Mr. and Mrs. Malfoy escrita por Isabelle Munhoz


Capítulo 13
Capítulo 13 - Daemon Schreave


Notas iniciais do capítulo

Hey gente :3
Demorei um pouco mais voltei, esse cap. foi muuuuito estranho de se escrever pq eu nao sabia direito como conduzir isso, mas espero que gostem, e que faça sentido nisso tudo.
Boa leitura



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Transar com Draco Malfoy nunca esteve na lista de 10 coisas a se fazer antes de morrer, de Hermione Granger. Mas naquele momento enquanto sentia as mãos dele segurando-a fortemente contra seu peito ela não ligava que era contra seus princípios de odiar zoofilia ou se no fundo da alma ainda achava que amava Ron. Naquele segundo só existia ela e Draco, e claro o prazer que um poderia proporcionar ao outro.

Com uma agilidade impressionante o loiro deitou Hermione na cama e se colocou por cima dela sem desgrudar os lábios. Draco se sentia como um adolescente novamente com medo de fazer algo errado, o que era completamente contraditório já que sobre sexo... Malfoy era o melhor.

Os beijos foram descendo para o pescoço da morena fazendo cada canto do seu corpo sensível ao toque. Para surpresa de Draco sua esposa o empurrou para longe. Ele olhou-a confuso.

– O que foi...?

– Tire a blusa. – ela ordenou já tirando a sua própria.

E ele assim o fez.

Mal havia jogado longe sua blusa Hermione o puxou de volta para seus lábios como se ela estivesse no deserto e ele fosse o ultimo copo de água que sobrara. As mãos pequenas da morena estavam em seus ombros e desceram pelo tórax chegando a sua cintura e foi direto para o zíper da calça do marido abrindo-o.

Não fora surpresa nenhuma quando minutos depois quase a roupa dos dois já estava tudo espalhadas pelo chão do quarto. O coração dos dois batiam rapidamente e por incrível que pareça tinham até se sincronizado. Draco se separou da esposa apenas para observá-la apenas de lingerie.

– Malfoy. – gemeu e abriu os olhos encontrando aquelas orbitas cinzas a encarando. – O que aconteceu...

– Até que você é gostosa, Granger. – ele respondeu com um sorriso cínico no rosto.

Hermione revirou os olhos.

– Me diga algo que eu não saiba.

– Depois eu que sou narcisista...

– Vamos realmente falar sobre isso agora? – Hermione perguntou e chegou mais perto para sussurrar em seu ouvido. – Tenho algo muito melhor em mente.

Um sorriso malicioso veio até os lábios de Malfoy.

– Mostre-me o que esta pensando.

Hermione deu um sorriso malicioso que nem o da marido e pela primeira vez na vida, fez o que Malfoy pediu.

***

Estavam os dois ofegantes um em cada lado da cama sem dizer uma palavra sequer. Malfoy era muito bom de cama, Hermione tinha que admitir, nem Rony conseguira fazer ela sentir tanto prazer como o loiro fizera nessa primeira vez, e olha que ela amava o ruivo, tinha que ser algo especial.

A morena virou o rosto para olhar o marido que estava com uma expressão dura no rosto enquanto olhava para o teto. Nesse momento Hermione estremeceu por notar que o cara ao seu lado não parecia nada com o homem que andava convivendo nessas ultimas semanas, e sim o antigo Draco, aquele que tantas vezes a xingara e tratara mal nesses últimos anos.

– Vou tomar banho. – ela disse e com um pulo saiu da cama pegando um short e blusa leves se fechando no banheiro logo a seguir.

Hermione estava certa quando imaginou que aquele homem ao seu lado não parecia o Draco que estava casado. Não o cara arrogante mas que chegava a ser divertido as vezes, frio mas ela sabia que ouvia e prestava atenção em cada palavra que saia de sua boca. O cara agora deitado na cama sozinho era o antigo Draco, o que tinha o coração todo quebrado.

