Refém... ou não? escrita por Ed Albuquerque


Capítulo 4
Verdade ou Desafio. Primeiro beijo...


Notas iniciais do capítulo

Ho Ho Ho Feliz Natal atrasado!
Oi gente. Minha mão já está melhorando, estaria melhor se eu não fosse tão rebelde e parasse de socar as portas.
Esses últimos dias estão horríveis, mas eu não deixo de postar.
É, eu estou tão mal que pensei em acabar com as minhas dores diversas vezes, porém minha abiguinha me tirou esses pensamentos.



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Pegamos a garrafa de whisky e sentamos no chão de pernas cruzadas.

— Já que estamos em dois, não precisamos girar a garrafa. Vai uma por vez e quem pergunta tem que beber uma dose. Pode ser? Quem começa?

"Por mim tudo bem. Pode começar, se quiser."

— Tudo bem. - enchi o copinho e o virei - Verdade ou desafio?

"Verdade!"

— É verdade que... eu sou mais nova que você?

"Ele" virou a mesma folha escrito: "Verdade!". E depois completou em outra folha com: "11 meses e 23 dias."

— Nossa, como você é eficiente! - sorri.

"Pois é. Minha vez. Verdade ou desafio?" - "ele" também encheu o copinho e o virou.

— Desafio.

"Eu te desafio a dançar Ragatanga!"

Levante já rindo e comecei a mover os braços. Percebi que "ele" está rindo e ri mais ainda. Depois sentei novamente no chão.

— Sério? Tantas coisas pra você me desafiar... e você me desafia a dançar Ragatanga?

"Eu gosto, me lembra da minha infância."

— Tudo bem. Minha vez. - virei outro copinho de whisky - Verdade ou desafio?

"Verdade!"

— Você sabe que não pode escolher verdade para sempre, né? O máximo são três vezes.

"Sei, é que me dá um frio na espinha em pensar no que você pode me desafiar"

— Se eu fosse você teria mesmo. Pois bem... Existe mais algum motivo para eu estar aqui? Você só quer mesmo o meu amor de volta?

"É, eu não quero somente o seu amor, preciso da sua ajuda"

— Que tipo de ajuda? - cheguei mais perto, coloquei meu rosto bem próximo ao dele e encarei aqueles lindos olhos cor de mar. Eu já devo estar bêbada.

"Ajuda a me sentir feliz novamente, como na nossa época."

— E como eu posso te fazer feliz? - sentei em seu colo, meus braços estão envolvidos em sua nuca e minha testa está colada na testa daquela pessoa. Mesmo com a máscara eu sinto sua curta respiração.

"Acho que é a minha vez. Verdade ou desafio?" - "Ele" virou outro copinho de whisky

— Verdade.

"Você é virgem?"

– Acho que isso é uma coisa pessoal. - dei uma grande risada.

"Desculpa."

— Eu to brincando! Hm... então... Não, eu não sou virgem.

"Sério? Mas você tem cara de menina pura."

— Pura? Eu? Hahaha! Não brinca! Isso foi há muito tempo. Eu sou o capeta. Todo garoto me deseja e eu não sou de ninguém... bem, acho que não. - olhei para "ele" que encarava o chão - Isso muda sua visão sobre mim?

"Não, você continua sendo a bela e doce criança que eu conheci. Ainda me lembro do seu primeiro beijo... você ficou tão brava com aquele garoto. Com quem você tirou a virgindade?"

— Ah é, ele, aquele cretino. Bem, eu namorei com ele por alguns anos e...

"E como foi?"

— Estávamos acampando com uns amigos na montanha. No meio da noite ele me acordou, pegou umas cobertas, segurou minha mão e me levou para um lugar na floresta, eu não sabia de nada, aí ele estendeu as cobertas no chão, eu me sentei, na época eu era mais inocente, esperava uns beijinhos e tal, mas saíram dois amigos dele e... me estupraram... - nunca gostei de falar disso para as pessoas, senti lágrimas vindo, mas as contive.
"Ele" ficou me encarando, retirou as luvas de suas mãos e passou sua mão direita cheia de imperfeições em meu rosto, limpou minhas lágrimas e me abraçou. Aquele abraço, tão aconchegante, tão quente, tão bom, tão acolhedor e tão... conhecido.

"Me desculpe não estar lá. Eu deveria estar, mas não podia. Sabe, minha primeira vez também foi horrível, talvez pior, ela está ligada a meu estado de hoje, mas outro dia eu lhe conto."

— Tudo bem. Minha vez. Verdade ou... - antes de terminar minha frase "ele" levantou uma folha

"Desafio." - saí de seu colo e bebi mais uma dose de whisky.

— Te desafio a... tirar sua máscara e casaco. - senti sua surpresa e angústia - Ah, desculpe, eu não pensei que você iria...

"Tudo bem, é que... não mostro meu rosto para alguém há uns 7 anos"

— Ué, por quê?

"Porque eu sou horrível. Eu sou um monstro"

— Ora, não diga isso, você é uma pessoa tão bonita por dentro, sua beleza superficial não importa para mim.

