Mr. and Mrs. Malfoy escrita por Isabelle Munhoz


Capítulo 14
Capítulo 14 - I'm not a good guy.


Notas iniciais do capítulo

Hey gente.
Eu demorei pra escrever esse cap, então realmente espero que gostem.
Estou com sono e ainda tenho que fazer tarefa, então é só isso.
Boa leitura.



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– Não se preocupe, vai parar de doer logo, logo. – Hermione falou para o garotinho de cabelos pretos na sua frente enquanto segurava seu braço quebrado. – Ai vai poder encontrar sua mãe que esta muito preocupada com você.

O menino levantou e seus olhos castanhos só tinham dor e desespero. Olhou dentro dos olhos de Hermione que sentiu seu estomago se revirar.

– Doutora, me diga a verdade. – ele pediu. – Meu pai morreu, não é?

A doutora Malfoy não sabia se deveria responder. Contar que para aquele garoto que deveria ter apenas onze anos, que deve estar em seu primeiro ano em Hogwarts que seu pai morrera o salvando, não era algo que estava preparado pra fazer.

– Ele esta em um lugar melhor agora. – Hermione sussurrou e em seguida se ajoelhou em frente ao paciente.

Quando viu as primeiras lagrimas cair de seu rosto Hermione levantou sua mão e passou pelo rosto do garoto para secá-las e em seguida o abraçou. Sentiu um peso enorme dentro do peito e lembrou-se da guerra, quantas pessoas devem ter passado pelo mesmo que esse garoto deveria estar passando nesse momento.

Em seguida o garoto fora liberado e Hermione o entregou para a mãe que chorou de alivio ao ver o filho bem.Ela tinha acabado de sair do interrogatório com os aurores. A senhora Malfoy se lembrou vividamente do seu dia até agora.

Tinha acabado de chegar na Mansão Malfoy do Havaí quando recebeu um patrono de Flávia solicitando sua ajuda urgentemente. Ela nem desfez as malas, tomou banho e seguiu para o hospital mal se despedindo do marido para chegar ao St.Mungus e se deparar com... Isso.

Estava um caos a sessão de emergência. Tinham pessoas por todo o lado, choro e gritaria. Hermione fora logo para seu consultório a procura de Flávia e a encontrou enfaixando o braço de um senhor de idade enquanto tremia.

– O que aconteceu? – Hermione perguntou quando chegou preocupada.

– Comensais atacaram. – A voz de Flávia era de alivio.

– De novo?

– Temos poucos feridos porem muitos estão bem abalados. – ela continuou. – Eu não tinha certeza se já tinha voltado de viagem mas eu não sei onde estão a maioria dos outros médicos.

– Roberta e Raul?

Flávia balançou a cabeça como se não soubesse onde eles estavam. Depois daquela conversa Hermione fora fazer seu trabalho e ao ver tanta gente machucada começou a se desesperar.

Outro ataque comensal.

Eles deveriam ter acabado quando Voldemort morreu. Na verdade sabiam que alguns comensais que não conseguiram ser presos iriam querer vingança, mas estava em escalas muito maiores do que Hermione previra que aconteceria.

– Este foi o ultimo. – sua amiga falou quando o menino saiu da sala. – Eu estava com a mãe dele há alguns minutos, ela esta arrasada, temo pelo futuro desse garoto.

Hermione assentiu com pesar.

– Mas eles vão superar. – afirmou. – E iremos prender todos que fizeram isso com eles...

Porem a morena não conseguiu terminar sua frase já que ouviu um berro agudo vindo da porta de sua sala. Flávia e ela se viraram assustadas para encontrarem uma mulher na faixa dos quarenta anos com cabelos castanhos que desciam até seus ombros.

– O que foi senhora... – a loira tentou perguntar mas não teve tempo.

Aquela mulher correu e pulou em cima de Hermione que não se defendeu por pura surpresa. Seu cabelo fora puxado e recebeu um soco no maxilar para finalmente tentar reagir. Sentiu que era errado pegar sua varinha para afastar a mulher que usava apenas sua força física contra ela, mas infelizmente para Hermione a mulher tinha mais força física do que ela conseguiria agüentar.

