Promessas escrita por ColorwoodGirl


Capítulo 3
Capítulo 2




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As horas se arrastavam como lesmas. Após o primeiro diagnóstico, outra tomografia foi feita, dessa vez com um foco maior nas áreas específicas afetadas. Uma hemorragia foi detectada, e o médico resolveu fazer uma cirurgia.

Foram quase seis horas de cirurgia, nas quais Pedro não soltou o terço que sua mãe lhe dera de presente. Definitivamente havia sido uma boa ideia deixá-lo guardado na carteira.

“Vai dar tudo certo, cara, você vai ver.” Cobra o consolou, sentado ao seu lado.

“Eu nunca perdi uma luta.”

“Você não poderia fazer nada, cara... Eu estava lá e vi. Não havia nada que ninguém pudesse ter feito, foi um golpe desleal da lutadora da Khan.”

“Ela estava distraída, só assim ela tomaria um golpe desses.” Ele escondeu o rosto nas mãos. “Ela estava pensando na nossa briga.”

O rapaz não disse nada, apenas colocou a mão no ombro do guitarrista, num ato silencioso de apoio.

“Família de Karina Ramos?” O médico apareceu, ainda com a roupa do centro cirúrgico. Pedro e Gael pularam ao mesmo tempo, os dois correndo até o homem. “Hã, quem são?”

“Sou o marido dela, ele é o pai.” O rapaz apresentou, rapidamente. “Agora me diz, por favor, como está a minha esposa.”

“Bom, o Dr. Simão os explicou sobre a hemorragia, estou correto?” Concordaram. “Era um pouco maior do que vimos e com a incisão...”

“Vocês foderam o cérebro da minha filha?” Gael cerrou os punhos, sendo abraçado por Dandara.

“Se acalme, senhor. A cirurgia ocorreu bem, só encontramos alguns imprevistos. Controlamos a hemorragia e fizemos tudo o que pudemos; agora, precisamos esperá-la acordar para termos noção dos danos que possa ter sofrido.”

“E quando ela vai acordar?” Perguntou João.

“O efeito da anestesia já deve passar e ela já saiu do respirador, o que é um bom sinal. Talvez mais uma hora ou duas, mas é um quadro imprevisível.” Explicou o médico. “Ela pode ter companhia no quarto, mas apenas uma pessoa.”

“Ótimo, eu vou.” Disse Gael, recebendo alguns olhares feios.

“Bom, senhor, a preferência nesse caso é do marido da paciente; no caso, o sr. Ramos.” O homem tentou se compreensível, e o lutador rosnou.

“Gael, nada mais correto do que o Pedrinho ficar com ela. Ele é o marido.” Dandara segurou o braço do marido.

“Pai, ele é a família dela agora, lembra?” Bianca interveio, enquanto o mestre suspirava.

“Pode ir, menestrel do capiroto.”

O rapaz não precisou que pedissem duas vezes, correndo na direção que o médico indicou. Cruzou com algumas enfermeiras, que o ajudaram a achar o caminho até o quarto. Parou em frente ao 305, suspirando.

“Tudo bem, rapaz?” O Dr. Simão se aproximou, parando ao lado de Pedro.

“Com medo do que vou encontrar.”

“Você vai precisar ser forte, muito forte. O processo de recuperação vai ser longo, não importa se com sequelas ou não. O golpe na sua esposa foi... Hediondo, para figurar. Para causar um dano assim, a outra lutadora fez algo muito errado, e principalmente, sabia bem o que fazia. Vocês podem processar essa garota, e eu prometo testemunhar. A pena...”

“Dr. Simão, com todo o respeito; nesse momento, só o que me importa é a Karina acordar bem. Depois eu penso em processar alguém ou qualquer coisa assim.” Pedro o cortou. “Eu vou entrar.”

“Boa sorte.” O médico sorriu, lhe dando um tapinha no ombro e saindo. Pedro suspirou, colocando a mão na maçaneta e empurrando a porta.

Ao entrar, suspendeu a respiração.

Como o médico havia dito, Karina não estava no respirador; o que no caso de um paciente com o cérebro lesionado, era algo a ser comemorado. Porém, sua cabeça estava enfaixada e não era possível ver um único fio de cabelo.

“Ah, minha esquentadinha... Eu sei que você gostava do cabelo curto, mas careca...” Ele tentou soar brincalhão, mas sua voz era desespero puro. “Meu amor, acorda logo. Eu preciso ouvir você me xingando por ter te distraído na luta, ou por ser um babaca completo. Mas eu preciso que você acorde.”

~P&K~

“Vamos, K, acorda...” Pedro estava deitado ao lado da namorada, na cama do loft que haviam passado a dividir recentemente. “Vamos, esquentadinha.”

“É bom o loft estar pegando fogo para você me acordar a essa hora.” Resmungou a loira, coçando os olhos.

