Herdeiros do Fogo escrita por Tikie, L R Rondão


Capítulo 4
Que diabos passa na cabeça do Iruka-Sensei?


Notas iniciais do capítulo

AMORES DE MINHA VIDA, OLHA QUEM VOLTOU! ♥
Sim, eu Rondão, já que eu que tenho as ideias bugadas que verão daqui a pouco.
Eu quero agradecer muito, já que graças a vocês eu bati três records:
— Ter uma recomendação.
— Ter mais de uma recomendação.
— Ter uma recomendação POR CAPÍTULO!

VOCÊS SÃOS OS MELHORES ! ♥
AMO MUITO VOCÊS !
Espero que continue agradando vocês, e como muitos disseram, que eu possa realmente fazer uma das melhores fics de Naruto.

Agora, bom capítulo ! ♥



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Satsuki acordava em seu quarto. Mais especificamente, em sua cama. Não que ela tivesse se lembrado de como foi parar ali, mas estava.

Olhou lenta e atentamente em volta, tudo era o mesmo de sempre, menos ela mesma. Seu corpo estava cheio de faixas e suas roupas estavam com alguns furos. E, por fim, pelo que podia sentir, tinha uma cicatriz na barriga, onde havia levado o primeiro soco na batalha.

Ao perceber isso, não ficou chateada: só era uma prova daquela batalha, e mais ainda, uma batalha que havia vencido.

Sorriu com o pensamento e levantou-se bem lentamente. As consequencias daquela loucura na luta iriam ficar por um bom tempo. Andou pelo quarto buscando alguma roupa limpa e confortável no armário, agradecia internamente por só ter aula teórica e poder entrar mais tarde hoje. Só também sentia (e maravilhava-se) ao perceber o quanto tinha aprendido ontem. Internamente desejou que todos passassem por algo parecido, pois não pensou em algo melhor para preparar alguém para a vida Shinobi.

Durante o banho, lavando os cabelos, acabou se perguntando quem foi que tinha a trago para casa, ou até mesmo quem cuidou das suas feridas.

Um calafrio percorreu sua espinha ao pensar que foi Naruto, pois a ideia de algum menino vê-la despida não era nem um pouco confortável. Mas depois se acalmando com a ideia de que Kurama ou até mesmo Lee não a deixaria nas mãos deles se ele pudesse fazer algo.

Era o que seu coração queria firmemente acreditar.

Saiu do banho e finalmente percebeu uma pequena cartinha em cima de sua escrivaninha. Como ela nem estudava mais ali (passava mais tempo no campo de treinamento perto de casa, dentro do clã), sabia que seria coisa daqueles cinco. Interessante que nem pensou na possibilidade de ser alguém de sua família. Ao pegar, percebeu que eram duas cartas, uma vinculada à outra. E, com uma olhada mais detalhada percebeu que eram duas letras diferentes. A primeira era mais desenhada, delicada. Ou seja, possivelmente escrita por uma mulher — Kurama. Resolveu ler logo e parar de ficar tentando adivinhar quem enviou ou sobre o que se trata. Seu próprio pai sempre reclamava quando se deparava com esse a hábito dela.

Uchiha,

Fico extremamente triste de ter perdido para você, mas devo dizer que todo e qualquer conceito que tinha de te antes conhecer foi retirado, e você até pareceu ser um pouco legal.

Acho que você conquistou o direito de saber a resposta de ontem. Não sei se percebeu, mas você desmaiou antes de saber o porquê do Naruto se fingir de idiota. Então o fiz escrever essa cartinha (que deve estar atrás desta), mas peço que só abra depois que garantir a si mesma que não vai contar a ninguém, e que vai queimar depois.

Beijos, Kurama.

Obs.: Quando quiser treinar conosco de novo, sinta-se convidada.

Ficou meio receosa, pois não entendia o porquê de tanto segredo. Mas sentia que iria descobrir ao ler, então jurou para si mesma e sentando-se na cama, começou a ler.

Seis minutos.

Este foi o tempo que passou sentada na cama lendo, absorvendo informações e queimando a única prova de que tal relato tinha chegado a ela.

A negligência dos pais, os seres quase sobrenaturais (se não forem mesmo sobrenaturais) selados e a própria luta em que Naruto se metera. Como alguém consegue manter tantos segredos (e poder!) dentro de si? É quase inacreditável...

Contudo, era tudo tão sincero (quase como se precisasse falar com alguém sobre aquilo) e surreal que não achava que seria alguma pegadinha ou mentira.

Depois de um tempo, já com mais dados absorvidos, desceu indo se encontrar sua família para o café da manhã, meio que confusa com o que falar. Não queria meter eles em problemas admitindo que estivesse treinando junto. Naruto é considerado um fracassado, então como explicaria que simplesmente resolveu treinar com ele e voltou com todos estes ferimentos?

Teria que improvisar.

— Satsuki, porque não avisou que chegou em casa ontem? Te peguei dormindo enfaixada na porta de casa. — Itachi preocupado logo começou o interrogatório.

— Desculpe, peguei tão pesado ontem no treinamento que não consegui comunicar minha chegada. — tecnicamente, pensou, não é uma mentira. — Obrigada por me trazer para dentro.

— Ainda acho que tem mais. — Sasuke chega tentando tirar alguma coisa do cabelo — Achei que quisesse "treinar" lendo aquele livro besta.

— Eu li Sasuke. — murmurou desgostosa. — Só não fiz exclusivamente isso. Treinei o corpo também.

— Você está escondendo alguma coisa que eu sei, mas não vou encher seu saco, vai ter que contar uma hora ou outra. — seu tom parecia orgulhoso.

