Ameno escrita por Nah


Capítulo 2
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Ai mais um capitulo para voces... espero que estejam gostando...



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-Acho que logo teremos de nos mudar, já estamos aqui a tempo o bastante para começarem a falar, ontem ouvi um guarda florestal dizendo que no começo estava preocupado com animais invadindo nossa casa, mas estranhamente eles se mantém longe daqui, aquele guarda é bem perceptivo, já percebeu que somos diferentes, talvez se fizermos amigos na próxima cidade possamos ficar por mais tempo, porque ai os humanos iriam nos conhecer, talvez não fiquem falando bobagens...

 

Marius andava de um lado para o outro na biblioteca arrumando os livros que já estavam arrumados, eu apenas observava sentada no parapeito da janela que estava aberta, ele não comentara nada do que aconteceu na semana passada, ele não comentou nada das lagrimas nem da janela que ele já havia arrumado, isso era típico dele.

 

-Então senhorita, tem algum lugar para onde deseja ir?

 

Eu não estava afim de falar.

 

-Tanto faz...

 

Sua feição mostrou que ele não desistiria tão facilmente:

 

-Não deseja conhecer algo diferente? Talvez algo perto do mar, perto da praia, ou talvez uma cidade maior...

 

Talvez fosse mais fácil dar algo para ele pensar.

 

-Não me importo com o lugar, mas gostaria de ir para um lugar com pouco sol, apesar de tudo a claridade me incomoda.

 

Marius parou e olhou para mim, seu olhar ficou preocupado, eu deveria ter ficado calada.

 

-Deveria ter me dito antes que a claridade lhe incomoda, se eu soubesse não teria comprado uma casa tão aberta, eu pensei que gostasse de um pouco de luz.

 

Uma enorme arvore surgiu na campina impedindo que os raios solares continuassem a aquecer minhas costas, olhei para a arvore e em seguida para Marius, ele parecia distraído com os livros.

 

-Obrigado, mas... er... não é que eu não goste de luz, só me incomoda um pouco.

 

Ele pareceu ficar feliz em ter alguma coisa com a qual se preocupar.

 

-Bem então, vou procurar algum lugar com pouca luz.

 

Já que eu já tinha começado a pedir era melhor pedir tudo o que desejava então.

 

-Você poderia ver uma casa menor também...

 

Ele parou e voltou a olhar para mim.

 

-Qual o problema com o tamanho da casa?

 

Me levantei para andar ate uma pilha de livros, a maioria deles eram exemplares de historias como ´´Romeu e Julieta´´ e ´´O Morro dos Ventos Uivantes´´, particularmente jamais gostei de historias assim, para quem tem a tragédia na própria vida não precisa ler sobre tragédias alheias.

 

-Não precisamos de tanto espaço Marius, cansei de ter uma biblioteca, talvez devêssemos tentar viver como os humanos, quem sabe assim não possamos nos camuflar melhor...

 

Marius queria contestar mas hesitou, voltou aos livros.

 

-Se é assim que deseja princesa, procurarei uma casa humana comum.

 

Peguei um livro e li o nome na capa, era Otelo de William Shakespeare, outra tragédia, o livro se desfez em pó. Marius segurou minha mão antes que eu fosse para o próximo.

 

-Qual o problema dos livros? Não precisa destruí-los, se não os quer podemos doar para alguma biblioteca, ou algo assim.

 

Não fiz nada, apenas o olhei para sua mão em meu braço e em seguida para seus olhos, ele recuou e tirou seu braço.

 

-Desculpe.

 

Eu ri e sai da biblioteca, talvez fosse melhor doar os livros mesmo.

 

Sempre fora fácil conviver com Marcus, ele sempre fazia tudo para mim, sempre me obedecia, mas ainda parecia faltar algo naquilo, eu estava cansada de apenas vagar por ai.

