The Last Taste - Season 2 escrita por Henry Petrov


Capítulo 14
Through Many Dangers, Toils And Snares


Notas iniciais do capítulo

FELIZ 2015!!!
Aqui vai o primeiro capítulo de 2015 pra vocês. Quero desejar pra vocês um feliz ano novo, muita felicidade, paz, saúde e que vocês tenham uma visão MARAVILHOSA nesse ano porque eu tenho muita coisa preparada, coisa que eu tenho guardado desde que eu comecei a Season 1, então... Março, aniversário de um ano de TLT, promete :v

Enfim, era só isso. Espero que gostem. Boa Leitura :)



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Levamos o corpo de Hanna até as masmorras, onde deixaríamos lá até que o plano funcionasse. Eu não chorava, mas as lágrimas caiam mesmo assim. Sophie chorava, mas tentava esconder. Enquanto eu a carregava pela Fortaleza, olhos se voltavam para o corpo, murmúrios começavam e alguns choravam. Ninguém ousou perguntar o que acontecera. Eu não queria saber da guerra. Eu não queria saber se Lúcifer chegara. Minha mente estava voltada para Hanna e toda as vezes que errei com ela.

Ao chegar nas masmorras, depositei-a no chão de uma das celas. Sophie encostou o ombro na grade, enquanto me observava depositar o corpo. Ela levou a mão ao rosto, enxugando as lágrimas. Permaneci agachado ao lado de Hanna, observando seu rosto, seus olhos fechados, lembrando de como eles brilhavam quando abertos. Afastei o cabelo de seu rosto e sorri. Levantei e fui até a parede da cela. Mordi um lábio.

Furioso, soquei a parede, sucessivamente, soltando gritos de desabafo. As lágrimas voltaram a cair. Sophie segurou meu ombro, tentando me acalmar.

Isso não devia ter acontecido! falei, ofegante, em meio às lágrimas. Eu devia ter matado aquele filho de uma mãe! Eu devia ter arrancado a cabeça de Jason com minhas próprias mãos!

Isso não mudaria nada, Peter! disse Sophie, chorando mais ao ver meu estado. Ela ainda estava morta! Não foi culpa sua!

Quem é você pra dizer isso?! vociferei. Apontei meu dedo em seu rosto. Você não entende! Vai embora! Me deixa sozinho! Você não sabe de nada! NADA!

Voltei para a parede, desviando o olhar. Gritei mais uma vez, socando cada vez mais a parede. Pouco me importava se minha mão sangrava. Eu estava irritado, eu senti a fúria tomar conta de mim e eu precisa expulsar aquilo de mim. Apesar de minha reação, Sophie não saiu.

Não. ela disse, engolindo o nó em sua garganta. Sua expressão de tristeza se tornou raiva. Não. Coragem.

O quê? perguntei, olhando para ela com indignação.

Eu não vou sair. respondeu, cruzando os braços. Peter, você diz que eu não sei de nada. Mas eu sei. Eu sei mais do que você. Eu conheço a dor, Peter. Eu sei o que é tristeza, eu sei o que é luto.

Ela suspirou.

Eu sei o que é perder alguém. concluiu. E ainda mais saber que a culpa, indireta e diretamente, é toda minha. Minha mãe morreu para que eu vivesse. Meu pai se matou porque não conseguia viver sem ela. Eu vivi minha vida inteira sozinha e sabendo que a culpa era toda minha. Além disso, não sei se você se lembra, Peter, mas fui eu quem matei Hanna. Eu empunhei a faca. Eu a apunhalei. Então eu sei de tudo, Peter. Eu sei o que você está sentindo. Sei também que você não quer que eu vá. Quer que eu fique. Quer que eu te console. Porque é isso que eu sempre fiz. E é isso que você nunca deu valor.

Voltei-me para ela. Eu estava um desastre. Meus olhos vermelhos, as bochechas ensopadas. Ela estava certa. Sophie era a única a quem eu não me importava em parecer fraco. Em parecer miserável. Ela me abraçou. Não foi um abraço forte, mas foi um abraço que me deu forças. Era o que ela sempre fazia: me dar forças. E mais uma vez, estava certa. Eu nunca lhe dei o devido valor. Desfizemos o abraço e nos encaramos por alguns instantes. Ela me deu um sorriso comprimido e apertou minhas mãos, se voltando para sair da cela.