A gêmea suspirou clamando por paciência, às vezes (quase sempre) seu irmão era muito irritante. Itachi entendendo o lado dela, fez um cafuné nela, como se dissesse "ature... Um dia muda." Ela sorriu como se dissesse "espero" e finalmente entraram na cozinha. Aquele corredor nunca pareceu tão longo, mesmo que ela soubesse que todos os quartos são ligados a ele e que o dela era o penúltimo.

Era a sala, cozinha, banheiro e o tal corredor. Neste havia primeiro o quarto de Itachi, depois vinha o de Sasuke e o dela. Por fim, o último era o do casal. Pelo que parecia, Itachi a havia esperado para poder tirar satisfações sobre o dia anterior. Havia realmente se preocupado.

— Bom dia, pai. Bom dia, mãe. — os dois cumprimentaram juntos enquanto viam o sorriso de Mikoto que estava servindo o ovo estalado junto ao pão. O mais velho quase nunca falava com os mais novos, mesmo que o motivo seja desconhecido, mas hoje o diálogo entre ele e Satsuki parecia estar fluindo.

— Bom dia. — Fugaku respondeu no mesmo tom de sempre, seco.

— Bom dia, amores. — voltou-se para a bancada, onde iria servir o suco. — Como foi a noite de vocês?

— Sem sonhos. — os dois filhos homens responderam a mesma coisa enquanto os recém chegados se sentavam a mesa.

— Dolorida. — Satsuki brincou, mas logo o seu pequeno sorriso foi esmagado pelo mau humor de seu pai.

— Acho bom que você esteja se esforçando mais, pois não quero que a vergonha de ontem se repita. Estamos entendidos?

— Sim senhor.

E, graças a este diálogo (se é que pode ser chamado de diálogo) o clima ficou tenso e as conversas foram cessadas. Porém, no fundo, neste exato momento estava grata. Era melhor esta bronca do pai do que nada, como se nenhuma coisa que fizesse fosse relevante. Sentia-se realmente triste pelo Naruto.

Depois de tomarem café, Satsuki voltou ao seu quarto, pois havia tomado uma decisão: iria sempre treinar com Naruto. Já que ela havia sido uma das poucas pessoas sortudas o suficiente para conhecê-lo verdadeiramente, não iria desperdiçar essa oportunidade. E tinha que admitir para si mesma (e só para si mesma!) que a ideia de segredos, surpresas, perigo e... um outro Naruto, mexia com os sentimentos e emoções. A deixava com vontade de entrar cada vez mais naquele (por que não?) louco e secreto mundo.

Juntou as suas economias (sua mesada nunca veio tanto a calhar) para comprar outra roupa Shinobi. Não tinha percebido até ontem o quanto aquela roupa poderia travar seus movimentos, mesmo que não tanto quanto jeans.

Despediu-se de sua família e junto a Sasuke para a escola, mesmo que tenha pretendido ir à loja de roupas antes.

— Vamos parar aqui. — dizia puxando ele. — Preciso de uma roupa nova.

— Argh...! — gemeu. — Você não comprou uma recentemente?

— Não reclama. Vai ser rápido. — quando entrou, ficou surpresa em ver Kurama ali.

— Satsuki?

— Kurama? Ótimo. Fica aqui um segundo. — a sentou ao lado de Sasuke (já a deixando mal humorada) e foi pegar a roupa que havia imaginado.

— Só faço isso porque fiquei preocupada com você ontem. — murmurou desgostosa e ficou meio de costas para Sasuke, mostrando como não queria conversa.

E, internamente estava odiando o selo que o Yondaime havia feito. Ele a fazia literalmente voltar à infância! Era cada atitude banal e imatura que cometia que cada vez mais tinha vontade de matar aquele loiro imbecil. Às vezes parecia que nem nove anos havia.

Quando Satsuki voltou, estava com uma bermuda LEG preta que ia até aos joelhos, uma blusa vermelha clara aberta dos lados e um top também preto. Era bem confortável, maleável e recomendado para uma Kunoichi.

— Bem melhor que a antiga, parecia uma patricinha. — admitiu Kurama se levantando. Sentia que Ashura estava novamente dormindo, e como ele parecia estar muito preguiçoso ultimamente, iria acordá-lo com um ótimo chute na barriga.

— Obrigada, avisa que eu dou uma passadinha lá depois. — sorri se virando para Sasuke. Ele geralmente sempre fala merda, mas ela consegue distinguir os elogios no meio das ofensas.

— Essa... Foi a roupa mais simples que escolheu. — dizia surpreso.

— Preferi roupas confortáveis, mas e ai? Isso ainda não pode ser considerado opinião. No máximo um comentário casual.

— Da pro gasto.

— Então você gostou, e até que não falou tanta besteira como imaginei. Vou pagar e vamos para aula.

— Beleza, te espero lá fora. — saiu antes mesmo que ela pudesse perguntar qual parte dos "vamos" em conjunto que ele não havia entendido.

Pagou e eles foram para academia, lá muitas meninas a tinha elogiado, contudo o sorriso simples e discreto de certo loiro parecia o mais sincero de todos.

(...)

Time Skip - idade: 12 anos.

No meio da aula, Umino Iruka (um ser enviado dos infernos, na opinião de muitos alunos) fez o seguinte anúncio:

Shinobis precisam saber se infiltrar, se passar por simples civis. Então será promovido um Show de talentos, nos quais vocês terão que convencer uma banca de jurados que não são Shinobis.

O gemido desaprovando aquilo tudo foi geral. A turma toda não tinha concordado em fazer, mas quando ouviram que precisaram (muito) daquilo para as notas, gemeram novamente e começaram a pensar no que poderiam fazer.

— Pode ser em grupo, professor? — Kiba perguntava pensando em Shino. A situação era de dar pena.

— Sim, sim. A quantidade pode ser quantos quiser, mas serão avaliados individualmente.

A turma foi dividida entre outro gemido e alguns gruídos de raiva.

