Apaixonada pelo meu Beta escrita por brunna


Capítulo 13
Capítulo 12— parte 2


Notas iniciais do capítulo

Como é de praxe, vim me desculpar pela demora.
Sou estudante, tive provas e coisas a fazer na escola.
Enfim, espero que gostem.



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[AGNES]

Mas o importante a saber é que estou apaixonada

— Tobias?

Um homem alto, olhos escuros e expressivos. Sílios curtos, queixo quadrado. Pele tão pálida quanto a dos outros portugueses e espanhóis do acampamento. O cabelo curtinho emoldurava-lha a face. Dou-lhe uns vinte anos, talvez menos, mas inclinado a partir dos dezoito.

Ele tinha um estilo bem peculiar: barba sem fazer, bem até que virou tendência. Tinha um orpo torneado, mas nada exagerado, talvez seja resultado dos treinos no acampamento ou algo mais complexo, caso fosse isso, ele seria novato na prática.

Não guardava nada de especial em sua aparência, mas para com ele essa relação muda, pois ele disse que me achava linda.

— Linda? — digo impulssionanda.

Wait, vocês se...

— Nós nos conhecemos. — Tobias interrompe a irmã.

— Se conhecem de... — Ela gesticula com o braço para continuarmos.

— Ele é meu beta. — Toco meu cabelo, tudo precisa estar assentado.

— Ela é minha autora. — Pleonasmos, Tobias, redundante.

— Então...Eu...Não... — Myra parecia organizar as informações na mente. — Eu não estou entendo bem, mas nem me importo. Eu tenho que ir, estou atrasada, vou sair com a minha namorada. Agnes, foi bom te conhecer.

E foi nesta querida hora que minha cabeça se encheu de perguntas: primeiro: Tobias estava realmente ali ou eu apenas delirava? Segundo: ele me achava linda? Terceiro: Myra era lésbica?

Tobias encara os pés. Myra dá o último “adeus” e sai com o celular em mãos.

— Foi divertido. — Tobias sorri, ele tem covinha, adoro covinhas.

— É estranho quando algo planejado acontece como se fosse planejado, é genial.

— Eu gostaria de ter rempo para planejar — admitiu Tobias. — Ensair algo digno para dizer.

— Na verdade — digo —, eu tenho algo à falar.

— Falar-me? — Tão fofinho usando os pronomes depois dos verbos no infinitivo.

Besta como sempre fui

— Sim, tenho algo para te falar. — Estou decidida, finalmente, a dizer que senti algo diferente por ele.

— Bem, eu tenho até a noite, apesar de querer mais tempo. — Tobias coloca as mão largas no bolso da jaqueta que usava.

— Então tenho tempo...bastante tempo — digo.

— Podemos ir para outro lugar — diz e eu assinto.

Estou amando alguém que nunca pensei que amaria

Tobias seque para o lado mais próximo ao campo de atividades, onde se encontra a paisagem mais verde. A grama se torna mais expessa e o cheiro mais agradável. Era incrivelmente bom.

[TOBIAS]

Minha autora é uma linda garota. Ela é delicada, parece tanto com uma bailarina. Na verdade, a imagino em uma pintura. Pinceladas leves com cores quentes e com alta saturação; vejo como uma obra-prima de verão e sei que devo-lhe essa confissão, a verdade.

— Antes de tudo, Agnes, eu preciso confessar-lhe algo. — Eu paro de andar e ela me encara. Agnes tem lábios desenhados e simétricos, mesmo sem usar maquiagem a cor avermelhada natural da sua boca se destacava.

— Diga então.

— Eu acho que eu gosto de você — disse em um só pensamento.

Olho para a Agnes, ela está sorrindo.

— Gosta de mim, é? — Tento decifrar a expressão dela, mas ela só parece processar tudo.

— Não tem importância, eu nunca pensei que fosse recíproco.

— Mas para mim importa — diz.

Isso é vago, isso é vago demais.

Por um momento pensei que poderia beijá-la. Acho que era realmente hora para isso, mas Agnes me abraçou e fiquei satisfeito com um abraço.

[...]

Sentamos no chão do quiosque quase devorado pleo verde das plantas. Agnes se encontrou fascinada por tudo aquilo e eu me encontrava fascinado por ela. Olhá-la de modo tão amistoso me fazia feliz, admito, mesmo ela apenas sendo uma garotinha de quinze anos.

