Vínculo Invisível escrita por Ally


Capítulo 9
White Angel


Notas iniciais do capítulo

Esse é um capítulo narrado pelo Lysandre, ficou bem curtinho mas explica várias coisas. ^-^
Boa leitura!



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(Ela acreditava em Anjos, e porque acreditava, eles existiam.)

Clarice Lispector.

*

Pov's Lysandre

O que será que ela quis dizer com aquilo? "Como se eu me importasse com ela..." Mas é claro que me importo. Afinal, ela é a minha protegida. Por isso mesmo, tive de apagar sua memória no hospital aquele dia. Para protege-lá. Só não sei como diabos ela lembrou-se de tudo... Quer dizer, eu sempre pensei que fosse impossivel tal coisa.

Flashback On

– Você... Está... Vivo?!

Cath teimava em continuar falando mesmo com a boca sangrando. Ela ainda estava no chão coberta de poeira. A peguei no colo, procurando urgentemente pela saída.

– E-Eu vi... Tinha uma, uma parede em cima de v-você...

– Shh. - Pousei os dedos sobre seus lábios. - Já estamos chegando, aguente firme.

Observei suas palpebrás fechando-se lentamente. Sua cabeça tombou para o lado, ela estava insconsciente. A deitei no chão, enquanto arrancava minha própria camisa, toquei em seu corpo novamente, o tornando invisível, assim como eu estava. Ergui as asas, e então partimos rumo aos céus. A deixei no hospital mais perto, enquanto observava de longe, Cath ser levada para sala de exames. Algumas horas depois, fui até o seu quarto, onde ela repousava tranquilamente.

– Lysandre! - Ela gritou, assim que me viu entrar.

– Shh, fale mais baixo. - Sorri, aproximando-me.

– Eu... Achei que estava morto. - Então uma lágrima desceu solitária pelo seu rosto.

– Eu estou bem Cath.

– Ainda bem, eu não sei o que faria sem você. - A garota levantou-se desesperada e correu até o meu encontro, envolvendo-me em um abraço inesperado.

Então meu corpo paralizou-se. Eu... Nunca tinha sido abraçado por alguém. Era uma sensação boa. Correspondi.

– Cath.

– Desculpe, Lys, é que... Eu podia jurar que vi um pedaço de concreto em cima de você e...

– Você tem que esquecer isso, Catherine Pierce Hastings. - Afastei-me alterado, ela era muito curiosa.

– Como você... Sabe meu nome inteiro? Eu nunca te disse!

– Eu só...

– Você é muito estranho, Lysandre, foi picado por alguma aranha? Ou radioatividade? O que houve com você?! Por que essas coisas que você faz não... São humanas. - Ela andava inquieta de um lado para o outro.

Eu não queria ter que fazer aquilo, não queria que ela se esquecesse de mim. Mas... Porque?

– Olhe para mim, Cath. - Segurei firme seus ombros, a parando. Seus olhos verdes cintilantes penetraram fundo nos meus, é agora. - Você vai esquecer de mim, de tudo que nós vivemos. Entendeu?

– Sim. - Respondeu automaticamente, e então alguns segundos depois, balançou a cabeça confusa.

Mas eu não estava mais lá.

*

Minutos depois, já conseguia avistar ás grandes paredes de vidro de minha moradia. A casa ficava em um morro bem alto e distante da cidade. Eu morava com Czar, o meu fiel mordomo. Claro, ele também não era humano.

– Eu salvei a Catherine hoje novamente, Czar. - Adentrei a grande sala adornada pelos raios alaranjados do sol.

– Eu soube, Senhor. - Ele veio em minha direção com uma bandeja de bebidas. Usava aquele mesmo terno preto, e os cabelos grisalhos impecávelmentes penteados. - Apagou a memória da protegida, não foi?

– Sim. - Peguei uma taça de vinho. - Ela é muito curiosa e esperta, você nem imagina.

O velho riu, enquanto eu jogava-me no sofá.

– O mais engraçado Czar, foi que eu convivi com Catherine por décadas, séculos, milênios, e nunca percebi isso nela.

– As coisas são diferentes, quando se pode escutar, tocar, sentir.

– Ser um Anjo-Caído tem lá as suas vantagens. - Respondi ao velho, que não estava com cara de quem concordava.

– Em compensação, a consequência é devastadora. - Czar disse com pesar.

– Eu... Vou tomar um banho. - Disse. - Esses chuveiros elétricos são incriveís, você tem água caindo a hora que quiser, só para você! Devia exprerimentar qualquer hora dessas, Czar. - Sorri divertido e o velho fez uma careta.

Despi-me, ligando o chuveiro no máximo. Observei as majestosas asas brancas distorcendo-se até virarem pequenos caroços em minhas costas. Enquanto deixava a água levar para longe toda aquela poeira, o cheiro de Catherine invadiu-me as narinas, um aroma doce e suave. Aquela hora do "abraço" o seu cheiro... Empreguinou-se em meu corpo? Será que ela estava bem? Meu sentido não alertava nada, á algum longo tempo. Eu não precisava ficar grudado nela a todo instante, mas... Era bom checar. Vesti-me com a calça jogada no chão do banheiro, e então arqueei vôo, completamente molhado. Pousei em sua janela, ela não estava no quarto. Observei Liríos em seu criado, eu não gostava de Liríos. Preferias Rosas, rosas brancas combinavam com Catherine. Escutei vozes e então fui até a sala, aquele loiro de sua faculdade estava junto á ela, claro que ambos não podiam me ver. Os dois riam divertidos assistindo algo na caixinha colorida. Até que alguns minutos depois... O que era aquilo que estava acontecendo? Porque ela tocava os lábios dele com os seus? Ela estava o beijando? Eu não podia espiona-los assim. Eu me sentia estranho. Voltei até a janela de seu quarto, deixando o apartamento.

Alguns dias se passaram, eu a observava sempre de longe. Ela continuava repetindo aquele ato irritante de colar seus lábios vermelhos nos do garoto loiro. Eu me sentia estranho em relação a ela e a tudo... Eram sentimentos novos, emoções novas que eu desconhecia completamente. Ia acabar ficando louco, se não consegui-se controla-lás. Parei em frente á porta de seu prédio, eu estava visível. Assim que ela despediu-se do loiro, fitou-me curiosa, e então algo definitivamente surpreendente aconteceu. Ela se lembrou de mim.

Flashback Off.

E agora, eu encontrava-me em uma praia deserta. A brisa era tranquila, as ondas chocavam-se com a areia de forma graciosa, e eu quase podia ver o sol querendo nascer no horizonte. Mas, por dentro meus pensamentos torturavam-me. Catherine ordenou-me que a deixasse em paz. Mas como podia faze-lô? Ela era a minha protegida, afinal. Mas, estava realmente difícil, se eu não conseguia me manter invísivel perto dela.

Não poderia jamais esquecer-me do verdadeiro foco. Controle, Lysandre.

Controle.


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Notas finais do capítulo

Mais ou menos assim, imagino a casa do Lys - http://cdn.condenast.s3.amazonaws.com/wp-content/uploads/2011/05/casa_de_vidro_10_copy.jpg Comenteem *-* Até o próximo n.n'