— Vamos dar o nosso melhor! — o Sensei dizia com um sorriso totalmente inocente do tanto que era xingado pelos seus alunos.

(...)

— Aquele imbecil!

Isto é Naruto gritando (mesmo que estivesse se controlando bastante para não sair algo muito mais pejorativo que "imbecil"). Estava no campo de treinamento junto com Kyoya, Kurama, Ashura e Yamamoto.

— Ok, Naruto. Entendemos sua revolta, mas é sério. Precisamos pensar no que você vai apresentar.

— Você não vai fazer uma pegadinha, Naru? — perguntava Satsuki chegando. Tinha demorado mais porque Sasuke queria novamente saber por onde ela anda treinando.

E, se por acaso algum leitor estranhou o apelido, fique calmo. Apenas a intimidade entre o loiro, a Uchiha e a ruiva que aumentou consideravelmente.

— Teria que ser uma junto com a apresentação, infelizmente não posso me dar ao luxo de perder esses pontos. — suspirava.

— Eu... Tive uma ideia, mas vai depender de você, Satsu. — Kurama dizia sorrindo. Os dois logo se interessaram em saber o que era.

— Kurama? Tendo ideias e sorrindo? Pode contar que lá vem merda. — Kyoya implicava, mas no fundo realmente queria um trote naquilo, já que ele achava muito inútil.

— Você se importaria em fazer dupla com o Naruto? — perguntava se segurando. Ficou subitamente ansiosa para contar sua ideia.

— Você sabe que não, até o pessoal da Academia viu que pelo menos, no mínimo, nos falamos.

— A amizade de vocês ficou tão forte que mal conseguem esconder. — Yamamoto comentou, nem reprovando, nem aprovando.

— Sasuke está puto, mas estou pouco me lixando para ele. Agora anda, conte logo que ideia é essa.

— É o seguinte... — começou a contar, só que o que mais preocupava os mais velhos era o sorriso contagiando os dois ouvintes.

(...)

— Opa, Satsuki. Já chegou? — perguntava a bibliotecária para sua assistente. A Uchiha havia amado a ideia de autonomia e ter seu próprio salário.

— Sim. Hoje não teve treino. Vamos fazer uma pesquisa. — respondia vendo empurrarem Naruto para a Biblioteca.

— Para de graça Naruto! Você gosta de ler! — Kyoya estava perdendo a paciência.

— Coisas interessantes! As que passam bem longe da biblioteca! — reclamava. Infelizmente acha que lá só havia livros didáticos e de pesquisas, nada do que lia.

Ingênuo.

A bibliotecária, acostumada com a situação, resolveu propor um desafio.

— Naruto, né? Vamos fazer uma aposta? Se depois da pesquisa, eu não te mostrar nada de interessante, você nunca mais precisará entrar aqui de novo, certo?

Ele, desconfiado não falou nada, mas balançou a cabeça concordando.

— Agora vamos, temos muito que pesquisar! — Kurama e Satsuki falaram juntas. A ideia realmente as tinha empolgado, mesmo que Kurama soubesse que não poderia participar mais do que isso, já que ela não é da academia.

Sinceramente, não perderia essa apresentação por nada.

Passaram quase o dia toda na biblioteca, e enquanto Satsuki fazia seu trabalho como secretária e organizadora (Kage Bunshin é bem versátil mesmo), a bibliotecária estava mostrando a sala separada que havia na biblioteca, lá havia os livros estrangeiros - vindos das outras grandes nações e até mesmo das nações não Shinobis - e os livros de ficção, a paixão de Naruto.

Histórias que contam um mundo onde as pessoas consideradas normais não tinham nenhum tipo de poder, simplesmente contavam com sua habilidade corporal e com as espadas. Esse era o grande fascínio do loiro, que sinceramente, quase pirou ao ver o que ele estava querendo comprar, mas estava juntando dinheiro para o seu quarto — o que vai ter que esperar de novo, graças ao show de talentos e a confecção das roupas. Ele não acredita no quanto gostou da ideia, já que concordou em gastar quase tudo seu dinheiro guardado por causa disso.

Admitindo a derrota, Naruto só não ficou para ajudar Satsuki porque ele tinha que ir trabalhar, mas prometeu que iria visitar regulamente, mesmo que fosse só para conversar com ela, já que ela era uma das poucas adultas inteligentes ou educadas. Ou melhor, uma das poucas que realmente quis conhecê-lo sem ser julgar.

Enquanto isso, Kurama estava saindo da vila. Para o que gostaria que eles fizessem Konoha era simplesmente inútil. Achava que o melhor lugar era perto da Vila da água, mesmo que fosse tão pequena que mal era considerada aldeia. Naquele lugar, as coisas eram movimentadas por negócios de família, então esperava que a possível neta de sua antiga amiga tenha continuado essa tradição.

(...)

Faltavam-se dois meses para a apresentação, fora quando descobriram que tudo iria durar mais que pensavam, pelo menos, para alguns.

Iria ter uma espécie de "segunda fase", no qual as três melhores apresentações iriam disputar um prêmio em dinheiro e algumas vilas iriam se convidadas a verem. Algumas meninas se empolgaram, mas a maioria da turma estava nem ai mesmo. Só queriam as notas.

Contudo, esse não era o caso de Naruto e Satsuki. Eles ensaiavam muitas horas por dia, cinco vezes por semana, pois além de terem o costume de dar o seu melhor em tudo que faziam, eles queriam que fosse a pegadinha do século.

Estavam cada vez mais concentrados, já que também estavam tendo uma "matéria". Tipo assim, era uma habilidade mais que essencial para um Shinobi, mesmo que nem em sonhos alguém pensaria em querer ensinar isso para os formandos da academia. Na verdade, se eles não tivessem Kurama como "Sensei" e ela não fosse mais forte que Kyoya, eles não saberiam o quão útil e ter esse conhecimento.