Malfoy não tivera um momento tão bom como teve agora com Granger há muito tempo e estaria feliz se... Não fosse as malditas lembranças que insistiam em voltar.

Ele nunca fora realmente feliz então por que diabos seria agora? Hermione só estava com ele por que tinha algo que ela queria. Se bobiar ela só havia transado com ele para ver se amolecia sem coração para conseguir finalmente o Grimório que Granger sonhava em por as mãos. Não deixaria ninguém o fazer de bobo. Ninguém entraria em seu coração de pedra para depois destroçá-lo. Draco não agüentaria reconstruir novamente seu coração como teve que fazer anos atrás.

Amá-la nunca foi antes uma opção para Draco Malfoy. Fora tão natural como respirar e isso o assustou. Ele era apenas um Sonserino que tinha tudo que queria e de uma hora para outra tudo foi desmoronando. Seu pai foi preso, sua mãe corria risco de vida e depois a marca negra. Descobrir que era apaixonado por Hermione Granger fora a pior coisa que poderia ter lhe acontecido.

Ela era a melhor amiga do santo Potter, alguém que Draco jurou detestar pelo resto da vida. Hermione era tudo que Malfoy cresceu sabendo que deveria odiar. Grifinória, sangue ruim e mesmo assim cada vez mais ela parecia se infiltrar dentro de seu coração. Ele sabia que era errado, que ela o odiava, mas mesmo assim poderia ter feito de tudo que pudesse, Hermione ainda continuava dentro de si.

Malfoy teve que guardar esses sentimentos para si mesmo. Se alguém descobrisse... Estaria em problemas, ela estaria em problemas. Então teve que esconder cada parte boa que tinha em si que só se mostrava quando o assunto era ela e ser mal e arrogante. Se era assim que conseguiria sobreviver então esse era Draco Malfoy.

Quando a guerra acabou ele estava tão destruído com tudo que aconteceu que pensar em Granger era momentos tão raros que não o perturbava. Ele finalmente havia esquecido a sangue ruim, era o que pensava. Voltar para Hogwarts e ela também fora uma terrível surpresa mas enquanto ela estava de um lado do castelo e ele em outro o que teria de mal?

Hermione agora estava com o Weasley e todos já até imaginavam quando seria o casamento. Saber disso fazia Draco até feliz, era um motivo para nem falar com ela. Descobrir meses depois que eles terminaram hoje Draco sabia que havia mexido com o próprio coração mas o orgulho e anos de rixas não deixaria ele chegar perto dela, não mesmo.

Amar Hermione Granger antes não fora uma opção, mas deixá-la entrar novamente em seu coração agora seria uma tremenda burrice e Draco Malfoy não o deixaria. Tinha tentando ser amigo dela para terem uma convivência mais tranqüila, nunca pensou que correria o risco de abrir novamente seu coração.

Isso era algo que ele não estava disposto a fazer.

Enquanto pensava isso Hermione voltou já vestida e penteando seus cabelos molhados. Olhou para o marido esperando para ver se ele havia voltado ao normal mas viu seus olhos ainda com aquele ar triste e pesado.

– Pode ir tomar banho. – ela falou jogando a toalha na cadeira para secar. – Sua mãe logo esta de volta.

Mas ele não se mexeu.

– Eu estava pensando me fazer macarrão para o jantar... – Hermione falou colocando suas sapatilhas, odiava andar descalça mesmo em casa. – Ou quer comer alguma outra coisa...?

– Pode calar a boca, Granger? – Draco falou bruscamente.

Hermione se assustou com o tom do marido.

– Nem sexo faz você relaxar. – resmungou. – Pare de ser tão chato assim Malfoy, só estava querendo saber o que você quer comer.

Ele se sentou na cama e a olhou.

– Não entendeu que eu não quero falar com você? – Draco perguntou a fuzilando com os olhos. – A gente já transou, não me diga que esta querendo todo aquele lance emocional?

