01 de Janeiro de 2015
11:00 A.M
– FELIZ ANO NOVO. - Gritei para Tate pulando em seu colo.
– Sai sua gorda. - Ele disse rindo me jogando para o lado. - Feliz ano novo.
– Você dorme demais. Vim aqui mais cedo para sairmos, porém sua mãe disse que você estava dormindo.
– Cara, você é louca. Ficamos acordados até 5 da manhã e você tava de pé mais cedo? Não cansou no show de ontem? - Ele perguntou colocando a cabeça dele no meu colo.
– Eu devo admitir, o show do Arctic Monkeys estava ótimo, mas não cansei e sim aproveitei. E hoje é o primeiro dia do ano, temos que aproveitar enquanto da. Somos jovens, Tate.
– Somos jovens, mas temos que dormi do mesmo jeito.
– Vou almoçar no shopping. - Disse me levantando.
– Tenho que ir junto? - Perguntou fazendo manha e se encolhendo no sofá.
– Não, meu anjo. Vou sozinha mesmo. Depois vou acompanhar Soph em um aniversario, nesse sim você tem que ir. - Falei e ri logo em seguida que vi a careta feia que ele havia feito. - Ah, entes que eu me esqueça, ligue para Sam, ela gosta de você, Tate. - Disse jogando o celular do mesmo em cima dele. - Vou indo, meu amor. - Dei um beijo na bochecha dele e antes de ir embora me despedi da mãe dele.
***
03:00 P.M
No shopping estava um tumulto total, não sei se era por causa que era o primeiro dia do ano ou porque tinha uma banda de garotos na praça de alimentação, devo admitir, quando escutei as garotas, que aparentavam ter quatorze anos, falando no provador, fiquei curiosa para ver a tal banda.
Depois de pagar minha nova jaqueta de couro, sai da loja e fui em direção da praça de alimentação para comprar um lanche e levar para Sophia. Me assustei assim quando eu entrei lá, nunca vi tantas meninas gritando, mas apenas ignorei e fui em direção ao Mc donalds.
Quando a mulher terminou de preparar e colocar para mim levar para viajem eu comecei a escutar uma voz, o que me fez parar. Sua voz entrou pelos meus ouvidos e não saiu mais, meu corpo parou completamente. Ele estava cantando I won’t give up, então eu comecei a lembrar da gente.
Eu fui uma completa idiota por ter me afastado dele, mas o que eu podia fazer? Eu estava completamente perdida.
Me virei lentamente e vi ele ali, no mini palco que o shopping coloca quando tem música ao vivo. Ele estava mais alto, e seus cabelos estavam bagunçados, devo dizer que ele estava lindo.
– I’ll be here, patiently waiting. - Assim que ele cantou esse verso seus olhos se toparam com os meus, então ele começou a cantar com mais intensidade, então eu percebi que era pra mim.
Quando Josh terminou de cantar aquela música ele pediu um tempo para todos e veio em minha direção.
– Emma. - Ele disse assim que parou na minha frente.
– Josh. - Disse o olhando e sentindo as lágrimas começarem a se formar nos meus olhos.
– EMMA. - Escutei uma voz familiar atrás de mim, e quando me virei me surpreendi com quem vi.
– AUGGIE! - Exclamei o abraçando.
– Quem é morta sempre aparece, não é mesmo Josh? - Perguntou Nick aparecendo do lado do Josh e dando um abraço de lado no amigo.
– Seus baitolas. Finalmente conseguiram fazer sucesso ne? - Disse rindo e os puxando para sentar.
– Se não fosse por você ainda íamos está na garagem do Josh. - Auggie disse rindo de sentando do meu lado.
– Não é verdade, Alex também ajudou! - Exclamei rindo, mas parei assim que percebi que citei o nome do meu irmão.
– Emma. - Josh disse me olhando triste e me abraçando de lado.
– Temos que ir, Josh. Hoje é nosso dia de folga e os meninos estão no esperando na sua casa. - Nick disse tentando quebrar o gelo.
– Os meninos estão aqui? Todos? - Perguntei deixando um sorriso escapar.
– Sim, dente de leão. - Auggie me chamou pelo apelido que ele tinha me dado quando tínhamos sete anos.
– Você ainda lembra. - Disse dando um sorriso enorme.
– Era desse sorriso que eu sentia falta. - Josh disse dando um beijo na minha bochecha.
– Gente, eu tenho que ir. Prometi de levar Soph pra festa da amiguinha dela. - Disse me levantando e pegando o lanche da mesma.
– Eu te acompanho. - Josh disse se levantando e começando a andar do meu lado. - Como ela está? - Ele perguntou sem jeito me olhando.
– Ela está bem, apesar de tudo, ela é forte. Você sabe.
– Você não imagina o quanto eu fiquei preocupado quando você chegou aquela madrugada indo a busca. - Ele disse se referindo ao dia em que o meu irmão morreu e eu fui buscá-la de madrugada.
Flashback on
25 de dezembro de 2013
03:00 A.M
Após Tate sair da minha casa eu me deitei, porém lembrei da Sophia. Coloquei minhas havaianas e sai da minha casa atravessando a rua e indo em direção à casa do Josh, ainda chorando. Após tocar a campainha percebi o tanto que fui idiota. Eram três da manhã e eu estou tocando a campainha da casa dos outros. Atores da porta, pude escutar passos indo em direção à mesma, então Josh abriu a porta, e fez uma cara de preocupado assim que me viu.
– Ele morreu, Josh. - Desabei assim que aquelas palavras saíram da minha boca.
– Oh Emma. - Josh me abraçou então eu comecei a molhar sua camisa por completa.
– Onde ela está? - Perguntei em desespero

