Sansa, eu me apaixonei por Olívio Wood! escrita por Clarisse Arantes


Capítulo 13
Comemoração de um ano *YEP*


Notas iniciais do capítulo

Eis aqui um capítulo com a percepção através do Olívio. A história continua de onde parou, mas é ele quem conta!
Espero que gostem.
A história Sansa eu me apaixonei por Olívio Wood completou um ano no dia 27/11, e sem querer, deixei passar! Desculpas!



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PERCEPÇÃO SOB O OLHAR DE OLÍVIO WOOD

Estávamos nas férias já, exatamente no dia 20 de julho, e tudo o que eu conseguia pensar era: nós precisávamos ganhar a taça da Copa de Quadribol nesse ano. Desde que havia ocupado o cargo em meu quarto ano em Hogwarts, não tínhamos conquistado um troféu.

Mas então uma luz havia sido jogada sobre mim: Harry Potter, e o garoto sabia como jogar bem. Isso de certa forma, me impressionava. No ano passado quase havíamos conseguido tomar a taça da copa, se não fosse pela Grifinória ter perdido cento e cinquenta pontos por causa das travessas que três alunos aprontaram, incluindo o Harry. Eu havia ficado com muita raiva do mesmo na hora em que descobri.

Mas agora, estava mesmo é me focando em ganhar a taça nesse ano. Nada poderia nos atrapalhar. O time estava excelente, modéstia à parte, o melhor de Hogwarts. Ao iniciar o ano, treinaríamos logo cedo, nos preparando antes mesmo dos outros times.

No momento eu estava dirigindo-me para casa, pois tinha acabado de retornar da plataforma 7½. O dia havia se tornado noite já, e estava quase deixando a plataforma, quando avistei uma pessoa interessante.

Emma.

Ela estava passando a alguns metros de distância à minha frente, com passos apressados e avoada. Emma estava agasalhada, apesar que a noite estava fresca, e trazia nas suas costas uma mochila. Ela finalmente parou, encostando-se à parede da estação. Suas mãos buscaram o seu diário dentro da bolsa.

Sua atenção no diário me chamou a atenção. Ela passou a mão pelo cabelo escuro, levando uma mecha para trás da orelha, enquanto mordiscava o lábio inferior. Parecia preocupada, aflita e concentrada. Emma não sabia mesmo o quanto ela era incrivelmente bonita.

Algo dentro de mim me impulsionou para ir em sua direção, afinal, tínhamos entrado em um acordo, tínhamos uma trégua agora, não é mesmo? Acho que isso era uma abertura para que pudéssemos nos dar bem no futuro. Para sermos amigos.

Minhas pernas dirigiram-se ao seu encontro mais rápido do que eu desejava. E em instantes, eu estava ao seu lado.

— Não é um pouco tarde pra estar saindo? — chamei sua atenção. Mas meu olhar direcionou-se mesmo para o relógio em meu pulso. Eram 23h33m. — É quase meia noite.

Emma levantou o olhar do diário para o meu rosto, me encarando com as sobrancelhas sobressaltadas e os olhos esverdeados úmidos. Seu nariz também estava avermelhado. Em outras circunstâncias teria apostado que ela havia pegado uma gripe, ou só estava frio demais... Ela transmitiu-me a sua indiferença quanto a minha presença e fez uma cara de emburrada.

— Está tudo bem? — perguntei, porque eu realmente queria saber. Mas essa era uma das perguntas mais idiotas que eu já lhe tinha feito. É claro que não estava tudo bem, ela havia chorado! — Aconteceu alguma coisa...?

Emma com certeza tinha se emburrado de vez. Respirou alto e fundo, guardando o diário na bolsa.

— Por que é mesmo que você se importa? — disparou.

Eu não a respondi no momento, porque eu mesmo não sabia o porquê de estar perguntando-a coisas assim.