Hermione piscou algumas vezes para ter certeza se era mesmo Draco em sua frente, o mesmo Draco de hoje de manhã que a beijou na água e tratava com tanto carinho a mãe.

– Malfoy pare de ser grosso! – ela gritou. – E me diga, por que diabos eu iria querer algo emocional com você? Você só traz problemas Malfoy! Me meteu nesse casamento sem nexo e agora estamos no Havaí.

– Eu não te obriguei a vir ao Havaí. – Draco disse se levantando. – Você veio por que quis.

– Por você! Eu vim por você. – ela gritou e logo pensou que os visinhos já deveriam ter ouvido tudo. – Por que isso que uma esposa faria, Draco, você deveria me agradecer...

– Você não é realmente a minha esposa. – Malfoy disse e a verdade veio com tudo para Hermione, seu coração pareceu quebrar e ela se odiava por isso, não deveria dar tanta importância para o que Malfoy achava. – Não fique brincando de casinha feliz e acabe se esquecendo que no final disso tudo.- ele balançou a mão. – No final você e eu nos divorciaremos e nunca mais vamos nos ver.

Hermione parou e ficou olhando-o com um enorme espanto. No inicio daquele casamento o fim era o que mais esperava, mas depois de tudo, ela não havia parado para pensar nisso.

– Você só esta falando isso por que transamos... – ela tentava justificar a atitude dele.

Draco deu uma risada de escárnio.

– Não me diga que por que transamos achou que algo tinha mudado? – ironizou. – Nada mudou Granger, continuo vendo você do mesmo jeito, a única diferença é que agora você deu pra mim.

Hermione sentiu a raiva subir por suas veias e tentou controlar a vontade de pegar sua varinha e o jogar no outro prédio com um poderoso estupora.

– Olha o jeito que fala comigo Malfoy. – Hermione disse irritada. – Não sou uma prostituta barata que você encontra na esquina.

– Tem certeza? – ele indagou.

A raiva que Hermione estava tentando conter explodiu ao ouvi-lo dizer aquilo. Ela chegou mais perto e com o mais rápido que conseguiu levantou seu braço dando em Draco um tapa que deixaria seu rosto vermelho pelo resto do dia.

– Eu te odeio. – ela sussurrou cheia de ódio.

Sem esperar uma resposta dele Hermione se virou e abriu a porta com tudo querendo sumir dali e nunca mais vê-lo em sua frente. Correu até a porta da frente do apartamento de Narcisa e a viu antes de correr até as escadas e descer para fora do apartamento. Ouviu a sogra chamar seu nome mas não se virou, só continuou a correr.

***

Sair do apartamento sozinha, sem chave, celular ou dinheiro não fora a coisa mais esperta que Hermione fizera em muitos anos. Agora ela perambulava pelas ruas da cidade sem saber direito para onde ir e pior ainda como voltar para casa. Lembrava-se do endereço mas não podia pegar um taxi já que não tinha dinheiro para pagar e no fundo Hermione sabia que não queria voltar. Não queria ter que olhar para Draco Malfoy.

Odiou-se por ter transado com ele. Fora muito bom ela admitia a contra gosto mas ter que agüentar aquela conversa com Malfoy não valia a pena. Sabia que tinha algo de errado com ele, o Draco que ela conhecera nesses últimos dias não era aquele ogro que estivera em sua frente minutos atrás mas ainda a magoava.

Olhou para os prédios ao redor e continuou andando com a cabeça pensando em mil coisas de uma vez só. Logo os grandes prédios residenciais começaram a diminuir e logo Hermione se viu num centro comercial.

Não entendia o que tinha feito de errado para ter que ver o antigo Draco Malfoy de volta. Ele estava bem até... Transarem. Mas isso não era motivo para o marido ter uma transformação tipo do Hulk assim, de uma hora pra outra. Hermione sentiu seu coração começar a se acalmar e a vontade de chorar veio com tudo mas ela segurou. Não queria chorar por Draco Malfoy, aquele bastardo não merecia suas lagrimas.

