Burning Love escrita por B Targaryen


Capítulo 8
Karol e Bruno?


Notas iniciais do capítulo

Aqui está o link da música que é citada: http://www.youtube.com/watch?v=Z9HlQTvF4uw



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/568313/chapter/8

No outro dia, eu acordei cinco horas da manhã e perdi o sono. Me lembrei que fazia muito tempo que eu não escrevia, por estar muito envolvido em outras coisas- lê-se Natasha- e liguei o computador, a espera de alguma ideia. Nada. Depois de algum tempo, fiquei entediado. Eram seis horas quando eu resolvi ir pra escola. Bruno estava dormindo, então não o acordei. Levantei, tomei café e me arrumei. No caminho, passei na casa da Natasha, que era no fim da rua e nós fomos juntos andando pra escola. Ela estava perto de mim, e eu tive vontade de pegar na mão dela, mas não peguei. Na esquina da escola, ela parou.

“Peraí” Natasha sussurrou como se fosse um mistério

“O que foi?”

Ela me beijou. Nós nos beijamos por algum tempo até que o movimento na frente da escola se tornou grande.

—Vamos. – ela disse.

Chegando lá, Doug veio falar com a gente. Do lado dele, tinha um garoto.

—Oi, gente. Esse é o meu irmão, Dave. Dave, Charlie, Natasha.

—Desculpa perguntar, mas porque um é branco e o outro é negro?

—Pais diferentes. – Dave respondeu

—É que a mãe prefere os negões. – Doug disse, o que fez a gente rir

—Então já que eu te expliquei meu lance, você me explica o seu.

Eu esperei em silêncio e vi que eles olhavam pra mim.

—Ah? É comigo? Que lance?

—Seus olhos. Você não colocou lente em um olho só, colocou? – Dave disse o que fez Natasha rir. Dave era mais alto que eu, musculoso, com um sorriso grande e olhos verdes. De repente, eu não queria que ele fizesse Natasha rir.

—Ah, ta. Nada demais. Heterocromia. Acontece uma vez em um milhão. Acho que eu fui o “sortudo” dessa década.

—Que pena pra você. – Dave disse. – Vocês são da mesma sala que eu.

—É? Eu nem reparei. – falei, meio que por impulso.

—Azar seu. – Dave disse antes de sair.

Doug olhou pro irmão saindo.

—Então, hã..., eu vou pra aula.

Quando eles saíram. Natasha caiu na gargalhada.

—O que foi?- perguntei

—Nada, Só tava esperando o momento em que os dois iam botar o pinto de fora pra ver qual é o maior.

—Isso é ridículo! É claro que ia ser o meu.

—É?

—É.

Depois eu me toquei e fiquei com vergonha. Merda, merda, merda, merda. Ela riu mais ainda. Onde eu escondo minha cara?

—Você fica tão bonitinho quando fica com vergonha. – ela disse. Nós fomos andando pelo corredor – Tipo sério, seu rosto fica vermelho.

Eu encolhi os ombros.

—Não é divertido. – eu disse

Nós entramos na sala.

—Srta Williams, chegando na hora. – o professor disse

—Não se acostuma não, velho. – ela falou alto o suficiente pra que todos ouvissem.

O rosto do professor ficou vermelho mas, incrivelmente, ele não fez nada.

—É incrível como você sempre faz merda e nada NUNCA acontece com você. – eu disse baixo pra Natasha

—Fazer o quê, a vida é fácil. – ela piscou.

Não pra mim.

Eu fiquei prestando atenção na aula enquanto Natasha ouvia música escondido e rabiscava no caderno. Ela vai totalmente se ferrar no final do ano. Ou não.

Então eu olhei pela janela e comecei a pensar no futuro. No meu futuro. Eis o que eu quero pra minha vida: Terminar de escrever meu livro e ele ser aceito por uma grande editora, vender muitas cópias e ficar bem famoso, me casar, ter dois filhos, me aposentar, me mudar para uma fazenda em um lugar bem distante e cuidar dos meus netos e envelhecer até morrer. E eu quero morrer dormindo, tranquilamente. Pois é, esse é o meu plano de vida. Mas o fato é, eu tenho que passar pelo colégio primeiro, antes de tudo isso. Mas algo me levou de volta ao presente: um pássaro passou pela janela que eu estava, sem perceber, olhando. O pássaro bateu de cara na janela, mudou o caminho e continuou voando. Ninguém tinha percebido o pássaro, mas eu achei que, se vissem, achariam engraçado. Às vezes eu acho que eu sou que nem aquele pássaro: saio voando em direção a alguma coisa, então bato numa parede de vidro e tenho que mudar meu caminho. Talvez meu relacionamento com a Natasha vá ser assim. Aliás, relacionamento? Eu nem sei se tem relacionamento! Eu quero ela, ela me quer, mas ela é tão complicada que eu nem sei. Fiz uma lista mentalmente:

Motivos pra gente não ficar juntos:

1-Ela botou fogo no carro de um cara

2-Ela é completamente bipolar

3-Você NUNCA consegue saber o que ela está pensando

4-Ela adora jogar na cara como a vida dela é fácil

5- Ela é completamente pirada

6-Ela está arruinando minha escolar e, provavelmente, meu futuro

7- NÃO DÁ pra ficar perto dela sem que nada de ruim aconteça

8-Ela é completamente insana!