 

Fiquei no corredor pensando nas alternativas do que fazer, ficar em meu quarto era a ultima coisa que eu gostaria, correr talvez não fosse uma má idéia, mas não deveria chamar a atenção, Marius sempre dizia que permanecer invisível ate mesmo para os da nossa espécie era importante para nossa segurança. Eu particularmente achava ridículo, não havia como vampiro algum me vencer em uma batalha, não havia como criatura alguma vencer Marius.

 

-Senhorita Marie! Acho que encontrei um lugar perfeito para nós!

 

Odiava quando Marius me pegava de surpresa, ele me conhecia bem para passar ate mesmo por meus sentidos aguçados, ou bem o bastante para saber quando estava distraída. Olhei para trás e lá estava ele, parecia empolgado com um papel nas mãos como poderia ter encontrado algo tão rapidamente?

 

-Tanto faz o lugar.

 

Marius bufou com a minha indiferença.

 

-A senhorita não gostaria de saber aonde vamos morar?

 

Sai andando pelo corredor da casa...

 

-E onde a Senhorita vai estudar? Gostaria de saber?

 

Parei abruptamente, isso com certeza era algo novo, ouvi ele soltar um riso atrás de mim mas quando me virei e ele pode ver meus olhos se calou.

 

-Como assim ´´estudar´´?

 

Ele pareceu arrependido do que disse, começou a se explicar.

 

-Bem, acho eu faria bem a senhorita conviver com humanos, sabe, eles podem ser bem interessantes ás vezes, você poderia ficar lá o tempo que agüentasse, seria uma boa experiência...

 

Ele continuou falando e considerando os lados bons, como eu poderia estudar, ir a escola, eu nunca pisara em um colégio, nunca consegui ter paciência com os humanos, como eu poderia conviver com eles... para ser mais exata eu nunca convivi com ninguém mais alem de Marius. A idéia parecia absurda, humanos não eram confiáveis, eram criaturas voláteis, imprevisíveis...

 

-Sabe senhorita, poderia ver isso como um novo desafio, humanos podem reagir de formas diferentes a criaturas como nós, talvez seja interessante vê-los e interagir com eles.

 

Fiquei imaginando como poderia ser, Marius percebeu e se aproveitou para continuar falando.

 

Eu não teria de ir mas, poderia ver aquilo como um jogo, eu não tinha nada mais o que fazer mesmo, talvez ficar perto de humanos pudessem tornar as coisas mais divertidas, Marius sorriu para mim, não pude evitar de sorrir também.

 

-Que ótimo! Vou começar a arrumar tudo, temos que comprar a casa, seu material, temos que ver a data do começo das aulas...

 

Ele estava todo empolgado novamente, tinha de tomar mil decisões, fiquei feliz também, poderia enfrentar um novo desafio, apesar de que isso não deveria ser um desafio... não deveria ser nada... mas afinal, poderia ser algo interessante, um jogo.

 

            ..............................

 

            Forks não era uma cidade ruim, estranha, chuvosa e verde, Marius pareceu ter seguido meu pedido, não havia sol ali, a cidade era toda coberta por nuvens, parecia ser bom, mas ao mesmo tempo, toda a cidade era molhada e verde... dava um pouco de nojo...

 

            Ambos estávamos dentro do carro, Marius dirigia seu Alfa Romeo Brera negro esse e o Audi Q7 eram seus carros favoritos eu preferia o Spyker C8 Spyder SWB, era um carro pequeno e rápido, não que eu dirigisse muito ele.

 

            -O que acha da cidade?

 

            -Normal. Respondi.

 

            Marcus remexeu em algo me entregou uma caderneta preta, quando abri haviam meus novos documentos, falsos claro. Li meu nome ali  ´´Marie Delle´´ parecia francês, olhei a data de nascimento, o dia e mês corretos mas o ano, fiz as contas rapidamente...

 

-Eu tenho 14 anos? Fiquei perplexa.

 

-Quanto mais nova você for mais tempo poderemos ficar aqui.

