Virei as costas a mesa gigante, encarei meu horário... 2-C, no final do corredor à esquerda, é não deve ser tão difícil, pensei, mas não pude negar para mim mesma, estava nervosa.

...

Segui caminhando pelo corredor, era uma das ultimas salas à esquerda, diminui o ritmo de meus passos, talvez hesitando um pouco minha chegada, não imaginava o que encontraria a quando entrasse na sala, de acordo com o mestre (ainda sem entender porque o chamam assim) os alunos me acolheriam bem, mas ainda estava com um pouco de medo.

Cheguei até a porta da sala, demorei alguns segundos até que resolvesse bater, podia ver um professor que aparentava não ser tão velho, e tinha uma estranha cicatriz em seu olho, um tanto amedrontador, e que se aproximava cada vez mais para abrir a porta.

–Bom dia. – ele disse com um sorriso ao abrir.

–Bom dia... – respondi sem jeito – Meu nome é Lucy, sou aluna nova e cheguei hoje, o diretor disse que essa seria minha nova sala.

–Ora, Makarov me falou de você – Makarov... Esse deveria ser o nome do mestre, eu ainda não tinha procurado saber seu nome, porém agora creio que seja mais fácil falar com ele – Seja bem-vinda Lucy, pode entrar. – Ele disse me guiando para dentro da sala.

–Obrigado – disse adentrando.

–Então pessoal, essa é Lucy, aluna nova de Fairy Tail, portanto, cuidem bem dela, e sejam gentis – começaram alguns murmurinhos na sala, mas em geral, não havia pessoas me encarando feio, e sim sorrindo, o que era bom – Pode se sentar onde preferir Lucy.

–Certo... Muito obrigado professor. –respondi, sempre fui uma garota tímida, então não conseguia trocar muitas palavras com pessoas que não conhecia.

–A propósito, meu nome é Gildartds sou professor de Trigonometria, pegue seu material e iremos prosseguir a aula.

Fiz um gesto com a cabeça concordando com que ele havia me dito e me dirigi para uma carteira mais ao fundo da sala, senti alguns olhares sobre mim, mas decidi ignorar, aparentemente todos eram legais, mas não teria coragem de me comunicar agora.

Tirei o material que estava em minha bolsa, um caderno e um estojo cheio de canetas, tinha certo vício nelas, e meus cadernos eram parecidos com um arco-íris.

A aula passou rapidamente, eu gostava da matéria, e Gildarts era um bom professor. Quando o sinal bateu, vi a bagunça começar, muitos levantaram e a conversa se instalou pessoas brincando e conversando sobre os mais diversos assuntos.

Senti-me um pouco sozinha, até uma menina com cabelo azul se aproximar.

–Olá! – ela disse entusiasmada – Meu nome é Levy, vi você aqui sozinha e vim conversar – ela sorriu docemente para mim, ela parecia ser uma pessoa simpática, e talvez pudéssemos começar uma amizade – seu nome é Lucy não é?

–Oi Levy... Sim, meu nome é Lucy, e que bom que veio, eu estava me sentindo um pouco sozinha. – respondi meio sem jeito.

Ela sorriu e me disse:

–Certo, então vamos, vou te apresentar as meninas, vai gostar delas. – Levy parecia estar entusiasmada.

Me levantei e fomos até um grupinho de garotas que conversavam sorridentes, entre elas podia ver uma ruiva alta, um tanto contraída, mas parecia ser interessante, outra garota de cabelos azuis, assim com os de Levy, que parecia estar perdida em seus pensamentos. Uma garota de cabelos castanhos, que conversava e ria com uma de cabelos estranhamente brancos, todas pareciam der interessantes.

–Hey garotas, essa é a Lucy a aluna nova. – Levy me apresentou, e todas prestaram atenção em mim.

–Prazer em conhecê-la Lucy, meu nome é Erza – a ruiva sorriu e veio me abraçar.

–Prazer em conhecê-la Erza – sorri e a abracei de volta.

–Oi Lucy, meu nome é Cana – a morena sorriu e acenou.

–Oi Cana! – respondi sorrindo.

–Ora ora, você é muito bonita Lucy, meu nome é Mirajane... Mas pode me chamar de Mira. – a albina também se levantou para me abraçar.