— Que eu saiba — ela retornou a dizer —, aceitamos uma trégua, Olívio. Trégua. Isso significa que não somos amigos, somente conhecidos que não brigam mais. Entendeu? Então não precisa fingir que está preocupado comigo, ou que sequer, quer saber o que realmente aconteceu, quando eu sei que, no fundo, isso não importa pra você — ela estava errada, importava para mim, eu queria saber. — Ok?

— Eu havia mesmo esquecido o quão rude você pode ser — falei.

Minhas palavras deviam ter acalmado Emma, que mudou totalmente a expressão em seu rosto.

— Eu só queria saber se você tá legal, ok? São quase meia noite e você está numa estação de trem e sozinha, ainda por cima. Já pensou se algo acontece com você? Mesmo que fosse a minha pior inimiga, o que não é o caso, eu estaria me perguntando o que faz aqui.

Dei alguns passos para trás, destinado a ir embora. Emma era mesmo uma pessoa difícil.

Ela passou a mão no nariz, fungando e dando de ombros.

— Eu fugi de casa — ela revelou, por fim.

Dei dois passos para frente. Meu corpo encostou-se à parede, e eu estava ao lado de Emma agora. Eu sempre imaginei que Emma tivesse problemas em casa, na verdade, tinha certeza, já que dera uma rápida olhada em seu diário — o que me arrependo até hoje — mas não imaginaria que o problema chegaria ao ponto da mesma ter que deixar a casa.

— UOU. É mesmo?

Ela bufou baixinho.

— Não, não, Olívio. Vou acampar aqui na estação porque é algo que faço todos os anos — ela revirou os olhos.

— E já tem lugar para ir? Já avisou seu pai?

Minhas perguntas obviamente a estavam incomodando. Emma me lançou um olhar sinistro, como se um aviso para que eu parasse com as perguntas. Mas por fim, ela me respondeu.

— Eu estive esperando minha amiga chegar para me buscar a mais de uma hora — conta ela. — Eu mandei uma carta para ela hoje de tarde e ela até me respondeu já, me dizendo o local e a hora. Deixou eu dormir em sua casa por alguns dias...

Emma jogou sua bolsa no chão e sentou-se em cima dela, respirando de cansaço. Sentei-me ao seu lado.

— E não, meu pai ainda não sabe e eu nem quero que ele saiba. Pra mim, quero mesmo que ele ache que estou morta... Como pode me submeter à uma situação como aquela?

Eu estava começando a ficar confuso e Emma com a voz embargada.

Eu não sabia se devia perguntá-la o que perguntei, para dá-la o seu espaço e o seu momento, mas minha curiosidade aflorou-se e eu realmente queria saber o que havia acontecido para poder ajudá-la. Porque eu queria muito ajudá-la.

— O que aconteceu, Emma? Ele te fez alguma coisa?

Ela levantou a cabeça em minha direção, me encarando intensamente nos olhos. Os seus esverdeados brilhavam com as lagrimas que ameaçavam despencar. E ela me encarou em silêncio, por mais alguns segundos. Depois abaixou o seu rosto, juntando-o junto as pernas.

— Ele não fez algo muito grave, o ponto é mesmo ao que quer me submeter, e não é algo tão ruim assim, mas ainda é ruim, sabe? — ela me encarou novamente. — E então... nós discutimos. Acho que esse é o momento que você fica surpreso ao saber que não é a única pessoa que tenho discussões frequentes, Olívio. — Eu já imaginava. — E então, eu não sei como chegamos ao ponto que ele se enfureceu tanto, e o pior, era que segurava sua varinha com força, e daí acabou disparando um feitiço em mim.

— E você está bem?

Eu não conhecia o pai de Emma afundo, só sabia que já não gostava dele.

— Doeu só na hora — ela explicou. — E ele sequer pediu desculpas, porque eu posso fazê-lo perder “um grande negócio”. — Emma respirou fundo. — Mas no fim, eu só estou mesmo cansada daquela casa, daquelas pessoas...

