Burning Love escrita por B Targaryen


Capítulo 24
Segredos




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Chegamos em casa por volta de duas e meia da manha, entramos na ponta dos pés como se ninguém fosse perceber que não estávamos ali o tempo todo, mas surpreendentemente, a casa estava silenciosa, tomada por respirações de pessoas dormindo, as luzes estavam apagadas e a bagunça estava no mesmo lugar que deixaram, nada varrido ou organizado, Jake dormia no sofá, então subimos as escadas os mais silenciosos possíveis. Quando cheguei no meu quarto, tirei o casaco mostrando os arranhões nos meus braços pra Natasha.

—Namorar com você é fisicamente perigoso.

Ela abriu um sorriso orgulhoso.

—Significa que ta valendo a pena. Esse corte no seu rosto vai deixar uma cicatriz muito lindinha. E nós precisamos de um banho, estamos cobertos de terra. – o comentário me fez rir.

Depois que tomou banho, Natasha teve que usar minha blusa e ficou incrivelmente linda nela. Dormimos agarrados e embolados na minha cama, sentindo o calor e a respiração um do outro.

Acordei com Bruno me sacudindo.

—Todo mundo já acordou, menos você. Anda, levanta.

Então saiu do quarto. Esperei alguns minutos, mas logo levantei, o cabelo bagunçado e a roupa amassada, e desci as escadas assim mesmo, torcendo pra não ter mais ninguém lá. Natasha estava sentada no sofá, ainda com minha blusa, e eu não pude evitar o pensamento de quanto eu queria voltar pra algumas horas atrás, agarrado com ela.  Supus, pela claridade, que já devia ser por volta de meio-dia.

—Eu tenho que fazer almoço? – perguntei, sonolento, olhando pra Bruno, que estava sentado na mesa implicando com Karol.

—Tem. Minha experiência culinária ultimamente não tem colaborado muito.

—Você ta se referindo ao quase incêndio de ontem? – falei, caminhando até o sofá e envolvendo Natasha em meus braços.

—Vocês não podem falar nada. – Karol interviu – Ainda não acredito que vocês fugiram!

Natasha riu alto.

—Não vai dar uma de irmã mais velha responsável, né?   

—Mas é o que eu sou.

—Tirando a parte do responsável, você quer dizer.

—Eu deveria dar uma bronca em vocês por terem saído. Mas foi bem divertido ontem, de qualquer jeito. – Bruno confessou. 

Karol brincou que ia jogar a toalha da mesa em mim e em Natasha.             

—Mesmo que eu tenha surtado quando vocês desaparecerem.

Dei um beijo rápido na boca de Nat e fui até a cozinha tentar fazer alguma coisa decente.

—Alguém aí cozinha bem?

—Karol – Natasha entregou.

—Karol, pode me dar uma forcinha aqui?

Ela levantou da mesa, revirando os olhos, mas com um sorrisinho. Veja bem, quando eu disse ajudar, eu queria dizer, bem... ajudar, e não ficar olhando e me falando o que fazer, como ela fez. Mas, de qualquer forma, até que nós conversamos um pouco, sem mencionar que a comida ficou melhor do que qualquer outra coisa que eu pudesse fazer sozinho. Enquanto comíamos, combinamos de passar o ano novo na praia, só nós quatro, e a ideia me agradou muito mais do que qualquer outra coisa. Então foi nessa esperança, de ter um ano novo... em família, que me moveu pelos próximos 5 dias. Elas foram embora um pouco depois do almoço e, depois disso, Natasha sempre parecia estar ocupada demais pra me ver, mesmo que eu não fizesse a mínima ideia o que ela estava fazendo de tão importante. Falei com ela por telefone uma meia hora, quase menos que isso, e foi o máximo que nos vimos esses dias. Mas, tudo bem, eu não vou mentir, ficar em casa jogando videogame com Jake e Bruno não foi lá a pior coisa do mundo. Até que, dia 30, eu fui sair pra comprar algumas coisas que o Bruno tinha pedido. Resolvi cortar caminho e ir por dentro, péssima ideia. Eu estava andando quando de repente, ouvi a voz da Natasha e, como qualquer namorado faria, fui falar com ela, mas parei no meio do caminho quando a vi conversando com o ex namorado. Olhei de longe, de um local que eles não conseguissem me ver. Ela fazia gestos com a mao, como que argumentando com alguma coisa, parecendo tensa e agitada enquanto ele claramente desprezava o que ela dizia, então ele gritou uma ultima coisa, interrompendo-a e agarrando o braço dela com força, e depois se afastou com raiva. Natasha ficou parada por alguns minutos, eu poderia jurar que estava chorando, mas virei as costas e fui andando pro outro lado. Ela me ignora a semana inteira e eu encontro ela na rua, com o ex- namorado. Ótimo. O problema é que eu não resisti: não podia ve-la mal e não fazer nada só por causa de um ciúme bobo, então virei e ia voltar, mas Natasha já tinha ido. Merda. Fui pra casa, sem nem comprar nada do que Bruno pediu.

