Burning Love escrita por B Targaryen


Capítulo 14
O que aconteceu no meio da noite.


Notas iniciais do capítulo

Enjoy =D



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A chuva caía forte contra a minha janela, fazendo um barulho bem agradável. Estava fazendo frio, então me enrolei no cobertor e caí no sono instantaneamente.

(...)

Estava tendo um sonho bom, do qual eu não consigo me lembrar agora, quando a chuva ficou mais forte e o barulho me acordou. Fiquei com os olhos fechados por algum tempo até perceber que não era chuva: tinha alguém batendo na minha janela. Levantei meio sonolento,assustado e caminhei até a janela. Desembacei pra ver quem ou o que era. Eu esperava um gato, ou qualquer outro bicho, ou até mesmo um delinquente. Conhecendo Natasha do jeito que conheço, não sei como não imaginei que fosse ela.

Natasha riu pra mim quando eu abri a janela, atravessou e sentou na minha cama, mesmo estando toda molhada.

—Não dá pra fumar na chuva, sabia?- ela disse.

Minhas sobrancelhas se juntaram.

—Você sabe que horas são?- perguntei, com voz de sono.

—Hum... de acordo com os meus planos devem ser... umas três da manha.

—E ta chovendo.

—O que só torna isso ainda mais legal.

—Isso o que?

—Você vai descobrir. Agora coloca uma roupa e pega o carro. - era uma ordem. E, embora eu não quisesse fazer, eu fiz.

—Eu dirijo. - ela disse. - Você trouxe um guarda-chuva?

—Não.

Silêncio.

—Natasha, pra onde a gente ta indo? - silêncio de novo - Você vai me matar? Me estuprar, talvez? - ela não riu - Você vai me responder? - nada.

Na milésima pergunta, ela disse:

—Shhh. Assim você vai estragar tudo.

E não disse mais nada.

Quando chegamos na casa do Matt, eu sabia que aquilo era encrenca.

—O que nós vamos fazer aqui, Natasha?

—Você vai ver. Vem.

Nós saímos do carro e, graças a Deus, tinha parado de chover, embora Natasha ainda estava molhada, com sua blusa do System Of A Down colada no corpo perfeito e os cabelos grudando nos ombros. Eu poderia olhá-la assim pra sempre.

—Matt andou aprontando. - ela disse me encarando nos olhos - Eu acho que ele ainda não aprendeu.

—E o que você vai fazer?

—Nós. - ela corrigiu.

—O que nós vamos fazer?

—Bom, ele andou destruindo o armário de uns garotos do primeiro ano. Vamos ver se ele gosta quando é com ele.

—Natasha, o que exatamente você pretende fazer?

Ela deu de ombros.

—Só pixar o muro da frente dele. E destruir um pouco também.

—O que? Natasha? Mas...?

Dessa vez ela falou com um tom de voz baixo e controlado, olhando dentro dos meus olhos:

—Charlie, você ta dentro ou fora dessa?

Eu esperei por uns segundos. Ela saiu andando, procurando alguma coisa.

"Merda." murmurei antes de ir atrás dela.

—O que a gente ta procurando?- perguntei.

—Umas coisas que eu escondi aqui hoje mais cedo. Um martelo e umas tintas em spray. Achei.

—O martelo não vai fazer barulho?

Natasha revirou os olhos.

—Essa é a graça. Quer ter o prazer de começar? - ela disse, me entregando o martelo. Eu estava um pouco assustado, mas depois de tudo o que eu já fiz a esse ponto, não estava tão assustado assim.

Bati de leve no muro, com medo do barulho.

—Relaxa, Charlie. - Natasha disse - Matt está sozinho hoje, os pais dele saíram, eu planejei tudo. Se ele acordar e sair, eu ameaço ele e ele vai simplesmente voltar, trancar a porta e ignorar.

—E se ele chamar a policia?

—Não vai. É um medroso.

Eu bati de novo no muro, mas não teve nenhum estrago.

—Charlie, concentra toda sua raiva nesse muro. Pensa em todas as suas decepções e desconta nesse muro.

E eu fiz. Eu comecei a pensar em todas as pessoas e coisas que eu odiava, e em como a vida é injusta e em como eu odiava tudo aquilo. Então eu percebi que estava batendo com força agora, quebrando o muro.

—Isso!- Natasha gritou

Mas eu estava realmente com raiva.

—EU ODEIO ISSO. ODEIO! - gritei - E FODAM- SE VOCÊS! FODA- SE TODO MUNDO! PORRA!

E Natasha riu, e então eu ri, porque era realmente libertador.

—Minha vez. - ela disse, pegando o martelo da minha mão.

E ela ficou em silêncio enquanto destruía mais uma parte do muro.

—Cuidado. - eu disse - Ainda tem que ter espaço pra nossa obra de arte.

Ela riu.

—Quando eu te conheci, nunca imaginaria você assim.

Eu sorri e dei de ombros.

—Eu já sei o que vamos escrever. - Natasha disse, de repente.

—O que? - eu perguntei. Mas então ela estava ocupada beijando meu pescoço e meus lábios e me agarrando, tirando minha roupa.

Alguns minutos depois:

Eu e Natasha ríamos enquanto escrevíamos na parede: "NATASHA E CHARLIE FIZERAM SEXO AQUI"

—Você é tão maníaca. - eu disse, ainda rindo.

Ela ficou séria e me olhou provocante, com uma sobrancelha levantada.

—Maníaca não. Eu prefiro... - ela mordeu os lábios - depravada. - e me beijou. E depois riu. E eu a queria mais a cada minuto.

—Amanhã - ela disse apontando pro muro - todos que passarem aqui vão ver isso. E eles vão saber que foi a gente, Charlie. Essa cidade vai se lembrar dos nossos nomes.

Eu a deixei em casa e depois fui pra casa. O cheiro de Natasha estava na minha roupa, cheiro de cigarro e perfume e chiclete. Analisando bem, o cheiro dela não estava só na minha roupa, mas no meu quarto inteiro. O plano tinha ocorrido tão perfeitamente bem e eu estava tão cansado e feliz que dormi no chão mesmo. Eu simplesmente deitei no chão, puxei o cobertor de cima da cama, me enrolei e dormi. E eu não pensei nas consequências do que tinha feito essa noite, eu não pensei no que as pessoas diriam, ou no que os pais de Matt vão fazer a respeito, e nem mesmo no que meu irmão vai fazer.

Eu não ligava: eu me sentia vivo.


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