Antes que ela passasse pela grade, a chamei:

Sophie.

Ela se voltou para mim, atenta.

Eu... tentei, mas nada saiu.

Continuei gaguejando sem falar. Eu queria dizer Eu sinto muito, mas não saía.

Ela desviou o olhar por um instante e me encarou.

Eu sei. Eu também. adivinhou, saindo da cela.

Suspirei, olhando para Hanna deitada no chão. Ergui a cabeça e lembrei de suas palavras: Lute.. Respirei fundo e saí da cela, subindo as escadas de volta para o saguão.

Estava uma bagunça. Os recrutas corriam de um lado para o outro, se esforçavam para reduzir suas armas aos disfarces. Um deles quase me arrancou o braço, correndo feito louco. Antes que eu tivesse tempo de perguntar qualquer coisa, Rachel apareceu subitamente na minha frente.

Lúcifer está a menos de um quilômetro daqui! exclamou, me puxando escada acima, em direção às câmaras.

Achei que tivéssemos dez horas?! exclamei, quase tropeçando em um dos degraus (típico).

Pois é, dez horas que agora são cinco minutos! ela gritou de volta, me empurrando para dentro da câmara.

Silêncio mortal. A correria cessou. Rachel e eu nos entreolhamos, tentando não mexer um músculo. Cada segundo silencioso me levava à loucura. Isso não era bom.

Apareça, Peter Roman!

Aquela voz...

Lúcifer. Rachel me olhou com medo. Segui para o saguão. Uma multidão se empurrava na entrada. Abri espaço em meio a multidão, tentando chegar à frente. Finalmente, cheguei à frente de todo mundo, com Paris, Olsen, Sophie, Rafael... Enfim, o bonde todo em minha volta.

Lúcifer estava a mais ou menos cinquenta metros à frente. Ele usava uma jaqueta de couro preta, com uma blusa branca por baixo. Sua boca estava contorcida em ódio. Atrás dele, estava metade de seu exército, pois a outra metade fora devastada por nós. Todos usavam roupas comuns. Bom, o que você espera numa guerra: pessoas de armaduras, capacetes com penachos, escudos de metal e coisas do gênero. Era bem comum, na verdade. Apesar disso, dois demônios usavam roupas mais sofisticadas. Um era alto, de cabelos retos e castanho-escuros. Ele usava um terno risca de giz com uma gravata azulada. Não parecia ter mais de 20 anos. Ao seu lado, outro homem, de cabelos volumosos, usava um blazer preto sobre uma camiseta listrada.

Porém, uma pessoa desentoava aquela multidão nojenta: Kaitlyn. Ela usava um longo vestido preto, com um chapéu aparado por um véu. Seus cabelos lisos pendurados em seus ombros revelavam um mínimo brinco quadrado. Ela deu um leve sorriso ao me ver.

Lúcifer. cumprimentei. Kaitlyn.

Soube que você roubou minha Fortaleza. disse Lúcifer, desgostoso, ignorando os cumprimentos.

Não roubei nada. Um trono naquele castelo é meu. anunciei. Tentei dar um tom autoritário às minhas palavras, mas eu soava cada vez mais patético.

Ah, porque você matou Lilith. Estou cansado de ouvi-lo se gabar por aí sobre isso. sua voz estava tensa e raivosa. Por um momento, me perguntei se eu sobreviveria a um ataque de raiva de Lúcifer. Bom, de qualquer maneira, eu quero minha Fortaleza de volta.

Desculpa, mas não é mais sua. Agora é nossa.

Ele pendurou sua cabeça, impaciente.

Sabe que sou um Senhor misericordioso, não é? perguntou, me olhando com desconfiança. Vou lhe dar duas escolhas: você pega esse seu canil que você chama de exército e volte pro buraco de onde veio...

Ou? perguntei.

Ele soltou um único riso.

Cabeças vão rolar. completou.

Que rolem. Mas a perda será sua. contestei.

Ele suspirou.

Você não desiste, não é? perguntou. Estou começando a gostar de você, Peter Roman.

Ele deu um leve olhar para seus companheiros ilustres.

Notei que você ficou um pouco... Distraído na presença de nossos irmãos. disse, apontando os dois demônios com a mão. É compreensível, claro. Eles são, de fato, seus verdadeiros irmãos. Sua verdadeira família. Peter, conheça Azazel.