– Senhor esta louca? – Flávia gritou enquanto tentava ajudar Hermione.

– Foi sua família. – a estranha gritou. – Seu marido tirou o meu de mim, eu sei, foi gente como ele, eles tiraram Robson de mim, então vou tirar você dele.

Hermione arregalou os olhos vendo que a mulher a mataria se pudesse. Quando estava prestes a procurar sua varinha a senhora fora afastada de seu corpo e a morena viu Harry bem a sua frente segurando a estranha para longe de Hermione.

– Senhora se continuar lutando irei te levar presa. – ele avisou.

Ela parou de se debater para ver com que estava falando e viu Harry parecendo surpresa se acalmou e ele a soltou.

– Auror Potter? – chamou. – Como pode deixar essa família solta? Ela esta casada com um comensal!

– Um ex-comensal. – Harry a lembrou. – Fora perdoado por que se arrependeu e nos ajudou, não se preocupe, estamos sabendo tudo que acontece, então se atacar a senhorita Granger.... Senhora Malfoy novamente não espere continuar livre por ai.

A mulher deu um olhar de extrema arrogância e depois olhou para Hermione que ainda estava quieta em seu canto em seguida finalmente saiu. Flávia fora a primeira a se mexer indo em direção a Hermione.

– Hermione. – a loira falou seu nome com um jeito repreensivo. – Você deve começar a se defender quando te atacam.

– Isso aconteceu antes? – Harry perguntou.

– Não com ataques físicos. – a amiga respondeu e Granger deu-lhe um olhar de censura.

– Ataques verbais sim? – Harry perguntou quando sua melhor amiga ficou quieta. – Deveria ter me contado Hermione, não podem ficar fazendo isso.

– Contar pra que Harry? – ela disse. – Não podemos prendê-los só por que estão desesperados por causa dos comensais e não estão pensando direito.

O moreno olhou para a enfermeira que logo entendeu o recado.

– Eu... Bem... Tenho mais coisas pra fazer. – inventou uma desculpas. – Pode ir embora, Mi.

E assim saiu do cômodo.

– Hermione, você tem que se divorciar de Malfoy. – Harry fora tão direto que ela se surpreendeu.

– Me divorciar?

– Sim, você esta sofrendo tudo isso por ele. – o moreno disse com seus olhos suplicantes. – Me mata saber que esta passando por isso e não posso fazer nada, apenas tentar te convencer que o melhor a se fazer é a separação. Você é boa demais Mi, para ver o que eu vejo, não quero vê-la sofrer.

Granger franziu o cenho.

– Me conte Harry, que mulher eu seria se no momento que o homem que mais amo precisa de mim eu fosse lá e me divorciasse? – ela perguntou sentindo o começo do desespero apenas por pensar em não tê-lo junto a ela todo dia.

Harry olhou para o chão.

– Se você sabe o que esta fazendo não continuarei nesse assunto. – ele disse. – Já terminei de falar com os pacientes e não foi de muita ajuda, fiquei surpreso de encontrá-la aqui, pensei que ainda estaria na casa de Narcisa.

Hermione deu de ombros enquanto ia até o espelho arrumar o cabelo que estava todo bagunçado.

– Cheguei hoje de manhã. – comentou. – Vim para cá já que Roberta e Raul sumiram e parece que os outros médicos de plantão não estavam agüentando sozinhos.

– Já ouvi que estão recebendo muitas criticas da direção do hospital. – seu melhor amigo comentou. – Logo vão começar a ficar de olho nesse tal Raul.

Hermione assentiu e pegou a varinha sussurrando o feitiço para o inchaço em seu maxilar logo sumir. Virou-se novamente para Harry que parecia inquieto.

– Conversamos sim com Narcisa. – ela disse sabendo o que era isso que ele queria saber. – Ela não nos contou muita coisa que já não sabemos, mas vamos pra casa, Draco saberá te contar melhor do que eu.

