Eu só queria você pra mim escrita por Beatriz Santos Silva


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Amei escrever este capítulo! Espero que gostem *-*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/569325/chapter/13


POV NARRADORA

Nathália passou o resto da semana ensaiando, algumas vezes sozinha e outras com Alan, porém limitavam-se a “Oi” e “Tchau”, ou comunicando algumas notas musicais um ao outro. A situação de Bia e Alan não era diferente, não se falavam se não fosse pra brigar, Helena percebeu o clima estranho na casa, mas não os questionou a respeito. Nathália voltou a estudar e aos exercícios com Bia para se fortalecer e assim voltar a treinar vôlei novamente. Depois dos treinos passavam em alguns estabelecimentos entregando os currículos de Nathália que estava decidida a começar a trabalhar, seja no que for. Bia e Diego como diria aquele cantor “só Love, só love”, porém ainda não haviam ao menos ficado...

POV NATHÁLIA

Sábado de manhã ...

Estava eu dormindo na tranquilidade do meu quarto, quando sinto um ser humano deitando do meu lado, quando viro pro lado, vejo aqueles olhos azuis me olhando animadamente. (Bia)

– Bom dia!
– Bom dia Bia, por que tão cedo mesmo? – pergunto levantando e coçando os olhos.
– Ah, sei lá, não tava a fim de olhar pra cara do Alan, e aproveitei que ele tava dormindo pra sair logo de lá, minha mãe sabe que eu estou aqui. – ela explica.
– Vocês vão ficar assim até quando? – eu pergunto.
– Pra sempre! – ela responde direta – E vocês?
– Não sei... Se o Alan é tão possessivo com você, o que garante que ele não será comigo? – eu questiono.
– No meu caso, é porque eu e o Alan sempre fomos muito apegados, e depois que nosso pai morreu isso só aumentou. Mas com você, sei lá, nunca vi o Alan gostar tanto de uma garota assim, e ainda ser fiel apesar da relação indefinida de vocês. – ela diz e eu fico pensativa – Nathália?! – ela chama.
– Ah Bia, eu tenho medo dessas coisas de namorar, eu tive um namorado que só me fez sofrer, então prefiro que a gente fique assim por enquanto. – eu digo.
– Isso pode machucar mais que namoro... – ela diz.
– É... mas... e você e o Di? – eu pergunto mudando de assunto.
– Estamos bem, ele é um ótimo amigo. – ela diz risonha.
– E já falou com sua mãe? – eu pergunto.
– Não, mas acredito que terei que falar em breve, ela já está percebendo o clima entre eu e o Alan, e ao contrário do que o Alan pensa eu não vou mentir! – ela diz – Ah, sem contar que ela está estranhando suas idas de 15 minutos lá em casa.
– Poxa, não é nada com ela, adoro aquela mulher! – eu digo com toda sinceridade.
– E ela te adora também, ela vai fazer um bolo hoje a tarde, e o Alan vai sair a tarde toda, que tal? – Bia sugere.
– Onde o Alan vai? – eu pergunto.
– No João! – ela responde.
– Ah, ótimo! – respondo (nem sei quem é João).
– Agora levanta, porque temos muito o que fazer mocinha. – Bia diz me arrastando da cama.

POV BEATRIZ

Adoro passear por aí com a Nat, ela é uma flor, e ainda é amiga do meu Di... Espero que ele apareça por lá.
Eu já estava pronta, só esperei a Nat colocar uma roupa, ela colocou um conjunto de top e short estampado rosa e azul, prendeu o cabelo num coque e fomos para a rua.
Caminhamos até a praia, fizemos todos os exercícios, tomamos água de coco, e quando estávamos na avenida indo embora...

– Nat!!! – eu chamo.
– O que foi? – ela pergunta curiosa.
– Olha o que está escrito ali. – eu aponto para um restaurante requintado onde tem um cartaz que diz “Precisa-se de um(a) pianista”.
– E-eu, n-não acredito! – ela diz extasiada – Será? – diz olhando pra mim.
– Isso nós vamos saber agora! – digo puxando-a pelo braço.

Atravessamos a rua e entramos no tal restaurante Believe. Ao entrar o recepcionista nos olha com cara de nojo e eu já me irrito.

– Podemos falar com o gerente? – eu pergunto curta e grossa.
– Sobre? – ele pergunta com cara de esnobe.
– Desculpa moço, mas é só com ele mesmo. – Nat diz com educação.
– Vou ver o que posso fazer por vocês! – ele diz no medindo dos pés a cabeça ao dizer “vocês”.
Olha como eu estou vestida Bia, eles não vão nem me olhar! – Nat diz ao ver que o recepcionista se retirou.
– Venham comigo! – ele diz ao voltar.

