Promessas escrita por ColorwoodGirl


Capítulo 2
Capítulo 1




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Aquele era, sem sombra de dúvidas, o dia mais feliz de sua vida. A chuva, implacável durante aquele verão, dera uma trégua e deixara o sol brilhar e aquecer as areias da pequena praia escolhida por Pedro e Karin para selarem sua união.

O casal, mesmo tão jovem, já se considerava apto para partilhar da vida a dois. Haviam sido seis anos de namoro e um de noivado. O dia escolhido para a cerimônia ficava exatamente entre o aniversário de 23 anos de ambos, em um sábado gostoso do final de janeiro.

A opção por realizar a cerimônia daquela forma se deu pela opção de informalidade que oferecia. A ideia de usar em vestidão branco não agradava em nada à Karina, mais aberta a opção de uma saia e blusinha.

Não houveram grandes frescuras nos preparativos. Dandara e Delma organizaram os comes e bebes; Bianca e Fabi providenciaram uma decoração modesta e agradável. As alianças foram presente de Gael, as mesmas que ele e Ana usaram ao se casar.

“Gostou?” Perguntou uma Bianca sorridente, parando ao lado do futuro cunhado.

“Está lindo. Do jeito que a esquentadinha gosta.” Ele deu seu sorriso usual, fechando os olhos.

“Ela também está linda.” A atriz deu uma ombrada de leve. “Nós convencemos ela a dar uma caprichada.”

“Você sabe que eu só quero que ela esteja confortável.”

“Ela está... Não fizemos nada que ela não gostasse.” Prometeu a jovem, voltando para o lugar onde a irmã se arrumava.

Pedro caminhou até o altar, parando junto ao juiz de paz. Seu padrinho seria João, que entraria junto de Fabi, melhor amiga de Karina. Bianca entraria com Cobra, escolhido por Karina para ser padrinho da união também.

Seu pai estava sentado na primeira fila, sorrindo orgulhoso. Delma estava com a madrasta da noiva, ajudando-a a terminar de se arrumar. O casal Ramos havia se divorciado alguns anos antes, quando o caso de Marcelo e Roberta, professor de natação de Tomtom, veio à tona. Atualmente conseguiam permanecer em paz em ocasiões importantes para os filhos, como era o caso do casamento do primogênito.

Foi com os olhos cheios de lágrimas que ouviu Rominho começar uma versão no piano da música que havia escrito para a noiva, tantos anos antes. Primeiro apareceu Bianca de braços dados com Cobra, ambos a uma distância cordial, já que Duca e Jade os observavam com olhos ferinos. Logo atrás, João e Fabi com os dedos entrelaçados, o rapaz fazendo poses e trejeitos que arrancaram risos.

E por último, ela.

Diferente do que havia lhe dito, Karina usava sim um vestido. Era branco, cavado, e rodado até os joelhos, bem simples. Usava um aro de delicadas mini orquídeas na cabeça, uma maquiagem bem suave nos olhos.

Perfeita, na humilde opinião daquele homem apaixonado.

Gael vinha sisudo ao seu lado, e vez ou outra ela lhe dava uma leve cutucada nas costelas, os dois sorrindo um para o outro. Em determinado ponto ele simplesmente soltou o braço dela, a abraçando pelos ombros e deixando que ela se aninhasse a ele enquanto caminhavam, beijando sua testa com carinho.

Pedro deu dois passos para frente, ansioso para recebê-la em seus braços. Gael franziu o cenho, enquanto paravam à sua frente.

“Menestrel do capiroto... Cuide bem da minha filha, por favor.”

“Com a minha vida, mestre Cruel.” Eles apertaram a mão com força, enquanto o lutador virava-se para a filha, os dois com os olhos cheios de lágrima. Ele não disse nada, apenas beijou sua testa novamente, dessa vez mais longamente. Suspirou, saindo cambaleante, sentando ao lado de Dandara, que o abraçou risonha.

“Esquentadinha.” Pedro suspirou, estendendo a mão. Ela riu, segurando a mão dele e se aproximando.

“Moleque.” Lhe deu um selinho. “Gostou?”

“Está linda.” Garantiu, entrelaçando seus dedos e trazendo a noiva para seu lado.