E foi quando ela desabou. Ela simplesmente desarmou todos os tijolos que vinha construindo para mostrá-la uma garota forte. Ela os assoprou para longe e eu finalmente conseguia ver que Emma não era tão sem coração como ela gostava de aparecer.

O seu choro possuía soluço, e eu sabia que não envolviam essa específica noite. Emma estava chorando tudo aquilo que havia engolido e guardado no peito.

A única coisa que soube fazer foi abraçá-la, e depois, deixar que a mesma chorasse em meu ombro. Mas era uma coisa que amigos faziam, e não éramos amigos, como ela tinha dito.

Porém, eu sabia que no fundo, éramos alguma coisa.

[...]

Quando o seu choro cessou, ela ainda continuou apoiada em meu ombro por mais alguns minutos. Talvez ainda se recuperando mentalmente. Mas depois que caiu na real, Emma levantou-se ríspida e me encarou furiosa. Levantei-me atrás dela.

— O que você pensa que tá fazendo?

Eu fiquei petrificado e não sabia o que dizer. Como assim: o que eu estou fazendo? Eu não estava fazendo nada.

— Ah meu Deus — ela colocou sua mão sobre sua testa — eu sou tão fraca e tão estúpida. Olha o jeito que você me viu, toda acabada e chorando. Provavelmente vai contar pra todo mundo sobre o episódio...

Novamente, eu estava petrificado.

— É essa a imagem que você tem de mim, Emma? — questionei, e nunca me senti tão mal falado. — Não é meu tipo de coisa difamar as pessoas. E você não é fraca por ter chorado.

Então foi a sua vez de ficar sem reação.

— E-eu sei — disse ela, passando as mãos pelos cabelos, mordiscando novamente o lábio, nervosa. — Eu só acumulei tudo, Olívio. E parece que Jenny não vai mesmo vir me buscar então terei que voltar pra`quela casa.

Olhei em direção às suas coisas e depois no meu relógio. Eram já 00h26m.

— Você só tem a casa de Jenny para passar a noite? — perguntei. — Nenhum outro parente? Ou amigo?

Ela balançou a cabeça negativamente.

— Talvez eu devesse voltar para casa, mas eu só queria me manter longe daquele lugar por alguns dias... — ela parecia estar falando com sigo mesma, porque sequer em minha direção ela estava olhando. — E meus parentes moram todos longes e não tem como enviar cartas as minhas amigas distantes...

— Vamos fazer assim então — eu chamei por sua atenção. — Você passa a noite lá em casa e amanhã, volta e conversa com o seu pai.

Ela riu. Ela realmente fez isso. Eu ofereci minha casa para que ela passasse a noite e ela riu de minha cara. Eu não estava entendendo nada mais.

— O que?

Ela fungou e enxugou os olhos.

— Até parece que eu vou dormir na sua casa, Olívio. Nós só brigamos e agora dormiremos sobre o mesmo teto? Não, obrigada. Prefiro deixar isso para os casados.

Foi a minha vez de rir.

— Não é como se eu fosse deixá-la dormir aqui. E é só uma noite, não pode ser tão ruim assim, não é mesmo? Me ajude a te ajudar, Emma. Em que outra situação eu faria isso por você?

Ela pareceu ponderar o meu convite.

— Talvez.

— É melhor do que ter que encarar o seu pai logo de cara amanhã, não é?

Ela, incrivelmente, sorriu.

— É mesmo.

Emma sabia mesmo como me surpreender. Ela era... inevitavelmente uma garota cheia de surpresas. Eu não sabia o que esperar a cada vez que ela abria a boca para dizer algo.

— A menos que você queira ficar por aqui mais tempo, será que podemos ir?

Emma então riu, e nós fomos direto para a minha casa.

[...]

Quando chegamos a minha casa, todo o local estava silencioso. Minha casa não era pobre, mas tinha certeza que não era nada comparada com a de Emma, já que o seu pai era um homem com muita influência. Então, queria deixá-la confortável.

