Apaixonada pelo meu Beta escrita por brunna


Capítulo 14
Capítulo 12— parte 3


Notas iniciais do capítulo

LEIAM O PRIMEIRO CAPÍTULO ANTES DE INICIAR ESTE!!!


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É PRA LER, SÉRIO!



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[MYRA]

Lembro-me de quando vi Siena pela primeira vez. Era uma linda sexta-feira com sol e brisa. Eu estava na padaria da família da Júlia, comendo bastante — com sempre — e conversando com Tobias .

Lembro-me de quando ela entrou no local, com os cabelos ruivos— grandes ainda— que combinavam com aquela pele branquela — motivo pelo qual até hoje eu a abuso. Ela estava de olho em mim desde aquele dia, mas fui eu a corajosa em chamá-la para sair, trama que só realizei uma semana depois, após me contarem que ela era lésbica também.

Nosso primeiro beijo veio no segundo encontro, no quiosque no acampamento, observando as estrelas poucas e junto ao friozinho da noite. Ela havia me dito que nunca imaginou sair com uma garota tão bonita como eu. Eu nunca gostei de bajulação mas — apesar de saber que sou realmente bonita — vindo dela, aquilo pareceu a melhor coisa que eu já havia escutado. Então dei o primeiro passo, como sempre, tocando aquele rosto redondinho e desferindo um beijo calmo.

Enfim, agora a gente estava passando por isso e não é algo engraçado. Ela me falou a verdade, disse que nunca quis terminar, mas com o pressão que sua mãe fazia, ela ficou com medo das represálias virem a mim.

Nos beijamos então. Muitas vezes, com carinho e amor. Pois era tudo aquilo que morava ali; era tudo aquilo que eu sentia por ela.

Eu só sinto amor por ela.

[AGNES]

Eu peguei uma gripe.

Depois de ir para a piscina ontem, eu consegui inflamar a garganta e agora estou com uma dor muscular que só Deus! Mas valeu a pena, pois eu estava com muita saudade de mergulhar.

— Você já está melhor? — perguntou minha nova amiga.

Enfim, explicar-lhe-ei como conheci esta menina. Estávamos praticando futsal e ela ficou no meu time. Era uma menina bonita e divertida. Filha de mãe brasileira, veio morar em Portugal por causa dos estudos da mãe.

Enfim, seu nome é Maeva. Alta, magra, bronzeada com fios dourados e ondulados que emolduravam o rosto fino e as maçãs destacadas. Filha de brasileira e francês, era uma mistura digna de tudo o que cada fisionomia tem de melhor. Atualmente, ela estava no ramo de moda e todos os contratantes a adoravam. Segundo as outras meninas, era impossível andar um pouco por Portugal sem ver um anúncio com a foto dela estampada.

Ela então ficou no quarto comigo enquanto eu praticamente morria por causa da gripe.

— Não esquece de me seguir no instagram — disse a menina.

— Vou seguir — falei com dificuldade.

Ela sorria frequentemente por ver algo no celular, não sei realmente do quê tanto ela sorria, mas não quis perguntar. Na verdade, resolvi falar sobre o Brasil.

— Onde você morava? — perguntei.

— Na Bahia, não sei se você vai saber qual é a cidade, mas é uma cidadezinha litorânea de lá — disse.

— Mesmo que eu não conheça, conhecerei depois que falar-me — disse.

— Você é chata, hein! — disse-me.

Eu abaixei meu exemplar de Orgulho e Preconceito, olhei para a garota — que ainda não tirava o celular da cara.

— Sério — insisti. — Quero saber a cidade.

— Ilhéus. Caso conheça Gabriela, Jorge Amado, Dona Flor e seus dois maridos...

— Sei, eu sei! — falei. — Não conheço a cidade, mas conheço estas obras. Jorge Amado e sua esposa, Zélia Gattai.

— Você gosta mesmo de ler! — Desta vez, ela me olhou.

— Sim, na verdade, as histórias da Zélia Gattai me encorajaram a querer escrever também. Por ver as relações intimas que tinham os escritores entre si. Pablo Neruda na época do comunismo por exemplo, era um amigo íntimo deles. — Ela pareceu não seguir minha linha de raciocínio e, para a alegria dela — ou é o que acho —, Charlie chegou para interromper nossa conversa.

— O almoço é já, meninas — disse meu amigo ao adentrar o quarto feminino.

— Então vamos, Maeva — falei-lhe.

— Tem certeza de que está melhor? — pergunto a garota.

— Estou sim, é só uma gripe besta.

Então levantamo-nos e caminhamos até o refeitório ao ar livre, o que era realmente agradável.

[TOBIAS]

Eu iria almoçar na casa de Júlia, que não era problema, pois seus pais já eram conhecido meus desde que eu me conheço por gente. Myra e Siena estavam em um grude só, doía o coração saber que a irmã estava crescendo e entregar ela a alguém é tão difícil. Imagine então quando ela se casar ou for morar com alguém.