O de cabelos volumosos deu um passo a frente. Ele deu um leve aceno com sua cabeça.

Bael.

O mais jovem se aproximou. Seus cabelos retos e a expressão rebelde em seu rosto ia contra o terno que vestia.

E por último, mas não menos importante... começou. Corri o olhar pela multidão atrás de um terceiro homem bem-vestido, mas não encontrei. Mammon.

Senti uma leve pressão em minha garganta.

Poupe-nos as apresentações. Não é o nosso primeiro carnaval, não é, Roman? disse no pé do meu ouvido. Tem visto a sua mãe? Ou aqueles seus amigos que estavam naquela festa que você deu na sua casa? Ah é, eu os matei!

Não era uma voz demoníaca. Tampouco masculina.

Rachel. reconheci. Você está possuindo Rachel.

Um riso esganiçado veio em resposta.

Vai me dizer que caiu na história do pobre Jared? perguntou, irônico. Rachel era uma garçonete Austríaca que fazia uns extras de vez em quando. Meio que estava pedindo por isso.

Ele riu mais uma vez.

Agora, eu quero todos vocês abrindo o espaço para o dono dessa bagaça! exclamou Mammon, ainda me mantendo sob sua faca.

A multidão na entrada se dispersou levemente. Aproveitei a distração e soquei Mammon com o cotovelo. Ele caiu de joelhos. Foi aí que começou.

Os recrutas não perderam tempo. Ao notar que eu estava fora de perigo, brandiram suas armas e investiram contra o exército de demônios. Mammon pegou sua faca e brandiu-a para mim, acreditando que eu estava desarmado. Arranquei os óculos de meu rosto e a espada se projetou diante de mim.

Em volta de nós, uma batalha acirrada se desenvolvia. Com o canto do olho, pude ver Sophie arrancar cabeças com um único golpe, Lúcifer dançar sua espada com tamanha destreza, apunhalando corações e perfurando gargantas. Também vi alguns recrutas caírem sob a neve fofa, com lâminas em seus corações. Ou então apenas suas cabeças tocavam o chão. A neve, com o passar do tempo, pareceu adotar um tom avermelhado. Um tom cor-de-sangue.

Mas eu não dava muita importância. Mammon e eu estávamos em uma disputa individual. Bom, por alguns instantes, foi apenas olho a olho. As espadas empunhadas, um encarando o outro. Então, tentei um golpe lateral, mas ele se esquivou e contra-atacou com uma cortada acima do ombro. Bloqueei com a espada, mas ele se revelou mais inteligente do que eu esperava. Era um golpe falso. Antes de atingir meu ombro, ele desviou a sequência e me atingiu com uma cortada em meu rosto, de raspão. Grunhi alto. Ele aproveitou minha desvantagem para tentar um golpe em meu joelho, mas consegui desviar, oscilando minha espada sobre a sua faca, jogando-a para o alto. Assim como Will fizera meses antes, tomei a faca no ar e pressionei-a sob a garganta de Mammon.

Cessar fogo! gritei, em meio aos urros e berros de batalha.

Aos poucos, os recrutas e os demônios pararam de lutar, atentos ao meu aviso. Até Lúcifer se aproximou o bastante para me observar ir à loucura. Os exércitos se partiram mais uma vez, os recrutas atrás de mim e os demônios à minha frente.

Lúcifer, tenho debaixo da minha faca um de seus... Irmãos. anunciei. Observei o ex-arcanjo se apresentar diante da multidão. De novo.

Ainda ofegante da luta, Lúcifer me olhou com nojo.

Mas como eu sou um Senhor misericordioso, lhe darei uma escolha. sorri, vendo Lúcifer adotar um tom avermelhado de fúria. Ou você me devolve Kaitlyn, pega seus bichinhos de pelúcia e volta pro parquinho de onde veio...

Ou? completou ele.

Uma cabeça vai rolar. voltei meu rosto para Mammon. Meu Deus, eu com certeza estava com uma cara de psicopata. E eu vou ter o Poder de dois Cavaleiros do Inferno dentro de mim, somado com a magia dos selos... Tsc, tsc... Isso seria vitória para Aslyn por unanimidade.

Ainda com o sorriso em meu rosto, corri meus olhos pela multidão. Kaitlyn me observava atenta, com um olhar preocupado. Um olhar que dizia espero que esse não seja seu melhor plano.