Porém isso começou há pouco tempo, já que Kurama tinha demorado a conseguir as roupas necessárias. Como o show que iriam fazer era bem desconhecido para a maioria das pessoas, a roupa necessária também é feita em poucos lugares. A sorte deles que a neta da antiga conhecida de Kurama continuou com o negócio, e como (de algum jeito) Kurama conseguiu provar que conhecia a antiga dona, ganhou desconto (dinheiro usado para comprar acessórios, para a raiva de Naruto).

Com isso tudo, o contato que Satsuki tinha com a família (que já era muito pouco e formal) agora quase não existia.

Era responder algumas perguntas (em sua opinião, bestas) de seu pai, trocar palavras com sua mãe e às vezes falar de alguma coisa de treinamento com seus irmãos. Quem não estava gostando muito disso era Itachi, mas ele estava muito ocupado com outra investigação, mesmo que esta fosse secreta e pessoal.

Ansiava terminar logo.

(...)

— Vocês são loucos, sabiam? — Lee e Hinata (dupla nesse show) comentavam ao ver o fim do ensaio.

Na verdade, os dois gostariam de fazer surpresa, mas quando a Hyuuga ouviu que Naruto e Satsuki iriam fazer a dupla, puxou Lee e atormentaram até descobrirem o que era.

Hinata é muito curiosa.

— Já ouvimos coisa parecida. — Satsuki diz rindo em seguida.

— Mas é sério, de quem foi essa ideia brilhantemente perversa? — Lee dizia. Com aquilo, ou os adultos iriam odiá-los, ou iriam ser perversos o bastante para amá-los. Além de eles correrem o risco de ser desclassificados. Esse risco é pequeno, mas existe.

— Aposto que foi da Kurama. — Hinata tentava adivinhar, mesmo que quem conhecesse aquele grupo acharia isso completamente óbvio.

— Foi sim. Mesmo que tenha dado muito trabalho, eu realmente estou gostando de fazer. — Satsuki admitiu. Faz tempo que não se diverte, mesmo com seu Hobbie.

— Vocês tiveram que fazer pesquisa em muitos livros, certo? — Lee perguntava. Contudo não estava surpreso. Aqueles dois quando colocavam uma ideia na cabeça iriam até o fim. Claro, não como se ele fosse diferente.

— Sim, e Kurama trouxe da vila da grama una aposentada. Ela disse que adoraria ensinar jovens esta atividade quase morta.

— Quase mesmo. Antes de vermos você nem sabia que existe. — Lee argumentava. Ele sabe que deveriam ter coisas sendo valorizadas além da arte Shinobi. Muitos não passam nem da academia.

— Antes de Kurama também não sabíamos, mas é lindo. — Satsuki dizia com os olhos brilhando e as mãos juntas.

— Tenho que admitir que essa beleza é bem... adulta... — Hinata dizia timidamente.

— Nem tanto. Não tem nada vulgar.

— Mas é... "sexy"?

— É o que você achar que é.

— Eu acho isso.

— Então é. A intenção é exatamente essa.

— Como eu disse: vocês são loucos. — Lee disse rindo.

E para a tristeza dos dois, que queriam conversar mais, Kurama já os chamavam de volta para o ensaio. Eles tinham que fazer o Henge da roupa que iriam usar, já que se não se acostumassem, poderia dar problemas. E, com isso tudo, a relação entre Naruto e Satsuki passava cada vez mais da linha da amizade.

Ah... Isso também acontecia, mesmo que mais devagar com Lee e Hinata.

Não sabia? Eles são muitos amigos desde quando Rock Lee achou a Hyuuga desmaiada no chão, em um campo de treinamento do lado.

Ela havia seguido Naruto, pois como era conhecido como um fracassado, ela se sentia entendida por alguém, ou que não foi à única judiada pelo destino ao não conseguir fazer nada direito e ter uma irmã e primo gênios.

Porém, escondida, viu um treinamento entre Satsuki e o loiro, descobrindo a verdadeira força dele e ela se sentiu perdida.

Sem saber o que fazer, correu para longe daquele campo, porém desorientada, se perdeu e foi parar no campo de treinamento do lado. Ao tomar ciência que estava perdida, meio que xingou o mundo e a todos, deitou no chão e tomou a pior decisão possível: tentou acabar com sua própria vida.

Mas, se ela tivesse pego uma veia perto da cintura, conhecida como veia profunda, ela não poderia ter sido salva por seu atual amigo. Ela havia cortado o pulso, colocando o braço em um laginho quase esquecido dentro daquele lugar.

Lee, que estava atrasado e buscava um atalho, encontrou e sabendo que ela parecida com o metido garoto da sua turma - Neji, se não se enganava - e não entendeu nada. Achou que todos fossem como ele, metido e bem seguros do que fazem na vida. Contudo, parou de tentar entender o porquê daquilo tudo, e foi ajudá-la. Não iria deixar alguém morrer na sua frente.

Quando ela despertou, ela começou a chorar, falando que era para ela estar morta e todo um drama, mas Lee começou a acalmá-la, pois aprendeu com o Naruto a ter cabeça fria. (não é todas as vezes que ele tem êxito em se acalmar, mas já é bem menos que antes, chegando a ser distante em comparação a alguém como Kiba).

Com a conversa, e ele realmente entendendo como ela se sente, ele disse que iria acompanhá-la e ajudá-la como um dia fizeram com ele (se referia ao Gai). Até ele fazê-la entender que não adiantaria dizer para ele "não perder o seu tempo" que não adiantaria nada demorou, mas quando ela finalmente se conformou, começaram a treinar juntos.