Eles nos leva até uma salinha bem aconchegante no fundo do restaurante, onde se encontrava um homem sentado na mesa a frente da porta.

– Pois não moças! – ele diz encarando-nos, quer dizer, encarando a barriga chapada da Nat.
– Você é o gerente? – eu pergunto.
– Não, sou o dono, prazer, Miguel! – ele diz levantando-se e nos cumprimentando – O que desejam?
– Nós vimos o cartaz lá fora, e resolvemos vir tentar a sorte! – eu digo, pois Nat não consegue pronunciar palavra alguma, só treme.
– No meu restaurante ninguém tenta a sorte, aqui se trabalha com seriedade. – ele diz calmamente - Mas, as duas tocam?
– Não, só ela! – eu digo.
– E ela não fala? – ele dirige o olhar a Nat.
– Não, eu toco. – ela diz curta e grossa.
– Então me mostre! – ele diz levantando-se e apontando para a porta.

POV NATHÁLIA

Ele nos leva até o piano que fica quase no centro do restaurante, eu me sento no banco e abro as teclas.

– Todos estão me olhando, não estou vestida a altura desse lugar! – eu digo tremendo de nervoso e Bia balbucia um “calma”.
– Se você for boa, ninguém vai prestar atenção na sua falta de roupa! – ele diz e eu percebo que ele é tão brincalhão quanto eu.
– Ok. - digo reunindo forças.

De repente, por todo o restaurante foi possível ouvir o soar das primeiras notas, e eu acompanho cantando para a surpresa de todos, inclusive de Miguel, ele pediu uma pianista e eu lhe dei uma cantora de brinde.

“You shout it loud
But I can't hear a word you say
I'm talking loud not saying much
I'm criticized but all your bullets ricochet
You shoot me down, but I get up

I'm bulletproof, nothing to lose
Fire away, fire away
Ricochet, you take your aim
Fire away, fire away

You shoot me down but I won't fall
I am titanium
You shoot me down but I won't fall
I am titanium

Cut me down
But it's you who'd have further to fall
Ghost town, haunted love
Raise your voice, sticks and stones may break my bones
I'm talking loud not saying much

I'm bulletproof nothing to lose
Fire away, fire away
Ricochet, you take your aim
Fire away, fire away

You shoot me down but I won't fall
I am titanium
You shoot me down but I won't fall
I am titanium
I am titanium

Stone-hard, machine gun
Firing at the ones who run
Stone-hard, that bulletproof glass

You shoot me down but I won't fall
I am titanium
You shoot me down but I won't fall
I am titanium
I am titanium”


Ao terminar, todas os funcionários do restaurante me aplaudiam, só havia funcionários no local pois ainda era cedo.

Contratada! – Miguel diz estendendo sua mão a mim.
– Eu sabia! - Bia diz me dando um abraço esmagador.
– Olha, não sei o que dizer! – eu digo sem palavras.
– Não diga! Eu que agradeço, foi a coisa mais doce que eu ouço a dias! – Miguel diz me emocionando.
– E como funcionará? – eu pergunto me referindo ao método de trabalho.
– Você virá apenas aos sábados e domingos intercalados das 19h às 23h. – ele diz e eu acho perfeito trabalhar um fim de semana sim e outro não - Você terá o seu próprio repertório, porém sempre tem aqueles que pedem uma ou outra música, então você precisa ter um repertório variado. – ele explica.
– Perfeito! – eu digo – Quando começo?
– Você prefere esse fim de semana ou o próximo? – ele me dá opções.
– Prefiro no próximo. Amanhã eu tenho um trabalho! – eu explico lembrando-me do casamento em SP.
– Tudo bem Nathália! Te espero no próximo fim de semana, e com uma roupa mais apropriada. – ele diz apertando minha mão em meio a risos.
– Desculpe Senhor Miguel! – eu digo sem graça.
–Apenas Miguel! – ele diz.
– Até mais Miguel, foi um prazer! – eu digo.
– Prazer Miguel! – Bia diz despedindo-se.
– O prazer foi meu mocinhas! – ele diz e nos dirigimos até a porta onde estava aquele recepcionista mal encarado.

– Conseguiram o que queriam moças? – ele pergunta.
– Mas é claro! – Bia diz debochada de braços cruzados.
– Prazer, nova pianista. Meu nome é Nathália Andrade, mas pode me chamar apenas de Nat. – eu digo estendendo a mão.
– Sortuda! – ele diz sorrindo pela primeira vez – Meu nome é Rafael, pode me chamar de Rafa!
– Porque sortuda? – eu pergunto sem entender.
– Os pianistas tem o salário mais alto em restaurantes requintados como este, até mais que o gerente, no caso daqui. – ele diz e aí eu entendo porque receberei por noite.
– Deve ser porque é muito difícil achar instrumentistas clássicos pra trabalhar em restaurantes. – eu digo.
– É deve ser, mas em todo caso, parabéns! – ele diz.
– Obrigada, de nada! - Bia diz me puxando pra fora sem me dar tempo de responder.