– Calma, Emma. Ela esta dormindo no quarto com o meu irmão. – Após escutar essa palavra me arrepiei.

– Não deixe nada acontecer com o nosso Colin, por favor, Josh. Na vida tudo pode acontecer. – Disse começando a dar pequenos passos. – Me desculpa. – Disse por fim e sai correndo, indo em direção a praia e ficando ali enquanto observava uma foto minha e de Alex naquela mesma praia, me lamentando por ter deixado ele sair para ir buscar meu presente, não naquela manhã.

Flashback off

– Me desculpe por ter dito adeus, Josh. – Paramos na frente do meu carro. – Eu fui horrível, fui um monstro. Me arrependo tanto. – Comecei a chorar. – Disse adeus para você foi o maior erro da minha vida. Disse adeus pra pessoa que eu mais precisava naquela hora.

– Está tudo bem, meu anjo. O importante é que agora não vamos mais ter esse problema. Vou ficar na cidade essa semana, estamos organizando uns papeis para voltarmos para a cidade. Depois de amanhã é aniversario do Alex, você quer que eu fique com você? – Me perguntou assando o polegar na minha bochecha.

– Eu não sei, você e os meninos podiam dormi lá em casa, pediríamos pizza e alugaríamos uns filmes de terror, só que dessa vez sem um integrante do grupo.

– Aposto que os meninos vão topar. E de manhã ou de tarde podíamos ir comprar uma câmera nova pra você, ne minha princesa? – Perguntou se encostando no meu carro e me encarando.

– Eu não sei, meu amor. Talvez eu vá sair com Tate e uma amiga nossa pelo dia. Eles veem me ajudando nesses tempos pra cá.

– Então você me trocou pelo nosso vizinho? – Perguntou ele rindo. – Devo admitir, ele não é feio.

– Virou viado assumido, Josh? – Perguntei rindo. – E não, não troquei você e nunca vou trocar. – Disse o abraçando apertado e ficando nas pontas dos pés dando um beijo no queixo dele, que foi o máximo que eu consegui chegar fazendo muito esforço.

– Baixinha. – Ele disse rindo e abrindo a porta do carro pra mim. – Senti sua falta.

– Eu também. – Disse por fim dando partida no carro e o deixando ali, no estacionamento do shopping.

***

Corria feito louca pela loja de games, que estava tendo o aniversário do melhor amigo da Sophia, atrás da minha irmã que havia roubado meu cupcake, então quando eu a alcancei peguei o glace que tinha no mesmo e passei no rosto dela, rindo em seguida.

– Emma, quero ir embora. – Minha irmã disse tristinha.

– Por que meu amor? Não está se divertindo? – Perguntei vendo que ainda eram 07:10 P.M minha irmã nunca gosta de ser a primeira a ir embora.

– Austin não está brincando comigo. – Ela falou abaixando a cabeça.

– Soph, ele está tentando dar atenção para todos. E vocês passam o tempo todo juntos. – Disse fazendo carinho no cabelo dela.

