Marinwaal escrita por Miss Vanderwaal


Capítulo 6
De um jeito diferente




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Em um primeiro momento daquele beijo singelo, os lábios de Mona se mantiveram imóveis, como se ela tivesse sido pega de completa surpresa e não estivesse sabendo direito como agir. Devido a isso, um rápido calafrio me gelou a espinha. Perguntei-me se havia feito a coisa certa. Assim que a senti corresponder, tive a impressão de que a felicidade atingira minha alma.

Me afastei devagar e notei que o rastro de uma lágrima percorria um lado do rosto dela. Ela não olhava diretamente para mim e eu não tinha certeza se ela estava emocionada ou triste. Obviamente, contei com a segunda opção.

– Mona, o que foi? – perguntei, preocupada, meus olhos observando atentamente suas expressões. – Não devia ter feito isso? Por favor, me desculpe...

– Não – ela me cortou, a voz embargada, acariciando meu braço esquerdo, o que me fez relaxar. – É que... eu nunca havia beijado ninguém antes. E fico feliz que tenha feito isso pela primeira vez com alguém que se importa comigo.

E então lá estava aquele sorriso, e eu percebia agora que era capaz de ver através das lentes dela, de seus olhos úmidos e de todo o sofrimento que eles ainda guardavam. Ela era tão... pura, tinha tantas qualidades! Eu apenas me perguntava por que diabos eu tinha sido a primeira a perceber aquilo e desejava que ela tivesse sido o meu primeiro beijo também – e não um garoto imbecil que me beijara por causa de uma aposta em uma das festas que Ali costumava nos convidar somente por pena.

Com o olhar doce ainda grudado em Mona, ajeitei uma de suas presilhas.

– Eu me importo com você – confirmei, finalmente. – Muito.

E ela me abraçou, do mesmo jeito imprevisível que beijara minha bochecha na frente da casa dela no dia anterior. Porém o mais surpreendente foi que eu não senti que aquele era um abraço que dizia que estávamos envolvidas romanticamente. Senti que não havia cobranças ou tampouco esperanças de algo que fosse além daquele singelo beijo. Ela estava me agradecendo, apenas.

Mona estava usando uma malha de lã por cima da blusa, o que a fazia ficar ainda mais “abraçável” e apenas ali eu pude perceber o quanto ela era pequena. Cabia anatomicamente em meus braços.

– Eu amo você, Hanna – sussurrou-me ela, com a cabeça encaixada abaixo de meu pescoço.

Novamente, eu senti que era um tipo diferente de declaração. O puro sentimento de amor, sem esperar nada em troca, sem pressão, sem necessitar de questionamentos.

Eu não estava confusa. Não precisava que me esclarecessem nada. Apenas beijei-a no topo da cabeça enquanto sentia uma sensação de bem-estar sublime me invadir. O sentimento era recíproco.

– Eu também amo você – disse, sorrindo.


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