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Ártemis estava sentada na varanda de seu templo, aonde estava com a cabeça quando decidiu que iria contar a verdade para ele, de todos os deuses ela tinha que se apaixonar justo por ele, justo por seu irmão, a pessoa mais prepotente do universo.

Ela já devia estar acostumada tantos milênios, tantas noites, olhando a lua e esperando o sol nascer, sempre tentando meter algo de bom na cabeça dele, tentando fazer ele enxergar a garota que ela poderia ser por ele.

Em sã tentativa de esquecer ele, fez o juramento, e isso não ajudou nada e no final foi tudo por nada, tudo pra chegar a este ponto, sentada na varanda pensando no que dizer sobre a burrada de ter o beijado.

– Ártemis abre a porta, a gente tem que conversar – entoou a voz que tanto amava, não queria ver ele agora, não queria ter que dar explicações.

Se viu soltando um muxoxo manhoso em negação, mas Apolo respeitaria a sua negação, é claro que não, o todo macho olimpo nunca respeitaria a vontade de uma lady.

O encarou e o que viu a paralisou, Apolo era a perfeita mistura de cansaço e beleza, abaixo de seus olhos dourados tinha um leve tom arroxeado – insônia – concluiu a deusa – ele ficou sem dormir por mim ?? – na opinião da deusa, o trabalho de uma de suas caçadoras o deixava mais bonito ainda.

– Nós precisamos conversar – disse firme enquanto puxava a cadeira a frente dela – você não pode chegar no meu templo dizendo que quer falar comigo e me beijar dar um tapa na cara e fingir que eu to errado, foi você que me beijou ...

Ártemis o encarou tentando não expressar nenhum sentimento.

– Você não levou o tapa por me beijar, você levou o tapa por se aproveitar ... – deixou a frase morrer.

– Haa então você assume que me beijou ?? – perguntou ele um ar infantil assumindo o rosto bronzeado e o deixando mais perfeito.

Como pode algo perfeito ficar mais perfeito céus ??

– Sim Apolo, quando se passa a eternidade negando – que se ama seu irmão gêmeo –pigarreou – os desejos, é normal você ter um momento de fraqueza.

– Você se sente atraída por mim ?? – um sorriso triunfante aparecendo em sua bela face.

Sempre seria assim, ele sempre seria esse Apolo, caloroso e inalcançável.

– Por favor – bufou indignada – você é o símbolo da perfeição masculina, eu posso até ter nojo de homens, principalmente de você, mas ainda sou mulher ... – e de novo deixou a frase morrer, dando o assunto por encerado, não podia deixar escapar agora.

Eles permaneceram em um silencio tenso por um longo tempo.

Ártemis estava rezando a todos os deuses, para que aquele silencio parrasse, aquilo a matava por dentro, por mais que fingisse que não ligava, era ruim ter que aceitar a verdade, saber que eles nunca ficariam juntos.

– Por que ?? – escutou o deus a seu lado sussurrar.

– Por que o que ?? – rebateu sem entender.

– Fez o juramento – sussurrou novamente – Por que você fez o juramento ??

Sem querer sentiu–se enrijecer.

– Ahh você sabe – Por você – tentou manter a voz estável, mas conforme a mentira se desenrolava sua voz abaixava – eu perdi a única pessoa que amei e que me encanou.

Ártemis estava perdida, escutou Apolo sussurrar um Sinto Muito, mas não ligou.

Por que ele queria saber o motivo do meu juramento ??

Por que ele está com olheiras ??

Por que justo ele ?? De qualquer outro deus, por que ele ??

Um longo e tenso silencio se estendeu entre os gêmeos arqueiros.

– Bom eu tenho que dormir – disse meio hora depois, e vendo o sorriso malicioso que ele lançou – e não, eu não quero que você durma comigo.

Não esperou resposta, entrou com tudo em seu templo, fechando a porta e se deixando escorregar pela mesmo, não queria que aquilo se estendesse, mas era uma deusa, era imortal, e ele era seu irmão, também imortal, aquilo nunca teria fim.

– Eu te amo Apolo – disse com uma lágrima descendo em sua face alva – te amo meu Sunshine.

E ali ficou chorando sua sina, até o sono ser mais forte.

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