Hoje, ele havia mudado por causa dela, havia voltado a usar as roupas que usava antes de conhecer Gai, já que ela o havia convencido dele ser ele mesmo, mesmo que ele admirasse Gai. Sim, também havia voltado ao corte de cabelo antigo, ficando muito mais bonito que já era.

(Lee sedução ♡)

Já Hinata havia ganhado confiança e sempre estava com uma faixa vermelha ainda havia se cortado. Isso a lembrava de sua determinação e também evitava perguntas quando alguém que visse seu pulso. Sim, esta fita foi dada por ele.

E, por causa de tudo isso, eles tinham aquela amizade forte quase amor. Ou amor que ninguém se tocava e amadurecia bem lentamente.

(...)

Satsuki tomava café com sua família, o que era raro, já que iria quase sempre treinar de manhã e tomar café com Naruto e companhia, mas desta vez alguma coisa deu errada já que Naruto teve que ficar em casa.

Então, como consequência disso tudo, a hora que ela passava se descontraindo para só depois ficar séria (começo do treino), tinha que passar calada olhando incansavelmente para sua tigela com cereais e leite. Sabia que uma parte de si queria acabar logo e pegar a salada de fruta, mas a outra sabia que era mais prudente esperar seu pai pegar primeiro.

— Então, Satsuki. — sua mãe a dispersava de seus devaneios. — O que aconteceu para que você resolvesse comer conosco?

— Er... — ficou corada. Mal fala com eles, mal e todas as vezes que falava era em uma conversa formal. Mas não se incomodava com isso, já que como conhecia a realidade de Naruto, passou a aproveitar a que tinha, sem pedir "mais" sempre.

E por esse motivo, começou a bater de frente com Sasuke.

— O treino foi adiado, pelo que parece, só vai haver o da dança. — disse terminando de comer.

— Não se esqueça do que te pedi para essa semana, Satsuki. — Fugaku dizia sério, mesmo que estivesse pensando em pegar um pouco mais leve. Além do dia da apresentação estar chegando, ela não havia falhado uma vez com ele há muito tempo.

— Sim senhor. Com licença. — se levantava e ia lavar seu prato.

— O treino será depois do almoço? — perguntava Itachi indo ajudá-la.

— Sim, sim. Daqui umas... quatro horas mais ou menos. — o deixava ele assumir a pia.

— Sasuke, irá fazer algo? — indagava e logo os mais novos ficaram curiosos.

— Não... — dizia tentando saber onde Itachi queria chegar.

— Então me sigam, finalmente temos um tempo para nós como irmãos.

E os dois, perdendo-se em próprios pensamentos confusos com tudo aquilo, assentiram com a cabeça e andaram para fora de casa o seguindo, mal percebendo o sorriso de extrema felicidade da Matriarca.

(...)

— Diga, meu pai. — Naruto engolira a seco, pois se tinha uma palavra que não gostaria de se referir aquele homem, é de "pai", mas agora não havia escolhas.

— Fomos convidados para uma reunião com o Clã Hyuuga, totalmente formal, e para amanhã a noite. — disse com o tom ainda formal.

"Eu devo comparecer? Isso é novidade." Naruto pensava e logo se tocou de um problema evidente.

— Hn. — procurou continuar com a formalidade. — devo presumir que pensaste em um terno para mim, correto?

Ele parou para pensar e Naruto sabia que não.

— Providenciarei isto, hoje mesmo virá alguém para tirar suas medidas. — bebeu um pouco de água para disfarçar a vergonha.

— Posso me retirar? — perguntou com a cabeça um pouco baixa.

— Claro, retirem-se os três, por favor. — ordenou/pediu e voltou a ler o relatório da preparação do show de talentos.

Ao sair, uma mão parou Naruto. Ficou mais surpreso ainda por ver que era de Mito, alguém que não lhe dirigia a palavra há anos.

— Você... — suspirou claramente desconcertada. Será que ela havia se dado conta de quanto tempo havia passado sem um diálogo direto? — O papai sempre foi formal assim com você?

Um tempo foi necessário para ele formular a resposta. Essa era a única vez que ele tinha falado sem ser em data de aniversário. Então, tecnicamente, poderia se dizer que sim.

— Sim. — respondeu e voltou a andar. O dia realmente havia começado estranho, com esse pedido de reunião com todos os filhos.

No fim, não foi nada demais.

Até perceber que com o "ainda hoje" de seu pai, sem definir horários, ele teria que passar o dia em casa.

Suspirou, teria que falar com Kurama.

(...)

— Então... Sobre o que quer conversar? — Satsuki não aguentava sua curiosidade, já que tinham chegado ao campo de treinamento do clã.

— Eu gostaria de ouvir vocês. — Itachi dizia se sentando na pedra.

— Eu não tenho nada para falar. — Sasuke dizia se sentando, e estava começando a duvidar se tinha realmente um motivo para eles terem ido lá.

— Eu não me recordo de nada que queira falar, a menos que, ainda esteja curiosa se já terminou a sua "missão secreta" ou "particular".

— Missão secreta? — Sasuke logo se interessava.

— Como soube? — Itachi perguntava com a sombra celha erguida.

— Você tem o costume de agir diferente quando está em missão, e quando está conosco. Percebi que anda mais sério que o costume, e um dia, o vi na biblioteca, no que parecia ser uma grande pesquisa. Mas... Se não quiser falar... Não tem problema.

— Não, não. Tudo bem. Não é nada grave. Só estava conformando suspeitas.

— A pesquisa parecia muito séria para ser só uma suspeita como diz, mas não vou querer que diga nada que não queira.

— Hn. — o mais novo "falava" sua frase favorita.

— Nee... Tem uma coisa a mais que quero saber. — ela de repente ficou corada.

— Por favor... Que não seja "você está namorando a Mila?" — já dizia suspirando. Ela era só uma amiga muito íntima (mesmo que ele não tinha certeza se era o que queria).

