Eu só queria você pra mim escrita por Beatriz Santos Silva


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Momento super fofo entre Helena (mãe de Alan) e Nat. Você vão gostar!
Gente perdão por toda essa melancolia, tudo ta meio triste porque nossa personagem não está passando pelos melhores momentos da vida dela, ela está em crise, devido ao trauma de infância que foi perder sua mãe. Prometo que a partir de agora nosso casal mais que lindo viverá um momento melhor. Juro juradinho. Espero que tenham Natal incrível! Obrigada por cada view, cada favorite, cada acompanhamento. Espero estar satisfazendo os desejos (quanto a leitura) de todos vocês.
Beijos môs *-*



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POV NARRADORA


– Eu gosto tanto de você que chega a doer... – diz Nathália ao terminar o beijo com alguns selinhos.
– Vamos tentar? – Alan propõe.
– Com calma, já deu tanta coisa errada na minha vida, que... – Nathália é interrompida por Alan.
–Shh... Desse jeito vai continuar dando! Nathália você precisa acreditar que pode ser querida e amada por qualquer pessoa, e principalmente acreditar que você não está sozinha. Desculpa tocar no assunto da sua mãe nesse momento, mas... O que houve com ela foi uma fatalidade, ela não te abandonou, a Renata não te abandonou também, ela apenas foi correr atrás do sonho dela como você também um dia vai fazer, talvez de modo diferente, mas irá fazer, eu também não te abandonei, você me mandou embora por que é insegura... – Alan diz olhando no fundo dos olhos de Nathália.
– Alan, eu sofri muito ao perder minha mãe! Muito... Apesar de ser uma criança. Você não sabe o quanto. – Nathália diz.
– Eu te entendo Nathália, eu também perdi meu pai não tão recentemente, num acidente de trabalho, mas eu tive que ser forte, porque a partir de então, eu tinha uma família pra cuidar, e aquelas duas mulheres da minha vida que estão lá em casa agora, me dão forças diariamente pra não cair, a ponto de estar aqui consolando uma pessoa que sofre da mesma dor que eu.
– Alan, me desculpa... – diz dando um selinho demorado nele, percebendo o quão triste era a perda dele também.
–Para com isso, vou deixar você descansar! – diz Alan levantando-se da cama e depositando um leve beijo na testa de Nathália – Espero que esteja melhor amanhã. Sua perna está engraçada! – diz rindo, referindo-se aos espasmos – Espero ter te ajudo minha loira!
– Você sempre me ajuda... – Nathália diz e manda um beijo no ar.

POV NATHÁLIA

Bom, agora vou fazer o que mais tenho feito de ontem pra hoje. DORMIR. Só espero que as coisas passem a dar certo agora...

No dia seguinte...

Acordo depressa sem fôlego, mais uma vez, porém dessa vez consigo estabilizar minha respiração. Quando finalmente a estabilizo, pego meu celular para ver a hora, ainda está cedo, mas o que me chamou a atenção foi a data...

– Eu não lembrava... – digo com os olhos marejados.

Tento me levantar com dificuldade, já estou um pouco mais forte, ando bem devagar até o espelho e vejo que ainda há grande parte das marcas no meu corpo. Tomo um banho, coloco uma calça preta apertada, uma blusinha preta de tecido fino e um pouco transparente e também uma bota preta baixa; prendo os cabelos no alto em um coque desajeitado, pego meu violão e estou pronta.
Desço as escadas bem devagar, meu corpo está dolorido da tensão, faço o mínimo de barulho possível, é cedo, e não quero acordar meu pai. Olho pra cozinha, mas não tenho nenhuma vontade de comer. Saio com o rosto um pouco abatido em direção ao ponto de ônibus, até que uma pessoa me para, Dona Helena.
– Aonde vai andando tão devagarzinho assim minha flor? – ela diz docemente como sempre – Hey que manchas são essas? – ela muda a expressão de doce para assustada.
– Fiquei com essas manchas depois do que houve, acho que a senhora sabe... – respondo.
– Sei sim, aonde vai desse jeito, tão abatida? – ela pergunta pegando em minha mão e passando a outra mão pelos meus cabelos.
– Hoje se completa mais um ano da morte da minha mãe, vou ao cemitério do centro da cidade visitar seu túmulo. – digo e umas lágrimas caem.
– Não chore minha filha! – ela diz secando as poucas lágrimas que escaparam – Não quer que eu chame o Alan pra te acompanhar? Você está bem debilitada ainda, até a vozinha está fraca. – diz Helena que leva a mão à minha testa – E ainda está febril!
– Não quero incomodá-lo, até porque sei que as aulas dele começam hoje! Mais tarde vou à casa de vocês tenho algumas coisas pendentes com ele. – eu digo dando um leve sorriso forçado.
– Okay, hoje Bia sai mais cedo, começaram as provas bimestrais dela, se você quiser ir ficar lá esperando o Alan com ela, adoraríamos, vou fazer um bolo de coco pra você. – ela diz animada.
– Adoraria, agora tenho que ir. – digo beijando sua mão, tenho uma grande admiração por essa mulher desde sempre.
– Vá com Deus! – ela diz dando um beijo em minha testa. Em poucos minutos me senti mais cuidada do que em toda a minha vida.

