Burning Love escrita por B Targaryen


Capítulo 6
A história da minha vida


Notas iniciais do capítulo

Eu postando na velocidade da luz Hehe



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Sentados na cama dela, com a minha mão em volta de seus ombros e uma coberta, eu estava confortável e realmente não queria falar nada, mas algumas perguntas vieram à minha cabeça, então tive que perguntar.

—Natasha, você sabe que nós podemos ser presos, né?

—Para falar a verdade, a gente não pode não. Porque, primeiro, eu sei que o John vai encobrir a Karol: não é a primeira vez que ela dá esses surtos e ele nunca entregou ela. E segundo, meus pais vão pagar a fiança mesmo. Eles sempre fazem tudo o que a gente quer.

—Eles moram aqui? – eu perguntei, porque só tinha mais um quarto além do dela, que eu supus ser da Karol.

—Eles moram na Califórnia. Dois anos atrás, meu pai recebeu uma proposta de emprego e foi morar lá, e como nenhuma das duas queria ir, eles nos deixaram aqui. E agora se sentem tão culpados por isso que fazem tudo o que a gente quer. Viu? A vida é fácil. E os seus pais?

Eu realmente travei. Será que valia a pena mentir pra ela? Não. Mas eu não queria contar.

Eu dei de ombros.

—Mortos. Os dois. – eu falei como se fosse uma coisa a qual eu estava acostumado. Mas não era. E eu nunca contei isso pra ninguém.

—Sinto muito. – ela disse encostando a cabeça no meu ombro e fechando os olhos. Eu a envolvi e encostei minha cabeça na dela. Eu acho que ela dormiu, então, sem que eu percebesse, comecei a pensar em meus pais.

Alex e Lauren Benneth. Não tenho muitas lembranças deles, mas eu lembro da minha mãe cantando pra eu dormir. Ela era cantora profissional e tinha uma voz muito bonita, mas as memórias que eu tenho dela cantando são distantes, como se fossem em outra vida, e eu nunca tive coragem de assistir os vídeos. Bruno não gosta de papai. Ele me disse uma vez que ele era malvado e cruel e só sabia beber, e uma vez chegou a me dizer que odiava ele. Mas eu não consigo odiar, porque ele é meu pai e porque está morto, e também porque eu não me lembro. Eu tive uma infância feliz, até eu completar 5 anos. Foi no dia do aniversário de 11 anos do Bruno, eu me lembro disso até hoje. Nossos pais tinham planejado nos levar pra sair junto com um grupo de amigos mas, um pouco antes de sairmos, eu e o Bruno brigamos. Ele me bateu e eu quebrei um quadro na cabeça dele, eu me lembro disso. E aí, como castigo, eles iriam levar nossos amigos e nos deixar em casa. Foi quando aconteceu. Eles pegaram nossos amigos e, no caminho, o carro bateu de frente com outro carro, explodiu e capotou. Minha mãe, meu pai e três dos meus amigos estavam no carro. Só uma pessoa sobreviveu, o Jimmy, que era mais amigo do Bruno do que meu, mas, no final, a família dele parou de falar com a gente, ou olhar pra nossa cara. E pensar que poderia ter sido nós dois naquele carro. Quando eu fico triste, o Bruno me diz “Você salvou a minha vida, cara”. Eu e Bruno fomos morar com uma vizinha, Anna, eu chamo ela de vó até hoje, uma velhinha, ela foi uma das melhores coisas que aconteceram na minha vida, mas, como eu já mencionei, ela já estava velha e, quando eu estava com 12 anos, ela faleceu, e dessa vez, eu e o Bruno, que estava com 18 anos, nos mudamos pra cá e estamos aqui até hoje. Depois que ela morreu, eu comecei a escrever livros, onde, no final, as pessoas sempre eram felizes. Todos os livros deveriam ter um final feliz e eu ainda tenho esperança no meu final feliz, apesar de tudo. A vida nunca foi fácil e, embora talvez a culpa não seja minha, acho que eu vou sempre me culpar.


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