Estava tão distraída que nem reparou que logo a sua frente tinha um homem alto de cabelos negros tomando sorvete parecendo absorto ate que seus olhos pararam em Hermione que andava rápido em sua direção. Quando a morena notou já era tarde ela esbarrou com tudo no braço do homem que deixou o sorvete cair na blusa branca do cara.

– Santo Merlin! – Hermione exclamou. – Desculpe-me! Senhor, eu juro que não te vi, deixe-me ajudá-lo.

O desconhecido pegou um guardanapo para começar a se limpar mas Hermione mesmo vermelha de vergonha também o fez e o ajudou a se limpar.

– Realmente me desculpe, estava tão distraída...

– Tudo bem. – a voz do cara era grossa de um jeito sexy, Hermione notou.

Com isso ela deu um passo para trás para notar melhor no cara que esbarrara. Não era só a voz que era sexy. Ele todo era. Cabelos pretos espetados para cima que a fizera lembrar um pouco de Harry e os olhos azuis como água, muito diferente dos de Draco que levavam pro tom acinzentado.

– Estou tão constrangida. – admitiu.

O homem levantou o olhar que se fixou em Hermione, seus olhos azuis brilharam em reconhecimento.

– Hermione Granger?

Ela piscou confusa. Tinha certeza que não o conhecia.

– Me conhece?

Até a risada dele era sexy, era o que estava na mente de Granger enquanto o moreno misterioso ria.

– Quem não conhece Hermione Granger?

– Quase todo mundo aqui no Havaí. – Hermione respondeu constrangida.

– Quem bom então que eu sou Britânico. – respondeu e logo Hermione conseguiu reparar no sotaque que até agora passara despercebido. – E por lá não tem como alguém não saber quem é Hermione Granger e que faz parte do trio de ouro.

A morena assentiu entendendo enfim de onde o homem a sua frente a conhecia.

– E você é...

– Desculpe, esqueci de me apresentar. – ele estendeu a mão. – Daemon Schreave, sou repórter.

Hermione sentiu vontade de dar meia volta e ir embora. Sabia muito bem pela sua experiência que deveria tomar muito cuidado quando estava na presença de um repórter.

– Já vejo até que esta pensando, não se preocupe, não escrevo fofocas. – Daemon disse com um sorriso no rosto que mostrava todos seus dentes brancos. – Não sou que nem a cobra venenosa da Rita Skeeter.

Hermione sorriu.

– Sim, Skeeter... Tem algum problema em relatar a verdade. – e com isso ela suspirou lembrando que a ultima vez que vira uma reportagem de Rita fora sobre seu casamento.

– Algo errado? – Daemon perguntou.

– Não só... – Hermione começou mas não sabia se devia ou não falar algo.

– Vamos, me conte, prometo não transformar nossa conversa em uma noticia.

Tinha algo em Daemon... Além na beleza, é claro, que transmitia confiança em Hermione.

– Só... Sai de casa sem dinheiro, chave e sem conhecer a cidade. – ela deu um sorriso. – Não acho que foi a atitude mais inteligente da minha parte.

Ele riu.

– Vamos, te pago um sorvete já que o meu acabou derramado na minha blusa.

A morena se sentiu culpada.

– Eu que deveria estar te pagando um sorvete!

– Deixamos pra próxima não? – disse e levantou o braço indicando onde era a sorveteria. – Dessa vez digamos que estou pagando um favor pra você.

– Favor?

– De ter salvado o mundo bruxo, é claro.

***

Narcisa ficou parada na porta esperando Hermione voltar mas ela não o fez. Pelo jeito que a morena saiu correndo a sogra já sabia o que havia acontecido. Draco Malfoy. Narcisa suspirou e entrou na casa depois de alguns minutos que notara que Granger não voltaria querendo ir atrás do filho para saber o que ele tinha feito.

