Herdeiros do Fogo escrita por Tikie, L R Rondão


Capítulo 2
E aquela lei de Newton?


Notas iniciais do capítulo

Bem, olá para você que está acompanhando e querendo matar o Tikie pela demora. xD
Esse capítulo aqui foi feito por mim, a co-autora, porque ele está sem intenet, e o próximo também vai ser por outro motivo xD
Por isso, a piadinha nerd como título do capítulo n.n
Quero ver se alguém vai entender n.n
Bem, deixe-me parar de enrolar, boa leitura ^^

((Sim, vocês estão lendo isso antes do próprio autor.
Inusitado, não?))

Tikie:Cheguei nessa budega!É o seguinte...
Eu achei que ficaria sem net,mas não fiquei de recuperação na escola,então estou aqui!
Enfim...Créditos totais a ela,porque foi ela que desenvolveu tudo...



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Naruto estava dormindo apoiado em uma árvore perto do templo. Himitsu estava fazendo sanduíches naturais para todos com legumes e frutas que tinha trago em um pergaminho. Já Kyoya estava em um conflito interno: não sabia se acordava o garoto a porradas na cabeça por ele ter dormido do nada no fim da tarde, ou se levava ele no Ichiraku só para comemorar o fato dele ter conseguido andar.

Para ser sincero consigo mesmo, ele esperava que Naruto conseguisse ficar em pé e se movimentar de leve, porém quando o viu andando não conseguiu conter a surpresa seguida de a boca em um formato de um perfeito “O”, pois ele mesmo demorou bem mais tempo para fazer tal coisa. O que o irritou mesmo foi o fato do loiro ter sorrido extremamente convencido e dormido instantaneamente dois segundos depois.

Quando chegou ao meio termo — acordá-lo com um soco na cabeça, reclamando sobre aquele sorriso idiota e respeito e depois, só depois parabenizá-lo — percebeu que o seu sobrinho não estava mais deitado na árvore.

— Ei, Himitsu. — chamou já um pouco preocupado. Naruto não estava em um nível que saia sem chamar a atenção dele.

— Oi. — virou-se para o Namikaze com um sorriso, porém estava com maionese no canto da boca, pois ela já estava comendo o dela. Kyoya, que não é nenhum inocente teve que se controlar muito para não corar ou até um sangramento nasal. Sua preocupação com Naruto o salvou.

— Você viu o Naruto? — perguntou enquanto fazia um movimento leve perto da boca, tentando avisar que estava sujo. Ela, entendendo o recado corou forte, obviamente pensando a mesma coisa que ele. Mais uma vez a preocupação com o loiro se fez mais forte que pensamentos maliciosos.

— Naruto? Ué... — Olhou para a árvore onde ele estava dormindo há pouco tempo atrás. – Ele... Ele... – olhou desesperada para o Namikaze. E, se fosse em outra situação, ele até poderia ter sorrido.

“É Naruto... Parece que nesse pequeno tempo você já a conquistou...”.

— Eu consigo rastrear Chakra, e se ele ainda não foi levado para muito longe vou poder senti-lo... — afirmou se levantando e selando quase tudo que tinha ali, menos um sanduíche que fora jogado rapidamente para o loiro.

— Vamos...! — ordenou mordendo o seu lanche e jurando que iria matar dolorosamente qualquer um que tenha mexido com seu sobrinho.

(...)

— Yuugao - Nee... — Naruto chamava sonolento. — Eu... Deveria... — bocejava.

— Quem eram? — perguntou tentando controlar o ciúme, por mais que gostasse de gente com ele, ele continuava sendo o “bebê” dela. E ria internamente só de pensar o quanto ele iria ficar revoltado se ouvisse este pensamento.

— Meu tio, Namikaze Kyoya, e a sacerdotisa, Uzumaki Himitsu. — bocejou. — Tenho que avisá-los que sai. — informou.

— Não, senão não seria um sequestro. — justificou-se levando para dentro do estabelecimento. — Olá, Teuchi - San, Ayame - San.

— Oi Yuugao, Naru... — a jovem cumprimentava com um sorriso. — O que querem dessa vez.

— O... De... Sempr... — dormiu na bancada.

— Legumes, por favor. — o ANBU de cabelos roxos acariciou os fios loiros. — É... Parece que estão treinando você muito bem...

Esperou a janta ficar pronta enquanto o loiro ficava desmaiado.

(...)