Na rua...

– Você não foi mesmo com a cara do Rafa né? – eu pergunto rindo.
– Não! – ela diz brava.
– Não to nem acreditando que eu vou trabalhar com o que amo fazer! – eu digo eufórica.
– Nat, estou muito feliz! – Bia diz me abraçando!
– Quanta felicidade! – uma voz familiar ecoa em nossos ouvidos.
– Diego! – Bia diz me soltando em meio segundo e pulando em cima dele.
– Calma, calma! – ele diz retribuindo o abraço.
– Que saudade! – Bia diz – Nos vimos pouco essa semana.
– Oi Di, que saudade meu gato! – eu digo abraçando-o.
– Nem fica com ciúmes, ela é assim mesmo! – ele diz se referindo a mim.
– Não fico! É mais fácil eu sentir ciúmes dela do que de você... – Bia diz me abraçando e enchendo minha bochecha de beijos.
– Magoou! – Diego diz fazendo carinha de bebê – E eu posso saber o que duas gatas dessa estirpe fazem por aqui sozinhas? – ele pergunta.
– Viemos fazer alguns exercícios, e acabamos vendo um anúncio em um restaurante. Nat conseguiu um emprego, acredita? – Bia diz mais animada que eu. Me ama.
– Sério de que? – ele diz.
– Pianista! – eu digo.
– Nossa! Já sei onde vou jantar agora! – ele diz palhaço como sempre.
– Me leva? – Bia pede com aquela carinha linda.
– Pra onde você quiser. – ele diz e eles se encaram por alguns segundos.
– Me poupem desse mel todo! - digo me pondo no meio deles e segurando seus braços – Vamos tomar açaí lá na praça.
– Agora! – eles dizem juntos e nós vamos.

Ao chegar à praça que fica em frente a minha casa, nós encontramos a Dona Helena.

– Manhê! – Bia chama, e essa palavra me soa estranho, sempre...
– Oi! Onde vão? – ela diz.
– Onde "nós" vamos né? Vamos tomar um açaí conosco? – eu digo pegando na mão dela.
– Ah minha filha, estou cheia de...
– A gente te ajuda depois! – eu digo tentando convencê-la.
– Ok, vocês venceram, e quem é o moço? – ela pergunta olhando para Diego.
– Esse é o Diego, nosso amigo mãe! – Bia diz envergonhada.
– Prazer Dona Helena. - ele diz beijando a mão dela.
– O prazer é todo meu, moço bonito. – ela diz sorrindo e Bia não consegue conter o sorriso bobo com aquela cena assim como eu.
– Obrigada! – ele diz sem jeito.
– Vamos! – digo e nos partimos pra sorveteria.

POV DIEGO

Esses dias estão sendo incríveis... Adoro essas meninas, e a Bia...
Bom, nós tomamos açaí e conversamos bastante sobre qualquer tipo de assunto, ao final do programa:

– Bom, foi um prazer estar com vocês! – eu digo.
– O prazer foi meu em conhecê-lo! – Helena diz.
– Gostou dele dona Helena? – Nat diz.
– Como não gostar? – ela diz e Bia abre um sorriso enorme.
– Bom, vamos? Eu tô toda grudenta. – Bia diz e eu me entristeço.
– Filha, eu vou fazer um bolo, convide o rapaz. – Helena diz.
– Não mãe, ele tem um compromisso agora, fica pra outro dia. – Bia diz e eu entendo o recado.
– É isso mesmo dona Helena, até a próxima. – eu digo despedindo-me de Nat e dona Helena – Tchau Beatriz!

POV NATHÁLIA

Eu percebi a forma com que Diego se despediu de Bia, mas resolvi ignorar pra ela não perceber. Elas foram pra casa delas e eu fui pra minha dar a grande notícia pro meu pai.

