And all just sounds like ooh, ooh, ooh, ooh, ooh

Too young, too dumb to realize
That I should've bought you flowers and held your hand
Should've give you all my hours when I had the chance
Take you to every party
Cause all you wanted to do was dance

Now my baby is dancing, but she's dancing
With another man”

A essa altura, Nat já estava sentada com perninha de índio em sua cama, me fitando, como se estivesse tentando me reconhecer de tanto sono que estava.

– Bom dia pra você também! – ela diz coçando os olhos.
– Já te disseram que seus olhos ficam mais azuis de manhã? – eu digo encantado.
– A Bia! –ela diz – Porque tão cedo? O voo é só meio-dia.
– Já me resolvi com a Bia, agora só falta você! – eu digo sentando-me na cama com ela.
– Você sabe que eu te perdoo. – ela diz me abraçando ainda sonolenta.
– Não vai dormir de novo né? – eu digo rindo e ela nada responde – Ai meu Deus!
– Vou tomar um banho, essa roupa já ta quase fazendo parte de mim! – ela diz despertando rapidamente – Me espera que eu vou ver a Bia, quero saber se ela está melhor.
– Ela está! – eu digo.
– Duvido! E também vou ver se ela quer ir na Mary comigo! – ela diz entrando no banheiro.

Espero ela tomar banho, depois ela veste um macaquinho cropped rendado azul. Gata!
Descemos e tomamos café com o pai dela, então eu deixo ela na minha casa e vou numa ida rápida a casa do João.

POV NATHÁLIA

Subo até o quarto de Bia, bato na porta mas não ouço resposta, então resolvo entrar. Bia ainda dorme, quando chego perto dela, ela está com a aparência um pouco abatida, quando toco nela ela acorda muito assustada.

– Calma Bia! Sou eu, Nat... – eu digo a ela que está com falta de ar.
– Nat... – ela diz e volta a deitar-se mais calma.
– Tudo bem? – eu pergunto.
– Melhor! – ela responde baixinho.
– Vamos na Mary rapidinho? – eu pergunto.
– Sério? – ela diz desanimada.
– Muito sério! – eu digo curta.
– Já que não tenho escolha! – ela pergunta e se levanta em direção ao banheiro, faz sua higienes e coloca um conjunto simples de short e blusinha. Apenas divide o cabelo no meio, deixando as pontas onduladas caírem em cascatas e está pronta.

Chegando a casa de Mary, somos super bem recepcionadas, tomamos sorvete, e jogamos conversa fora por um tempo, até conseguimos animar mais a Bia. Na hora de ir embora, nos despedimos e Mary pede que voltemos mais vezes. Quando saímos de lá resolvemos ir andando, já que ainda temos tempo, quando passamos perto da escola de Bia, a percebo meio distante, então pergunto:

– O que foi minha flor? Ta tão calada.
– Só queria que as coisas fossem mais fáceis pra mim! – ela responde tristonha.
– Mas não é fácil pra ninguém! – eu digo.
– Ele não me quer mais... Você ouviu! – ela diz.
– Não diga isso! Ele quer sim. Ele apenas quer te poupar do sofrimento que é viver um romance proibido. – eu explico
– Pois não está adiantando, porque eu tô sofrendo do mesmo jeito. – ela diz virando o rosto pra mim.
– Ele também, acredite... – eu digo.
– Onde ele mora? – ela pergunta e eu me espanto.
– Bia, não temos tempo! – eu tento fazê-la recobrar a sanidade.
– Você não precisa ir comigo, só me diz onde ele mora! Ele vai dizer na minha cara, tudo o que ele te disse! – ela diz e eu começo a tremer.
– Eu vou com você, mas...
– Mas nada Nat, onde ele mora? – ela pergunta novamente.
– Vamos então, é a duas ruas depois da casa de Mary! – eu digo e nós vamos o mais rápido possível.

Chegando em frente a casa do Di, batemos na porta e uma mocinha abre, a irmã dele, vi ela algumas vezes e ela já me adora.

– Nat!!! – ela pula no meu colo animada.
– Oi princesa, quanto tempo?! – eu digo abraçando-a.
– Nossa, que cabelo lindo, quem é você? – ela diz dando os bracinhos pra Bia pegá-la.
– Oi, prazer, eu sou a Bia! – ela diz sorrindo sinceramente pela primeira vez no dia.
– Oi Bia! – ela diz.
– Karina, onde está o Di? – eu pergunto a ela que pede pra ir pro chão.
– Ele tá lá no quarto dele, ta um chato hoje! Nem me deu beijinho. – ela diz fazendo beicinho de braços cruzados.
– Que feio isso né? – Bia diz – Posso ir vê-lo? – ela pede.
– Ele foi bravo comigo hoje, ele disse: “Karina, não quero ver ninguém”. – ela diz chorosa.
– Vamos brincar de boneca enquanto a Bia vai lá? Tenho certeza que depois ele vai te dar beijinho! – eu digo ficando da mesma altura de Karina.
– Ta bom, boa sorte Bia! – Karina diz mandando beijinho no ar para Bia.
– Onde fica? – Bia pergunta.
– Sobe as escadas, corredor à esquerda, último quarto. – eu dou as coordenadas.

Vou brincar com Karina e é possível ouvir os passos firmes de Bia subindo as escadas.

POV BEATRIZ

Subo as escadas no modo automático, apenas seguindo as coordenadas de Nathália, sem ao menos ver o que está na minha frente. Chego até a porta e abro-a devagar...

– Karina Volari, já disse que quero ficar só! – ele diz sentado na cama de costas pra porta.
– Você entrou na minha vida do nada e pretende sair da mesma forma?


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Notas finais do capítulo

Uauuu *-* shipando ao extremo Biego *-*



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