— Opa, opa, opa... Achei que o Shisui-nii estava de olho nela. — ela sorriu maldosa.

— Em? Não está sabendo? Ele está namorando a Azuka.

— Honto ka?

— Honto ka naa. — Itachi sorria, estava feliz pelo primo. — Mas, o que queria saber?

— Se você realmente vai se assumir como herdeiro do nosso clã.

— Como assim, Satsuki? — Sasuke, o mais lento dali, não compreendia nada. — É o direito dele!

— E ele quer esse direito? Nós dois sabemos a fidelidade que ele tem para Konoha, principalmente depois do caso do tal mascarado.

— Aquele que descobriram que era um Uchiha? O renegado que nem sabemos de onde veio, já que a idade aparente não bate com nossos registros? — e as perguntas de Sasuke não cessavam.

— Exato! Se ele e Shisui fossem mais leais ao clã do que a vila, não teria ido imediatamente ao Hokage, mas daria um jeito de ferrar com os conselheiros que viviam acusando a nós. Por causa de todo esse estopim, já que imagino que a confusão entre nosso clã e a vila venha de antes, eu não sei se ele vai querer esse direito.

— E mais uma vez fico impressionado com você, Satsuki. — Itachi dizia em parte muito orgulhoso da dedução da irmã.

— Mais uma vez? — os mais novos perguntaram juntos.

— Ora, não é só você que vem observando as coisas, Satsuki. Mas, para não dizer que estou enrolando, eu primeiramente respondo com outra pergunta: você quer esse direito? Caso eu renunciasse, ele iria automaticamente para você, já que é minutos mais velha que Sasuke.

Ela arregalou os olhos corada.

— Deus que me livre e guarde! Ser líder de um clã?! Nunquinha, jamais! Exatamente pelo fato de não querer que perguntei!

— Calma... Pra quê esse desespero todo? — Itachi perguntava com uma gota na cabeça.

— Qual é, — ela se acalmou um pouco — se eu me tornar líder do Clã, até com quem eu vou casar eles vão querer controlar. Chuta que é laço!

E, para a surpresa dos irmãos, Itachi riu.

— Que bom... Que você ainda tem coisas apropriadas para sua idade... — estava tão aliviado que mal percebeu o que tinha falado, e essa foi uma das poucas vezes na vida que se arrependeu de ter falado algo.

— Itachi... O quanto tem me observado...? — ela perguntou meio de cabeça baixa.

— O suficiente para saber, que em nível de inteligência e sabedoria para tomar decisões, você está, pelo menos, em Chunnin recém formado.

— O.o que? - Sasuke gritava olhando espantado para a irmã.

A mesma, só suspirava e murmurou baixo...

— Por favor, mantenha isso em segredo. Não quero chamar atenção por enquanto...

— Se fosse para espalhar alguma coisa, eu já teria feito. — acalmou-a. — Mas... Eu quero que você lute sério uma vez comigo.

— Ok, já tem um tempo que eu gostaria de saber se eu te dou uma canseira. — estalou os dedos com um sorriso meio assustador na opinião de Sasuke, que engolia a seco. — Só que você ainda não respondeu minha pergunta. — murmurou meio frustrada.

Itachi suspirou.

— Sim, eu quero me tornar o líder do clã, pois tem coisas que eu quero mudar com minhas próprias mãos. — ela sorriu. — Mas... Isso ainda não isenta da responsabilidade, já que quando eu não puder estar aqui, você vai ter que cuidar de tudo.

— Ué? Não seria o Shisui? — Sasuke pergunta, e depois, em um futuro bem próximo, se arrependeria. Foi uma pergunta muito imatura.

— Baka. Claro que não. Você já viu Itachi em uma missão que não tenha o Shisui? A única coisa que eles não fazem juntos é namorar, e não duvido nada que o casamento deles será no mesmo dia... - Satsuki suspirava e depois quase riu com o "pera lá" de protesto do seu irmão. — Quando Itachi sair, as chances de Shisui ir junto são de 99,99%. Faz sentido que seja eu, mesmo que não tenha gostado muito da ideia.

— Hn... Verdade...

Ela se levantou.

— Está na hora de eu ensaiar para o show de talentos. Obrigado por essa conversa. — ela se despedia.

— Ow, como sabe às horas? — e perguntava infantilmente novamente.

— A posição do Sol. — disse e logo fez uma cara confusa. — Ainda não foi ensinado isso na Academia? Juro que me lembro do Sensei falando algo sobre...

— Ele falou... Eu que não aprendi... — disse corado.

— Bem, eu recomendo aprender. — se levantou e foi embora enquanto não percebia o sorriso tímido de Itachi.

Ele realmente estava orgulhoso da irmã que tinha, e esperava que Sasuke amadurecesse também.

Também foi se retirando lentamente, enquanto Sasuke ponderou e começou a treinar. Ainda bem, que por tudo ser tão calmo, a gigante evidência de ser mais fraco não abalou sua mente, mas parece que não continuará tudo tão calmo assim...

(...)

— Anh? Kage Bunshin? — Satsuki chegava no campo de treinamento e automaticamente percebia que estava ali era meramente um clone de Naruto.

— Sim, aquele lá mandou fazer um terno para mim, então tenho que ficar em casa. — murmurou suspirando, e o mais irônico que ele estava com um Henge dele de terno, já que esta era a roupa dele para a dança.

— O Yondaime? — Satsuki pergunta coberta pela fumaça característica de quando faz um Jutsu, mais especificamente, o Henge. Seu vestido preto com fundo vermelho (sim, isso faz diferença) estava impecável como sempre.

— Quem mais poderia ser? — suspirou enquanto ia para sua posição de início da dança.