Motivos pra gente ficar juntos:

1- Eu to apaixonado por ela.

(...)

Quando eu cheguei em casa, Bruno estava sentado no sofá. Parado. Ele nunca fica parado.

—O que foi? – perguntei

—A Júlia terminou comigo.

—Que pena.

Se você está se perguntando quem é Julia, bom, eu também estou. O lance é: normalmente, eu só sei das namoradas do meu irmão quando eles terminam. E ele sempre fica depressivo por alguns dias: ele se tranca no quarto e não saí, e eu NÃO VOU deixar isso acontecer dessa vez.

—Ei, Bruno, fica assim não cara. – falei sentando do lado dele –Vamos fazer alguma coisa!

—Não... – ele disse baixo

—Vamos no pub?

—Não. Eu levava a Júlia lá.

—Ei, eu to com fome. É seu dia de fazer comida.

—Que morra de fome.

—Qual é, há quanto tempo vocês namoravam?

—Um mês.

Vai se foder.

—Qual é o nome todo dela?

—Eu não sei.

—O dia do aniversário dela?

—Eu também não sei, merda!

—Então como é que você pode gostar tanto dela?

Mas, o que ele falou a seguir me surpreendeu

—Qual é o nome todo da Natasha? Qual é o dia no aniversário dela? Há quanto tempo vocês se conhecem? Então como é que você pode gostar tanto dela?

Caralho.

Descobri que não sabia o nome nem o dia do aniversário dela. E a gente se conhece há um mês.

Ótimo, agora são dois deprimidos.

Peguei o telefone e não deixei nem ela falar alô.

—Qual é seu nome todo?

—Nossa, que aleatório. Natasha Lindsay Williams. Não zoa! – ela disse antes que eu começasse a zoar. Ela tem Lindsay no nome? Eu quase gargalhei. – E o seu?

—Charlie James Benneth.

Ela riu.

—Qual é o dia do seu aniversário?

—18 de outubro. Pra que tantas perguntas?

—Longa história.

—Charlie?

—O que?

—Abre a porta.

Eu não entendi muito, mas abri a porta mesmo assim. E lá estava ela, linda, me olhando, sorrindo.

—Oi. – ela disse, ainda no telefone, e então desligou.

Eu ri.

—Oi, Bruno. – Natasha disse. Ele se limitou a sorrir meio sem graça.

—Quer conhecer o meu telhado? – eu disse subitamente

—Depende, a gente pode pular dele?

Eu fiquei constrangido em pensar em me jogar do prédio. 

—Ei, Charlie. – ela disse – Então, vamos?

—Uhum.

Eu fui em silêncio, meio chateado. Nós subimos as escadas e, quando chegamos lá, o vento estava forte. Nós sentamos perto da beirada, com os pés balançando no ar assim como fizemos na casa dela e eu tirei meu casaco e coloquei ao redor dos ombros de Natasha, que estava visivelmente com frio. Ela  encostou em mim de uma maneira que mantinha os dois aquecidos e colocou a mão no espaço entre nós dois. Sério, Natasha? 

Ta bom, então, respira fundo, coragem.

 

Peguei na mão dela e ela deixou, e acariciou a minha mão com os dedos. Cara, como aquilo era bom.

—Você ta com seu celular aí? – perguntou de repente

—Porque? Você não vai jogar ele lá em baixo não, né?

Ela riu.

—Não. Eu to tentando fazer uma coisa legal, então não atrapalha. Me empresta o celular.

Olhando ela ali, com meu celular na mão, o cabelo balançando no vento e um sorriso suspeito, cara, como eu não conseguia imaginar minha vida seria chata sem essa garota.

—Ta com internet? – ela perguntou. Eu balancei a cabeça que sim. Esperei um pouco e então ela levantou e me puxou, colocou o celular no chão e eu vi que ela tinha dado play numa música.

—Você quer dançar? — perguntei, surpreso. Ela sorriu e fez que sim. Eu a puxei pela mão até o meio exato do telhado. Prestei atenção na música que estava tocando. Angels, do The XX, eu já havia ouvido uma vez, mas nunca fui muito fã. Mas, naquele momento, eu era o maior fã daquela música. Coloquei devagar minhas mãos ao redor da cintura dela, que posicionou os braços ao redor do meu pescoço bem perto, como se fosse um abraço, e deitou a cabeça no meu ombro. Eu podia sentir Natasha, podia sentir sua cintura pressionada nos meus braços, e podia sentir seu rosto encostado na minha blusa, sua respiração devagar no meu pescoço. Nós dançamos bem devagar até o fim da música e, quando acabou, eu continuei dançando com ela, sem música.

—Posso te contar uma coisa? – falei – Eu nunca dancei com uma garota antes.

Depois de alguns segundos, ela sussurrou “Posso te contar uma coisa?” fez uma pausa e falou, mais baixo ainda, como se fosse algum tipo de mistério “Eu nunca me apaixonei antes”

Eu a beijei e, depois de algum tempo, resolvemos descer e ir lá pra baixo.
Péssima ideia. Quando chegamos lá, a cena que eu encontrei foi Bruno beijando e se agarrando loucamente com uma garota no sofá . Eu achei normal e tentei ignorar pra evitar constrangimentos, até que percebi que aquela garota era...Karol!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Burning Love" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.