Burning Love escrita por B Targaryen


Capítulo 13
Algum lugar só nosso


Notas iniciais do capítulo

Obrigado a todos que estão lendo e acompanhando a história até aqui, vocês são uns lindos :*
Aproveitem =D



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Quando cheguei da escola e Bruno não estava em casa, mas ele tinha deixado comida pronta, o que significava que ele estava de bom humor. Eu fui até o meu quarto e percebi que Natasha ficava tanto tempo lá que meu cobertor tinha o cheiro dela, o que me fez dar um sorriso idiota. Eu deitei na cama, coloquei os fones de ouvido e fui ouvir música, até que a campainha tocou. Meu coração acelerou pensando que fosse Natasha, mas acabou que era nosso vizinho ( que eu só tive conhecimento da existência naquele segundo).

—Oi, eu sou o Jake, sou seu vizinho. Quem é você? - ele disse.

—Eu sou o Charlie.

—Pensei que fosse legal vir te conhecer, sabe, pra socializar. Você tem videogame, Charlie?

Ele parecia ser uma pessoa bem legal. Eu dei de ombros.

—Tenho.

—Então bora jogar. - ele disse, entrando, o que me fez rir. Eu fechei a porta e nós fomos jogar. Acabou que Jake é um garoto bem legal, nós jogamos a tarde inteira. Jogar com o Jake é uma coisa bem legal se você considerar que ele entra completamente no jogo, como se fosse parte da vida dele. É engraçado. No inicio, ele sempre vencia de mim, porque eu nunca fui muito de jogar, mas depois até que eu fui pegando o jeito.

Passar a tarde jogando videogame e falando merda me fez sentir como um adolescente normal pela primeira vez. Já estava ficando tarde quando ele foi embora.

(...)

Estava indo pra escola com Natasha, quando percebi que ela me puxava pra outro caminho.

—Ah, não... - murmurei - Pra qual furada você ta me levando hoje?

Ela riu um tanto surpresa.

—Nenhuma!

—Ta então esse é apenas um caminho diferente pra escola?

—Não. Eu tive uma ideia.

—É o que eu temia.

Ele riu, e ela pegou na minha mão, o que foi novidade, já que ela disse que não gosta. Acho que acabou se acostumando.

—Natasha.- eu disse, parando.

—O que foi?

—Hoje eu quero te mostrar um lugar.

Ela pensou, considerou a ideia, e depois deu de ombros.

—Ta.

Nós fomos andando, em silêncio, até que chegamos lá.

—O que você achou? - perguntei.

—Uau... - ela disse, olhando em volta - Charlie, isso aqui é... lindo.

Aquele lugar era meio escondido, onde eu ia sempre que queria ficar sozinho. Tinha uma floresta, naquela parte da cidade, e atrás da floresta, tinha aquele lugar abandonado, que apenas poucas pessoas sabiam da existência. Tinha um lago, com uma pequena ponte meio curvada, e tinha uns banquinhos lá, tudo meio empoeirado, o que só deixava mais bonito. Mas a coisa que deixava aquilo mais especial é que, uma vez, eu, meu pai, minha mãe e Bruno, estávamos viajando, e acabamos nos perdendo, e paramos ali, naquele lugar, e eu tive uma das melhores tardes da minha vida, o que eu acho que foi uma grande coincidência do destino quando nos mudamos pra aquela mesma cidade. Esse lugar é uma das últimas coisas que ainda me faz lembrar deles, e, ao levar Natasha lá, era meio que deixar ela invadir meu passado, deixar ela conhecer partes de mim que eu nunca tinha mostrado pra mais ninguém.

—Poucas pessoas sabem desse lugar. - eu disse.

—Cara, isso aqui é muito lindo! - ela disse, e subiu na ponte. Me olhou e riu. - Vamos nadar nisso aqui?

—O que? Ta doida? É proibido.

—É fundo?

—Um pouco, mas a gente não vai nadar ai.  

—Não vejo porquê.

—Você não ouviu nada do que eu disse, né?- comentei, rindo  

—Ta bom, ta bom, sr. Certinho. Vem cá. 

Eu fui andando até perto dela, que me envolveu com os braços e me beijou, me colocando contra a ponte. Então ela me empurrou na água. A ponte não era alta, mas eu me assustei mesmo assim, quando levantei a cabeça do rio, Natasha já estava sem blusa, pulando e caindo do meu lado. 

—Você poderia ter me matado, sua louca! - falei, rindo, porém ainda assustado.       

—O importante é que eu não matei. - ela foi chegando perto de mim e posicionou as mãos no meu pescoço. Eu abri a boca pra falar mais alguma coisa, mas fui interrompido. - Shhh. - e me beijou.

—Charlie, eu quero fazer uma coisa com você. - Natasha disse.

—Aqui? - eu disse - Você não acha meio obsceno não?

Ela riu.

—Não era isso. Mas se você quiser...- sussurrou

—Garota, você ta me testando. Não brinca assim. 

—Eu não to brincando.

Eu admito que não era esse meu objetivo ao leva-la até aquele lugar, mas também não vou dizer que não fiquei muito feliz quando fizemos sexo ali mesmo.

Depois de alum tempo, quando saímos do rio e recuperamos nossas roupas (e nossa dignidade), fomos até o banco e sentamos, agarrados pra tentar se aquecer, já que estávamos encharcados. 

—Eu quero jogar um jogo com você - ela disse, de repente- Eu te conto um segredo meu, e você me conta um seu, e por assim vai.

Eu considerei a ideia.

—Parece interessante.

—Então ta, deixa eu começar. Eu tenho um segredo muito bom pra te contar.

—Fala.

—É uma coisa muito importante.

—Fala logo!

Nós rimos.

Natasha fez um sinal pra que eu chegasse mais perto.

—É que...- ela abaixou o tom de voz, encostando a boca perto do meu rosto - eu te amo.

A beijei instantaneamente. A sensação que tive? Era como se o céu e os rios e a paisagem sorrissem pra mim. Era muito, muito bom ouvir isso de Natasha, fazia eu me sentir como se eu fosse, de alguma forma, a pessoa mais sortuda do mundo.  

 –Eu também te amo. - sussurrei no meio do beijo.

E então ela deitou no meu ombro, e ficou em silêncio, e então eu comecei a pensar em todas as lembranças que aquele lugar me trazia, e não pude evitar de ficar meio triste.

—Charlie, eu acho que eu gosto mesmo de você. De verdade. Isso é estranho? - ela perguntou. Eu não pude deixar de sorrir ao ouvir isso.

—Não. Claro que não.

—Eu tenho que te contar uma coisa sobre mim. - eu disse.

—Hum? - ela disse, me olhando nos olhos.

—É uma coisa meio séria.

—Ta, fala eu não ligo.

—Você provavelmente vai querer me largar depois disso, mas ok. Então...há alguns anos atrás, depois que meus pais morreram, e então aquela merda toda aconteceu, e então eu fiquei tão deprimido que, bom, um dia, eu estava, bom, eu tentei me matar. - fez- se um silêncio - Essa é a parte que você me acha um maluco, e fica com medo, e saí andando.

—Claro que não, Charlie. - ela disse, visivelmente um pouco assustada com o que eu disse. 

—Sabe...- falei, um pouco enrolado - naquela época, eu sentia um vazio tao grande dentro de mim. Foi passando aos poucos, mas...acho que esse vazio só se preencheu completamente depois que eu te conheci.   

Um sorriso pequeno se abriu no rosto dela, que segurou minha mão e encostou em mim, molhando a blusa dela. Naquele momento tive certeza: eu era mesmo o garoto mais sortudo desse mundo.

 


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