Pego o ônibus, sento na janela e fico olhando pro nada, até chegar ao metrô, embarco e após algumas estações chego ao meu destino. Compro algumas flores na entrada e me dirijo ao túmulo de minha mãe, e a dor começa a invadir meu peito a cada passo mais próximo que estou.
Chego ao túmulo dela... Sento de frente para a lápide e leio a descrição “Aqui se encontra a melhor mulher e mãe que a terra foi capaz de ter sobre o solo”, eu não duvidaria disso nem por um segundo... troco as flores velhas colocando-as em uma sacola de lixo, e reponho com flores novas.
Pego meu violão e começo a dedilhar entre as lembranças que vem a minha mente.

Flashback On

– Filha, vamos dormir meu amor! A mamãe está cansada. – diz Anna exausta.
– Só se você cantar mamãe. – Nathália diz brincalhona.
– Nat, vá dormir a mamãe ta cansada. – Renata diz incomodada.
– Outro dia eu canto com você meu amor. – Anna diz depositando um beijo em Nathália cobrindo-a.
– Promete? – Nathália pergunta com os olhinhos vermelhinhos de sono acompanhando de um bocejo.
– Prometo. – diz saindo do quarto. Anna nunca mais pôde cantar com sua filha... O câncer a deixava muito cansada o que foi matando-a em pouco tempo.

Flashback of

– Mãe, eu vim cantar com você... – digo chorando compulsivamente devido ás lembranças.

“Mudaram as estações
nada mudou
Mas eu sei que alguma coisa aconteceu
Tá tudo assim, tão diferente

Se lembra quando a gente
chegou um dia a acreditar
Que tudo era pra sempre
sem saber
que o pra sempre
sempre acaba

Mas nada vai conseguir mudar
o que ficou
Quando penso em alguém
só penso em você
E aí, então, estamos bem

Mesmo com tantos motivos
pra deixar tudo como está
Nem desistir, nem tentar,
agora tanto faz...
Estamos indo de volta pra casa”

POV NARRADORA

Nathália ainda ficou um bom tempo diante o túmulo de sua mãe, vez ou outra cantava alguma coisa, para ela essa era um forma de sua mãe pagar a promessa feita, era a primeira vez que Nathália ia ao cemitério sozinha. Mal havia percebido as inúmeras ligações no seu celular.

No bairro...

Alguém bate a porta da casa de Alan, faltava alguns minutos para ele ir pra escola, quando ele atende é o Téo.
– Bom dia Sr. Téo. – Alan diz educadamente.
– Onde está minha filha? – Téo diz num tom sério.
– A Nat? Não sei... – digo preocupado.
– Sabe que dia é hoje? Se completa mais um ano da morte da mãe dela. Ela não está em casa, consegue imaginar como ela está? – Téo diz descontrolado.
– Calma Sr. Téo, eu juro que não sei. – diz Alan colocando-o em uma cadeira próxima da porta.
– O que está acontecendo aqui na minha casa? – Helena aproxima-se deles.
– Mãe, a Nat sumiu! – digo a ela.
– Como sumiu? Eu a vi hoje bem cedinho. – Helena diz sem entender.
– Onde? – Alan e Téo perguntam ao mesmo tempo voltados para ela.
– Ela estava toda de preto com um violão indo em direção ao ponto de ônibus, disse que ia ao centro da cidade. – Helena conta o ocorrido – Ela estava tão abatida...
– Ela foi ao cemitério... – disse Téo.
– Eu pedi pra que ela fosse com o Alan, mas ela disse que não queria incomodar, e que logo estaria de volta. – Helena diz calmamente - Calma Sr. Téo. Pode ir trabalhar tranquilo, vou até sua casa daqui a pouco deixar uma coisa pra ela. E você Alan direto pra escola, chame sua irmã.

Téo se desculpou pela falta de educação e se retirou. Em seguida, Alan e Bia saíram para a escola, a escola de Bia ficava a caminho da sua. Durante todo o caminho mandava inúmeras mensagens para o celular de Nathália, sem sucesso.
Helena não demorou em ir a casa de Nathália, deixou uma marmita na geladeira, e substituiu o recado de Renata que ainda estava lá, por um que dizia: “Almoço na geladeira. Beijos querida. Ass: Helena”. Logo depois, Téo partiu para o trabalho.