Lúcifer cerrou os dentes, olhando para os lados.

Você não vai matá-lo. disse, tentando parecer inteligente, mas parecia cada vez mais patético. Se você matá-lo, será poderoso demais. Seu corpo não aguentará e, a não ser que você se torne um demônio completo, seu corpo vai explodir e você deixará de existir.

Estou disposto a arriscar. repliquei.

Ele estendeu sua cabeça, para que eu ouvisse com atenção.

Duvido.

Dei de ombros. Tratei de dilacerar a garganta de Mammon, mas fui interrompido.

Pare!

Era Lúcifer. Seu lábio inferior tremia de medo. Eu via isso em seus olhos. Ele sabia que se eu matasse Mammon, era cheque-mate para ele. Um pouco de sangue escorreu da garganta de Mammon, causada pela forte pressão da faca. Soltei o Cavaleiro e ele cambaleou para o outro lado, enquanto Lúcifer guiava Kaitlyn com a mão pousada em suas costas, empurrando-a para mim. Mammon foi socorrido por alguns outros demônios. A ferida não curou. Um demônio passou sua mão sob a ferida e ela curou, como se a cura acelerada de Mammon não estivesse funcionando. Rapidamente, voltei-me para o meu corte. Ainda sangrava, escorrendo de meu queixo até minha blusa.

Droga. praguejei.

Imitando o outro demônio, suspendi minha mão sobre o corte e ele se curou, deixando uma leve cicatriz. Com certeza, isso era efeito da Lâmina de Cain, ferindo os corpos sobrenaturais de um jeito que o corpo não se curava rapidamente.

Então, vi Kaitlyn a alguns metros de mim, me observando com atenção. Ela correu até mim e a abracei, sentindo meu corpo se encher de tranquilidade por vê-la sã e salva. Arranquei aquele troço de sua cabeça e segurei seu rosto com minhas duas mãos. Ela sorriu pra mim. Afastei o cabelo de seu rosto e ri levemente.

Bem-vinda de volta! anunciei.

Ela riu.

Senti sua falta. falei, sério.

Ela deu um leve sorriso.

Também. Muito. respondeu de volta.

Abracei-a uma última vez. Ela pousou sua cabeça em meu peito e afaguei seu cabelo, como um pai abraçando sua filha após a jornada de trabalho.

Ao fim do dia, o batalhão de Lúcifer se retirou, derrotados. Por ora.

Enquanto isso, nos recolhemos à Fortaleza e colocamos uma mesa no pátio principal, uma mesa grande o bastante para caber todos. Demos um banquete de retorno à Kaitlyn, afinal, ela era a Morgan e isso significava além de ter de volta alguém que amávamos, tínhamos de volta nosso triunfo na batalha. Kaitlyn sorria na maior parte do tempo.

Como foi estar com ele 24h por dia? perguntou Paris, curiosa, durante o banquete.

Kaitlyn hesitou, pensativa.

Olha, não foi muito diferente do que eu pensava. revelou, tomando um gole de vinho. Ele passava a maior parte do tempo se alimentando de pobres inocentes e me obrigava a assistir. Ou então ficava me contando sobre seus dias de glória nas Eras Medievais.

Ela deu de ombros.

Ele não estava muito afim de me matar. Acho que seria mais fácil eu morrer de tédio. riu.

Arqueei as sobrancelhas.

Espera aí. chamei a atenção. Todos os líderes, que estavam sentados perto da minha cadeira, apuraram seus ouvidos. Ele não te matou.

Kaitlyn riu.

E isso é ruim?

Isso é ótimo! exclamei. Lembra o que ele disse quando ameacei matar Mammon?

Paris soltou um grunhido satisfeito.

Que muito Poder poderia te matar.

Kaitlyn me olhou com surpresa.

Será que...?

Assenti.

Lúcifer não te matou, não por falta de desejo. continuei. Mas porque sabia que não aguentaria toda o Poder dos Morgan. Já é um milagre você estar viva, imagine ele, sendo quem é.

Kaitlyn encarou o copo de vinho.

Pelo que vejo, Lúcifer é bem mais fraco do que parece. Aposta quanto que essa não é sua única fraqueza?

E tomou um gole, enquanto me encarava com um olhar malicioso.


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Notas finais do capítulo

FELIZ ANO NOVO!



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