Ameno escrita por Nah


Capítulo 1
Prologo


Notas iniciais do capítulo

Primeiro o trailer: http://www.youtube.com/watch?v=_PhjB8-bTF8 [esse foi eu que fiz então tenham paciencia... num tah um nivel Andy mas vamu la!]
Bah como sempre aguentando meuss erros de portugues.... iuahuah amu-te irmã!
Espero que gostem dessa historia... o começo ta meio fossa mas isso é necessario...



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Por fim eu terminarei mais um livro...


Quantos eu já deveria ter lido só naquele mês? 20, talvez 30..., eu deveria arrumar outra forma de passar o tempo, mas o que seria dessa vez? Eu já fizera piano, espanhol, inglês, latim, hieróglifos... e nenhuma dessas atividades representou desafio algum para mim, tinha que admitir, minha vida era um tédio...


Toc, Toc...


-Er... com licença, Senhorita Marie, vim ver se precisa de algo.


Continuei deitada no divã da biblioteca, não respondi, Marius continuou a me observar.


-Senhorita, por favor, levante-se daí, não vai adiantar nada ficar trancada nessa biblioteca.


-Que diferença faz se não ficar aqui, ficarei trancada no meu quarto...


Ele andou ate o divã e se abaixou a meu lado, ele levemente segurou minha mão.


-Você não precisa ficar sozinha, se quiser podemos fazer algo, acho que podemos ir assistir algo, sabe... ver humanos, ir ao cinema...


Virei-me para ficar de costas para ele.


-Eu não preciso de você Marius.


Meu protetor passou a mão em meu cabelo, parecia que iria continuar, mas hesitou, ate que recolheu a mão, decidi olhar para ele, mas quando virei não esperei que nossos rostos estivessem tão próximos.


-Lembre-se que eu sempre estarei aqui com você, lembre-se que eu nunca, jamais, irei abandona-lá, não ira lhe fazer bem ficar fechada aqui, senhorita Marie.


 Ele me olhou de forma doce e calorosa, tocou a ponta de meu nariz com o dedo, senti algo ferver dentro de mim, aquilo me trazia lembranças de uma época distante, uma época muito mais gentil, quando Marius sempre estava a meu lado.


 


LEMBRANÇA...


Marie estava em sua primeira casa, em seu antigo quarto, vestindo uma de suas camisolas de ursinho preferidas, era seu aniversario de 3 anos, seus pais lhe deram parabéns pela manhã e se foram, ela ficou o dia todo sendo mimada, recebeu presentes de pessoas que ela nunca viu, todos a parabenizavam, porem ninguém realmente a via, tudo os que todos viam eram seus poderosos pais, todos, menos Marius.


A criança não conseguia dormir, pulou da cama e caminhou até a porta, ela queria que alguém lhe contasse uma historia, ela andou até as escadas, mas como ainda estava aprendendo a andar tropeçou no primeiro degrau, estava preparada para dor que viria da queda, mas dois braços quentes a agarraram e uma voz conhecida a chamou.


-Marie!


Ela reconheceu aquele que a segurou e a abraçou, ela conhecia o aroma que emanava daquele que ofegava de susto sobre seus cabelos arroxeados, era Marius.


-Princesa o que estava tentando fazer? Já era hora da senhorita estar na cama.


Marie se assustou com a quase queda, ela chorava baixo.


-Eu não consegui dormir, não queria ficar sozinha.


Marius a olhou ternamente, passou as mãos por seus cabelos.


-Não se preocupe Marie, eu irei ficar com a senhorita, segurarei sua mão até que durma, se depender de mim, você jamais estará sozinha, eu prometo.


Marie sabia que seu amigo falava a verdade e o amou por isso, assim ele jamais a deixou.


 FIM DA LEMBRANÇA...


 


Marius percebeu meu olhar distante e aproveitou para pegar o livro que eu deixara cair.


-Devemos sempre tratar bem nossos livros, não é senhorita, assim eles poderão durar para sempre.


-Para que iríamos querer algo que dure para sempre? A eternidade parece ser muito chata.


Marius sorriu.


-Não se tivermos algo que fazer, uma missão, um destino, ou até mesmo uma companhia.


Eu ri de suas considerações.


-Nada dura para sempre Marius, tudo sempre acaba algum dia...


Peguei o livro de suas mãos e usei meu dom para desintegrá-lo.


-Tudo sempre se esvai... todos sempre te deixam um dia.


Marius levantou, não ficou feliz por eu ter destruído o livro, mas deixou um sorriso transbordar em seus lábios.


-Não deveria pensar assim princesa, a senhorita tem a eternidade a sua frente, deveria encara-lá de forma mais otimista.


Não tive tempo de responder, Marius deixou a biblioteca rapidamente, eu levantei também, tinha de procurar outra coisa para fazer.