— Vai começar. Concentrem-se. A arte da sedução não é algo para amadores... — Kurama repreendia e logo eles deixaram as conversas paralelas de lado.

(...)

— Atenção a todos. — Fugaku logo chamava a família. — Hoje fomos convidados para uma reunião com a família Hyuuga. Pelo que parece, descobriram algum envolvimento da nossa família com a Hinata "Hime".

— A Hina? — Satsuki perguntou entrando em casa, o treino tinha acabado há um tempo, porém eles saíram para comer juntos. Logo não se teve dúvidas, eles foram procurados pelo envolvimento delas duas.

— Sim, a senhorita Hinata. —continuou Fugaku. — Parece que ela se meteu em problemas recentemente, e pelo que parece, há mais gente envolvida na história. Acabei de descobrir quem poderia ser. Certo, Satsuki? — ele perguntou quase que com ironia, mas ela nada se abalou.

— Eu sou amiga dela, só isso. Não a levo para cometer loucuras a ponto de fazer reunião entre clãs. Na verdade, isso soa até estranho, já que ela detesta se meter em confusão. — disse quase relaxada, e Sasuke queria saber como ela conseguia.

Mesmo que soubesse que pai deles não iria fazer nada, a atmosfera mostrava exatamente o contrário. Fugaku estava demasiadamente sério.

— Não sabia que mantém relação de amizade com algum Hyuuga. — o patriarca continuava a manter imposição, já que a atitude da filha estava a um fio de ser desrespeitosa.

— Não me perguntou com quem eu realmente tenho amizade, pai. Só se preocupou como estou evoluindo como Kunoichi. Alías, não vejo o senhor preocupado com as amizades minhas, nem as de meus irmãos. Não vi nenhuma necessidade de ficar fazendo relatórios com quem ando ou deixo de andar. — disse no mesmo tom de antes, e por mais que ele tenha ficado com uma veia pulsando na testa, sabia que ela estava certa.

— Alias, peço desculpa a todos, mas o ensaio hoje foi puxado e já jantei. Estou me retirando para meu quarto. Muita boa noite a todos. — disse fazendo uma pequena reverência e entrando. Iria se irritar demais com “seu velho” se continuasse com aquela conversa.

Ela tinha plena consciência que a falta de intimidade com a família, em parte, é culpa dela: ela parou de correr atrás já faz tempo. Porém ela não sentia remorso: não achava que “intimidade” era algo que se “corresse atrás”. Principalmente quando vê o relacionamento de seu pai com os outros da mesma idade. Ele tem vários conhecidos de academia, mas ninguém íntimo.

Se seu pai era assim, não iria e nem queria forçar a barra.

Já Itachi e Mikoto, também conscientes dessa “desistência” da parte de Satsuki, ficam tristes. Mas ela não poderia fazer nada: era uma mulher Uchiha, mas não era Kunoichi. Quase não se havia respeito por ela, ou consideração à sua voz. Todo respeito que há, é garantido por ela ser a mulher do líder, mas isso não era muita coisa.

Já Itachi, ele havia se ocupado demais querendo saber o que era aquilo escondido perto da nuca do Yondaime e sua esposa. Foi a missão pessoal mais difícil que encontrou. Por mais que soubesse que está bem perto da resposta, não fazia ideia de como encontrar a solução.

Mas ele não podia desistir. A vila e principalmente: o Naruto, estão dependendo dessa descoberta.

(...)

Já perto da hora da Família Uzumaki sair, a campainha tocou. Todos acharam estranho, menos Naruto, que mesmo no quarto enfrentando um dos maiores problemas da sua vida, conseguiu perceber quem era.

Estou melhorando... Pensava com um sorriso, já que a casa era bem grande, e ele conseguiu identificar o chakra de Satsuki. Suspirou e saiu do quarto, mesmo não querendo. Fala sério, a situação que a Uchiha veria era terrível... Para ele.

— Boa noite, senhora Kushina. — ela dizia com um sorriso, mas era nítida sua pressa. — Eu sei que vocês também foram convidados, então não irei demorar. Só que... Ah Naruto! — passou pela matriarca, e logo entregou uma bolsa para ele.

— Sério? — ele perguntou, mas ficou sem graça quando ela já foi endireitando a gravata dele. Ele passou quase meia hora com aquilo! Como e por que ela tinha tanta facilidade?

— Me salve... Por favor... Por favorzinho... — pedia orgulhosa de seu trabalho. A gravata ficou alinhadinha.

— O que você quer aqui, Uchiha? — Hikari chegou com um tom orgulhoso que causaria inveja em Sasuke.

Satsuki suspirou.

— Você saberá, mas isso, minha cara, é da conta de Naruto, e não sua. — pegou a mão dele e foi puxando para o quarto do Jinchuriki. Não é como se ela nunca tivesse ido lá. Só é a primeira vez pela porta da frente.

— Por que tanta irritação? — Naruto diz enquanto espera ela se sentar em frente a um espelho: coisa que ela o obrigou a ter no quarto, com vários argumentos que ele não lembra nem a metade, de como se é importante tê-lo ali.

— Ela me lembra o Sasuke no passado. Se bem que mesmo que tenha melhorado, não é muita coisa. Mas ela não, a cada vez parece que é pior. Me poupe. — disse sorrindo. — Ela era assim, quando você fazia isso com ela?

Naruto suspira.

— Eu não costumava pentear muito os cabelos dela não, sempre fui mais chegado com a Mito. Ou era. Enfim. — disse começando a soltar os fios do coque desajeitado dela. — Pelo que me lembro, o gênio dela sempre foi assim, meio superior aos outros, mas parece que piorou com o tempo...

— Doida para o dia que eu ver você dando uma coça nela.

Naruto terminou de soltar. Os cabelos de sua amiga estavam maiores.