– Não posso demorar muito. – avisou.

– É hora do almoço Harry, deveria estar em casa com sua esposa então como esta trabalhando pode demorar o quanto tempo quiser. – ela disse sorrindo.

Harry a analisou e notando que nem parecia perturbada por ser atacada há alguns minutos e isso o assustou pensando se acontecia com freqüência mas resolveu não comentar. Saíram e juntos aparataram para a mansão Malfoy.

***

Harry Potter nunca iria se acostumar a entrar na mansão Malfoy em apenas uma visita casual, na verdade mesmo sendo uma visita pelo trabalho era estranho estar ali. Saber que sua melhor amiga agora morava ali. Hermione colocou os pés dentro da sala e logo um elfo chegou para recebê-los.

– Senhora Malfoy. – cumprimentou a elfo. – Quer que leve sua bolsa para seu quarto?

Hermione sorriu.

– Sim, Wonka, obrigada. – e entregou-a. Harry achou aquilo muito estranho, Hermione já lutara tanto pelos direitos dos elfos e agora os tinha em sua própria casa. – Onde esta Draco?

– Na varanda, senhora. – avisou e Hermione estava prestes a ir até ele quando o elfo continuou: - Não começou nada o dia todo, e o chamamos diversas vezes.

Hermione franziu a testa e até se esqueceu que estava com Harry ao seu lado. Foi para a varanda abrindo a porta e vendo Draco sentado na cadeira que tinha ali com um cigarro na boca enquanto olhava para o horizonte.

– Apague o cigarro agora. – ela ordenou com a voz dura. Draco olhou para cima e viu sua esposa com o rosto vermelho. – Pensei que tinha parado de fumar, Malfoy.

– Nunca disse que tinha parado de fumar, Granger. – respondeu ainda sem notar a presença de Harry.

– Fazia dias que eu não via você com um cigarro.

– Eu não iria fumar na frente da minha mãe. – ele disse.

– Não gosto disso, Draco, esta acabando com a sua saúde aos poucos. – ela comentou realmente preocupada. – Esta querendo me deixar viúva com apenas um mês de casados?

Malfoy estava prestes a dar uma resposta engraçadinha quando viu mais atrás da esposa o cicatriz parado olhando os dois parecendo um pouco constrangido por estar ali.

– Por que não me contou que temos visita antes de começar a dar lição de moral?

– Harry! – Hermione exclamou. – Eu tinha esquecido que estava ai.

– Obrigado pela consideração. – brincou. – Na verdade Malfoy, não é uma visita social vim saber o que sua mãe falou.

Draco assentiu e finalmente apagou o cigarro levantando-se em seguida.

– Vamos pro meu escritório.

Hermione negou com a cabeça.

– Eu levo ele até lá. – falou. – Primeiro vá se trocar, esta com cheiro de cigarro.

– Não quero me trocar. – teimou.

– Não somos obrigados a sentirmos esse cheiro horrível vindo de você. – ela disse com convicção.

Harry realmente via os antigos Draco Malfoy e Hermione Granger naqueles dois ali. Viam as brigas de antigamente mas agora tinha um certo carinho e respeito mutuo entre eles.

– Não estou te obrigando a ficar perto de mim, Granger. – ele resmungou. – O Potter não se importa, se quiser vá fazer alguma coisa pela casa.

E começou a andar pra dentro quando Hermione disse:

– Se não se trocar nunca mais transaremos.

Harry arregalou os olhos constrangido e Draco se virou para olhá-la.

– Você não ousaria...

– Espere pra ver.

Malfoy revirou os olhos. Sabia que a vida sexual dele não era bem o que estava sendo ameaçada naquele momento e sim sua masculinidade. Se continuasse com a roupa diria pra Potter que não se importava de não transar mais, o que deixaria umas suposições que Draco não queria que ninguém ousasse sequer pensar.

– Vão indo que já desço. – falou derrotado.

Hermione sorriu.

– Claro, querido.