"Você vai mudar de opinião quando me ver"

"Ele" começou a tirar seu casaco preto, depois tirou sua camisa xadrez que estava por dentro e ficou só de camiseta. Seu braço direito está com as mesmas imperfeições de sua mão. Sua pele é branca como uma folha de papel. "Ele" segurou sua máscara, pronto para levanta-la, porém não levantou, parece estar reunindo forças, como se sua máscara pesasse toneladas. Voltei a sentar em seu colo e coloquei minhas mãos nas suas, "ele" ainda parece estar juntando forças. O ajudo a levantar a máscara, "ele" a segura até metade de seu rosto e depois eu faço o resto, levanto sua máscara até o início de seus cabelos, consigo ver finos fios de cabelos castanho-escuros. Olho seu rosto. "Ele" fica de cabeça baixa, a levanto com as mãos em seu queixo. Metade de seu rosto é foi queimado até a altura de sua testa, a outra metade está normal somente da altura do nariz para cima, mas grande parte está queimada. Ainda não consigo descobrir se é homem ou mulher.

— Eu vejo um lindo ser humano. - falo com um enorme sorriso.

"Não minta. Eu sei que sou um monstro. Nunca quis machucar ninguém com a minha aparência"

— Não é um monstro. Monstros são os que estão na cadeia, no corredor da morte, os que serão julgados pelos seus extremos atos. Você é o mais lindo ser humano que eu já vi, se esconde atrás de sua máscara para não ferir os outros. Você se fere para não ferir, isso sim é uma boa pessoa e eu não tenho motivos para me sentir mal em ver seu rosto. Você é uma pessoa tão linda quanto eu. Mas o que foi isso?

"Sabe... medo de fogo."

— Ah, entendi. Então, sua vez. Eu escolho verdade.

"Ta... Existe alguém especial no seu coração?" - "ele" virou mais um copinho de whisky

— Existe.

"Hm é mesmo? Posso saber quem é?"

— Pode. É uma pessoa baixa - fui engatinhando para perto dele

"Baixa?"

— Tem os cabelos castanhos. - nossos rostos estão tão próximos

"Isso é comum."

— É uma pessoa mais velha que eu. - passei uma perna por cima da dele

"Você é uma criança."

— É uma ótima pessoa. - passei a outra perna enlaçando sua cintura

"Muitos são."

— Tem poucos medos. - passei meus braços por sua nuca e "ele" ficou me olhando nos olhos - Descobriu?

"Ele" balançou negativamente a cabeça

— Então vamos ver se isso lhe ajuda a descobrir. - não sei se estou bêbada ou se é impulso próprio, mas eu o beijei, foi um simples selinho, mas mesmo assim é uma proximidade a mais. Eu não entendo, "ele" não corresponde meu beijo e eu me afastei com uma cara confusa. Soltei sua nuca e o encarei. - Ué, você não sente atração por mim? Não me deseja?

"Ele" pegou um papel já escrito ao seu lado "Sua vez"

— Mas, você não sente?

"Ele" continuou com o papel. "Sua vez"

— Tudo bem. Verdade ou desafio?

"Desafio"

— O quê? Sério? Você não escolheu verdade? Tá legal... Eu te desafio a... me dizer a verdade se sente atração por mim.

"Ah, que safada!" - ri ao ler.

— Ninguém mandou você ser um tesão! Eu gosto de mistério e você é a pessoa mais misteriosa que eu já vi. Agora responda logo a pergunta!

"Eu sinto atração por ti. Não é pela sua beleza, pois sei que você tem muita. Mas é o seu caráter e jeito de me manter a ti."

— Sério? Sente mesmo? Então por que não me beijou?

"1º Não quero que pareça que eu te sequestrei para te seduzir e você pode não gostar de descobrir quem eu sou."

— E em segundo?

"Eu não sei beijar... eu nunca beijei... você acaba de ser a primeira pessoa na vida a me beijar. Parabéns!"

— Sério? Mas como você pode ter feito sexo, mas nunca ter beijado?

"Isso é um assunto complicado, eu nunca me entreguei a alguém, me forçaram a fazer sexo, mas minha boca só você tem."

— 11 meses e 23 dias... você tem uns 20 anos, certo? Como pode nunca sequer ter dado uns amassos?

"Certo, tenho 20 anos. Eu simplesmente me guardo. Depois da minha monstruosidade, me fechei para o mundo"

— Mas não se fechou para mim.

"Você é um caso especial"

— Que tal eu testar se você beija bem?

"Que tal você ir dormir? Sinto que não és tão resistente ao álcool."

— Isso é tudo para não me beijar? Não acredito que você sente atração por mim. Eu duvido que... - "ele" me beijou, começamos com um selinho, mas depois intensificou para um longo beijo de língua. "Ele" me deitou no chão, como eu estava em seu colo agora "ele" está deitado por cima de mim e entre as minhas pernas. Passei minhas mãos sobre suas costas e "ele" começou a passar as suas pelas laterais de meu corpo até as minhas pernas e as apertou, dou um gemido com isso [...]


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Notas finais do capítulo

Já estou desejando-lhes um feliz ano novo, faltam só 3 dias mesmo. Espero que vocês sejam mais fortes, mais felizes e recomecem se precisar. Eu irei recomeçar. Irei deixar grande parte dos últimos anos para trás, espero que quem precise faça o mesmo.
Muitas pessoas querem o seu mal e faram de tudo para conseguir fazer isso, mas não desista, não deem esse gostinho para essas pessoas. Sorria, pois o seu sorriso é a melhor arma.
As pessoas que eu achava que eram minhas amigas esfaquearam-me pelas costas. Mas não me rebaixei, até pq, se eu me rebaixasse ao nível delas chegaria no inferno. Não me preocupo, pois uma hora ou outra elas se engasgam com o próprio veneno huehue
Bem, feliz ano novo!