Burning Love escrita por B Targaryen


Capítulo 15
Consequências.




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—ACORDA MANÉ!!!! – Bruno gritou, me estapeando.

—Para! – eu gritei, irritado.

—CHARLIE, TEM UM MENDIGO NA NOSSA CASA! – ele gritou, pro nada. – Ah, não, deixa, é só você.

Eu o olhei de cara feia.

—Muito engraçado. Há...ha.

—Ta com fome? – Bruno perguntou.

—To.

—Então levanta o cú daí e vai fazer comida porque você não tem empregada. – ele disse, e saiu jogando o cabelo e rebolando. Eu ri. Minha cabeça doía, como se algo pressionasse meus olhos pra fora das órbitas. Fechei os olhos e fiquei um pouco deitado, sorrindo relembrando a noite de ontem. Eu realmente queria ir pra escola, pra olhar pra cara do Matt, e olhar pra cara de todas as pessoas que viram ou ouviram a história. Pela primeira vez, eu estava torcendo pra bagunça: eu queria que comentassem.

Juntei todas as minhas forças e levantei. Fiz café, sentei na mesa e esperei o Bruno.

—Bom dia. – ele disse, um pouco bem humorado demais.

—Você ta muito sorridente hoje. – comentei.

—Nada demais.

—Hum.

—Você não vai perguntar o que é?

—Não.

—Se você quer tanto saber, é o seguinte: sabe a Karol?

—Sei.

—Então, eu e ela vamos sair hoje. E acho que eu vou pedir ela em namoro.

—Que infantilidade. – mencionei – Vocês dois já estão namorando há muito tempo. Só você que ainda não percebeu.

Ele pareceu um pouco perdido, depois deu de ombros e começou a comer.

—Acho que to amarradão nela.

—E o céu é azul. Bruno, por favor, pare de me falar coisas óbvias.

—E você e a Natasha?

—Numa boa. Bruno, você vai sair hoje?

—Vou, porque?

—Você vai ter uma bela surpresa. Ah, se vai.

—O que você fez?

—Nada. – eu ri. – Diz pra Natasha que eu amo ela, caso você resolva me matar.

—Você aprontou uma. – ele concluiu. Bruno olhou pra cima – O que eu fiz pra merecer um irmão desses, Deus?

Eu dei um tapa na cabeça dele.

—Deixa de ser idiota. – falei, me levantando, pois estava começando a ficar atrasado.

Tomei um banho rápido, vesti o uniforme e quando fui ver, Bruno já tinha saído. Aquele filho da puta nem me deu tchau. Natasha estava me esperando no meio do caminho, como sempre. Ela riu sem motivo quando me viu.

—Toca aqui. – ela disse, estendendo a mão. Eu nem entendi porque, mas fiz. E depois a beijei, mas ficou meio difícil, se considerar que ela não parava de rir.

—O que foi? - perguntei.

—A escola inteira está falando da gente. Eu fui lá, e voltei aqui só pra te encontrar. Parabéns, agora você não é mais o garoto que tem os olhos diferentes, agora você é o garoto que fez sexo com aquela garota que usa roupas pretas. É assim que tão falando.

—Você gosta? – falei, rindo também.

—Charlie, estão falando da gente. Não é demais?

—Pensei que você já estivesse acostumada.

—E estou. – Natasha me olhou e piscou um dos olhos. - Adoro quando pensam que eu sou uma má influência.

—Mas, pera, se eles tivessem te elogiando, ou falando alguma coisa legal, você ia gostar?

—Acredite, eles não estariam me elogiando. E se estivessem, bom, teria alguma coisa errada na história que contaram pra essas pessoas.

Eu ri.

Eu peguei a mão de Natasha, mas alguns segundos depois ela tirou a mão pra poder bagunçar meu cabelo.

—Ta muito arrumado. – ela disse, dando de ombros.

—E agora ta bagunçado. – eu falei, indo arrumar com a mão, mas ela me deteu.

—Fica melhor assim. – eu revirei os olhos e continuei andando.

Quando chegamos na escola, algumas pessoas olharam disfarçadamente, algumas comentavam umas com as outras. Eu parei uma hora, disfarçadamente pra ouvir. Uma pessoa disse:

“Ouvi dizer que o Charlie e a Natasha invadiram a casa do Matt pelados, bateram nele e fizeram ele assistir os dois fazendo sexo. E que depois eles amarraram o Matt e deixaram ele lá”

E as histórias variavam tanto que era impossível não rir. O sinal tocou, e eu ia entrando, puxando a mão de Natasha.

—Vai na frente. – ela disse. – Já to entrando.