–Obrigado Mira... – sorri meio sem jeito.

–Juvia?- chamou Levy, a menina de cabelos azuis como os dela mesma, que estava distraída olhando para seus livros.

–Oh! Me desculpe, meu nome é Juvia – ela sorriu e estendeu a mão.

–Sem problema – sorri e apertei sua mão

Conversamos por mais uns minutos até que o professor chegasse e tivemos mais algumas aulas até o dia terminar.

O intervalo havia sido tranquilo, as meninas me apresentaram a outras pessoas do colégio e aos meninos que estavam sempre juntos com elas, e confesso, todos eles bonitos... Mas um deles ainda me despertava curiosidade, sempre mais sério... E seus cabelos... Mas afastei esses pensamentos logo.

Mas ele não havia me dito seu nome, não havia nem sequer trocado muitas palavras, eu resolvi não dizer nada também.

Quando me dei conta, já estava indo para casa, dessa vez não estava correndo, andava devagar tentando conhecer um pouco das redondezas, estava pensando em tudo e em todos que havia conhecido em apenas um dia.

É incrível perceber que eu não havia ficado com tanta vergonha, que eu não me sentia tão deslocada, e que todos pareciam não se importar com o que eu tinha, ou quem eu era, só queriam ser meus amigos. O que era demais.

Em meio aos meus devaneios me lembrei que as meninas haviam me chamado para tomar um café em um lugar que não era muito longe das escola, e que todos estariam lá.

Comecei a apertar o passo para chegar logo em casa e me arrumar um pouco.

Quando cheguei, me deparei com as milhares de caixas que ainda precisava abrir, Tia Ellie havia mandado alguém colocar todas em meu quarto, eu ainda estava com preguiça de colocá-las em seu devido lugar, então resolvi apenas abrir as malas de roupas e guardá-las no armário.

Quando o relógio marcou quatro horas, larguei o que estava fazendo e fui me arrumar para encontrar meus novos amigos.

Fui até o banheiro e tomei uma ducha ligeiramente gelada, lavei meus cabelos e relaxei um pouco. Logo que saí me enrolei em uma toalha que estava próxima e fui ao meu guarda-roupa recém-arrumado pegar algo para vestir.

Assim que o abri me veio àquela famosa dúvida:

–O que vestir?- sussurrei para mim mesma.

Assim decidi por colocar uma saia um tanto curta, uma blusa simples e um casaquinho, nos pés, meu famoso all-star de cano alto vermelho, sempre adorei aquele tênis, que me fazia sentir tão confortável, algo nele me chamava à atenção, um pequeno diamante colocado em seu símbolo, Tia Ellie havia mandado o colocar ali, e eu o amava.

Já eram quase cinco horas quando peguei minha bolsa, celular, e um pouco de dinheiro para ir até a cafeteria.

Andei um pouco depressa para poder chegar a tempo. E quando entrei todos estavam lá, em uma grande mesa, rindo e conversando, até certo rosado, que mesmo distante ainda sorria.

Andei devagar até a mesa em que todos estavam e discretamente disse:

–Oi pessoal...

–Oi Lucy!- todos responderam em coro.

Sentei-me na única cadeira vazia, ao lado do garoto qual ainda eu não sabia o nome, e Levy que conversava alegremente comigo e com todos. Enturmei-me rapidamente na conversa. E me sentia entretida com tudo que estava acontecendo. Até que o garoto ao meu lado puxa meu braço e diz:

–Você poderia me ajudar a pegar os pedidos no balcão?

Não entendi porque ele havia me pedido aquilo, eu ao menos sabia seu nome, e o mesmo não se interessara em saber o meu, mas não queria ser rude, então respondi:

–Claro.

Então nos levantamos e fomos indo até o balcão, quando ele segurou minha mão e me puxou para um corredor afastado de onde estavam as pessoas.

–Ei! O que está fazendo seu idiota? –fui interrompida por um abraço inesperado, fiquei sem reação até ele quebrar o silêncio que havia se instalado.

–Eu senti tanto a sua falta...

E foi então que eu percebi que o que eu estava tentando afastar era real, que aqueles cabelos rosáceos eram inconfundíveis, que eu estava certa... Então soltei apenas um nome, antes de abraçar de volta o garoto que envolvia minha cintura:

–Natsu...