—Por que você voltou tao rápido? E por que não trouxe nada? – ele começou me interrogando assim que eu cheguei, mas não respondi nada, só sentei no sofá. – Voce ta pálido, cara. O que foi?

—Natasha – murmurei.

—O que tem ela?

—Esse é o problema, eu não sei. Ela tava com um ex namorado dela e... os dois pareciam brigando ou algo assim. E ela tem me evitado a semana inteira! Voce acha que ela pode estar me traindo? – as palavras saíram tremulas da minha boca.

—Eu... você acha que ela faria isso?

—Não, não acho. Mas eu vi...

—Olha, as vezes nossa própria mente nos engana. Liga pra ela e fala a verdade, seja sincero.

—É...é, você ta certo. Eu vou ligar, só espera um pouco.

Respirei fundo, enterrando meu rosto nas minhas mãos, tentando diminuir o buraco estranho que parecia ter se aberto em meu estomago. Senti a mao de Bruno nas minhas costas. “Por que as coisas têm que ser tão complicadas? ” eu pensei em perguntar, mas, ao invés disso, respirei fundo mais uma vez e subi as escadas correndo, em busca do telefone.

—Alo. Nat?

—Oi. Sou, eu. Por que você ta ofegante?

—Eu meio que corri até o telefone. Eu preciso falar com você.

—Calma, calma, você ta agitado. Ta falando muito rápido, respira.

—Ta - eu não soava irritado de nenhuma maneira (até porque, não estava), mas mesmo assim fiquei com medo de ela se ofender. – Eu estava indo comprar uma coisa. Pro Bruno. E aí eu vi você e o seu ex, qual o nome dele mesmo? De qualquer forma, hum, você tem me evitado a semana inteira. Eu só não faço a mínima ideia do que ta acontecendo.

—Eu tinha que resolver umas coisas antes do ano acabar, e uma dessas coisas envolvia ele. Eu te prometi uma explicação, lembra? E eu não esqueci. Depois de amanhã, a gente senta, conversa e eu te explico tudo. Tipo, tudo que eu não te falei ainda. Só não quero estragar nosso primeiro ano novo juntos, pode ser?

—Pode, mas... você e ele... não estavam...sabe...?

—O que? Charlie, nem considera isso! Você disse que estava passando por lá. Isso significa que você viu o que aconteceu. Eu tenho nojo do Joey... principalmente, depois do que ele fez com você. Aliás, ele é a fonte principal de todos os meus problemas. Se eu pudesse simplesmente eliminá-lo do mundo, eu juro que eu faria! – ela parecia com raiva agora.

—Você ta chateada comigo? – perguntei, com a culpa de uma criança de 5 anos que quebrou alguma coisa.    

 -Não! Por que eu estaria chateada com você?

—Por eu ter surtado e entendido tudo errado...?

Ela soltou um risinho.

— Você é meio doido, Charlie, mas eu já me acostumei. Tenho que sair agora, to escrevendo uma coisa.

—Que coisa?

—A gente se vê amanhã. Te amo, tchau.

—Mas...- fui interrompido pelo barulho dela desligando o telefone. – Também te amo. 


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