Sansa, eu me apaixonei por Olívio Wood! escrita por Clarisse Arantes


Capítulo 7
Um dia nem tão bom


Notas iniciais do capítulo

Inspiração. Isso me fez escrever esse capítulo rapidamente, após ter terminado o sexto.



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Quando acordei, a primeira coisa que me lembrei é que naquele dia teria o esperado jogo de Quadribol. O jogo que Olívio tanto tinha falado que Harry Potter estaria presente, e o tão exibido ele estava por ter certeza de que ganharia com Potter em seu time. Convencido.

Meu corpo levantou-se da cama preguiçosamente, com cuidado, separei roupas diferentes e uma toalha, após, dirigi-me para o banheiro. Meu caminho foi curto e direto. Encontrei Annie por lá. Ela sussurrava uma música desconhecida e qualquer em uma das cabines. Ela parecia tão solitária quanto eu naquele momento. Descobri que estava andando com uns amigos dos novatos, tal de Goyle. Entrei-me debaixo do chuveiro e deixei que a água escorresse por meu corpo e aliviasse minha alma.

Eu não queria, e até fiquei constrangida somente por pensar, mas Olívio acabou por vir em meus pensamentos. Droga. Porque eu tinha tanta raiva dele? Nem eu sabia dizer. Mas depois de um tempo, tentando me lembrar de onde toda a raiva que possuía de Olívio ter vindo, cheguei a simples conclusão: ele era da Grifinória. Porém, esse era um motivo muito simples e fútil, e minha mente queria insistir em me dizer isso. Contrai-me ao pensar que não havia motivo para odiar Olívio.

Não teria pena de Olívio logo agora, de qualquer jeito. Ele era exibido, além de tudo. E não era santo. Bom, esses eram uns bons motivos.

Deixei o banheiro, já vestida sem minhas roupas usuais. Vestes simples, confortáveis e bonitas. Por ser um dia de folga, eu não precisava usar o uniforme. Do mesmo jeito, ajeitei um broche em minha blusa com as cores da Sonserina.

Com a toalha enrolada em meus cabelos, caminhei de volta para o quarto, dessa vez, rapidamente. Evitei passar por corredores amontoados de pessoas, que obviamente, me olhariam estranho. Ainda preguiçosamente, guardei a toalha no devido lugar, deixando-a secar e penteei meus cabelos castanhos. Calcei minhas botas escuras e peguei Sansa, pronta para dar um passeio pelo lado de fora.

Encontrei Annie, voltando para o quarto, ela não parecia tão bem, mas sorriu com medo quando passei ao seu lado. Respirei fundo. Não sabia exatamente que horas eram, e nem que horas começaria o jogo de Quadribol.

Ah sim. Eu iria. Com certeza. Harry Potter era novo na escola, e sendo novo, não poderia ter tanto treino para o time. Assim, ele não teria tanta experiência para vencer. A não ser que ele possuísse alguma espécie de talento. O menino que sobreviveu. Não queria estar em sua pele nem em mil vidas.

Ou seja, Olívio teria que se engolir, quando a Grifinória perdesse. Sorri. Eu o faria pedir desculpas quando isso acontecesse.

Passei pelo refeitório e as mesas já estavam praticamente vazias, o que foi um alívio. Tomei um sossegado café da manhã, delicioso, e depois deixei o refeitório.

Da mesma janela em que Sansa caíra há alguns dias, parei-me nela e tirei-a de dentro do casaco, para começar a escrever. Vi, através da mesma, que algumas pessoas começavam a se acumular sobre as arquibancadas.

“Olá, Sansa. Hoje quando acordei, meus pensamentos foram tomados por aquilo que sempre me incomoda uma vez por mês. Você sabe muito bem o que é. Temo que esteja entrando na TPM, mas hoje, acordei muito sentimental. Acredite ou não. Estou enxergando olhares onde não há e tudo está muito depressivo. Talvez meu espírito não esteja bom nesse dia.

No banho, um pouco mais cedo, perguntei-me o porquê de odiar tanto as pessoas alheias e droga. Odeio que isso aconteça. Acredita que até questionei o porquê de tanto o meu ódio por Olívio? Nem eu acredito.

O jogo da Grifinória é hoje mesmo. E de tanto Olívio dizer que a Sonserina vai perder, estarei presente para lhe dizer que não, quando ganharmos. Assim espero. O tal do Potter estará presente. Estive pensando em sua história ontem antes de adormecer. É um pobre coitado. Será o apanhador da Grifinória, e o motivo de saber disso, é que Olívio diz que com Potter em seu time, serão invencíveis. É uma pena que ele dependa de um garoto de onze anos em seu time.”.