Depois de procurarem por horas fora de Konoha, achando que o sequestrador queria o levar para outra vila, decidiram fazer o quase impensável: avisar Minato e Kushina. Kyoya não queria, na verdade, não queria nenhum envolvimento contendo ele > Naruto > Minato, mas... Se fosse para encontrá-lo... Suspirou só de pensar do fato de ter que falar cara-a-cara com o irmão.

Quando finalmente chegaram à porta da mansão e foram bater, o Namikaze estava respirando fundo repetidas vezes, quando um bocejo calmo foi escutado seguido de um gemido. Naruto vinha do seu emprego carregado de sono, só visando sua cama, sendo atrapalhado por um abraço desesperado de uma Uzumaki.

— Naruto...! Você está bem...? — Himitsu perguntava quase desesperadamente.

— Hn...! Hn...! — tentava falar alguma coisa coerente enquanto era balançado para trás e para frente com o jeito "carinhoso" da sacerdotisa.

— O que aconteceu, pirralho? — Kyoya indagava, mas com o peito mais aliviado. Não teria que falar com o irmão e seu sobrinho está bem.

— Eu sei que eu deveria ter avisado vocês, mas a Yuugao – Nee não deixou... — disse tentando explicar, mas ainda estava com sono, principalmente que ainda trabalhou, mesmo quase babando em cima da vassoura. Pela primeira vez, foi necessária a ajuda da Ayame, mas todos entendiam a situação, nada foi descontado do salário do loiro.

— “Yuugao – Nee”...? — suspirou — Tente não nos assustar assim de novo. — o Namikaze pediu.

— Bem... Se eu desaparecer, estou com ela. — sentenciou e entrou em casa, sua cama era mais desejada que o fim do diálogo.

— Oyasumi, Naruto! — os mais velhos se despediram, por mais que soubessem que o loiro não iria responder.

Depois Kyoya foi levar a Uzumaki para o templo, pois sabia que ela vivia lá, e para não ficar uma coisa ruim, começou a puxar assunto.

— Você realmente cozinha muito bem. — elogiou constrangido.

— Ah, obrigada... Mas nem era grande coisa assim. Era só um sanduba. — dizia também ainda constrangida.

— Hn, deveria me ver fazendo um. Acredite, é um desastre. — riu junto com ela.

Chegaram ao templo e não sabiam como se despedir, até que um vento gelado seguido por uma intenção assassina os deixou alerta. A ventania partia de dentro do templo, então quase derrubou a Uzumaki que estava na porta.

— Ei, Himitsu! Você... Está legal? — Kyoya foi ampará-la, principalmente pela feição preocupada que ela fez.

— Isso foi... — engoliu a seco. — Uma máscara. Alguma máscara escolheu alguém para ser o portador do próprio poder.

— Hn. Você tem que ver isso, né? — ela afirmou com a cabeça. — Ok, te ajudo.

— Eu não vou nem protestar, meus antepassados falavam da sensação de estar por perto, mas é bem mais sóbrio do que eles descreveram. — afirmava entrando.

— Isso... Eu tenho que concordar. — acompanhou para dentro.

Passaram-se minutos ali dentro e como os dois queriam dormir, eles fizeram clones para agilizar, o que deu problema foi que olharam toda aquela parte do templo, e não foi com nenhuma máscara que estava lá.

— Isso não faz sentido! Nós dois sentimos aquilo! — reclamava.

— Bem, é improvável... Mas... E se for a que está lá embaixo? — perguntava sem-graça. A ideia era doida, pois aquela máscara é do Yamamoto, e a lenda diz que provavelmente ninguém vai ser digno de usar aquele poder.

— Não, não. Não é ela, pode ficar tranquilo. — voltava a procurar pelo local, mesmo tendo certeza que eles já haviam visto tudo.

— Só desencargo de consciência. — tentou novamente.

— Ora, vamos! E quando vermos que não for isso, você não vai dar nenhuma outra ideia, ok? Eu estou cansada. — reclamou indo puxar a falsa parede.

Os dois entraram novamente no “túnel” e as tochas acenderam de novo, mas agora as chamas estavam vermelhas, deixando um frio na espinha da Uzumaki. O lugar estava assustador, principalmente com o cheiro de sangue e enxofre que espalhava.

Ela olhou para ele preocupada, será que tem a remota possibilidade dele estar certo? Ao ver o rosto dele tão preocupado, imaginou que ele estaria se fazendo a mesma pergunta.

Isso tudo estava ficando realmente preocupante.

