Burning Love escrita por B Targaryen


Capítulo 9
Ela só me mete em encrenca.




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Eles se agarravam em cima do sofá e eu a Natasha ficamos parados, sem reação observando até que a Karol nos viu.

Ele o empurrou pra trás devagar meio sem graça.

—Bruno? Aquele ali não é seu irmão? – ela falou baixo, mas nós conseguimos ouvir.

—É. – ele disse. Os dois se afastaram sem graça. Eu vi ele disfarçadamente fechar o zíper. Cara, eles iam fazer sexo no sofá!

Nós quatro ficamos nos encarando em silêncio até que Karol disse:

—Hã... Natasha... vamos pra casa?

—Ta. – ela disse. E as duas saíram.

—Cara. Isso foi estranho. – eu falei sentando no chão -Como foi que isso aconteceu?

—Ela... ela veio buscar Natasha e então a gente ficou conversando.

—Conversando?

—Rolou sem querer. A Karol é gostosa.

—Eu nunca mais sento nesse sofá- falei baixo.

Fiquei pensando em qual a probabilidade do meu irmão mais velho gostar da irmã mais velha da garota que eu gosto: Muito pouco. E mesmo assim ta acontecendo. Se é que ele gosta dela.

—Quer um conselho?

Ele pareceu confuso.

—Fala.

—Não traí ela. Nunca.

(...)

Tinha um parquinho na frente da minha casa onde um monte de crianças pequenas costumavam ir brincar e eu gostava de ficar sentado na escada que tinha na frente da minha casa observando. Depois de algum tempo, quando já estava escuro, entrei e acabei dormindo no sofá.

—Acorda. – Bruno me sacudiu

—Nãaaao... – falei baixo

—Levanta. Vai pra cama, Charlie.

—Não.

—Eu e a Karol fizemos sexo nesse sofá, lembra?

Merda, eu tinha esquecido! Levantei e fui pra minha cama, mas, quando chegou lá, eu não consegui dormir. Ainda estava muito cedo, eram 22:30 ainda, então me levantei e fui pra rua, sem que Bruno percebesse. Eu andava pensando muito em Natasha ultimamente, e queria espairecer um pouco, andar por aí sem rumo nenhum. Sem que percebesse, estava fazendo o caminho até a casa da Natasha. Eu estava andando quando de repente, vi um grupo de garotos, do outro lado da rua, xingando palavrões, rindo alto e aparentemente fumando maconha, eu acho que eu já vi eles na escola. Um deles me viu, cutucou o outro e agora eles estavam olhando fixamente pra mim. Começaram a atravessar a rua, vindo em minha direção. Algo em mim disse “corre!”, mas  sou orgulhoso demais pra isso. Quando eu fui me dar conta, eles estavam me cercando. Eram cinco deles, e no início, eu pensei que fosse pura implicância.

—Você é o garoto que ta saindo com a Natasha? – falou o garoto que estava na minha frente.

Puta que pariu.

—Sou. – falei, me arrependendo já antes de terminar. Por que essa garota só me mete em encrenca, cara?

Então o garoto mais alto me olhou, indo em direção a mim, me obrigando a recuar contra a parede.

—Escute aqui, a garota, Natasha é minha, você entendeu?

Eu não respondi, então ele me deu um soco e eu tentei revidar. Péssima ideia, de novo: ele segurou minha mão e virou pro lado e fez um sinal com a cabeça pros outros caras. No início, eu tentei brigar, realmente tentei, mas eles eram 5 e maiores do que eu, então não adiantou muito. Um deles me derrubou no chão. Eu senti alguém me chutar nas costelas, e na nuca, esfregando minha cara no chão.

—Levanta. – algum deles falou

—Levanta e luta que nem homem, viadinho.

Mas eu fiquei parado, deitado e inútil, com medo e com dor.

O primeiro cara, aquele que tinha falado comigo, se abaixou e me virou puxando meus cabelos só pra poder dar um soco na minha cara.

—A Natasha é minha, entendeu? Se afasta dela! Você vai fazer isso?

Eu responderia, eu diria que não e que ela era minha, talvez eu dissesse que ia me afastar dela, não sei, mas minha mente não conseguia formular muitos pensamentos naquele momento. Alguém chutou meu estômago forte pra caralho. Eu não conseguia respirar.

—Ei, gente, alguém tem uma faca? – o cara que estava do meu lado perguntou.

 Eu implorava pra que parassem. Só na minha cabeça, mas mesmo assim, eu o fazia.

—Eu tenho. 

Não. Por favor não.

Comecei a rezar, eu estava levando minha mente pra algum lugar longe daqui, qualquer lugar. Pensei em Natasha, em seu toque, suas mãos, seu cheiro. Eu ia morrer, e esse era o meu fim. Natasha era o meu fim.

E então a dor me invadiu e foi diferente de tudo que eu já havia sentido. Eu estava gritando e chorando, como se isso pudesse fazer a dor passar, mas não fazia. Eles não estavam me matando mas doía tanto quanto, ele passava a faca pelas minhas costas bem devagar em linhas retas, fazendo cortes profundos.

—Ei, cara, ele ta chorando! Olha!

Eles explodiram em gargalhadas. Eu não conseguia mais respirar. Um deles segurava meus braços e me prendia, tudo que eu queria era sumir naquele momento. Desaparecer do mapa. Tinha uma pausa entre um corte e outro, então eu nunca sabia ao certo o que estava prestes a acontecer, só sentia o medo crescer em mim. Chegou uma hora que desisti de rezar ou de implorar, só esperei, com os olhos fechados. Por que eu ainda estou acordado?

—Eu vou matar esse idiota. – alguém sussurrou, mas, por algum motivo, um deles disse que tinha “uma ideia melhor”.

Tudo o que eu conseguia pensar era se eu estaria vivo no próximo segundo. Então, finalmente, como se fosse um alívio, um deles bateu minha cabeça contra o chão e eu desmaiei.

Estava em um carro, com eles. Me levando pra algum lugar.

Eu acordei de novo. Ainda no carro. Estava quente e eu estava jogado no chão. A dor ainda era grande demais, minhas roupas estavam sujas de sangue e eu queria vomitar. Antes de eu tentar abrir os olhos, alguém me deu um soco.

Eu passei uma noite fria, no meio do nada, no chão de uma rua qualquer, tremendo e sozinho, desejando, no fundo, que eles tivessem me matado. 


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