— Não é de falar muito, não? — perguntei.

— Eu falo o necessário.

— Bem, eu acho necessário falar agora.

— Mas nós estamos falando.

— Não sobre isso, oras!

—Sobre o quê?

— Sobre o que eu disse.

— Você disse muitas coisas, disse até que sou linda. — Ela sorriu. — Por que me acha linda?

— Prefiro não distribuir justificativas — respondo.

— Bem, justo.— Ela retira o elástico que prendia o cabelo, posso vê-lo cobrir tuas costas.

— O que acha de escrevermos algo? — sugiro.

É uma boa ideia.

[...]

Agnes ficava bonita escrevendo.

Deitada de bruços apoiada com os cotovelos no chão do quiosque...parecia uma pintura. Como eu havia dito, e nosso amor, se recíproco da parte dela podia ser a maior obra-prima, a mais bela obra-prima de verão.

— Quais são seus planos? — pergunto à ela.

— Planos para quê?

— Para a vida.

— Não sei, tenho medo de planejar. A única certeza da vida é a morte mesmo. Posso eu driblar a verdade e realizar meus planos?

— Você está errada, planos não são certezas, por que não sonhar?

— Discordo, cada um pensa do seu jeito, eu penso assim. Quer dizer que eu penso errado?

— Agnes, você é alguém difícil.

— Tudo bem — diz. — Tentarei planejar.

— Vá em frente .

— Bem, quando eu terminar o ensino médio, depois de dois anos, eu farei faculdade de Física.

— Física? — pergunto assustado. — Amigos meus dizem que em Física não há trote, pois o próprio curso é um.

— É realmente difícil, caso seja isso o que seus amigos quiseram dizer. — Agnes sorriu.

— Eu sou um dos pouquíssimos homens da sala, você será uma das pouquíssimas mulheres na sua sala — digo.

— Serei também, a pessoa que completará o curso. Minha meta de vida, meu plano... Está vendo? Aprendi a planejar — disse Agnes.

— Parabéns, autoditada em planejar — digo.

— Sim, em inglês também, claro! — Ela abre um sorrisinho.

— Sério? É de linguagens?

— Sim, sou de linguagens.

— Mas por que quer cursar Física?

— Eu sou bastante curiosa com relação a esse Universo. É incrível como faz tão pouquinho tempo que o Geocentrismo foi descartado e que Ruthenford dividiu o átomo.

— Esse carinha que dividiu o átomo merece morrer!

— Só se for para morrer duas vezes, porque, pelo que sei, ele já está a sete palmos da terra — diz.

— Te desejo sorte, criatura.

— Obrigada.

Depois da conversa sobre algos que desejavam fazer, Agnes sugeriu fotos. Ficamos então lá no quiosque, fazendo caras e bocas.

— Que barulho é este? — perguntou Agnes.

Eu também havia ouvido. Era meu celular.

— Mensagem nova da Myra — disse ao verificar o WhatsApp.

Minha irmã sempre me chamava para resolver seus problemas, independente do que fosse. Os problemas eram muitos, variavam de “o que farei no meu cabelo?” com “o que farei com esse preconceituoso que me insultou?”. Para falar a verdade, o preconceito é maior aqui em Portugal que no Brasil, por isso, volta e meia Myra passava as férias com a namorada lá.

— Está tudo bem com ela? — perguntou Agnes.

Tobias, estou preisando se você. A mãe da Siena está um pouco estressada e fez com que a menina pedisse um tempo, mas eu sei que essa não é a vontade dela.

Eu quero ir para Lisboa com você esta noite, preciso conversar com Siena...

— Ela não está bem — respondi ao terminar a leitura da mensagem.

— O que ouve, posso saber?

— Sim, claro! — digo. — São probleminhas com a namorada. É sempre difícil para as duas e isso sempre sobra para mim.

— Não é assim, Tobias. Você tem que audar sua irmã!

— E eu vou ajudá-la. Vamos, venha comigo.

[AGNES]

Myra estava inconsolável, chorando bastante.