– Paiê!!! – eu entro gritando em casa.
– O que é isso menina?! – meu pai vem da cozinha assustado e eu o abraço.
– Pai, eu consegui um emprego! – eu digo animadíssima.
– Como assim? Onde? – ele pergunta.
– Num restaurante requintado em frente a praia, se chama Believe! – eu explico.
– Nossa! Esse restaurante é caríssimo filha! Em qual cargo? – ele pergunta espantado.
– Adivinha... – eu faço mistério – Pianista! – eu digo pulando nele de novo – E tem mais, só vou trabalhar um final de semana sim e um não e ainda receberei por noite. – eu explico.
– Filha parabéns! – meu pai diz pegando em minhas mãos – E qual o horário?
– É... das 19h às 23h. – eu hesito em responder.
– Meio tarde, não acha? – ele diz.
– É pai, mas...
– Eu não vou te proibir, mas de lá você não volta só, sempre tem alguns atrasos e você vai acabar chegando aqui mais tarde ainda, e sozinha é perigoso. – ele diz preocupado – Agora venha me ajudar com o almoço.
– Pai, eu vou trabalhar de pianista não de cozinheira! – eu brinco.
– Só que aqui você não é nem uma coisa nem outra, é minha filha! – eu recebo a patada bem no meio do estômago.
Ajudo meu pai e depois do almoço passamos a tarde no sofá vendo filmes.

POV NARRADORA

– Pai, tô indo na casa do Alan, a dona Helena fez um bolo pra gente, e vou ensaiar pela última vez pro casamento, amanhã saímos cedo pra SP. Você não quer ir? – Nathália pergunta, sempre estranhou o fato do pai ter se fechado tanto após a morte de Anna, e sempre tentava fazer ele se relacionar com outras pessoas.
– Mais tarde eu vou lá! – ele fica pensativo – Na verdade, o que você acha de convidá-la pra jantar fora? – Nathália se espanta.
– E-eu acho ótimo pai! – Nathália diz animada – Mas vai bonitão hein! Mostra pra ela o poder desses olhos verdes! – ela diz antes de sair correndo.

É fim de tarde, quando chega a casa dos Menezes, e quem abre a porta é dona Helena, com aquele “sorriso lindo de sempre” segundo Nathália.

– A Bia e o Alan estão? – Nathália pergunta.
– O Alan ainda não chegou da casa do João, mas deve estar próximo. Já a Bia... – ela se entristece – Minha filha anda tão caidinha ultimamente, come pouco, mal sai do quarto, ela e o irmão só brigam... – ela diz.
– Posso ir até o quarto dela? – Nathália pede.
– Claro que sim! – Helena permite.

POV BEATRIZ

Fiquei tão triste com a forma de que o Di se despediu de mim, imagino que tenha sido porque não deixei ele vir aqui. Claro que sim! Eu vi que a Nat também percebeu, mas disfarçou pra não me deixar pior. Sem contar que ele não me mandou nenhuma mensagem hoje, ou me ligou, como é de costume.


Bia: Di, o que houve? Fala comigo!”

Mando essa mensagem e logo depois ouço a porta do meu quarto se abrir, me incomodo com a luz que entra e não consigo ver quem é.

– Bia, pra que essa escuridão toda? – reconheço a voz de Nat que já entra abrindo as cortinas, e me ajeito na cama.
– Ele não me atende, não me liga, nada... – eu digo e Nat se deita ao meu lado fazendo carinho no meu cabelo, de fato seria a melhor irmã que eu poderia ter.
– Calma! Vou ligar pra ele agora. – ela diz isso e se levanta, pega o celular e faz a ligação, com menos de três toques ele atende e eu penso “Filho da puta”.

Nat coloca no viva-voz...

N: O que é? Vai dar uma de difícil agora? – Nat diz antes mesmo de dizer “Alô”.
D: Fala loira! – ele diz como se nada tivesse acontecendo.
N: Fala loira um cacete! Porque não atende a Bia?
D: Já que você quer saber Nathália, eu estou desistindo. – ele diz e eu percebo a tristeza na sua voz, meus olhos enchem de lágrimas...
N: Porque Di? – Nat pergunta sabendo a que ele se refere.
D: Porque eu sei que ela nunca vai enfrentar nem uma mosca pra gente ficar junto. A mãe dela gostou de mim, parece ser muito gente boa, ela teve todas as oportunidades de deixar ela a par do que houve com o Alan e dar apoio pra gente, mas não fez. Eu não quero sofrer, e nem fazer isso com ela. – ele desabafa e as lágrimas que até então não tinham caído, simplesmente despencaram.

Daí em diante, não presto mais atenção em nenhuma palavra dessa maldita ligação, só consigo chorar.

...

“Eu sei essa distância quer nos separar,
Mas quando a gente ama,eu penso assim sei lá
Não é um sacrifício,é uma prova de amor.” ♪


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que estão achando de Bia e Diego? *-* Eu super shippo! Sou suspeita a dizer.
Comentem *-*
Uma boa virada de ano pra vocês loves!
Beijinhos de luz no core!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Eu só queria você pra mim" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.