Com isso Draco foi em direção as escadas e Hermione conduziu seu melhor amigo para o escritório do marido. Harry não poderia estar mais constrangido e perplexo. Realmente não esperava ficar ouvindo essas coisas sobre Draco Malfoy.

– Obrigado Hermione por colocar na minha cabeça que tem uma vida sexual com Draco Malfoy. – o moreno ironizou.

– Harry eu sei praticamente tudo sobre sua vida sexual com Ginny. – Hermione falou. – Essa é a vingança e esperava o que? Que eu não tivesse com meu marido?

O moreno deu de ombros.

– Imagino que vocês só tem contato por telepatia, acabou com as minhas esperanças Mione. – ele brincou. – E eu não quero que saiba sobre a minha vida sexual! É a Gina que fica contando.

Granger riu.

– Mas eu sei de qualquer jeito. – ela disse. – Acredite, minha idéia sobre você mudou muito desde que você e Gina começaram a transar.

O moreno arregalou os olhos.

–Ela te conta tudo...

– Você realmente não vai querer saber, acredite.

E Harry acreditava nisso.

Nessa hora Draco voltou já com outra roupa e olhou para Potter que parecia realmente perturbado e foi direto para sua mesa se sentando e afastando a papelada que momentos antes estava analisando.

– Vamos direto ao assunto. – ele disse. – Minha mãe não sabe de muita coisa, apenas que os Nott tinha naquela época propriedade não registradas em seus nomes, o que faria o ministério não ter encontrado nada.

– Ela sabia dizer estava registrado em nome de quem? – Harry perguntou se sentando na cadeira mais próxima.

Draco negou com a cabeça.

– Não, mas também pode ser uma perda de tempo, Theo sempre odiou os comensais. – ele completou. – Depois que a guerra acabou resolveu que iria viajar pelo mundo o que sempre quis fazer, duvido que esteja participando disso, e já seus pais estão presos, não vejo como os Nott’s podem estar envolvidos.

Hermione viu a perna de Harry balançando o que ele só fazia quando estava nervoso.

– Você esta escondendo algo. – ela disse se sentando ao lado e o olhando nos olhos. – O que aconteceu Harry?

Ele suspirou.

– Houve uma fuga em massa de Askaban. – ele disse. – O Ministério abafou pra não causar pânico na população bruxa mas do jeito que os ataques estão descontrolados acho que teremos que fazer algo.

Hermione espremeu suas mãos uma contra a outra.

– Eu sabia que tinha algo errado. – ela comentou. – Estavam tendo ataques demais pra poucos comensais, como fui burra, deveria ter previsto que algo assim estava acontecendo.

Harry pegou a mão de Hermione cariosamente sabendo que ela odiava se sentir inútil e Draco só observava como eles interagiam naturalmente.

– E você sabe que perdemos muitos aurores pra guerra e não podemos pegar os novatos e mandarmos pra missões assim, seria como assassinatos. – Harry continuou. – Eu mesmo não deveria estar em missões assim, só faz três anos e meio que me formei, mas como todos dizem que sou mais do que classificado pra lutar contra aqueles que já quiseram me matar...

– Não existe ninguém melhor do que você pra isso. – ela falou suspirando em seguida continuou: - Acho melhor juntarmos todos da Antiga Ordem e alguns da AD para voltarmos a fazer missões como antigamente.

Harry e Draco se viraram para ela surpresos.

– Como assim? – o loiro perguntou.

– A Ordem sempre mandou alguns membros pra lugares que estavam ocorrendo para ajudar os aurores, agora pelo que vemos temos que fazer isso. – ela disse. – Acreditem eu não queria voltar a lutar, mas sei que preciso, hoje vi um garoto de onze anos que perdeu o pai, não quero ter que continuar vendo crianças sofrendo assim.

Draco bateu com a mão direita na mesa.

– Nem pensar. – ele disse convicto. – Você não é uma auror, é uma medica, não pode ir para o campo de batalha.

– Acha que eu não consigo? – ela perguntou.

Ele esta entrando num terreno perigoso. Harry pensou.