Todos diriam que as palavras do juiz de paz foram belíssimas, mas nenhum dos noivos conseguiria se lembrar, já que suas atenções ficaram inteiramente focadas um no outro.

“Podem trocar as alianças.” Pediu o juiz, sem obter resposta. “Pedro, Karina?”

“Shrek e Fiona, acordem.” Cantarolou João, fazendo os convidados rirem e o casal se sobressaltar. “As alianças, meus ogros favoritos.”

“Olha como fala, moleque.” Rosnou Karina, enquanto Tomtom se aproximava deles, com a caixinha das alianças. “Valeu, Tomtom.”

“É, valeu pirralha.” Pedro bagunçou os cabelos da irmã, que lhe mandou a língua.

“Posso pôr primeiro?” Ele assentiu. “Hã, eu não sou de falar coisas bonitas, então vou repetir algo que eu já disse: você tem muitos defeitos, Pê, mas eu amo todos eles... Eu amo os seus defeitos, porque eles foram feitos especialmente para mim. Te amo, seu mala.”

“Tão delicada.” Suspirou Bianca, enquanto Cobra ria ao seu lado.

Pedro pegou o aro de ouro, encarando-o. Suspirou, trazendo a mão de Karina mais perto e posicionando o anel.

“Eu prometo dar sempre o melhor de mim; fazer todo o esforço necessário para que nós sejamos felizes e, principalmente, fazer você lembrar todos os dias porque se apaixonou por mim.” Ele declamou, encarando as duas íris azuis brilhante. “Eu te amo, minha esquentadinha.”

“Descobrimos quem é a Fiona.” Murmurou João, fazendo Fabi rir.

“Por favor, queiram assinar os locais demarcados.” Pediu o juiz, estendendo os papéis.

O casal assinou, seguido pelos padrinhos. Bianca e Fabi abraçaram Karina com os chiliques típicos de mulherzinha, fazendo a noiva revirar os olhos. João e Cobra apenas apertaram a mão de Pedro, antes de voltarem à seus lugares.

“A partir de agora, você passa a responder legalmente por Karina Duarte Ramos.” Avisou o homem, sorrindo para os noivos. “Pode beijar a sua esposa, sr. Ramos.”

“Finalmente.” O guitarrista sorriu alegremente, virando-se para a agora esposa. “Minha esposa.”

“Meu marido.” Ela sorriu de lado, daquele jeitinho que ele amava. “Me beija logo.”

“Com prazer.”

~P&K~

A viagem até São Paulo durava oito horas de carro, mas o tempo de conseguir uma passagem de avião e pegar o voo demoraria o menos. Pelo menos, na estrada, Pedro se sentia útil.

Duca ia ao volante, Bianca no passageiro ao seu lado. No banco traseiro, Pedro, Dandara e João, os três aflitos. Dos amigos mais chegados de Karina, Cobra e Fabi já estava em São Paulo, competindo. Devido a uma luxação no joelho, Duca não havia participado naquele dia, pela primeira vez em anos.

Gael ligava de tempo em tempo, apenas para informar que não haviam novas notícias. Desde que ele havia ligado avisando do acidente, nada havia mudado: ela continuava inconsciente e fazendo exames.

Quando chegaram na capital paulista, já era quase meia noite. Pedro correu pelo estacionamento, seguindo assim pelos corredores do hospital. Gael os mandara ir direto para a área de traumas, e era esse lugar que ele procurava.

“Gael.” Gritou assim que avistou o sogro, conversando com o médico. O homem de branco se afastou, enquanto o lutador ia até o genro. “O que foi? O que o médico disse?”

“A primeira tomografia chegou. Houve... Houve uma lesão. A pancada acertou o lobo temporal medial e o hipocampo.” O mais velho secou os olhos, mas Pedro não entendia.

“Mas isso é sério? Ela não vai poder andar? Falar?” O guitarrista elevou a voz desesperado.

“Não saberemos até ela acordar, mas... Pedro, o local lesionado é responsável pela memória.” A espinha do rapaz gelou, enquanto ele sentia o mundo ruir.


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Notas finais do capítulo

Hey peanuts
Nossa, amei os comentários positivos sobre o prólogo. Responderei todos agora, prometo.
Espero que tenham gostado desse primeiro capítulo, eu particularmente amei ele.
Well, see you soon, peanuts



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