Ao abrir a porta, deparei-me com meu irmão Elliot, deitado no sofá e dormindo por lá. Liguei a luz da casa, dando finalmente visibilidade para que Emma enxergasse o local.

Caminhei até Elliot.

— Ei, ei — o remexi de um lado para o outro — vai dormir no seu quarto.

Elliot despertou furioso, sem sequer notar que Emma estava na sala, se tivesse visto-a, ficaria esperto na hora e me encheria de perguntas que não estava tão no clima para responder.

Por já passar da meia noite, subi as escadas com Emma em meu encalço e fui até o meu quarto. Juntei algumas peças de roupas jogadas no quarto e coloquei em cima de uma cadeira.

— Desculpa a bagunça. Ninguém entra aqui, geralmente.

Emma estava mais tímida do que nunca. Isso era fofo. Ela trazia sua bolsa junto ao peito e parecia cansada já.

— Pode deixar a sua bolsa ali em cima — falei, apontando para a cômoda que guardava todos os meus livros. Emma andou até a mesma, deixando seus pertences ali. — Tem um banheiro na segunda porta à esquerda, caso precise usar ou queira tomar banho. Toalhas no armarinho.

Emma assentiu e observou o quarto, enquanto eu ajeitava a cama para que ela dormisse.

— Eu vou dormir no sofá e você pode deitar na minha cama. É mais confortável.

Ela concordou, novamente.

— Se tiver fome, é só descer e ir na cozinha. Não precisa ter vergonha ou algo do tipo. — Sorri.

Caminhei para o meu guarda-roupa e de lá retirei um travesseiro e um cobertor, deixando Emma sozinha em meu quarto — com as minhas coisas — e indo em direção à sala. Por lá, ajeitei o sofá para que dormisse. Nesse meio tempo pude ouvir o chuveiro ligar.

Esperei-a desligar e sair do banheiro para que fosse a minha vez.

Depois do banho tomado, passei pelo quarto, onde Emma estava em pé procurando algo dentro de sua mochila. Ela tinha trocado de roupa. Agora estava vestindo um short azul e uma blusa de seda. Tive que me controlar para que mantivesse meus olhos em seu rosto, mesmo quando isso se tornava impossível.

— Está tudo bem? Eu já vou deitar e qualquer coisa é só me chamar, estarei logo ali embaixo.

Ela sorriu e assentiu. Emma não costumava fazer isso mesmo.

Prestes a lhe dar as costas e ir embora, ouvi sua voz me chamando.

— Olha Olívio — ela começou a dizer — você deve saber o quão difícil é para mim dizer isso... — é eu sabia —, mas obrigada. Eu agradeço muito o que está fazendo por mim.

Eu não soube novamente o que respondê-la.

— Não é nada — foram as palavras que saltaram de minha boca.

Ela sorriu. E então eu sorri.

E fui-me para a sala, deitando-me no sofá que não era nadinha confortável. E no meio da noite a única coisa que se passava pela minha cabeça era que Emma estava a metros de distância. E Emma nunca parecera tão não... Emma.

E eu adorava essa Emma que me dizia obrigada e não tinha que carregar o peso do mundo sobre as costas.

Durante meus momentos de insônia achei várias possibilidades sobre o que poderia tê-la respondido em diversas situações.

Ah, Emma.

Será que poderia sair da minha cabeça, um instante sequer?


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Notas finais do capítulo

A história Sansa eu me apaixonei por Olívio Wood completou um ano no dia 27/11, e sem querer, deixei passar! Desculpas!

Oieeeeee, espero que tenham gostado. Esse capítulo foi diferente porque é um especial aniversário - atrasado - da história! Espero que tenham gostado!
Esse se tornou um dos meus capítulos preferidos :))

P.S.: Uma leitora me pediu para criar uma história com o Fred, o que acham?