Ao fim conseguiam ver a máscara, e ela estava claramente envolta pelo Kuroi Chakra, mais conhecido como Yami. Essa era uma característica das máscaras quando escolhem alguém, até que o escolhido aceite os poderes e responsabilidades que ela oferece, tudo fica concentrado envolta da própria máscara. Se ele aceitar, tudo entra dele mesmo, quase como um Bijuu e Jinchuriki, mas se ele rejeitar tudo “entra” na máscara novamente, adormecendo por dez mil anos.

— Ky... Kyoya... — murmurou perplexa.

— Eu... Estava certo...?

— É o que parece... — olhou novamente para os olhos azuis do Namikaze. Não sabia se era por medo ou pelo fato de tudo estar escuro, mas o tom claro como um dia de sol costumeiro não estava mais lá. Parecia mais uma noite sombria e sem estrelas, com a lua nova.

— Temos que avisar o ancião. — decretou e começou a correr. Pelo visto, seria uma longa noite.

Porém não seria só para eles.

Naruto que só queria dormir, isso pelo menos, conseguiu. Mas não foi um sonho comum. No sonho ele estava em um deserto. O céu estava negro e a lua vermelha. A areia era cor de pedra e pesada, e quando entrava nas narinas e nos pulmões chegava a machucar. Tentando impedir isso, o loiro rasgou um pedaço da roupa e envolveu em volta da boca e nariz, amarrando com um nó atrás da cabeça.

— Até que você não é tão burro quanto os outros pensam. — uma voz imponente ressoou. Naruto olhou em volta e atrás de si viu um trono. As chamas vermelhas tentavam iluminar em volta, tudo parecia ser feito de pedra negra e nas pontas haviam duas caveiras. O cheiro, que só agora Naruto se deu conta, estava horrível. Parecia muito com o que predominou no templo, mas naquele lugar ainda parecia ter uma mistura a mais com cheiro de carne apodrecida, como a de um cadáver.

— Ond...? — tentava falar, mas o cheiro estava dando ânsia de vômito.

— Está na sua mente, num lugar que mesmo estando em você, fora feito só para mim. — respondeu o ser que estava no trono. Ele era branco com uma longa barba, tão longa que chega a ser possível prender uma fina fita azul nela. Sua roupa era branca e não havia cabelos em sua testa. Sua expressão era de alguém que já viveu muito, que já sabe muito, porém mesmo assim, dava para saber que aquele arrebenta muitos em uma batalha.

((N/A: Tentativa Fail de descrever o Yama - Jiji de Bleach X_X))

— Como... Assim? — perguntava tentando se “acostumar” o máximo possível com a podridão exalada.

— Eu sou Yamamoto, o Shinigami dono da máscara mais forte existente: o primeiro escolhido, aquele que recebeu os poderes do próprio Lúcifer.

Naruto ficou surpreso, isso significa que ele escolheu alguém para receber os próprios poderes.

Mas... O que isso tinha a ver com ele?

— Hn... Entendo Shinigami - Sama. Mas... O que você está fazendo aqui na minha mente? E por que tem um lugar só para você em mim?

— Não é óbvio? — perguntou se levantando do trono e se aproximando do mais novo. Este ficava cada vez com mais medo, e quando eles estavam só a um metro de distancia, estava apavorado.

—Ér... Não. — engoliu a seco, e ficou um pouco mais nervoso ao ver o sorriso do Shinigami, principalmente quando ele foi seguido de uma pequena risada.

— Bem, vou começar do começo então, pois parece que você está um pouco lento hoje. Soube que o lugar onde você treinou hoje fora feito por mim, não?

— Sim. — respondeu se lembrando da pequena conversa que teve com a sacerdotisa sobre isso.

— Então, aquele lugar não fora feito só para os humanos ficarem mais fortes, mas também, como um teste particular meu.

— Teste? — perguntou mais uma vez surpreso, como assim uma sala de treinamento era um teste particular de um Shinigami? Principalmente um Shinigami como o Yamamoto.

— Sim, naquela sala eu tenho a capacidade de ver a resistência de uma pessoa e também a capacidade de ler o coração da mesma.

— QUÊ?!

— A resistência física foi o que aconteceu com você hoje, e devo parabenizá-lo. Você foi quem mostrou mais resistência em todos os que entraram naquela sala. Em menos de vinte e quatro horas você já estava andando, e levando em conta sua falta de treinamento e sua idade, isso e deveras impressionante.

— A - Ah... — murmurou corado. Quase nunca recebe elogios, e receber de alguém como ele e realmente bom e constrangedor.

— Nessas horas se diz “obrigado”. — falou rindo da cara vermelha de Naruto.

— Hn... Obri... gado então...