Apesar de não sermos irmãos biológicos, temos lá nossas semelhanças. Eu tenho um cabelo crespo-cacheado, assim como Myra, mas não o deixo crescer desde os quinze anos. Para falar a verdade, ninguém suspeita de que ela é adotada, pois minha mãe — uma brasileira — tem descendência afro que fez uma mistura bem maluca com meu pai, um português de olhos e cabelos claros.

Enfim, felizmente eu consegui me livrar da Júlia. Aliás, depois daquela resposta rude, eu tenho certeza de que ela não viria investir em mim. E, perante a isso, eu agradeço.

Pensei então em alguém, um alguém que fugiu recentemente da minha mente, mas que acaba de voltar. Sou um homem sem muitas surpresas, era Agnes. Claro. Tinha que ser a Agnes.

Enviei-lhe então uma mensagem.

Myra e Siena estão um chamego só, vou levá-las para o acampamento, deixo-as com você enquanto eu estiver no Brasil. Cuide bem delas.

Depois de um tempo ela visualizou, enviou-me então uma resposta.

Que bom, pensei que não voltaria tão cedo. Cuido sim, pode deixar!

Alguns segundos depois, resolvi mandar outra mensagem.

Eu vou sentir sua falta. Gosto muito de você, Agnes.

Ela visualizou, mas não respondeu.

[AGNES]

Eu não vou responder, eu não vou responder. Não, Não. Não vou.

Mas para confundir toda minha mente, ele me mandou outra mensagem. O que quer falar além de dizer que gosta de mim?

Eu não a abrirei a outra mensagem.

Por que tudo tem que ser assim? Tenho que encontar uma distração.

Logo depois do almoço, sozinha no quarto, encontrei papel e caneta para escrever um pouco.

Lembrei-me da minha primeira personagem. Era meu lado questionador, nervoso, impulsivo. Comecei então a escrever como se ela estivesse ali, tomando conta de mim.

Coisas relativas me confundem, mas infelizmente quase tudo é relativo. Por mais que eu tente acreditar nas filosofias humanas, elas são relativas, pois elas têm bases em lógicas e isto não é divertido.

Estou cansada de coisas clichês como romances aos dezesseis anos, isso é mais uma coisa cultural, se você não tem uma aventura aos dezesseis vai ter o orgulho ferido? Prefiro perder parte do meu orgulho do que ser uma garota como qualquer outra orgulho intacto e peculiaridade ferida.

Na verdade, eu sempre tentei ser uma pessoa diferente, mas infelizmente isso não acontece tão logicamnte assim. É neste momento em que eu deixo a lógica ser ferida, apesar de preferir ainda minha peculiaridade.

Infelizmente, a vida não é baseada nisto, mas nas ideologias consideradas lógicas e acreditadas por aqueles que tiveram sucesso (nesta hora eu acabo de falar sobre coisas relativas, mas elas estão em todo o lugar).

Hoje, eu não estou me esforçando para escutar as pessoas no mundo real com certeza há alguém me chamando, mas eu não vou responder, pois hoje escolhi um ponto fixo divertido uma árvore. Eu gosto das árvores, pois elas, sem mesmo se mexer podem ser divertidas. Além disso, não é muito incomum pessoas encararem árvores. Ou é, mas isso também é relativo.

E é pura verdade. Não quero me apaixonar, não vou ferir minha peculiaridade.

"Ferindo meu orgulho para preservar minha peculiaridade"

Seria uma boa história.

Se esta personagem recebesse as mensagens do Tobias, ela as abriria?

Depois de pensar nisso, não consegui escrever.

Então eu abri as mensagens.

Sim, eu acabo de admitir. Talvez eu quisesse deixar isso preso em mim, mas a verdade é uma das três coisas que não se podem esconder — conteto-me em não falar as outras duas e eu realmente queria te falar. Eu estou apaixonado por você.

E ,ao passar para outra mensagem, pude tossir, talvez não pela gripe, mas por estar desacreditada.

Eu sei que me precipitei, mas não serei como o Darcy ( eu vi Orgulho e Preconceito sobre sua mala). Eu não deixarei julgar-me antes de saber que te amo e espero que mude a impressão que tenha de mim depois desta confissão. Pelo menos sabe que tenho bons filtros, pois eu me apaixonei por você.

Custa algo tentar escrever?

A inspiração veio como uma chuva forte, é impossível pegar apenas uma gota. Eu estava saturada de ideias e diferentes sentimentos, mas eles não estavam ao meu favor. Eu só conseguia pensar nele!

Era incrível como consegui me apaixonar por aquelas palavras e consequentemente pelo dono delas: meu beta.


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Notas finais do capítulo

Maeva é minha prima, ela se mudará para Portugal. Vou sentir muuuitas saudades, então fiz dela meu personagem (quem sabe não a visito, né?)
Vocês gostaram da Maeva? E do ponto de vista da Myra?
Comentem, por favor :,,(