A garota já tinha arrumado, visto e revisto seu material pela.......décima vez? Não poderia se dar ao luxo de esquecer alguma coisa, ela era quieta demais pra ter que pedir algo pra alguma pessoa da classe. Sentada na sua cama, com sua mochila pronta ao seu lado lembrava-se, enquanto sua mãe não a chamava, do dia que esqueceu sua borracha, arrancou neste dia pelo menos uma dúzia de folhas de caderno, tudo isso por que não tinha borracha pra apagar seus deveres errados e também nenhuma alma da sala se dispôs a lhe emprestar uma.

- Hinata, to pronta filha. Vamos.

- Tá, já to descendo mãe – A garota avisou. Olhou sua mochila pela última vez, pegou seu celular, e seguiu descendo as luxuosas escadas que davam acesso à sala da mansão. – Vamos – depois de passar com sua mãe pela porta de casa pensou – “Pronta pra começar um novo inferno”.

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- Tchau filha – A mulher mais velha de cabelos preto azulado e longos despedia-se da garota com um beijo no rosto – Boa aula pra você princesa. – Ela desejou, ela que desejava mais do que tudo que a sua filha tivesse um pouco de felicidade, coisa que, depois daquele dia ela nunca mais conseguiu encontrar.

- Ah tá – a garota nem mesmo tentava disfarçar o desânimo. Por experiência própria ela já sabia que a aula poderia ser qualquer coisa menos, boa. Desceu do carro, e foi andando direto ao portão principal da escola, este era o primeiro dia de seu último ano escolar mesmo que fosse o último, ainda era um ano escolar, isso trazia a ela lembranças não muito boas.

Como sempre enquanto passava pelas pessoas, ela começava a atrair olhares curiosos dos estudantes. Tanto pela sua beleza quanto por suas vestimentas, que a olhares alheios era um tanto incomum. A garota era simplesmente a cópia física de sua mãe, como todos já lhe diziam, cabelos igualmente preto azulados e longos a única diferença era a franja que Hinata teimava em manter, olhos perolados. Cópia física da mãe, mas, temperamento do pai. Hinata era sem dúvidas uma garota demasiadamente quieta enquanto não estava entre conhecidos, porém, isso mudava quando ela estava perante injustiças, tinha também um gênio muito forte. Sua mãe sempre lhe diz que quando se trata de Hinata, ou a amam ou odeiam. Infelizmente a maioria das pessoas escolhia sempre a segunda opção, os que escolheram a primeira, pouco a pouco foram se distanciando, contra a vontade, da garota. Hinata não tinha um estilo que se podia ver pela rua todos os dias. Usava uma calça preta colada no corpo, com correntes presas aos passantes, uma camisa justa branca estampada com um “Wolf” em roxo, um sobretudo preto e por dentro branco meio aberto, um all star preto de cano alto. A maquiagem que a garota usava era tão escura quanto suas roupas, um batom numa cor de um vinho escuro e delineador contornando toda a área de seus olhos, contrastando sua pele branca. Se não fosse pelo cabelo longo, maquiagem e roupas tão carregadas podia-se dizer que ela era a branca de neve, alguns até arriscavam dizer que ela era a branca de neve gótica. Já ela, há muito não acreditava em histórias de princesas, ou que tivessem um final feliz.

Acabara de passar pelo portão principal do colégio sem deixar de prestar atenção no grande TOQUIO’S SCHOOL escrito na fachada da escola, quando sentiu-se sendo empurrada por uma pessoa.

- Não olha por onde anda garota? – O rapaz moreno e alto, resmungou seus olhos frios fitando-a de maneira curiosa.

- Sasuke querido vem cá, deixa essa estranha aí. – Uma garota ruiva se aproximou olhou com perceptível desprezo pra Hinata, que imediatamente retribui o olhar.

- Tá Karin, agora me solta – O moreno retrucou se desvencilhando da ruiva, que o puxou novamente para a entrada da escola.

“Olha por onde anda??! Ele que me empurrou”- Hinata logo pensou indignada, andou mais alguns passos apressada em direção à escola, não viu quando estava se aproximando de uma calçada e quase levou um tremendo tombo.

- Oopa – um garoto loiro com olhos extremamente azuis a segurou pelo braço – te peguei bem na hora hein – disse a soltando quando percebeu que a garota não iria mais cair – Cuidado viu por onde anda, não vou estar aqui sempre – Ele finalizou coçando a cabeça com a mão direita e esboçando um sorriso aberto, antes de continuar andando. O sorriso mais lindo que Hinata já vira.