Apaixonada pelo meu Beta escrita por brunna


Capítulo 15
Capítulo 13




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Era um dia confuso e estranho. Eu sou apenas uma garotinha, em todos os aspectos. Estou apenas com quinze anos, estudante, sem nada que chame muita atenção fisicamente e atraio um homem feito, bonito e inteligente com tanta coisa para construir só ou com alguém digno dele. Por que isto aconteceu na minha vida?

Impulsivamente, pego o celular e digito palavras que me vieram na mente.

Tobias, isto está errado.

Ele não me responde, mas é lógico que concorda comigo. É errado um amor entre pessoas que querem seguir rumos tão diferentes. Não há um meio-termo? Amizade, que tal uma linda amizade? Mas a vida tem que pregar peças mesmo, ela quer ver é a gente lamentar o leite derramado. Isto faz até parecer que eu me arrependeria de deixar Tobias ir...Mas eu não me arrependeria.

Consigo então, seguindo um raciocínio nada romântico, escrever:

Quando eu deixar Portugal, nada disto aconteceu. Juro que eu procurarei outro beta.

Sim, outro beta. Mas o que eu estava fazendo ao querer um beta bonitão, inteligente, já na fase acadêmica? Eu deveria ter pensado duas vezes, escolher algum pseudônimo mais infantil ou... O que eu estou pensando?

Então eu não recebo mais respostas do Tobias e para resumir tudo logo, não houve respostas durante muitos dias. Eu já estava a ponto de sair daquele acampamento e Tobias já tinha retornado ao Brasil, devido à faculdade. Se ele retornou a Portugal no dia em que eu enviei as mensagens, eu não sei... mas foi tudo tão rápido e passageiro que eu não me importei em ser ignorada. Aliás, o que ele responderia?

Arrumando as malas e com minha nova amiga ao meu lado, eu consegui rir de muitas experiências que tivemos ali. Rimos bastante de tudo o que aconteceu neste lugar tão cômico e cenário para uma das experiências românticas que eu teria — mas não tive.

— Eu odeio despedidas — falou Maeva.

— Bem... eu também — respondi.

— Quando você visitará o Brasil? — perguntei-a.

— Sinceramente, não sei. Dependerá muito da minha família — admitiu.

— Eu entendo. O mesmo respondo sobre minha volta a Portugal.

— Faça uma boa viagem — desejou-me.

— Obrigada.

***

Charlie ronca demais. Sem hipérboles. Eu tive que me desculpar frequentemente ao rapaz que dividia a fileira conosco. Viajar de primeira classe é um luxo, então estamos na econômica. Não é tão diferente quando todo mundo vai chegar em casa.

Os afagos cômicos do meu amigo faz-me lembrar de quando nos conhecemos. Era um dia engraçado em que ele e Wiliam estavam assistindo a um filme da Marvel e começamos a discutir sobre os melhores super-heróis. Eu não venci, era “menina” ao extremo para isso, segundo eles — logicamente —, pois eu fiz questão de saber mais sobre o assunto. Não porque eu gostava, mas para mostrar àqueles garotinhos que eu sabia.

Evidentemente, eu e o Charlie não nos bicávamos de primeira. Eu achava ele muito esnobe, principalmente por vim de família estrangeira, com um nome estrangeiro e todas essas coisas que faz você encarar a pessoa como diferente demais. Enfim, mas depois eu conheci a mãe dele e cheguei a conversar bastante com ela. Fora me dito que era dificílima a adaptação de Charlie no Brasil e eu o ajudei a adaptar-se. No começo, era algo feito cordialmente, mas depois tornou-se mais natural e acabou como uma amizade linda.

Bem, agora estamos voltando para casa. Faz uma semana que eu dei um fora em um garoto que podia ser muito bom na minha vida. Eu não sentia uma gota de arrependimento e os roncos do Charlie ecoavam dentro da minha mente.

— Desculpe-me — repeti ao passageiro que me encarava carrancudo.

O passageiro pareceu murmurar algo em outro idioma. Então acabo de perceber que meus perdões portugueses de nada serviram.

***

Em casa, as coisas ficam mais fáceis. Minha mãe está sendo muito boa e meu padrasto parece estar de bom-humor.

— Senti muitas saudades! — exclamavam os dois.

Eu respondia sempre com o maior carinho.

Encontrei-me também com o Wil, outro importado dos países estrangeiros, que acabou por tornar-se um amigo incrível. Bem, mas em continuação ao que acabou em um dia, parecia até que nós tínhamos algo. Ah, todo mundo falava isto — e era o tempo todo. Então resolvemos tentar.

Foi ótimo até a banda dele começar a crescer — suficientemente para prejudicar nosso tempo juntos. Eu escrevia músicas às vezes — quando me tinha tempo reservado. Estas músicas fizeram muito sucesso sendo cantadas pela banda e, para continuar com este relacionamento entre compositora e bandas, nós continuamos amigos. Mas não era assim a mesma coisa.

Acima de tudo, eu estava feliz. Já havia completado dezesseis anos, terminei o Ensino Médio. Eu estava livre de tudo o que me prendia a ser inferior que o Tobias... É, eu ainda lembrava do meu beta.

Já que o mundo é desses de revirar com tudo, eu acabei por publicar um livro. Um livro com menos de duzentas páginas, mas que detalhava algo que estava preso em mim há muito. Nesta época, eu cursava Física. Eu não era tão velha.

O Nyah! Não deixou de fazer parte de todo meu futuro, o livro publicando foi antes uma simples original naquele site incrível. Minha mãe elogiou mil vezes meu trabalho, este também foi o número de vezes em que ela leu meu livro... Mas a vida não é só ser feliz, devemos acordar para o mundo dos adultos. A injusta fase que veio para me igualar completamente ao abandonado Tobias.

Era estranho pensar nele. Era estraho realmente, mas eu arrisco a dizer que o estranho pode ser o certo. E, de alguma forma, este estranho retornou a mim.

Sim, eu voltei a ver o Tobias, mas sem nenhuma esperança.

Sim eu voltei a ver meu beta...meu sumido beta.


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Notas finais do capítulo

Darei adeus à fic no próximo capítulo :p