 

Ótimo, mas se eu matasse alguém teríamos de ir embora imediatamente.

 

-Vou ter de conviver com crianças...

 

Ele pareceu se divertir com isso.

 

-Ate mesmo a avó dos alunos seria uma criança perto de você.

 

Ele tinha razão.

 

-Perto de nós! Completei, ele riu.

 

Bufei, não havia nada que eu poderia fazer, Marius estava certo, só teríamos de ver se eu conseguiria ´´agüentar´´ esses anos perto de humanos sem mata-los, não poderia mata-los na frente dos outros, caso eu quisesse um deles poderia segui-lo, pega-lo sozinho... a lembrança me fez tocar os lábios com a ponta do dedo. Marius me observava pelo canto dos olhos.

 

-Senhorita, eu agradeceria se não se alimentasse de seus companheiros de sala, faremos viagens de caça para podermos nos alimentar, por isso não há necessidade de matar ninguém da cidade.

 

As viagens pareciam boas, mas...

 

-Eu sempre tenho o que quero...

 

A forma como minha voz pareceu sombria e meu olhar frio fez com que Marius se preocupasse apenas com a estrada.

 

....................................................

 

A viajem pemaneceu silenciosa, Marius voltou a falar comigo apenas quando estávamos próximos de nossa casa.

 

-A imobiliária que me vendeu essa casa me garantiu que ela já esta aqui a muitos anos, claro que mandei darem uma reforma nela, mas mantive a construção original, acho que a senhorita vai gostar, a imobiliária comentou que os donos não pareceram felizes em se livrarem dela, mas preferiram assim por causa de algo a ver com lembranças e seguir em frente.  Há um bosque na frente dela, assim você poderá correr a vontade e também não teremos vizinhos...

 

Uma casa azul surgiu a nossa frente, ela era toda de madeira com uma janela na frente, a casa tinha um cheiro estranho, mas ao mesmo tempo quente... Marius estacionou o carro na entrada da garagem, ali só cabia um, ele deveria ter feito mais cômodos para trás, aquela pequena casa não caberia todos os carros...

 

-Suas coisas já estão em seu quarto.

 

Mais um pouco e achei que seria capaz de ver Marius saltitar de felicidade, no entanto optei por primeiro conhecer a região, então sai para correr...

 

A floresta parecia mais úmida, podia sentir os animais se afastarem conforme eu passava, mas passos diferentes me fizeram subir nas arvores para observar, dois homens andavam despreocupados, montanhistas, o cheiro de seu sangue fez minha garganta arder, mas erra uma ardência suportável, eles não me despertaram desejo, então saltei entre os galhos, eles nem perceberam que estive ali.

 

Eu pretendia continuar correndo, naquela hora os montanhistas já estavam longe, Marius falou algo sobre viajantes serem comuns ali, e caçadores também, pois haviam muitos ursos e leões na região, disse que aquela era uma cidade cheia de lendas mas nunca ouviu nada sobre alguma delas ser verdadeira, eu queria poder pensar um pouco mais sobre as historias do lugar mas o vento me trouxe um cheiro eu não esperava, um cheiro doce e familiar, um vampiro havia passado por ali, ou ainda estava por perto, eu só tinha duas escolhas, ver quem era ou correr e avisar a Marius, mas o que poderia acontecer? Ele poderia apenas conversar conosco e partir, se tentasse nos atacar seria morto, então qual o risco? Fui na direção do cheiro e encontrei um rastro recente, era mais de um vampiro, pareciam ser três deles, iam em direção ao norte, eu não sabia o quanto correria para conseguir alcança-los e logo Marius viria atrás de mim então preferi marcar o local onde encontrei o rastro e voltar para casa, traria de segui-lo mais tarde, Marius não precisaria saber sobre aquilo.  

 

 

 

 

 


 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

JaJa posto mais! Enquanto isso comentem please!