Era chato ver pessoas chorando, era como entrar em uma zona de desconforto, mas deveríamos falar o que todos falam, como se fosse uma preparação para essas horas, tudo automático. “Não fique assim” e “Não chore, querida” era tudo o que escutava-se.

— Tobias, eu acho que poderei ir com vocês para Lisboa, assim Myra poderá levar a namorada lá para casa, caso a mãe da Siena fale alguma coisa. — Agnes reconheceu a falante, a menina que a acompanhou na chegada ao acampamento.

— Seria ótimo! — disse Myra.

— Agnes, gostaria de ir também? — perguntou Tobias a mim.

— Não sei se minha mãe gostaria da ideia. — O que era uma verdade imensa.

— É verdade, sentirei sua falta — disse.

— Espero que divirta-se aqui, Agnes — falou a Júlia. Achei aquilo provocativo, mas não me afundei no pensamento.

— O brasileiro Charlie sabe se divertir — falou referindo-se a ele mesmo.

— Cala a boca! Charlie nem é nome de brasileiro — falou Myra provocando risadinhas alheias.

Charlie enrubresceu e isso foi o mais engraçado. Tobias mostrava-se preocupado e Myra estava incrivelmente abalada. Já eu nem sabia como eu mesma estava.

[TOBIAS]

Era manhã e eu tinha adormecido no carro; a noite na estrada foi cansativa.

Myra tinha ficado com Siena desde a noite, o que despertava a curiosidade em mim em saber qual fora a resolução do problema.

Na verdade, eu nem ligava para isso, tudo o que matutava em minha mente foi vontade de conhecer Agnes melhor. Eu deveria colocar na minha mente que poderíamos nos encontrar no Brasil, assim como já havíamos combinado. Era só dirigir até o interior de São Paulo, o que vale a pena, pois é para a Agnes, minha obra-prima de verão.

— Tobias, acorde!

Olhei para a janela na van, dando de cara com a Júlia atrás do vidro da janela, a abri e pude sentir o ventinho frio da manhã.

— Já acordei! — disse.

— Venha comigo.

— Para onde?

— Só venha, vai.

[AGNES]

Me culpei por sentir falta do Tobias. Eu nem mesmo o conhecia de verdade.

Por repassar na mente tudo o que havíamos vivido, era realmente pouco. Uma mensagem no Nyah, uns telefonemas, um encontro incrivelmente coincidente...

Poderia falar disto durante muito tempo, falar o quanto isso tudo estava se tornando parte de mim. Eu deveria escrever sobre isso.

Mas o importante a saber é que estou apaixonada

Besta como sempre fui

Estou amando alguém que nunca pensei que amaria

— Você está bem, queridinha? — perguntou Charlie.

— Só um pouco viajante.

—Isso você sempre foi — diz.

Ele deve ter falado mais coisas, algo que eu fiz o favor de não prestar atenção.

Por que eu deveria estar tão presa a isso?

[TOBIAS]

— Por que está se sentando? — perguntei ao ver Júlia descansar no meio do caminho à sua casa, que não era nem um pouco longo.

— Vamos conversar um pouco.

— Conversar o quê?

— Eu fiquei feliz em ver o modo como tratou sua irmã, foi tão fofo. — Júlia balançou os cabelos.

— Obrigado, mas o quer chegar?

— Eu não quero ser oferecida demais, mas você é um exemplo de pessoa que eu gostaria de ter como namorado.

— E eu não quero ser rude demais, mas você é o exemplo de pessoa que eu não gostaria de ter como namorada!

— Como diz isso? — perguntou Júlia um pouco chocada.

— Do mesmo jeito que você diz suas barbaridades aí!

— Já sei, você é gay. Eu não tenho nada contra... Desculpe-me.

— O quê? Você...É que eu gosto de outra pessoa, só isso. — Eu, incrivelmente, sorri com a situação.

— É aquela Agnes, não?

Eu assenti surpreso, mas não deveria, pois mulheres são sempre bastante atentas e eu não deveria estar disfarçando muito bem.

— Eu não acho que você esteja gostando dela. — Aquela garota havia me incomodado durante todo o meu dia, queria outra companhia. Andar por Lisboa com uma idiota dessa me dava dor de cabeça!

To be continued


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Notas finais do capítulo

Não revisei, admito, espero que não haja muitos errinhos.