— De nada. — riu mais uma vez. — Sobre o fato de ler corações, é para a minha missão.

— Missão?

— Quem receber e aceitar o poder da minha máscara, estaria aceitando automaticamente a minha missão, algo extremamente perigoso e quase suicida.

— Que missão?

— Enfrentar Lúcifer.

— QUÊ?! — gritou novamente.

— Lúcifer está aprisionando muitos homens com essas máscaras. Cada vez que alguém é escolhido, este alguém no fim da vida é condenado a ficar na máscara pelo resto da eternidade. Como acha que é passar séculos sozinho em um lugar como esse? A minha missão é escolher alguém que com meu poder poderia quebrar essa maldição e deixar que os azarados que escolheram este poder possam finalmente descansar a alma.

— Nossa... Ei! Se é assim... Você deve ser beeem velho, não? — se assustou com a intenção assassina liberada “do nada”. Era tão forte que ele foi ao chão novamente sem nem poder resistir.

— Nunca. Mais. Repita. Isso. Pirralho. — recolheu a pressão. — Estamos entendidos?

— Sim. Claro. Certo. Okay. Tudo bem. Entendido. Captei a mensagem. — murmurou atrapalhado se levantando rapidamente e prestando continência.

— Então. Aceita?

— Oi? — perguntou até que finalmente tomou consciência: ele é o escolhido de Yamamoto.

E novamente ele gritou. Gritou alto e surpreso, e se não estivesse com aquele pano seus pulmões seriam judiados de tanta areia que poderia ter entrado.

— Opa, opa, opa. EU sou o escolhido? Tipo, EU? A ovelha negra da família Uzumaki? EU?!

Yamamoto suspirou.

— Você só se tocou agora? Para quê que eu iria contar essa história toda para você se eu não o tivesse escolhido? — perguntou com um tom cansado.

— Era isso que eu estava tentado descobrir! — reclamou andando de um lado para o outro, até que teve uma ideia, não precisava ter que escolher agora e pensando sozinho! Né?

— Eu preciso dar a resposta agora, agora mesmo?

— Não. Mas eu ficarei no seu corpo até que aceite ou rejeite.

Naruto gemeu, teria o corpo compartilhado com outro? Bem, isso não importa agora.

— Ok, provavelmente te dou a resposta amanhã!

— Hoje, você quer dizer. Você já dormiu a noite toda, e se ficar mais tempo aqui, vai se atrasar para seu treinamento com seu tio.

— Droga! — fechou os olhos se concentrando. Tinha que acordar!

(...)

— Na. Ru. To! — chamava Sachiko extremamente irritada. Como aquele garoto ainda não tinha acordado?

— Oi! O que? Acordei! To bem! Meu Kami! A hora! To atrasado! — disse rápida e confusamente enquanto corria para o banheiro sem ouvir o suspiro da empregada seguido de um sorriso.

“O que aconteceu para ele acordar assim, Kami?”

Arrumou o que podia para ajudar o menino que quando saiu do banheiro realmente agradecia ela só com o olhar: a roupa dele estava na cama separada, uma maçã perto da mesma para um café e a mochila estava arrumada com o material completo.

— Sachiko - San... — foi interrompido.

— Só vá, poderemos falar depois com mais tempo, não? — sorriu.

— Arigatou Gozaimasu! — pegou a roupa e voltou para o banheiro, não iria se trocar na frente dela. Depois pegou a mochila, a maçã e foi comendo e correndo a caminho da Academia.

Quando Iruka ia fechar a porta, no último segundo, Naruto conseguiu colocar a mão e impedir que a mesma fechasse. Entrou na sala recuperando todo o ar que perdeu na corrida e levando bronca do Iruka em relação ao horário.

Realmente, não estava nem ai.

Sentou-se na cadeira e novamente não se viu em um lugar que poderia reconhecer, ou que se lembrasse de ter visto antes.

Suspirou. No que teria se metido agora?

O lugar também era escuro e tinha cheiro de esgoto. Cada vez ia ficando melhor. Tinha aquele maldito barulhinho de gotas caindo que irritavam cada célula do corpo do loiro, principalmente quando não podia parar. Porém agora tem algo a mais para se preocupar, pois havia um enorme corredor a sua frente, e ele sabia por instinto que deveria atravessá-lo.

Quando estava chegando ao fim, já podia ver uma cela, e esta era enorme. Tipo, muito grande. Muito grande mesmo. Como e porque existia uma cela tão grande?

