Vínculo Invisível escrita por Ally


Capítulo 6
You don't have to be afraid


Notas iniciais do capítulo

Capitulo grandãozinho ^-^ Boa leitura!



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Faculdade Amoris Allameda 19:00 -

– Sério que ele fez você se vestir de princesa?

Nathaniel ria incrédulo.

– Sim, mas sabe, a irmã dele é um doce.

– Eu imagino. Mas, mesmo assim Cath, foi muito arriscado o que você fez, ele podia ser um marginal... Ou sei lá.

– Eu acho que é esse o meu problema, não vejo maldade nas pessoas.

– Isso não é um problema Cath. É uma qualidade, que te faz uma garota doce e muito especial.

Eu corei com o modo que Nathaniel falava. Éramos amigos, só amigos, muito amigos. Mas sinceramente, tinha horas que o Nathaniel parecia ter saído daqueles contos de fadas, ele era um verdadeiro príncipe encantando que toda mulher espera conhecer um dia

– A aula já está quase acabando, quer que eu te deixe em casa hoje? - Indagou Nathaniel.

– Não precisa Nath, vou pegar o ônibus.

– É perigoso, eu posso te levar sem problemas Cath.

– Sim, mas... Eu me sentiria incomodada se pegasse carona com você todos os dias.

O sinal bateu, e fomos andando até a saída.

– Bom, você que sabe. Mas eu ainda acho que...

– Nathaniel, eu vou ficar bem. - Sorri. - Bobo! Até mais. - Dei um beijo em sua bochecha.

– Espera Cath. - Ele segurou o meu braço. - Vou aceitar essa ideia boba de você querer ir de ônibus, mas apenas se aceitar jantar comigo amanhã.

Nathaniel estava sério. Ele falava sério. Talvez fosse uma boa ideia, nós nunca haviamos nos encontrado fora da escola. Eu tenho certeza que ia ser ótimo.

– Claro. - Sorri gentilmente.

– Eu te ligo. - O loiro disse e então foi em direção ao seu Prius.

O ponto de ônibus estava vazio, mas ficava ao lado do campus, por isso ainda tinham algumas pessoas por ali. Entrei apressada assim que ele chegou. Estava quase vazio, devia ter umas três ou quatro pessoas além de mim.

– Aqui está.

Entreguei o dinheiro da passagem, e então me sentei em um dos bancos do fundo. Tirei o guia-turístico de Paris de minha mochila, e comecei á explorar. Tinham tantos lugares que eu gostaria de visitar, mas que não tive tempo por conta do trabalho e da faculdade. Mas, amanhã era sabádo e eu estaria livre, pelo menos de dia, já que a noite eu tinha um encontro com o Nathaniel.

– O castelo de Versalhes é um lugar interessante para se conhecer.

Um dedo indicador esguio e branco invadiu o meu guia, apontando para o local mencionado. Senti o perfume familiar, suave e amadeirado. E aquela voz, também não era nada estranha.

– Lysandre. Você me assustou.

Disse, vendo o platinado se ajeitar no assento velho do ônibus.

– Desculpe, não vi que estava dístraida.

– O que está fazendo pegando ônibus á essas horas? Está me perseguindo? - Disse, visivelmente irritada.

– Eu estava em um café aqui perto Catherine, e fiquei com preguiça de caminhar até minha casa. Não estou perseguindo você.

Ele desviou o olhar e eu percebi que tinha o magoado.

– Lysandre, eu...Não quis...Bem...

– Tudo bem.

– Eu desço no próximo ponto. Quer me acompanhar até em casa? - Tentei compensar o que tinha feito, sendo gentil.

– Eu adoraria. - Ele sorriu sem olhar para mim, seu olhar estava sem foco, sem expressão alguma. Parecia pensativo.

*

Procurava minhas chaves na mochila, enquanto Lysandre aguardava pacientemente.

– Achei!

Ele sorriu, entrando logo atrás de mim. Lysandre não parecia curioso em conhecer o apartamento, assim como todas as pessoas fazem quando entram em lugares novos. Era como se fosse um ambiente familiar para ele.

– Vou buscar um suco, sinta-se em casa. - Disse enquanto ia apressada até a cozinha, jogando minha mochila no sofá da sala.

Voltei com dois copos, e observei Lysandre sentado no canto do sofá, ele fitava o nada como se fosse algo surpreendente. Ele era definitivamente esquisito.

– Então... O que você disse sobre O castelo de Versalhes, é bonito mesmo?

– Muito. - Ele finalmente olhou para mim, segurando o copo que lhe entreguei. - Principalmente os jardins.

– Amanhã eu estou de folga do trabalho, e com certeza quero visitar esse lugar.

– Seria uma honra se você fosse comigo.

Lysandre deu um sorriso de canto, que fez o meu rosto esquentar e as bochechas adquirirem um tom rosa. Ele era um verdadeiro cavalheiro, apesar de ser esquisito. Usava hoje um casaco escuro, eu nunca tinha o visto sem ser com algum casaco pesado, e olha que nem fazia muito frio aquela época. Seu cabelo estava levemente despenteado o que o tornava extremamente sexy (Sim, eu devia ter algum fetiche por cabelos compridos e bagunçados). Mas o mais incrível e radiante, eram os seus olhos, que mesmos mórbidos e sem expressão conseguiam reluzir de um jeito íncrivel. Aqueles olhos heterocromáticos um dourado, e outro esmeralda. Eu não tinha notado, mas ele era realmente atraente.