Quando reli tudo o que havia escrito três vezes. Li uma quarta vez. De três parágrafos que havia escrito, Olívio estava presente em dois deles. Olívio estava presente em quase tudo que estava escrevendo e o motivo dele estar presente em tudo isso é porque eu o odeio. Preciso manter Olívio distante para evitar estresse. E raiva. E o misto de outras coisas que Olívio me causava, como: desgosto.

Meu olhar desviou-se para o campo de Quadribol, as arquibancadas já estavam lotadas. Os times já estavam em posição e a professora apressava-se para lançar a bola aos ares.

Fechei Sansa com rapidez e guardei-a na parte de dentro do meu uniforme. Corri então para o campo de Quadribol. Quase esbarrei em algumas pessoas. Comecei a subir os degraus da arquibancada da Sonserina.

O jogo já havia começado. O nosso time estava com a goles e passava de um lado para o outro, em poucos segundos, nosso time havia chego perto de Olívio e atacado a goles. Passando pelo aro mais alto e maior, marcamos pontos.

Eu comemorei internamente e observei a cara de Olívio, frustrado. Enquanto outra partida recomeçava, observei o olhar de Olívio recair sobre a arquibancada da Sonserina. Ele deu um sorrisinho de lado e segurou a próxima goles, que tentava entrar pelo aro.

— O que você acha? — ouvi uma voz masculina ao meu lado. Dei um pulo no banco e meu coração disparou. Voltei meu olhar para o pequeno garoto ao meu lado.

— É, ele não é tão ruim assim. Mas o jogo quase nem começou direito e já estam...

— Do que você está falando? — me interrompeu o garoto grisalho. Ele deu um sorrisinho de lado.

— Do que você está falando? — perguntei, distraída. Meus olhos começaram a acompanhar a goles.

— Harry Potter.

Eu ri.

— Parece que você gosta dele — caçoei. O garoto ficou realmente ofendido, começou a levantar-se, nervoso e frustrado.

— O que lhe faz pensar isso? Meu pai ficará sabendo dessa sua ousadia.

— Você só fala dele — puxei-o pelo casaco, fazendo-o sentar. — Relaxa aí.

— Eu falo dele porque isso é injusto. Eu não gosto de Harry Potter.

— Tudo bem — dei de ombros. — Por que é injusto?

O rapaz finalmente sorriu, aliviado, por começar a contar o que lhe deixava aflito.

— Ele é o primeiro num time de Quadribol que começou no primeiro ano — ele fez careta. — Isso é injusto com os outros alunos. Tudo culpa daquela megera da Minerva.

Foi minha vez de fazer careta.

— Qual é — comecei — ninguém merece a Minerva.

Nós acabamos por rir. Meu olhar recaiu por Harry, que estava mais atrás, ele e o nosso jogador da Sonserina, estavam dispersos pelo alto do campo, à procura do Pomo de Ouro.

— Então, qual é o seu nome? — perguntei, de repente. Dispersa e observando o jogo.

— Draco Malfoy.

— Malfoy? — quase engasguei. Nossas famílias se conheciam. Eu já havia ouvido meu pai comentar que iria para a casa dos Malfoy. — Emma Rampsey.

Observei Malfoy sorrir. Ele virou-se para o jogo. Reconheci seus traços de algumas fotos que havia visto de sua mãe. Malfoy tinha esse ar de egocêntrico de seu pai, e nem havia chegado a lhe conhecer. Talvez ele fosse mais sofrido do que Harry Potter.

O jogo acabou e nem me toquei. A pontuação da Sonserina estava mais alta, ganhando de lavada. Harry havia acabado de cair ao campo e todos estavam ansiosos. Os da Sonserina para o pior e os da Grifinória e companhia, esperançosos. Harry engasgou e o Pomo de Ouro pulou de sua boca direto para sua mão.

Fiquei abismada. A Grifinória havia ganhado o jogo. Por pouco.

Semicerrei os olhos e sai em disparada da arquibancada. Como se nunca tivesse estado ali.

Meus passos estavam rápidos. Eu quem teria que pedir desculpas, então? Não sei. E de qualquer maneira, Olívio não tinha me visto lá. E estaria ocupado de mais comemorando sua vitória pala se lembrar de nossa discussão sobre quem ganharia. E era melhor desse jeito. Depois de ter me acalmado e pensando o quanto injusto — assim como Malfoy havia dito — fora Harry ter entrado no time tão jovem. Isso não me agradava. De qualquer jeito, ninguém gostava de ver o próprio time perder.

