Burning Love escrita por B Targaryen


Capítulo 4
Nas alturas


Notas iniciais do capítulo

Comentem o que vocês acharam, é muito importante ^~^



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No outro dia na aula, logo no início, ela me procurou e disse "Quer fazer algo estúpido?" e eu simplesmente dei de ombros e segui ela.

—Você já matou aula? ela perguntou

Meu rosto ficou vermelho.

—Claro que eu já matei aula! 

—Então...não?

—É, não.

—Considere essa sua primeira vez.

—Não parece lá grande coisa.

—Tenta ficar no muro do colégio.

—E ninguém vem reclamar não?

—Essa é a graça.

Eu ri. Nós andamos até o muro baixo do lado da escola, o mesmo que ela estava sentada ontem. Hoje ela usava uma calça preta rasgada e uma blusa da Nirvana grande, apertada na cintura e um pouco larga nos ombros, caindo um pouco pro lado e deixando à mostra a alça de um sutiã preto,  que ela deixava porque gostava de provocar. Natasha subiu no muro e cruzou as pernas no ar. Eu subi logo em seguida e ela me olhou com aquele olhar provocante.

—Você fuma?- ela perguntou tirando um maço de cigarros do bolso.

—Você só perguntou isso pra ser educada, né?

—É. Então, quer tentar?

Eu pensei "Não. Definitivamente não.

Mas daí ela me olhou sorrindo e pensei: "Por que não?"

—Ta. - falei, dando de ombros

Ela poderia ter me dado uns conselhos, poderia ter me ensinado ou coisa assim, mas Natasha preferiu ficar sentada e rir da minha cara quando eu acendi o cigarro, coloquei na boca e engasguei e tossi e fiquei tonto, o que quase me fez cair do muro.

—Desgraçada...- murmurei brincando quando voltei ao normal. Percebi que na confusão, tinha colocado minha mão no braço dela, e agora ela olhava pros nossos braços. Deslizei minha mão pra longe do braço dela, o que acabou com qualquer tipo de contato físico ou qualquer chance de rolar um beijo. Será que eu já posso me matar agora?

Natasha acendeu um cigarro e ficou brincando de tentar fazer anéis de fumaça.

—Como você consegue?- perguntei. Minha cabeça ainda doía por causa da minha tentativa de fumar.

Ela deu de ombros.

—Você vai se acostumar com o tempo.

Não que eu queira.

—Você quer ir pra outro lugar?- perguntei subitamente

—Você tem medo de altura?

—Acho que não.

—Quer conhecer um lugar legal que eu adoro ir?

E lá vamos nós...

—Depende. Eu corro risco de vida?

—Não!- ela falou como se fosse uma ideia absurda, mas então um sorriso perverso surgiu em seu rosto- Não muito...

—Vamos então, né.

—Relaxa, é só o telhado da minha casa.

Eu tive que rir.

No caminho, fiz uma lista mental de Coisas Que Eu Sei Sobre A Natasha:

1- Ela mata aula constantemente

2-Quanto mais perigoso, melhor

3- Ela gosta de telhados

E isso é tudo.

(...)

Nós subimos no telhado da casa dela por uma escada do lado de fora, o que meio que me deixou decepcionado pois eu realmente esperava conhecer a casa de Natasha por dentro, como se isso fosse de alguma forma me deixar mais próximo dela, de quem ela é de verdade.

—Vem, senta aqui, Charlie. - ela me chamou e sentou na beirada da laje, com os pés balançando num vazio imenso. Eu hesitei. -Qual é, eu não vou te jogar daqui.

—Como eu posso ter certeza?- eu não estava brincando. Eu andei lentamente até lá e me sentei do lado dela, numa distância pequena. Ela subitamente pegou na minha mão e entrelaçou nossos dedos. Eu fiquei com vergonha.

—Se você cair ...- ela sussurrou provocante, bem no meu ouvido -eu caio junto.

Um milhão de pensamentos obscenos passaram pela minha cabeça naquele momento.

Ela se limitou a me olhar e sorrir e, sem que eu percebesse, estava sorrindo de volta. Então ela teve uma ideia: E se a gente tentasse ficar em pé aqui, tipo, na beira do precipício?

Minha primeira reação: -Você ta maluca, Natasha? E se a gente cair?

—Mas...- ela mordeu o lábio inferior- e se a gente não cair. Vai ser uma aventura e tanto não vai? Vamos tentar?

Eu só conhecia ela a alguns dias eu sei muito bem que ela podia ser uma psicopata e me matar naquele momento. Mas quem se importa? Eu não. Ela é linda demais e provocante demais pra eu ter tempo de me importar com qualquer outra coisa.  

—Vamos tentar então.

Eu levantei primeiro, tremendo, a ponta do meu pé estava no limite entre o muro e o chão lá em baixo. Não olhei pra baixo em momento algum porque sabia que ficaria tonto e cairia, era uma posição extremamente instável. Me virei devagar pra Natasha e a ajudei a levantar desajeitadamente. Ela estava em meus braços agora. Minhas mãos na cintura dela. As mãos delas foram parar no meu pescoço. Eu tremia. Ela tremia. Qualquer um de nós poderia cair a qualquer momento, se você levar em conta que o limite entre nossos pés e o muro era exatamente o mesmo. Um vento soprou e eu tive a sensação de que ele poderia nos levar com ele então a agarrei com mais força. Ela olhava pros meus lábios agora. Respirei fundo, tomei coragem. A beijei. Natasha tinha gosto de cigarro e chiclete, e eu gostava. Outro vento, o que me fez com que a puxasse mais perto. Eu não ia deixar nenhum vento tirá-la de mim.

(...)

Sentados ali no telhado da casa da Natasha, estávamos em silêncio. Eu pensava nas cores do céu, agora que o Sol estava se pondo. E em nosso beijo. Eu a conheço a tão pouco tempo, mas que merda, as pessoas se beijam toda hora, Charlie, não significou nada. Só um beijo. Garotas como Natasha devem beijar caras toda hora. Mas duvido que algum desses beijos tenha sido em cima de um telhado, e duvido que ela tenha pegado na mão de qualquer um desses caras.

No meio da minha luta interior o celular de Natasha tocou.

—Alô. -ela disse- Oi, sou eu. Ele o que? Você ainda ta com as chaves do carro dele? Me espera aí, não faça nada.

—Quem era?- perguntei, curioso. Ela me olhou com aquele olhar cruel e pervertido que ela tinha na primeira vez que a vi.

—Minha irmã. O namorado dela traiu ela e agora a gente vai botar fogo no carro dele.- um sorriso irônico surgiu no rosto dela e ela se levantou rapidamente. - Você vem com a gente ou não?


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