Não se podia deixar crianças sozinhas hoje em dia, mesmo que não fossem mais tão crianças.

– Draco. – Narcisa chamou mas o filho não respondeu.

Ela deixou sua bolsa no sofá e foi direto para o quarto onde seus filhos estavam dormindo enquanto ficavam em sua casa. A porta estava aberta e isso fez com que Narcisa visse Draco em pé olhando para o nada, deveria ser onde Hermione estava antes de ir embora.

– Draco? – chamou novamente e o loiro olhou para a mãe. – O que aconteceu aqui?

– Eu só quero ficar sozinho. – Malfoy reclamou. – Não aconteceu nada.

Narcisa levantou a sobrancelha.

– Nada? Hermione saiu daqui como se você tivesse matado o cachorrinho dela. – Narcisa tinha uma qualidade que era ser muito detalhista e observadora. – E esse vermelho no rosto? Ela te bateu?

Draco levantou a mão direita e colocou no rosto onde antes tinha levado um tapa da esposa. Na hora que ela saiu do banheiro Malfoy só tinha na cabeça que queria se proteger de uma futura dor desnecessária, sempre soube que o futuro dele era ficar sozinho mas não pretendia realmente ofende - lá assim.

– Meu filho o que você fez?

– Nada mãe! Já disse que quero ficar SOZINHO.- o loiro gritou. – Ela saiu por que quis.

– Se isolar não é a resposta para tudo Draco. – Narcisa disse. – Hermione saiu daqui por que estava brava com você, o mínimo que deveria fazer é ir atrás dela.

Draco riu sem humor.

– Ela esta brava comigo e você quer que eu vá atrás dela pra que? Apanhar de novo?

– Hermione é uma pessoa muito calma, pra chegar a te bater você fez uma merda enorme. E que tem que ser desfeita.

Draco lembrou da primeira vez que realmente prestou atenção em Granger, não como uma sangue ruim ou amiga do Potter, e sim como uma pessoa. Fora quando ela o socou em seu terceiro ano. Nunca pensou que alguém teria coragem de fazer isso mas ela teve, não que gostara de ter apanhado por uma menina, mas com certeza isso fez a opinião sobre ela mudar drasticamente.

– Mãe, sai, quero ficar sozinho. – disse convicto.

– Mas Draco... Ela não conhece a cidade, esta sem dinheiro...

Draco andou até a mãe e a conduziu para fora.

– Ela sabe se cuidar.

E assim fechou a porta.

***

– Não acredito que fizeram isso! – Hermione ria enquanto tomava o terceiro sorvete que Daemon dera.

– Eu sai de lá completamente encharcado. – ele continuou a história. – E desde então eu resolvi que não queria ter que procurar noticias tão pessoais assim, algumas pessoas não gostam de repórteres.

E ela riu mais.

– É claro que não iriam gostar. – disse. – Mas por que esta aqui no Havaí?

– Vim terminar uma reportagem. – respondeu dando de ombros. Notou que o sorvete de Hermione tinha acabado. – Quer outro?

A morena olhou para baixo.

– Não! Merlin, você só deve estar querendo me transformar numa bola, só pode.

– Só estou agradecendo como deveria. – Daemon disse mexendo em seus cabelos. –Salve o mundo e ganhe uma casquinha.

– Então eu devo ter salvado o mundo umas três vezes pelo jeito.

– Ou esta em debito comigo. – ele brincou. – Mas e você? O que veio fazer aqui?

Hermione estremeceu.

Nessas ultimas horas que estava ali conversando com Daemon – um completo estranho – acabara por se acalmar e esqueceu de tudo que tinha passado naquele dia. Conversar com ele fora fácil, não tinha preocupações e segredos, era divertido como não estava sendo há muito tempo.

– Draco tinha que falar com a mãe, e eu vim junto. – Hermione foi sincera.

– Eu li sobre o casamento de vocês... – Daemon disse. – Mas não tinha certeza que era verdade, já que Rita não se é muito confiável, até ver a coletiva de vocês, meu amigo foi um dos repórteres que estavam com vocês aquele dia.