POV NATHÁLIA

Meu Deus, que dor, que fome...
Pego o meu celular, e me espanto com a hora, passa da hora do almoço e eu não tomei nem o café da manhã, e nem meus remédios, to a fim de morrer mesmo, só pode (risos).
Só que o que me espanta mais ainda é a quantidade de ligações e mensagem que tem no meu celular, será que alguém morreu? Ligo para Alan, mas ele não atende, deve estar na escola...
Guardo meu violão na bag e me dirijo para fora do cemitério, quando entro no metrô e ele começa a se locomover, me dá uma forte vertigem, então sinto alguém me sentar no banco. Logo passa, então, chego a minha estação e pego o ônibus de volta pra casa.
Quando chego em casa, vou direto pra cozinha e vejo aquele recado, meu coração se enche de amor, então me delicio naquela comida maravilhosa, comida de Mãe.
Passo a tarde de repouso, nem coragem de tirar a roupa que estava eu tive...
De repente já está no meio da tarde, e me lembro que Bia já está em casa. Pego meu violão novamente e me dirijo à casa do Menezes. A porta estava aberta então entrei sem cerimônias.
– Obrigada! – digo ao ver Helena terminando alguma receita na cozinha.
– Que bom que você chegou, estávamos preocupados. – Helena diz se dirigido a mim com um sorriso largo – Venha, sente-se, a Bia já está descendo. – ela diz guardando meu violão junto ao piano.
– Nat! – diz Bia toda animada descendo as escadas e correndo até mim depositando um beijo em minha bochecha.
– Ai que amor! – eu digo a ela.
– O que está fazendo mãe? – diz Bia.
– Bolo de coco. – Helena responde e Bia vai ao delírio. – Tomou seus remédios Nathália? Sua cara está péssima. – ela diz voltando-se pra mim.
– Tomei sim, depois do almoço. – levanto-me e vou me olhar no espelho, meus olhos estão pretos da maquiagem escorrida – É, tem razão, estou péssima. Mas ficar deitada até eu ficar 100% não vai me ajudar muito. Hoje a última coisa que eu preciso é ficar sozinha. – desabafo.
– Você não está! – diz Bia abraçando-me de lado.
– Posso? – pergunto apontando para o piano.
– Deve, vem eu te ajudo. – Bia vai comigo até o piano.

Bia ouve atentamente o soar das primeiras notas...

“Playground school bell rings again
Rain clouds come to play again
Has no one told you she's not breathing?
Hello, I'm your mind giving you someone to talk to
Hello!

If I smile and don't believe
Soon, I know I'll wake from this dream
Don't try to fix me, I'm not broken
Hello! I'm the lie living for you so you can hide
Don't cry

Suddenly, I know I'm not sleeping
Hello!
I'm still here
All that's left of yesterday.”

POV ALAN

Passei a tarde toda preocupado, ainda por cima vi uma chamada perdida de Nathália, e quando vou ligar o celular descarrega. Shit!
Chego em casa a tempo de ver a cena mais perfeita do meu dia. Nathália tocando piano e cantando, Bia dando passos leves e suaves ao acompanhar a música, e minha mãe observando as duas com uma cara de quem estava apaixonada assim como eu.
Mas logo me entristeço ao ver que no meio da música Nathália passa a cantar chorando compulsivamente. Eu não posso deixá-la, seria um covarde se fizesse isso...
Assim que acaba a música Bia vai até ela e lhe dá um abraço demorado. Enquanto eu e minha mãe as aplaudimos.
Caminho até Nathália, levanto-a, e a tomo nos braços, parecia um anjo ferido, e por ele foi me dada toda a responsabilidade de cuidar, amar, e respeitar.

– Mesmo se eu não entendesse um pouco de inglês, ainda sim entenderia o porque você cantou essa música... – digo dando um beijo na sua testa - Estava preocupado! - digo olhando-a fixamente naquele olhos azuis cheios de vontade de ser feliz, mas corrompidos por uma tristeza que parecia não ter fim.
– 10 anos Alan, 10 anos! – Nathália diz secando as lágrimas.
– Essa dor jamais vai passar minha loira, mas você pode aprender a conviver com ela, assim como eu. Você precisa perceber que tem motivos pra continuar. – eu digo acalmando-a – Tipo, eu preciso da minha pianista 100% domingo. – digo e imediatamente surge um sorriso em seu rosto.
– Só você viu! Eu te odeio... – diz dando um abração de urso em mim, na dúvida se ria ou se chorava.
– E eu adoro ver você naquele piano! – respondo.
– Meu violão ta aqui. – digo entregando-o a ele – A entrada da noiva vai ser essa... – diz Nathália e começa a tocar e cantar novamente.

“Ave Maria madre de amor y de bondad
Alumbra mi alma se mi guia
Madre mia de mi ten piedad
Solo tu podras mis pesares calmar,
Mis pesares calmar
Amarte o madre es mi consuelo
Amarte siempre y cada vez más
Ó madre mia en el cielo
Algun vez te quisiera mirar
Ave maria madre de amor y de bondad
Alumbra mi alma se mi guia
Madre mia de mi ten piedad
Solo tu podrás mis pesares calmar mis pesares calmar, Ave Maria.”

Meninos? Bolo na mesa... – eu e Bia corremos pra cozinha esquecendo que Nathália não podia correr, então ela nos olha com cara de Esqueceram de mim, e eu volto pra buscá-la, mas dessa vez a levo no colo. Quase que quem fica roxo sou eu. Menina violenta sô!

... ... ...

“Cê parece um anjo, só que não tem asas laia” ♪


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Notas finais do capítulo

Gente, não esqueçam de comentar, acompanhar, enfim, me ajudarem a ter mais entusiasmo com sugestões. Críticas também são bem aceitas!



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