— Sabe que isso não está nos meus planos. — disse com voz parecendo cansada.

Olhou a bolsa, Satsuki era realmente exagerada. Ele não sabia usar metade das coisas que estavam ali.

Quando eu disse que comecei a ajudar a Kurama a pentear os cabelos já que ela não tinha muito controle com o corpo humano, não quer dizer que eu seja um cabeleleiro profissional.

Ok, ele já fazia isso com as irmãs, e a Kurama é quase uma irmã mais velha para ele. Isso não significa que ela tinha o direito de contar isso para a Satsuki e meter ele nesse tipo de situação. Ainda mais quando ela parece ter se acostumado com a “mordomia”, e sempre que não tinha paciência, ficava perturbando o loiro para fazer aquilo.

Isso é que dar ter muitas amigas mulheres...

Pelo menos, da idade dele.

— Posso sonhar, não posso? — a Uchiha o despertou de seu devaneio.

— Nada contra. — disse enquanto pegava a escova e começava a trabalhar ali.

— Um dia, toda essa arrogância vai se virar contra ela, e você sabe disso... — ela suspirou.

— Você fala por experiência própria, não? — disse se referindo a primeira luta entre ela e Kurama. Ah, pelo menos o cabelo estava bem desembaraçado. Ia adiantar um bom tempo.

— Exatamente. Só que Kurama ainda foi boazinha por brincar comigo. Se isso acontecer com a Hiraki, quando estiver contra alguém de outra vila, ela pode até morrer.

Então ele finalmente entendeu. Ela estava preocupada com sua irmã.

Ele sorriu.

— Eu cuido dela, pode ficar tranquila. — disse começando o penteado.

— Afs... Eu sou muito transparente... — murmura desgostosa.

— Isso é bom, significa que está aprendendo com o mestre... — os dois riram, e o penteado se desfez.

— Desculpa... — corou sem graça.

— Relaxa, não é como se Kurama ficasse parada o tempo inteiro. — ele disse para aliviar a tensão, já que sabia que Satsuki tinha a incrível capacidade de quase sempre tomar a culpa para si.

— Tudo bem então... Eu acho. — e ficaram e silêncio até Naruto terminar seu trabalho, até porque, se continuassem daquele jeito, se atrasariam.

Quando terminou, Satsuki deu um beijo na bochecha dele, para agradecer. Ele tinha feito um rabo de cavalo, mas com a parte de cima, pegando os fios da franja e o resto deixou solto. Colocou as presilhas em forma de flores pequenas que ela trouxe para enfeite, finalizando. A única coisa que ela disse foi “Kawaii”.

Saíram do quarto depois dela ter terminado a maquiagem, e ele voltado a escovar os dentes. Os outros da família ficaram surpresos quando entenderam no que ela pediu ajuda, mas ninguém se pronunciou.

— Te vejo mais tarde, Naru. — disse e correu um pouco para não se atrasar e ao mesmo tempo, não bagunçar o penteado.

— Ok! — ele se despediu e nem encarar a família, encarou. Não queria responder perguntas.

(...)

— Sejam bem vindos. — disse um Hyuuga, claramente da Bouke, recepcionava as duas famílias. Haviam chegado juntas.

— Agradecidos. — diziam entrando no território do clã. Os mais velhos iriam à frente, as meninas Uzumakis e Sasuke no meio, e Itachi acompanhava Satsuki e Naruto. Eles conversavam baixinho sobre o que deduziam que se tratava a reunião.

Os mais novos tinham uma pequena noção que se tratava sobre a conversa mais do que estranha que tiveram com a Hinata há duas semanas, mas estavam esperando para ver.

Quando chegaram à casa principal, mais empregadas os recepcionavam. Entraram e chegaram à sala de jantar. Antes de sentarem, Hinata, Hanabi e Hiashi vieram os recepcionar.

— Muito obrigado por atenderem meu pedido de reunião de última hora. — o patriarca falava, mas os três agiram como se estivessem agradecendo.

— Não tem problema. — Minato falou com um sorriso. — Sabemos que não faria algo assim se não fosse muito importante, Hiashi.

— Concordo plenamente. — Fugaku se expôs, mas ele não queria estar ali.

— Então sentem-se, vamos começar.

Então todos procuraram os seus lugares. Só que, o costume seria cada um ficar perto as sua família. Três ali não estavam nem ai para isso: Satsuki, Naruto e Hinata.

Se sentaram juntos, e logo Kushina foi reclamar, um pouco mais ríspida que as pessoas estavam acostumadas. Só Naruto recebia esse tratamento.

Só que, o que quase ninguém percebeu que no momento de seu grito histérico, Itachi havia revelado seu Sharingan.

Eu sabia! Murmurou e logo pareceu ter perdido a consciência. E não só ele, como também o Yondaime, a esposa e o primogênito.

Já na mente dos quatro, ninguém poderia acreditar quem havia aparecido. Era quase impossível. Bem, Naruto foi o único que não o tinha reconhecido, mas com o sussurro de Itachi, não pôde evitar a surpresa.

Uchiha... Madara.

Mesmo que tenha soado baixo, a voz dele parecia quase um grito para os ouvintes. Enquanto o comentado só sorria ironicamente.

— Parece que a diversão será adiada... Não? — perguntou para a maior confusão dos demais.

— Como e porque está na minha mente? — Naruto pergunta tentando controlar a raiva. Ele tinha um péssimo pressentimento.

— Eu sempre estive com você, Uzumaki...


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Notas finais do capítulo

E ai? O que Madara está fazendo na mente de Minato, Kushina e Naruto?
Será que tem haver com a missão secreta de Itachi?
Como assim, "sempre estive com você"?
O que vocês acham que vai acontecer na pegadinha?
Como vocês acham que vai ser a apresentação dos dois?

Comentem, e até o próximo ♥