Hermione sorriu sem graça.

– Mas me conte. – ele continuou. – Como é estar casada com um ex comensal?

O corpo da morena travou com tudo. Algo dizia para ela que era melhor tomar cuidado com o que dizia, não podia confiar em ninguém muito menos em um repórter que acabara de conhecer. Mas Daemon tinha aquela... Segurança, ele transmitia segurança.

– Desculpa... Não pensei que se importaria com a pergunta. – o moreno logo se desculpou ao notar que ela ficara tensa.

Granger balançou a cabeça. Estava sendo paranóica.

– Não, tudo bem... Draco não é nada demais. – respondeu. – Só... Odeio como todos o culpam por tudo entende? Ele é arrogante sim e muito mal educado as vezes mas não é mau! Não esteve com os comensais por que teve escolha, só... Fez por amor, como eu faria tudo por quem amo Draco fez de tudo pela mãe.

Daemon assentiu.

– Entendo. Já vi isso acontecer muitas vezes por causa das minhas pesquisas. – ele disse. – Mas se esta aqui com ele... Cadê Malfoy?

– No apartamento. – Hermione suspirou e olhou nos olhos de Daemon. – Brigamos e eu sai, por isso que esqueci tudo em casa.

A compreensão estava estampada em seu rosto.

– Brigaram por que? – perguntou. – Se não se importa em dizer...

– Nem eu sei. – respondeu dando de ombros. – Estava tudo bem e do nada não estava mais, entende?

Daemon assente.

– E ele me disse coisas que não deveria...

– Malfoy estava com a cabeça quente, Hermione, é bem provável que já tenha se arrependido de tudo que aconteceu. - Daemon sorriu. – Um segredo dos homens, nós não sabemos demonstrar como alguém é especial pra gente, e pelo jeito que eu ouvi que é o de Malfoy é sendo grosso e malvado.

Hermione sorriu agradecida.

– Ainda estou com raiva dele. – afirmou. – Mas quero entender o que tem de errado sabe?

– Vamos, eu vou te levar pra casa pra conversar com seu marido.

***

– Draco. – Narcisa chama do outro lado da porta. – Já faz horas que Hermione sumiu, estou preocupada.

Malfoy estava sentando na beirada da cama olhando a bagunça que tinha feito. Quando a mãe finalmente havia parado de atormentá-lo ele quebrara tudo que fosse quebrável do quarto para ver se acalmava a raiva que estava dentro dele. Raiva da Granger... Raiva da mãe por não parar de enche-lo e pra piorar raiva dele mesmo.

Draco sabia que não deveria ter dito tudo aquilo pra Hermione, sabia que fora o maior idiota do mundo. Nem sabia como havia saído aquilo da boca dele. Numa hora ele estava na melhor tarde da sua vida e depois acabou ficando afetado por lembranças de um passado distante que só o machucava.

Não gostou de ter apanhado e muito menos de Hermione ter saído e sumido mas sabia que era melhor do que os dois continuarem discutindo. Mas agora estava realmente ficando preocupado com a demora dela.

– Abre essa porta querido. – Narcisa pediu novamente.

Draco agora estava bem mais calmo e se sentindo um inútil. Não viera até a casa de Narcisa pra preocupá-la, só queria ver se a mãe estava bem. Levantou da cama e foi até a porta e saiu para ver sua mãe sentada no chão ao lado.

– Acho que vou ir procurar Hermione. – Draco disse.

Narcisa levantou num pulo.

Estava feliz pelo filho ter alguma atitude. Conhecia Draco o suficiente para saber que quando estava triste ou com raiva se isolava do mundo mas essa não era uma boa hora pra se fechar. Hermione estava em algum lugar na cidade sem dinheiro e sem saber onde estava, precisavam achá-la.

– Eu vou com você. – a loira disse prestativa.