Saiu do corredor e percebeu algo se mexendo dentro da grade, algo que realmente é digno de estar lá, porque é tão grande quanto. Este se levantava e Naruto pode reconhecer primeiramente como um animal, e de leve, que a pelagem é laranja. Mas não um laranja “cheguei” irritante para os olhos, um laranja - vermelho - vivo que aos olhos do loiro era realmente belíssimo, e que já inspirava novos desenhos.

O animal na visão do loiro se transformou em uma raposa, e depois a mesma se focou nas nove caldas que balançavam majestosamente atrás do encarcerado. Então ele finalmente reconheceu quem está ali do outro lado. Quem está ali é a Kyuubi.

— Então você veio... — a voz da Bijuu gelou a espinha de Naruto, mas ele como é ele, não poderia agir diferente senão enfrentando aquilo do jeito mais louco possível: se aproximando do perigo.

— Então... Eu fui chamado? — perguntou parando em frente à cela.

— Não se ache tanto, pirralho... — rosnou.

— Não é isso... Só quero entender o que está acontecendo, ou onde estou, pelo menos. — justificou-se.

— Você está na sua mente. — ela se surpreendeu com a carranca que Naruto fez.

— Putz! Por que sempre a minha mente tem que ser um lugar tão deprimente ou fúnebre!? — reclamou se afastando das grades e andando de um lado para o outro.

Estava realmente incomodado.

— Hn. Então realmente não foi só um sonho chato... Alguém realmente quer apossar desse corpo além de mim... — reclamou.

— Como assim “além de mim”? — perguntou torcendo para ela não dizer que estava selada nele. Ter mais de uma pessoa no próprio corpo e mente não era uma ideia NADA agradável.

— Eu estou selada em você, idiota. Por que mais eu estaria em sua mente? — ele caiu deitado com uma cara decepcionada.

— Era uma desculpa que estava tentando formular para mim... — falou com o corpo “congelado” e caído com a notícia.

— Bem... — uma terceira voz fora ouvida. — Acho que não seria uma boa hora para dizer que eu também estou aqui, não? — um homem de aparência de uns vinte anos apareceu.

— Ashura?! — perguntou a raposa perplexa. — Ootsukisuki Ashura?!

— MAIS UM?! — Naruto estava realmente irritado.

— Bem, desculpe. Quando eu escolhi você para ser minha reencarnação nesta geração eu não imaginei que algo assim iria acontecer. Deve ser bem incomodo, não? — desculpava-se sem graça, passando a mão esquerda no cabelo com as bochechas um pouco avermelhadas.

— DEVE SER? — indagou retoricamente ainda extremamente irritado. — Na moral, isso realmente só deve acontecer comigo! Só comigo!

— Teoricamente, isso é verdade. Já que a lenda do Yamamoto diz que ele nunca escolheu ninguém. — a Kyuubi comentou algo demasiadamente desnecessário na opinião de Naruto.

— Okay. Entendi. Tenho pelo menos duas pessoas... Não necessariamente pessoas, mas vocês entenderam... dividindo minha mente e corpo, sendo que se eu aceitar uma proposta nada casual ainda vai ter mais uma? — raciocinava alto, tentando entender pelo menos 1% do que estava acontecendo.

— Em palavras simples ou chulas, sim. É exatamente isso. — Ashura tentava fazer a “ficha cair”.

Sentou-se no chão todo alagado e surpreendeu-se com o fato da roupa não ter molhado nem nada. Pelo menos lá ela é impermeável. Fechou os olhos e começou a inspirar e espirar lentamente tentando se acalmar. Ele só precisava de uns minutos de silêncio, só isso e iria conseguir pensar com mais clareza.

Mas é claro que isso não iria acontecer.

Você aceita minha proposta, Uzumaki? — Yamamoto, o grande Shinigami, apareceu de repente com um tom de voz tão forte que a sensação era a mesma de quando alguém grita.

— Claro que não! — exclamou sem saber quando sua irritação iria ter fim. — Ainda não consegui achar meu tio ou a Himitsu - San! Como eu perguntaria ou pediria alguma direção sobre o que fazer?!

— Era ISSO que você pretendia? — lançou um olhar gélido para o loiro.

— É isso que pretendo. — afirmou olhando firme nos olhos do mais velho.

“Cadê o medo desse garoto?” Ashura se perguntava temendo ter que fazer algo para impedir uma possível luta totalmente injusta.

— Você não pode simplesmente ir contando isso! — determinou.

— Eu só vou falar com duas pessoas que confio! Não vou decidir sozinho!

— Você vai SIM! Quem terá que ir lutar contra Lúcifer será VOCÊ!