O corredor estava vazio e naquela tarde o frio estava começando a fazer-se presente. Talvez depois eu passasse pela cozinha para comer alguma coisa.

— Ei — ouvi. Apressei meus passos, estava quase alcançando a sala comunal da Sonserina. — Emma.

Apressei-os mais. Precisava chegar mais perto da sala comunal e pensar durante o resto do dia em minha resposta sensacional para dar a Olívio, que teria que encará-lo algum dia.

Ouvi seus passos aproximando-se e ele segurou na parte desnuda de meu braço, fazendo-me parar. Olívio não me puxou, mas meu corpo estava mole, o que fez com que na hora que fosse me parar, meu corpo desse meia volta e batesse com o seu peito. Ouviu um baque. Afastei-me. Meu braço começou a pesar e formigar no lugar em que Olívio havia tocado.

Afastei-me mais.

— Não ouse me tocar nunca mais — eu disse nervosa. Essa não era uma boa hora para Olívio estar aqui e jogar-me na cara o quão bom fora Harry Potter ao capturar o Pomo de Ouro.

Olívio estava mais que surpreso. Ignorei-o e olhei para o chão, notando que o barulho que havia ouvido fora o barulho de Sansa caindo. Mas como teima em cair quando Olívio está por perto.

Olívio fora mais rápido que eu, e abaixara-se para pegá-la. Meu corpo alarmou-se, pronto para atacá-lo a qualquer hora.

— Me dê.

— Por quê? O que há de tão importante aqui?

— Se fosse da sua conta, eu já teria lhe dito.

Olívio deu dois passos para trás, ainda com Sansa na mão.

— Me devolva Sansa — falei com raiva, aproximando-me dois passos a mais.

— Sansa? — ele questionou surpreso. — Isso tem um nome?

— Me dê, ou tomarei providências que você não vai gostar.

Olívio sorriu de lado. Ele tinha um sorriso bonito, até. Mas não nesse momento. Nesse momento parecia o pior sorriso do mundo e eu estava prestes a mostrar o quanto temperamental eu era.

— Vai contar para quem? Minerva, Snape? Dumbledore?

Eu quase rangi os dentes.

— Sim. E se não adiantar, eu vou ser obrigada a resolver as coisas do modo antigo.

— Tudo bem — ele se rendeu. — Eu te devolvo.

Sorri nervosamente.

— Muito bom.

— Se.

— Se...?

— Me responder uma pergunta.

Dei de ombros. Olívio esticou Sansa para o alto, tornando-se impossível de alcançá-la. Mas é por isso que somos mágicos, não é?

— Qual?

Olívio respirou fundo e olhou-me nos olhos, antes de perguntar:

— Por que você realmente me odeia?

E desabei, por que, na verdade, nem eu sabia a resposta. Estava me perguntando isso há horas, e justo no dia do mês em que sempre estou vulnerável, Olívio tinha que me perguntar isso. Ele já havia perguntado quando estávamos presos na cozinha e a resposta saiu muito facilmente. Então, travei.

Dei de ombros e mudei de assunto.

— Não aja como se não me odiasse também.

— Eu não odeio — ele sorriu novamente e abaixou o diário, devolvendo-me Sansa.

Praticamente puxei-a de suas mãos para o perto de mim. Olívio semicerrou os olhos.

— Eu falei que iríamos ganhar.

— Eu sei.

— E o que você acha, de ter perdido para a Grifinória?

Resolvi devolvê-lo na mesma moeda.

— Por que você se importa com o que eu acho?

Acredito que tenha sido a vez de Olívio travar.

Ele deu de ombros.

— Eu não sei — confessou. Pelo menos ele era corajoso o suficiente para dizer. Sua expressão morreu e ele deu de ombros, novamente. — Eu realmente não sei. Eu deveria estar comemorando com o pessoal do meu time.

— Deveria — concordei, e foi minha vez de sorrir, então.

Olívio estava tão perdido quanto eu no quesito de ódio. Eu não estava tão por baixo.

Mas Olívio continuou parado. Tive que me mover, para que ele percebesse que estava agindo estranhamente. Prossegui meu caminho direto para o meu quarto.

Ao chegar, não poupei tempo ao escrever em Sansa. Minha única amiga naquele casulo de animais.

Não pude evitar, e, novamente, Olívio estava presente em meus parágrafos.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Estamos quase entrando em reta final da parte 1.



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