“Bom dia para você também, meu amor.” Ele riu, beijando a coxa dela, onde estava apoiado. “Eu tenho uma surpresa para você.”

“Ai meu Deus, você me acordou para isso?” Ela choramingou, enquanto ele se levantava e a puxava.

“Vem logo, esquentadinha resmungona.” Ele tapou seus olhos com as mãos, fazendo-a rir. “Você vai gostar, eu garanto.”

Ele a guiou até a sala, parando no meio dela. Suspirou, soltando seus olhos.

“Surpresa.”

“Pe...” Ela ficou boquiaberta. “Quando você fez isso?”

“De madrugada. Você tem sono pesado, sabia esquentadinha?” Ele riu, beijando o rosto dela. “Gostou?”

“Eu amei.” Garantiu, se afastando dele e se aproximando da surpresa. A principal parede do loft estava totalmente cheia de fotos dos dois durante os anos de namoro; nos vãos brancos, trechos de música que ele já havia escrito para ela, ou que tivessem marcado o namoro dos dois.

“Achei que o loft estava muito impessoal.” Ele explicou, sorrindo. “Agora tem, literalmente, nossa cara.”

“E o que é isso?” Ela parou no meio da parede, vendo um papel branco dobrado ao meio e colado na parede. Puxou, abrindo e encontrando uma mensagem. “Esquentadinha, quer... quer casar comigo?

Ela virou para ele, que sorria. Em suas mãos, um anel. Ele fechou os olhos com o sorriso.

“E então, meu amor? Aceita?”

“Aceito. Claro que aceito.” Ela sorriu, correndo até ele e o beijando, enquanto ele a suspendia do chão e rodava no lugar. “Te amo muito.”

“Eu também, minha noivinha.” Ela riu, enquanto ele colocava o anel em seu dedo.

~P&K~

Quase três horas se passaram, enquanto ele a observava dormindo. Sequer piscava, atento a qualquer sinal que ela pudesse demonstrar.

“Bom dia estrelinhas, bom dia luz do sol, bom dia qualquer coisa, qualquer coisa que te faça acordar.” Ele começou a cantarolar uma música inventada, com o rosto ainda enfiado nas mãos. “Vamos, esquentadinha, hora de acordar.”

“A-acordar?” A voz foi como música para seus ouvidos, enquanto ele encarava a esposa na cama.

“Karina, você acordou.” Ele pulou da cadeira, segurando o rosto dela e começando a beijar seus lábios repetidas vezes, algumas lágrimas de alívio escapando de seus olhos. “Ah, meu amor.”

“A-amor? K-karina?” Ela repetia com a voz trêmula, o olhar temeroso. Pedro se afastou um pouco, a encarando preocupado.

“K, sou eu, o Pedro. Seu marido.” Sua voz era de pânico, enquanto os olhos dela refletiam o sentimento.

“M-marido?”

“Karina, fala alguma coisa além de repetir o que eu digo.” Ele pediu.

“D-digo, c-coisa.” Ela começou a tremer e chorar, enquanto ele se afastava, trmendo. “C-coisa, c-coisa.”

“Dr. Simão, socorro.” O guitarrista abriu a porta, saindo correndo. O médico apareceu com duas enfermeiras ao seu lado. “Tem alguma coisa muito errada com a Karina. Ela só repete o que eu digo, algumas palavras. Ela tá chorando e assustada.”

O homem passou reto por ele, correndo para o quarto. Pedro o seguiu de perto, assustado.

“Olá Karina, eu sou o Dr. Simão. Pode me dizer que diz é hoje?” Ele perguntou, piscando a lanterna nos olhos dela.

“Si-simão.”

“Qual o nome do seu pai?”

“Pa-pai.”

“Doutor, pelo amor de Deus, que merda está acontecendo.” Gritou Pedro, assustando Karina.

“Eu acho que os danos foram um pouco piores do que imaginávamos...” O homem se virou para ele, seus olhos cheios de pesar.


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Notas finais do capítulo

Hey peanuts
Quero pedir um milhão de desculpas a vocês: pela demora e por não ter respondido os reviews.
Quarta feira minha cachorrinha de quatro meses começou a passar muito mal e, ontem pela manhã, o quadro dela estava muito sério, do tipo grave ao extremo. Estivemos correndo atrás de veterinário e remédio sem parar, porque pela idade dela, a situação foi bem complicada. Agora ela vai passar o final de semana internada e eu dormi por 12 horas direto, de tão emocionalmente exausta que estava.
Vou responder os reviews do capítulo anterior daqui a pouco, ok? E vou tentar atualizar todas as minhas fics nesse final de semana, prometo.
Quanto ao capítulo: o que será que aconteceu? Fodeu tudo? Pedrinho tá fodido? Gostaram da lembrança.
QUERO OPINIÕES.
Beijos peanuts



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