Umas semanas se passaram, era dia 26 de fevereiro. May e Max estavam apreensivos olhando para o jornal, que passava anunciando os líderes de Hoenn que foram capturados.

– A Equipe Magma e a Equipe Aqua acabaram de anunciar os procurados que foram pegos esta semana: Tate, Liza, Roxanne, Wattson e Flannery. Eles ainda caçam por outros líderes, famílias de líderes e campeões.

Max desligou a TV e o telefone tocou de repente. Delia foi até ele e atendeu, dando de cara com Norman. Ela sorriu e chamou May e Max para irem falar com ele.

– PAPAI!

– Oi crianças!

– Pai, estávamos preocupados achamos que iria ser pego! Onde estão? - A morena perguntava com uma cara séria.

– Numa das Ilhas Decolore, a Ilha do Mel. Este é o nosso número, ok? - Norman dizia, passando um número para eles.

– Olá meus bebês! - Caroline disse, entrando no meio da tela.

Enquanto eles conversavam Misty sorriu de lado, o que não passou despercebido por Violet. A azulada cutucou a irmã e a menor a encarou, com um ar de tristeza.

– Sabe que dia é hoje não? - Perguntou a ruiva.

– Não… Espera, hoje é dia 26 de fevereiro?

Ela assentiu, ambas fitaram o chão. Foi naquele dia que receberam a triste notícia sobre a morte de seus pais. Mas não era a única má notícia que teriam.

O telefone tinha outra chamada, desta vez de Daisy. Max e May se despediram dos pais e atenderam a chamada da outra, que pediu para eles ligarem no Canal 12, e assim Ash o fez.

– Notícias de última hora, Lily Waterflower, uma das quatro líderes do Ginásio de Cerulean, foi pega esta tarde pela Equipe Plasma. Bem estas são… - Misty desligou a TV e começou a chorar.

– NÃO! NÃO! MINHA IRMÃ NÃO! - As lágrimas rolavam grossamente na bochecha da ruiva que abraçou Ash.

– Lily… - Violet murmurou, abraçando as costas da irmã mais nova.

A ruiva não aguentou, subiu no quarto onde dormia e jogou-se na cama, não ia parar de chorar tão cedo. Ash apenas observou a cena, com os olhos muito marejados.

– V-vou falar com ela… - Ele disse, subindo até seu quarto.

Ao subir no quarto, se deparou com a menina chorando abraçada à Togepi. Ele se sentou do lado dela e Pikachu pulou em seu colo, em seguida, Ash a abraçou fortemente.

– Misty, escuta, sua irmã vai ficar bem… - Ele dizia, acariciando os cabelos dela. - Entenda, não vão fazer nada com ela…

– Ash, eles nos levam até locais concentrados, nos obrigam a trabalhar e se não obedecemos nós apanhamos… Nunca estive lá mas já me contaram sobre os horrores…

A garota continuou a chorar, abraçada ao moreno, por fim, dormiu com a cabeça apoiada no ombro do menino. Ele a deixou deitada em sua cama e ia sair, mas antes, deu um beijo na testa dela.

– Ash, ela dormiu? - May perguntou quando ele saiu do quarto.

– Sim… Sabe, eu queria deixá-la feliz, mas não sei como depois dessa notícia…

May pensou e sorriu de canto, sussurrou algo no ouvido do menino. Ash sorriu, era uma boa ideia. Desceu correndo e puxou Drew e Pikachu para fora. Essa foi a melhor ideia que May tivera.

– Drew, vamos até a Banca do Raymond, a May me deu uma ideia pra ajudar a alegrar a Misty!

– E qual foi?

– Bom, a nossa amiga morena percebeu o quanto a sua prima ruiva ama o mangá da Sailor Moon. Que tal comprarmos o número 11 pra ela?

O esverdeado pensou e sorriu, era uma brilhante ideia. Os dois subiram na bicicleta de Ash e foram até a banca, onde viram dois recrutas da Equipe Rocket que uma vez pararam Ash e Pikachu.

– Vamos lá, dê seus Pokémons! - Disse James

– M-mas eu já disse, não tenho Pokémons!

– Deixem o Raymond em paz! PIKACHU, CHOQUE DO TROVÃO! - Berrou Ash.

O trio os encarou, de olhos arregalados. Nem tiveram tempo de ordenar nada que foram direto para os ares. Raymond, um jovem de pele morena, olhos azuis e cabelos castanhos claros, agradeceu Ash por ajudá-lo.

– Valeu amiguinho, pelo menos meus Pokémons ainda estão comigo… Mas me diz Ash, o que vai ser hoje?

– Um gibi da Sailor Moon, se não me engano o número 11.

O rapaz procurou pelo gibi e depois de 15 minutos achou com a ajuda de seu Golem. Os meninos agradeceram e voltaram para a casa de Ash, onde a pedido do moreno o esverdeado gravaria um CD para Misty.

– Mãe, tem papel de embrulho?

– Claro filho! - Exclamou Delia. - Mas, por que?

– Queria fazer uma surpresa pra Misty… Sabe, não quero vê-la triste… - Ele dizia, corando.

A mãe dele riu, sabia o que o filho estava sentindo, e se chamava paixão. Ela subiu numa escada e pegou, no fundo do armário, um papel de embrulho roxo com corações rosados.

– Obrigado! Er… Me ajuda a embrulhar?

Ela assentiu, ambos embrulharam o gibi japônes e pegaram o CD que Drew havia gravado. O moreno mais novo subiu nas pontas dos pés até seu quarto e colocou os presentinhos na cabeceira da cama.

– Espero que goste… - Ele sussurrou, saindo de lá e descendo.

Duas horas mais tarde, Misty acordou. Ela olhou em volta e esfregou os olhos, ao se sentar, viu na cabeceira da cama dois presentes: Um pacote embrulhado e um CD.

– Quem será que… - Ela ia continuar, até ver um bilhete entre o CD e o pacote.

“Misty, sei que está triste e tudo o mais… Mas ninguém quer vê-la assim. Por favor, aceite estes dois presentes. Ass.: Ash”

Ela arregalou os olhos, abriu o pacote se deparando com o mangá 11 de Sailor Moon e olhou o CD, onde estava escrito “CD for Misty”. Ela olhou um radinho no canto da cômoda e colocou o CD, onde começou a tocar Não Vou Me Adaptar.

– Acordou? - Ash disse, ao entrar.

Ela sorriu, abraçou o amigo e o beijou na bochecha. Todos olhavam de longe a cena, sorrindo e rindo baixinho, a cena era muito fofa.

– Obrigada… - Misty sussurrou no ouvido do moreno, deixando-o arrepiado.