– É porque eu queria que você me levasse em um lugar. – Ela disse sorrindo sapeca e eu sorri de volta.

– Fala onde quer ir.

– Perto daquela faculdade enorme que o papai trabalha tem uma loja de antigos discos de antigas bandas, queria que me levasse lá. – Arregalei os olhos assim que ela disse isso.

Quando eu e o Alex eramos crianças papai levou a gente para Harvard, na intenção de fazer com que a gente conhecesse a faculdade que ele trabalha, mas acabou que Alex viu uma loja de discos e afundou com os planos do nosso pai. O dono da loja é o pai do Matthew, que era o melhor amigo do meu irmão. Foi assim que nós nos conhecemos.

Alex acabou comprando um violão, e voltou depois de um mês para comprar a primeira guitarra, já eu comprei um piano, amo tocar ate hoje, porem gosto mais de tirar fotos. Alex pegou dom de punk da família, ja eu, criei a nova geração de musica clássica da família Mendes. Meus planos de faculdade eram medicina na faculdade de papai, mas arruinei meu histórico perfeito quando meu irmão morreu.

– Quem falou pra você da loja de discos do tio Ben? – Perguntei ainda surpreendida com o que minha irmã havia me pedido.

– Matt. – Fiquei mais surpreendida ainda depois dessa resposta.

– Quando você o viu?

– Quando você estava no shopping ele foi lá em casa te ver, mas você tinha saído então eu arrastei ele pra brincar comigo, acabou que ele me contou como conheceu vocês dois. Me leva, por favor. Tenho vontade de tocar guitarra igual o Alex. – Então por um instante lembrei de todas as guitarras de Alex, a primeira que ele havia quebrado fingindo ser um punk e todas da sua coleção.

– É claro que eu te levo. – Disse a abraçando. Mas primeiro vá dar adeus pro aniversariante. – Mandei e assim ela foi.

***

07:50 P.M

Deixei Sophia nos instrumentos de criança e segui em direção aos discos velhos do tio Ben. As vezes sempre encontro discos de bandas de rock que eu gosto, outras vezes encontro de bandas que nunca ouvi falar e começo a gosta.

– Posso ajudar? – Perguntou uma pessoa atrás de mim com um tom safado. Matt.

– Poderia me levar pra cama. – Disse me virando com um sorriso safado no rosto, mas não consegui segurar ele, comecei a rir assim que vi aquela cara de ressaca que ele estava. – Bebeu todas hoje em? – Perguntei dando três tapinhas em seu braço e logo olhei onde Soph estava para ver se não aconteceu nada.

– Minha vida não está fácil depois que você saiu dela quando eu mais precisava de você. – Ele me disse com uma feição triste.

– Me desculpe, eu só não sabia o que fazer. – Falei abaixando o olhar.

– Está tudo bem. – Me abraçou de lado. – Qual você acha que vai ser dessa vez? Punk ou Clássico? – Me perguntou olhando em direção a minha irmã.

– Tenho certeza que vai ser rock, isso sim. Ela estava escutando meus CD’s dos Rolling Stones e Pink Floyd, além de que ela me disse que quer ter guitarras igual as do Alex.

– Mais uma diferente. Seu pai vai morrer quando souber.

– Ele vai te culpar, ninguém mandou falar da loja pra ela. – Disse rindo e começando a ir em direção a minha irmã, sendo acompanhada pelo Matthew.

***

– PAPAAAAAAAAI. EMMA COMPROU UM VIOLÃO ROXO PRA MIM. – Emma gritou enquanto saia correndo pela casa, e eu apenas ria atrás.

– VOCÊ FALOU PRA ELA DA LOJAQ DO BEM, EMMA? – Gritou meu pai do escritório dele.

– FOI O MATTHEW, NÃO EU. – Respondi de volta me sentando no sofá e ligando a TV.

– Eu escutei direito? – Perguntou minha mãe aparecendo da cozinha. – Você viu o Matthew hoje? – Minha mãe sempre quis que eu namorasse com o Matt, mas a gente sempre se viu como irmãos.

– Ele, Josh, Nick e Auggie. – Disse me virando e a encarando.

– Você e o Matt vão namorar agora? – Perguntou minha mãe com esperanças.

– Não, mãe. – Respondi rindo procurando um filme qualquer na NetFlix.