– Claro que é. – Malfoy disse. – Mas também é suicida, os dois são, vão pra lutas que sabem que vão perder, nem entendo como sobreviveram por tanto tempo. E comigo ao seu lado, Granger, você não vai morrer tão cedo, então eu acho um absurdo sugerir isso.

Harry começou a se questionar por que eles ainda se chamavam pelos sobrenomes mas pensou que seria um péssimo momento para perguntar.

– Suicidas? Nós só fazemos o certo. – Hermione falou.

– Realmente se quiserem brigar acho que estou indo. – Harry falou se levantando.

– Só mais uma coisa Potter. – Malfoy falou. – Como os comensais conseguiram sair da prisão?

– Tinha algum espião. – falou. – Algum ex comensal deveria trabalhar e ninguém nunca soube, soltou eles e fugiu junto.Comecei a investigar depois que soubemos que Bellatrix estava viva.

Malfoy assentiu mas não disse nada.

– Vamos, Harry, levo você até a porta. – Hermione falou se levantando também.

Harry balançou a cabeça em despedida para Malfoy e no fundo também concordava com ele. Não queria que Hermione e muito menos Gina resolvesse que era hora de voltar a lutar mas sabia que precisariam montar a Ordem de novo para diminuir o numero de perdas até finalmente acabarem com todos os comensais que lutavam contra sua felicidade.

– Não se esquece que esse sábado é o ultimo jogo da Gina. – Harry lembrou-a.

– Verdade, havia me esquecido. – ela disse rindo. – O que acha de Ginny estar largando o quadribol?

Harry deu de ombros.

– Me sinto um pouco culpado. – confessou. – Ela esta fazendo isso por mim, eu sei, e ama tanto jogar que tenho medo que se arrependa no futuro.

Hermione sorriu.

– Eu falei a mesma coisa pra ela quando me disse que iria largar o time. – falou. – Ela disse que ama sim o quadribol, mas ama muito mais você, e por você valia a pena qualquer sacrifício.

A senhora Malfoy viu os ombros do melhor amigo relaxarem.

– Obrigado.

– Disponha.

***

A semana foi se passando lentamente e o clima tenso estava instalado em todo lugar. A noticia que uma estranha atacara Hermione acabou se espalhando por todo o hospital e isso a incomodava, via alguns colegas sussurrando quando passava e por mais que Flávia dissesse para não ligar era algo que ela realmente se incomodava.

A situação em casa também não estava muito melhor. Desde que Harry fora em sua casa Draco teimava em dizer que não queria que ela participasse novamente na Ordem e Hermione tentava fazê-lo entender que essa era a vida dela, essa era ela, mas ele continuava teimando que não. Como se fosse a única opção Hermione deixara claro que ele não poderia se meter naquilo e ela faria ele aceitando ou não. Falar isso só deixara a situação mais tensa ainda.

Agora mal o via.

Draco saia cedo para a empresa e voltava quando ela já estava dormindo. A morena começou a desconfiar, o que diabos ele fazia tanto tempo na empresa? Sabia que metade do trabalho ele poderia fazer no próprio escritório na casa deles então a única reposta que vinha na mente dela era evitá-la. A situação começou a piorar mais quando Hermione começou a supor que ele estava traindo-a. Sabia que eles não tinham um relacionamento de verdade mas apenas imaginá-lo com outra mulher começou a deixar a Grifinória maluca.

– Ele não estaria... – ela falou enquanto na sexta feira andava em frente a porta do escritório do loiro. – Mas é o Malfoy... E sei que ele é um galinha...

Deve ter ficado uns dez minutos na porta se debatendo se deveria ou não entrar quando finalmente tomou coragem e abriu a porta já pensando em mil motivos pra tal invasão mas não teve que mentir. Draco não estava lá. Novamente.

Foi na mesa mesmo assim. Caso ele estivesse mesmo traído-a deveria ter alguma prova em sua mesa. Um bilhete, um numero de telefone. Mas Hermione não achou nada disso, apenas varias folhas falando sobre a empresa. Ela quase deixou as folhas de lado, bem quase, algo nelas chamou sua atenção então começou a ler e arregalou os olhos quando entendeu o que estava escrito naquelas folhas.