– Eu vou, claro. Vai ser divertido.

Despedi-me de Lysandre e fui direto para o quarto. Tomei uma ducha quente, desliguei o abajur, e finalmente acomodei-me no colchão. Dormi como uma pedra, e acordei de manhã com batidas repetitivas na porta.

– Lysandre! - Dei de cara com o platinado todo arrumado, usava uma camisa xadrez com alguns botões abertos, uma calça clara e tênis.

– O que está fazendo de pijamas ainda? - Ele sorriu, suas bochechas estavam mais rosas que o normal.

– S-São nove horas...

– Exatamente, já estamos atrasados.

Droga, o passeio. Eu havia esquecido.

– Entre Lysandre, só vou lavar o rosto e colocar uma roupa, fique á vontade.

Corri para o meu quarto, escovei os dentes, penteei o cabelo em um rabo de cavalo, e coloquei um vestido amarelo curto com um decote nas costas. Estava muito calor, era perfeito para aquele dia.

– Vamos? - Sorri chegando á sala, observando Lysandre lendo algo no guia.

– Você foi rápida. - Ele devolveu o sorriso.

*

O castelo de Versalhes era um lugar maravilhoso. Quer dizer, pelo menos os jardins onde estávamos. Haviam flores e mais flores de todas as espécies e cores. Eu estava alucinada com tanta beleza e aromas.

– Tem uma fonte linda aqui perto, quer ver? - O platinado sorria espontâneo.

– É claro.

E então andamos por um longo caminho de pedras, tinham algumas pessoas mais adiante fotografando. Mas, naquele momento tudo que eu ouvia era o canto melodioso dos passáros. A fonte era enorme, e sua água cristalina. Sentei-me na borda, molhando a ponta dos dedos.

– Isso tudo... É incrivel Lysandre, obrigada por me trazer aqui.

– Não tem que me agradecer. Espera, eu já volto.

Lysandre saiu correndo, mas voltou logo em seguida com uma Rosa branca nas mãos, veio ao meu encontro na fonte e então encaixou o caule da flor por trás de minha orelha esquerda, retirando alguns fios que caira.

– Fique parada, vou tirar uma foto.

– Para Lysandre. - Eu disse envergonhada, mas ele não ouviu.

– Deixa eu ver ao menos como ficou. - Tomei o celular de suas mãos, que pegou logo em seguida.

– Não, não Cath! Depois eu te mando. - Ele sorriu calmo, segurando minha mão. - Vamos entrar no castelo.

– Bom, então tudo bem.

Não estavámos nem perto da metade do local, quando senti um tremor nos pés, minha cabeça começou a girar. Alguns quadros que estavam ali dentro, começaram a cair no chão, junto com um pedaço de concretro, fazendo uma grande poeira se alastrar. Comecei a tossir, enquanto ouvia pessoas gritarem, assim que olhei para cima, não tive outra reação imediata a não ser cobrir a cabeça com os braços, o teto ia desabar sobre nós.

*

Abri os olhos lentamente, minha visão estava turva e embaçada, era impossível enxergar algo ali. Tentei levantar, mas o meu corpo estava pesado, imóvel.

– O qu... - Até o simples movimento dos lábios causavam dor.

Conforme minha visão voltava ao normal, percebi onde estava. Uma onda de poeira sufocante cobria o local, mas era o castelo de Versalhes, ou parte dele. Paredes estavam no chão, assim como quadros e livros. Percebi braços fortes envolvendo-me, e quando finalmente consegui mover o pescoço, a figura de Lysandre em cima de mim, coberto por uma pilha de concreto despertou pânico por todo o meu ser. Tentei gritar por socorro, mas minha voz saiu extremamente baixa e rouca por conta da poeira.

– Cath... Você está bem? - A voz de Lysandre saiu falhada, mas perfeitamente clara.

– V-Você está - Cof Cof - Vivo!

E então magicamente, ele levantou-se jogando a pilha de concreto para longe.

– Vamos embora daqui rápido, você tem que ir para um hospital. Deve ter bombeiros e ambulâncias lá fora.

– Você... Está... Vivo?!

Eu disse ainda no chão, incrédula no que acabará de acontecer. Então ele me pegou pelas pernas, passando minhas mãos em volta de seu ombro, tentando achar a saida, no meio dos escombros.

– E-Eu vi... Tinha uma, uma parede em cima de v-você...

– Shh. - Ele pousou os dedos sobre meus lábios. - Já estamos chegando, aguente firme.

Então minha visão escureceu. E aos poucos o rosto empoeirado de Lysandre ia sumindo, e meu corpo perdendo os sentidos...

{...}


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Notas finais do capítulo

Nove pessoas acompanham a fic e 4 favoritaram, entau quem tiver lendo isso daqui por favor comentem *u* beijos, até o próximo. ❤ Ah, p.s: eu não conheço o castelo de Versalhes, então tudo que descrevi no texto é somente minha mera imaginação u.u



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