Draco negou com a cabeça.

– Não, é melhor ficar aqui caso ela volte.

Draco fechou a porta do quarto antes que a mãe visse a bagunça do lado de dentro e andou rapidamente até a porta enquanto Narcisa o seguia preocupada.

– Se precisar de qualquer coisa me mande um patrono. – ela pediu. – Draco, eu te amo, e se digo isso é para o seu bem, não perca quem você ama por medo de se entregar, é a pior coisa que você pode fazer.

Ele assentiu fingindo estar prestando atenção.

– Assim que achar ela eu volto.

E com isso ele foi para o elevador. Assim que a porta se fechou e estava finalmente sozinho Draco se encostou na parede deixando por um instante o desespero o dominar. Sabia que deveria ter ido atrás dela desde que brigaram mas... Ele era Draco Malfoy, só fazia besteira mesmo.

Agora estava começando a realmente a se preocupar, não fazia idéia de onde Hermione poderia ter ido. Começaria pela praia já que é o único lugar que estiveram desde que chegaram mas se Granger não estivesse lá... Não saberia para onde ir então.

Saiu do elevador e viu o porteiro sentado distraído e com isso Draco teve uma idéia.

– Senhor minha esposa saiu mais cedo e eu não sei onde ela esta. – Draco tentou ser educado. – Sabe em que direção ela foi?

O homem assentiu.

– Se não me engano ela foi para a direita.

Direção oposta a praia.

Granger, onde diabos você foi? Ele pensou.

– Obrigado.

Com isso ele saiu do prédio e virou para a direita. Como já estava noite a rua praticamente deserta e escura com apenas alguns postes iluminando o local para Draco andar. Segurou a carinha debaixo do casaco e viu uma sombra mais longe de costas para ele como se estivesse olhando para alguém mas no final da rua não tinha ninguém.

Quanto mais se aproximava mais notava que era um corpo feminino e depois de alguns minutos seu coração quase parou de alivio. Era Granger parada ali mais adiante sozinha.

Draco correu ao seu encontro ao mesmo tempo Hermione se virou para continuar a caminhada de volta ao apartamento. Mesmo no escuro seus olhos se encontraram e os dois pararam de andar e ficaram se encarando sem dizer nada.

– Granger. – Draco fora o primeiro a quebrar o silencio.

– Malfoy.

– Você esta bem?

– Estou... – ela respondeu confusa. – Por que?

– Você saiu de casa brava e sem nada. Minha mãe já estava achando que você tinha sido estuprada ou morta. – ele exagerou um pouco a verdade mas estava realmente aliviado por vê-la bem.

Ela sorriu.

– Exagero. – respondeu mas logo sua expressão ficou seria novamente. – Ainda estou brava com você.

Draco abaixou a cabeça.

– Eu sei... É... Desculpa.

A boca de Hermione se abriu em surpresa. Ele havia mesmo se desculpado com ela? Uma sangue ruim?

– Não deveria ter ficado tão na defensiva por causa do sexo. – ela disse se aproximando dele. – Não é como se você fosse virgem e eu tivesse tirado sua virtude.

Ele sorriu.

– Eu só... Sim estava na defensiva por que me lembrei de coisas...

– Coisas...

– Que eu preferia esquecer.

Hermione assentiu. Agora estava bem mais próxima dele.

– Que bom por que eu já estava com medo que eu tivesse mesmo tirado sua virgindade. – ela brincou.

Draco deu um sorriso irônico.

– Pra alguém ser tão bom assim em algo tem que ter praticado muitas vezes. – ele disse. – E admita eu sou o melhor.

Ela revirou os olhos e os dois começaram a andar de volta para o prédio.

– Não se acha, já vi melhores.

– Esta mentindo, Granger, eu sei disso.

Hermione riu e apenas correu para entrar. Milésimos depois Draco a seguiu. E até parecia que a briga que ocorrera mais cedo nem havia acontecido.


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Notas finais do capítulo

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