— A pergunta é exatamente essa! Se vale a pena querer ajudar ou não!

O local ficou em silêncio por um tempo, e o loiro estranhou, até o Ashura finalmente tomou a palavra novamente.

— Pera... ESSA é sua dúvida? — parecia perplexo.

— Como assim? — de repente, tudo ficou confuso demais para Naruto.

— Vamos entender a diferença: a sua dúvida é se vale a pena você correr o risco da batalha por fato de querer AJUDAR, e não querer ter o PODER da máscara?

Naruto parou um pouco, e sim, aquilo estava certo: ele sempre estava pensando mais em ajudar do que ter poder.

— Bem, é isso sim. — disse corado. Nunca imaginou que pensar assim pudesse ter algum impacto, mas ele percebeu que isso era diferente sim.

— Garoto... Você aceitando ou não... Você ainda vai ser grande... — falou ainda tentando se recuperar daquilo. Como um garoto daquela idade consegue ser tão diferente de muito adultos? Um diferente de... melhor. Ele é melhor que muito adulto por ai.

— Hehehe... Isso eu já sabia... — dizia com um imenso sorriso. — E quer saber... Dane-se tudo! Eu te ajudo a enfrentar o capeta.

— Ajuda? — perguntava segurando o riso.

— Claro, não é como se eu fosse enfrentá-lo sozinho, e a partir do momento que o poder é seu, eu só estarei ajudando.

— Então, vamos trabalhar juntos, pirralho. — estendeu a mão.

— Claro...! — apertou a mão do Shinigami e sentiu o poder invadindo o seu corpo. Sentia que estava se “aglomerando” e ficando “dormente”, mas ainda assim, é incrível.

— Acho que você deve voltar para a aula, e se quiser, nós três poderemos ajudar com qualquer dúvida. — Ashura avisava com um sorriso, estava cada vez mais feliz com o fato de ter escolhido o loiro.

— Claro, vai ter que se acostumar conosco dentro de si mesmo, né? — o Shinigami concordava.

— Parem de colocar palavras na minha boca! — gritava revoltada. — Aê, só te ajudo se você mudar esse lugar! Aqui fede! — reclamava.

— Ainda não me conformo com o fato de minha mente ser assim. — murmurava contrariado, e gostando do fato dela ter falado aquilo, pois ele não tinha ideia que poderia mudar o lugar.

Pensou: um lugar que ela gostaria... Um lugar que ela gostaria... Pensou primeiramente em uma floresta e logo um clarão tomou conta do lugar e ele sabia: tudo iria se modelar conforme ordenaria.

Primeiro: árvores grandes. Árvores muito grandes mesmo, para ela poder escalar e brincar. Grandes e grossas, como se estivessem há séculos ali. Sentiu o chão tremer e ele começar a subir, e o aroma da própria floresta. Estava subindo, subindo e subindo, sabendo que as árvores seriam exatamente como queria, e seu rosto não largava o sorriso.

A luz se foi, e as árvores estavam exatamente como queria.

Mas depois, percebeu que ainda estava muito escuro, porque só foram criadas árvores naquele lugar antes tão sujo, então pensou em um céu... Aquele enorme azul cheio de nuvens brancas e uma ventania gostosa, calça e suave passando por entre a floresta. Também, para não ficar muito maçante, imaginou insetos como borboletas e abelhas, para uma vez ou outra, a grande raposa ter quem perseguir. Alguém que ficou tantos anos presa gostaria de ter algo para fazer por aqui, não?

A luz voltou e se foi novamente, sendo que tudo que Naruto queria estava ali, e os outros que estavam de boca aberta pelo fato de tudo está tão diferente em tão pouco tempo.

— Na - Naruto... — a Bijuu nem sabia o que dizer.

— Qual foi da floresta com essas árvores imensas? — Ashura tomou a palavra.

— Ah... Bem... Ela está há tanto tempo presa né? Eu pensei em fazer algumas coisas para ela poder passar o tempo, e tentar esquecer que está presa. Se eu pudesse, eu nem a deixava presa por aqui, mas como ela poderia atacar alguém que eu me preocupo... Ai não tenho escolha. Voltando: as árvores são assim para ela poder escalar e pular entre uma e outra, e os insetos são para ela poder cassar, perseguir ou o que estiver a fim de fazer.

— Por quê? — perguntou perplexa. — Eu sou acusada de destruir a vila no dia do seu nascimento, então por que você faria algo assim por mim?