E eu entrei. Mas então eu vi uma coisa estranha. Quando eu cheguei na sala, e olhei pela janela, vi Natasha andando pra lá e pra cá no gramado, parecendo meio perdida. Todos tinham entrado, e ela continuava lá, parecia tão desesperada que eu resolvi ir até ela. Mas antes que eu pudesse fazer isso, um cara chegou lá: o mesmo que tinha feito as cicatrizes em minhas costas, o ex namorado dela. Ele e Natasha trocaram algumas palavras até que ele tentou a beijar, mas ela deu um tapa na cara dela. Ele segurou ela firme pelo braço e gritou alguma coisa. Meu coração estava totalmente disparado. Eu tinha que fazer alguma coisa. Ela o chutou nas partes baixas, o que fez ele a soltar e então voltou correndo pra dentro da escola.

Eu tinha tantas perguntas: por que ela estava lá esperando? O que eles disseram? Que merda foi aquela? Minha cabeça estava a mil. Eu estava tão feliz com tudo o que tinha acontecido ontem, mas agora parece distante. Uma nuvem de dúvida apareceu sobre toda a confiança que eu tinha construído em Natasha. Será que ele estava me traindo ou alguma coisa assim? Pouco provável, mas alguma coisa muito estranha estava acontecendo.

Uns 20 minutos depois, Natasha entrou na sala, com seu sorriso irônico e seu olhar provocante, me olhando como se nada tivesse acontecido. Eu senti uma pontada de raiva, que estava lentamente fervendo, ficando maior a cada minuto.

 

No final da aula, indo pra casa, Natasha pegou na minha mão, mas eu a tirei bruscamente e fui andando na frente pra casa. Eu tinha ódio dela, nesse exato momento. Eu ainda a amava, claro. Mas também tinha ódio dela por me fazer passar por tudo isso.

Cheguei em casa e bati a porta. Eu ia entrando direto pro meu quarto quando Bruno, com raiva gritou do sofá.

—QUE PORRA É ESSA? SAÍ ENTRANDO E BATENDO A PORTA ASSIM?

—Eu não to com tempo pra te ouvir reclamar agora. – falei, arrogante e subi pro quarto, batendo a porta do quarto só pra irritar. Não muito tempo depois, alguém bateu na minha porta.

—O que foi, Bruno? – gritei, ainda com raiva.

—Charlie... sou eu. – Natasha respondeu. Eu não sabia se abria a porta ou não.

—Eu não vou sair daqui enquanto você não abrir a porra dessa porta. – ela anunciou, calmamente. E eu sabia que não era um modo de falar, então decidi abrir a porta.

—Eu realmente saber sobre o que se tratou tudo aquilo. – ela disse, com a voz tão calma que me acalmou um pouco. Eu respirei fundo.

—Eu vi você e o seu ex- namorado hoje mais cedo na escola.

Ela entrou no meu quarto, sentando na cama.

—Eu já te falei que eu fiz algo que eu não posso te contar. Você aceitou isso. Eu te disse que teria que confiar em mim.

—Mas aceitar o que? Eu confio em você, Natasha. O tempo inteiro. Eu deixei você entrar completamente na minha vida, e não é como se você tivesse feito o mesmo. E tem mais : ele tentou te beijar. Por que?

—Por que ele ainda gosta de mim, Charlie. E ele sabe um segredo meu, e estava ameaçando contar se eu não ficasse com ele. Mas eu não fiquei. E sabe por que? Porque é você que eu quero. E não importa o que isso custar.

—Se ele vai contar seu segredo pra todos, por que você não me conta logo?

—Porque eu não acho que ele não vai fazer isso. Se ele contar, ele não vai ter nada mais pra me chantagear, e ele gosta de me ter nas mãos dele. O detalhe é que ele não tem.

Eu fiquei em silêncio por alguns segundos, até que Natasha disse:

—Um dia tudo vai vir à tona, Charlie.

Ela passou a mão pelo meu cabelo, chegando perto, e eu deixei ela me beijar. Foi um beijo lento e carinhoso, um daqueles beijos raros que ficam marcados na memória.

—Eu te amo, Charlie. – ela sussurrou.

Eu não disse que a amava, eu estava meio perdido em pensamentos, mas eu amava. Eu deveria ter dito, mas simplesmente não consegui.

Nós nos abraçamos, e ela dormiu com a cabeça encostada em meu peito. Eu deitei na cama e dormi também.

(...)

—Charlie! – Bruno bateu na porta – Natasha!

—Hm? – eu disse

—Eu preciso que vocês dois desçam lá em baixo, urgente.

Eu acordei Natasha e nós dois descemos, preocupados. Quando chegamos lá, um policial nos esperava na porta.


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Notas finais do capítulo

Então, esses dois finalmente se ferraram hueheuheu beijinhos de luz :*



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