A empresa Malfoy estava quase falindo.

Pelas contas e dados que ali constavam muitos investidores estavam tirando seus investidores da empresa devido ao fato do diretor de Draco Malfoy e seu nome estar sendo difamado pelos ataques comensais. Erick Cruz estava querendo a transferência da empresa pro seu nome assim eles não faliam de uma vez.

– Por que ele não me contou? – ela sussurrou.

Ficou parada por um tempo sem saber direito o que fazer com essa informação. Viu que isso começou enquanto estavam viajando o que complicara ainda mais a situação. Draco deveria estar tão ocupado tentando manter o controle da empresa em suas mãos que não deve ter pensado nada além disso. Hermione se sentiu culpada por desconfiar dele.

Hermione pegou todas as folhas que falavam sobre isso e as arrumou saindo logo em seguida do escritório com elas nas mãos. Em vez de ir para seu quarto virou para a direita e momentos depois estava parada em frente a porta de Malfoy. Suspirou pensando se era uma boa idéia fazer ou não isso.

Optou por fazer.

Não que fosse uma boa idéia.

Não bateu. Não chamou. Apenas abriu a porta sabendo que Draco odiaria isso, mas no fundo ela ainda esperava que ele nem em casa estivesse. Mas ele estava. Deitado na cama só que com a entrada abrupta da esposa se sentou a olhando confusa.

– Não tinha certeza se estaria aqui. – confessou.

– E por isso invadiu meu quarto? – ironizou ele sem humor.

– Precisamos conversar. – ela o ignorou.

– Não estou afim, Granger. – ele resmungou deitando novamente.

Ela deu dois passos mais pra perto porem parou. Não queria ultrapassar nenhum limite. Não fazia idéia de como lidar com ele num momento como esse.

– Draco... – nem começar o assunto ela estava achando fácil. E tudo era fácil pra Hermione Granger. – Eu fui atrás de você no escritório e... Achei isso. – levantou a papelada que segurava para ele notar.

Malfoy não precisou pegar para saber do que aqueles papeis falavam. Estava tão cansado por não ter dormido direito aquela ultima semana e tanta preocupação que nem tinha energia para brigar com ela por estar mexendo em suas coisas.

– O que que tem? – ele perguntou rude. – Quer o divorcio?

Ela arregalou os olhos.

– Malfoy! Não é como se eu tivesse me casado com você por dinheiro. – ela disse tentando não se ofender. – Eu só quero conversar com você, saber como esta.

Ele deu uma risada sarcástica.

– Como eu estou? Estou na merda. – Draco suspirou e continuou: - Sempre disse para mim mesmo que não iria afundar minha empresa como meu pai fez e no final fiz pior que ele, vou perdê-la.

Hermione andou até ficar em sua frente.

– Não é culpa sua que isso esta acontecendo.

– Talvez não, talvez sim. – ele disse e deitou na sua cama enquanto Hermione sentava ao seu lado.

– Não tem nada que possa fazer? – ela perguntou.

– Aquele filho da puta do Cruz esta com quase todo os investidores na mão. – ele disse irritado. – Poucos acreditam que eu possa fazer alguma coisa.

Hermione tentava fazer com que seu cérebro raciocinasse o mais rápido possível porem não fazia idéia do que fazer. Nunca se preocupou com algo assim antes.

– Quanto tempo tem até ter que renunciar? – perguntou.

– Uma semana no máximo. – respondeu parecendo derrotado enquanto passava as mãos no rosto.

Era muito pouco tempo.

– Peça mais tempo. – ela ordenou.

– Mais tempo? Como vou convencê-los? – perguntou.

– Peça quarenta e cinco dias. – Hermione se levantou e começou a andar pelo quarto enquanto seu cérebro pensava. – Diga que se em quarenta e cinco dias você não conseguir mudar a cabeça de oitenta por cento dos investidores você entrega sua posição por livre e espontânea vontade.