— Ah... Qual é! Todo mundo sabe que tem mais, principalmente por ficarem de olho nos Uchihas. Todo mundo sabe que teve alguém por trás disso, que apagou a memória do Yondaime daquela noite. Por isso nem se sabe quem é o primogênito da família! Não ache que sou idiota. — respondeu sentando em um dos enormes galhos quase suspirando.

— É verdade, eu vi pelo Naruto, só foi provado que foi um Nukenin porque Itachi e Shisui em uma das investigações ANBU acharam um mascarado Uchiha com um manto preto e nuvens vermelhas. — Ashura comentou.

— Er... Bem... — Kyuubi não sabia o que comentar, e não estava a fim de dizer “obrigado”, então pensou em outra forma de agradecer, da maneira dela, é claro. — Kurama. — fechou os olhos e dormiu, agradecendo a falta de correntes.

— Quê? — o loiro ficou confuso, mas é claro que não esperava um “obrigado”, porém esperava algo com coerência.

Porém alguém ali sabia sobre o que ela falou, e este estava sorrindo abertamente.

— Kurama é o nome que meu pai deu para ela. Kurama Ootsukisuki. Uma das nove Bijuus.

— Seu pai? Nome? Ela tinha um nome? — as surpresas não acabavam.

— Meu pai, Harogomo Ootsukisuki. Mais conhecido como Rikkudou Sennin.

— VOCÊ É FILHO DO RIKKUDOU?

— Sim. — respondeu como se isso não fosse nada demais.

— Pera, dentro de mim tem o Shinigami mais antigo e sábio que existe, a Bijuu mais forte, e o filho do pai de todos os ninjas? — não aguentou. Aquilo foi muito. Apagou completamente e do lado de fora de seu corpo que estava apoiado certinho na cadeira como se estivesse prestando atenção em alguma coisa, desabou com o desmaio, assustando todos da sala.

— Naruto?! — Iruka perguntou indo socorrê-lo.

(...)

— Meu Kami... O que foi aquela reunião...? — reclamava Himitsu cansada.

— Chama aquilo de reunião? — indagou quase com desprezo. — Foi mais uma gritaria sem fim, opiniões em conflito e o fato de reclamarem toda hora “temos que encontrar o escolhido”. — suspirou.

— É... Pelo que falou, pelas antigas regras este tem que se tornar o líder. — comentou pensando em ir ao templo, mas agora tudo que queria é distância de tudo aquilo.

Começou a andar em direção à vila, seria bom comer algo.

— E se a pessoa não quiser? Ninguém lá vai ter poder para forçá-lo.

— Não acho que isso seja uma hipótese. — disse vendo a academia, quase pensou em falar com Naruto, mas achou melhor não atrapalhá-lo.

— Eu sim, temos que pensar sempre em todas as possibilidades, não? — se assustou quando viu um Chunnin Sensei levar Naruto desmaiado correndo, possivelmente em direção ao hospital. — Himitsu! — apontou e os dois saíram correndo, sem saber de cansaço, de nada. Só querendo saber o que aconteceu com o pequeno.

Já na mesma hora, uma ANBU saía da sala do Hokage, e se assustou com a secretária correndo para a sala: isso não é coisa boa. Voltou para sala, se era alguma emergência, era dever dela ir resolver, se o Hokage assim ordenar.

— HOKAGE - SAMA! — gritou entrando quase fazendo os papéis que ele estava assinando voar com o susto.

— O que aconteceu? — perguntou se levantando e indo ajudá-la a recuperar o ar perdido, dando apoio.

— Seu filho, Uzumaki Naruto, desmaiou na sala sem motivos aparentes e está sendo levado para o hospital.

— Naruto? — Yugao perguntava na porta. Minato estava cheio de trabalho, ele simplesmente não poderia largar tudo lá. Com os olhos fez um pedido a sua subordinada que sumiu em uma baforada de fumaça segundos depois. O que aconteceu com seu pequeno protegido?

Já no hospital o diagnóstico já fora dado: cansaço mental. Iruka não sabia como isso poderia ter acontecido, até porque ele não vê o loiro estudando, e estudando tanto para acontecer isso. O que de fato estava acontecendo?

((Alguém mudou a realidade mental todinha em poucos minutos, recebeu um poder milenar, e está semi-acordado desde o começo do treinamento do capítulo anterior. Todos têm limites n.n))

Kyoya, Yugao e Himitsu chegaram ao mesmo tempo no hospital gritando exatamente a mesma coisa: Onde está o Naruto? Depois de muita discussão por causa de “somente família pode visitá-lo”, “não pode receber visitas ainda” e “ele precisa descansar” e uma sessão de “foda-se” da parte dos três, eles finalmente entraram no quarto 301, onde o loiro dormia.

Procuraram ficar nas cadeiras que estavam no quarto conversando baixo, já que a ANBU não conhecia os dois e vice-versa. Ficaram horas ali, só esperando ele acordar, e como a enfermeira entendeu que eles não sairiam dali nem se o Hokage mandassem eles sair (principalmente se o Hokage mandasse eles saírem), levou comida para os três.

No fim do dia, com até três “pessoas internas” também preocupadas, Naruto finalmente abriu os olhos.

— H - Hn... — gemeu, e sua cabeça latejava um pouco.

— Naruto...! — os três se levantaram rapidamente estranhando a careta.

— Dor... de cabeça... — avisou reclamando.

— Oh... Desculpe. — Yugao tomou a palavra. — Mas de resto, está tudo bem, tudo bem mesmo?

— Ah sim... Só... Cansado... — engasgou uma risada. —Acho que eu abusei de mais da minha mente hoje...

— Como assim? — perguntou Himitsu.

— É... Complicado. Posso explicar amanhã?

— Pode ser só porque já que querem expulsar a gente daqui há horas, mas queremos saber tudinho, entendeu? — Kyoya avisou fazendo Naruto engolir a seco.

— A - ah. Claaro... — os três notaram o desconforto, e ficaram mais preocupados ainda, mas saíram. Já causaram problemas demais para o hospital.

Quando os três saíram, para a surpresa do loiro, três coisas apareceram “do nada” e começaram a tomar forma. A primeira era totalmente negra, que aos poucos foi mudando de tamanho, cor e forma se tornando algo conhecido: o Yamamoto. Depois, a coisa sem forma verde foi se tornando o Ashura e o vermelho... Bem... Uma ruiva muito, muito, muito bonita para a idade, que parecia ser a mesma que a dele, sete, que Naruto jurava nunca ter visto antes.

— Estou surpresa por isso ser realmente verdade, Yamamoto. — a única “menina” do grupo comentou fazendo o loiro quase pular da cama de surpresa. Ele conhece aquela voz.

— Ku - Kurama...!? — mesmo com a voz fraca e debilitada, dava para perceber a surpresa.

— Sim, eu tenho uma versão humana também, surpreso? — perguntou em deboche. — O único problema é que ela acompanha a idade de meu Jinchuriki. É realmente chato eu me ver como criança, mesmo fazendo anos que isso não acontece. — suspirou sentando em alguma cadeira qualquer.

— Como...?

— Eu explico. — pronunciou-se Yamamoto. — O selo que seus pais fizeram é muito deferente de qualquer outro, e provavelmente foi sua mãe que o selou, já que ele é Uzumaki.

— Na verdade, não. — Kurama interrompeu. — A maioria dos Fuiins que Minato usa é Uzumaki.

— Verdade? Então, deleta isso. Até porque, não é importante. O importante é o fato que o selo é “pessoal”, ele muda de acordo com o coração do Jinchuriki. E você é alguém de coração puro que não deseja que ela, nem nós, presos. Então podemos sair do seu corpo quando quiser, se não ameaçarmos ninguém. Porque você se preocupa mais com o bem estar de todos.

— Mesmo que eles te desprezem. Vá entender... — Kurama murmurou, mas não parecia desgostosa.

— Hn... Então vocês podem ficar aqui fora? Tipo, para sempre?

— Se você quiser assim. Só não podemos nos afastar muito de você.

— Entendo... — ouviram passos, provavelmente de uma enfermeira. Voltaram para dentro do corpo do Naruto e ele sem vontade de explicar ou falar com mais ninguém, simplesmente entrou na sua paisagem metal e seu corpo ficou “dormente”, fazendo-a pensar que ele estava realmente dormindo.

— Temos um pequeno aviso que não vai agradá-lo muito. — informou o Shinigami fazendo Naruto formar uma careta. Novamente.

— Outro? — perguntou num resmungo.

— Sim, seu corpo parece não estar lidando muito bem com toda essa fonte de poder que eu, a Kurama e o Yama - San tem. — Ashura continuou. — Principalmente a sua mente, então você não pode treinar absolutamente nada durante uma semana, no mínimo.

O Uzumaki se levantou. Seus olhos estavam vermelhos e seu corpo tremia em fúria. Acabou gritando a mesma palavra de sempre. A palavra que ele mais usava com aqueles três.

— QUÊ?!


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Notas finais do capítulo

E ai? O que acharam? :3