Draco se sentou e a olhou nervoso.

– Oitenta por cento? É quase uma missão impossível, Granger. – ele disse e ela sabia que era verdade. Mas que escolha eles tinham? Entregar a empresa de mão beijada?

– Nada é impossível pra mim. – ela disse. – Iremos pensar em alguma coisa nesse mês e vamos convencê-los Draco, acredite nisso.

– Como?

– Eles querem te substituir por que esta sendo mal visto não? – perguntou e o loiro assentiu. – Então vamos mudar isso, aparecer mais em revistas, vamos mudar a sua opinião perante ao publico e com isso mudaremos perante ao conselho.

– Não sei se sabe Granger, mas não sou uma flor de pessoa.

– Acredite Malfoy, eu sei. – ela disse sorrindo. – Então quem melhor do que eu para te ajudar?

Draco deitou novamente e ficou olhando para o teto.

– Eu não sou um bom homem, Hermione. – sussurrou e todo o euforismo por ter achado alguma resposta imediata saiu do corpo de Hermione. – Talvez não mereça sua ajuda.

Ela se sentou ao seu lado na cama e jogou seu corpo para trás assim poderia olhar pro teto também.

– Mas eu sou boa, e pessoas boas ajudam a todos, até os vilões. – ela disse. – E eu acredito Draco, que no fundo, você não seja tão mal como acredita.

Ele virou o rosto e ficou olhando-a.

– E se eu não conseguir? – perguntou. – Se no final eu perder a empresa?

A Grifinória deu um sorriso.

– Então a primeira coisa que teremos que fazer é vender a casa. – respondeu e Draco não gostou nada disso. – Acredite, essa casa é um custo enorme que não teremos como pagar.

– Ainda vai ficar comigo? – ele fez a pergunta que mais estava presente em sua mente nessa ultima semana.

Hermione pensou por um único segundo antes de responder. Sabia que a antiga Hermione veria isso como um jeito de sair desse casamento e conseguir que ele aceitasse dinheiro para ter o feitiço e trazer a memória dos pais de volta. Mas ela falou serio com o Harry no inicio da semana, que pessoa ela seria se o abandonasse quando ele mais precisasse?

– Por favor né Malfoy. – ela disse em tom de brincadeira. – Você teria que se mudar para uma casa mil vezes menor que essa aqui, eu amaria ver o sofrimento estampado na sua casa, eu ainda faria a gente se mudar pra um bairro trouxa só pra você ter que começar a interagir com eles. Então é claro que sim!

Draco gemeu de brincadeira aliviado por sua resposta ao mesmo tempo que Hermione virou o rosto para ver sua reação.

– Meu futuro parece negro. – brincou.

E ela sorriu pra ele.

O sorriso mais lindo que Draco Malfoy já viu. E ele aproximou seus rostos ainda deitados e encostou seus lábios no da esposa de uma forma tão natural que ela nem se assustou. Hermione entendeu aquilo como se fosse um jeito de agradecer por ficar ao seu lado e naquele momento ela se sentiu a pessoa mais feliz do mundo.

Fora um beijo calmo, nada ardente como da ultima vez na casa de Narcisa que acabara naquele desastre que fora a briga. Tinha mais sentimento exalando de cada um do que aquela atração física absurda que um sentia pelo outro.

– Melhor você dormir. – ela sussurrou assim que ele se afastou. – Amanhã tem que convencer todos a te darem quarenta e cinco dias.

Ele quase deu um sorriso já fechando os olhos.

– Vai ser uma merda, não vai?

Ela sorriu ainda olhando para seu rosto.

– Sim, vai.

A voz dela foi a ultima coisa que ele ouviu antes de dormir. Hermione ficou ali, quietinha para não acordá-lo ao mesmo tempo não queria estar em nenhum outro lugar. Momentos depois ela também adormeceu ao seu lado na cama de Draco Malfoy.


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Notas finais do capítulo

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Gostaram?
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Recomendação?
Até o proximo.
Beijos