Fui para o meu quarto, ele estava bem arrumado como sempre, em cima da cama estava um lindo vestido florido, era infantil, mas bonito, provavelmente Marius o deixara ali, ele sempre cuidava de mim. Olhei-me no espelho e percebi o motivo da roupa, eu ainda estava de pijamas, meu cabelo estava todo bagunçado.


Troquei-me e fui em direção a cômoda, quando abri a gaveta um espelho redondo envolto a um metal brilhante caiu, me abaixei para pegá-lo, o virei para mim, mesmo me olhando todos os dias no espelho eu nunca reparara como meu rosto havia mudado com o tempo.


-Senhorita Marie, como está bonita, sabia que esse vestido iria ficar perfeito na senhorita quando o vi, mas veja seu cabelo, venha, deixe-me pentea-lá.


Marius entrou e pegou minha escova sobre a cômoda ele me puxou para que eu sentasse na cama, ele se ajoelhou atrás de mim pra me pentear, continuei com o espelho nas mãos ainda observando minhas feições.


 


LEMBRANÇA


Marie pequena, em um dia qualquer na antiga mansão.


-Marius, será que a mamãe ainda irá demorar?


Marius se abaixa para ficar a altura de sua protegida, a pequena princesa usava um vestido rosa com babados nas mangas, seu longo cabelo castanho estava solto e totalmente emaranhado.


-Logo seus pais chegarão, e a senhorita deve estar bonita para recebe-los.


O empregado andou até a cômoda do quarto da pequena e pegou uma escova de cabelo.


-Vamos querida, deixe-me pentea-lá, por favor.


Marie pegou o espelho redondo que estava no chão e se ajoelhou, Marius também se abaixou e começou a pentear seus cabelos.


-A Nani disse que estou muito parecida com minha mãe.


A pequena menina passava a mão sobre o rosto, examinando seus traços, vendo se talvez a empregada Nani tivesse certa.


-Claro que está, a cada dia você está tão bonita quanto ela, isso é, se me permite dizer.


-A mamãe é tão bonita. Não é Marius?


-É ela é sim, e muito bondosa também.


Um ruído foi ouvido ao longe, portas se abrindo, Marie se levantou em um salto e saiu correndo para a porta.


-Eles chegaram! Mamãe!


Um par de braços brancos e graciosos envolveu a menina em um abraço. A vampira de longos cabelos castanhos depositou um beijo na testa da filha.


-Desculpe a demora Marie.


Marius se pôs ereto de forma seria e cavalheira.


-Bem vindos de volta, Senhor e Senhora Azair.


O pai de Marie que estava um pouco atrás da esposa foi até o servo para cumprimentá-lo.


-Como vai Marius? Espero que Marie tenha se comportado.


Marius sorriu, ele jamais perdeu uma chance de elogiar sua protegida.


-Como uma dama. Agora se me dão licença.


Marius saiu deixando a menina com os pais.


-Sabe Marie, hoje vimos o pôr do sol de um penhasco que fica a alguns quilômetros daqui.


Marie sempre gostava de quando seu pai lhe contava do mundo fora daquelas paredes.


-E ele era bonito papai?


-O mais belo de todos, porque não era um pôr do sol comum, ele estava vermelho, tão vermelho quanto jamais esteve.


FIM DA LEMBRANÇA.


 


Abaixei o espelho tentando afastar as lembranças, queria ocupar minha mente com algo, olhei pela janela para um belo horizonte, desde do que acontecerá eu e Marius sempre nos mudávamos de ano em ano, para várias cidades e paises diferentes, mas mesmo nos mudando eu nunca me importei em conhecer pessoas, sempre ficava  dentro de casa, nunca saia, então Marius sempre se ocupara em escolher os lugares mais belos das cidades para morarmos, se eu não queria sair de casa então pelo menos eu podia me contentar com uma visão majestosa.


 


LEMBRANÇA


-Você acha que algum dia poderei ver esse pôr do sol também papai?


O casal se olhou temeroso.


-Quem sabe minha pequena, quem sabe.


A mãe ainda beijava o alto da cabeça da filha.


FIM DA LEMBRANÇA.


 


Reparei que o sol se punha, diferentes tons de azul se misturavam envolta de um imenso circulo amarelo, aquela imagem me fez lembrar de algo que a muito eu tentava esquecer, da primeira vez que vi o pôr do sol vermelho...


 


LEMBRANÇA


Marie estava agarrada a Marius, o corpo da criança tremia compulsivamente.


-Tenha calma minha menina, logo tudo irá acabar.


A menina chorava.


-Mas... esse cheiro... eu sinto a presença de fogo, ouço gritos, o que está acontecendo? Onde está a mamãe? E o papai? Onde eles estão?


Marius não sabia o que dizer, ele apenas segurava aquela a quem ele era incumbido de proteger.


-Tenha calma minha pequena, tenha calma.


A mãe de Marie abriu a porta, ela parecia tensa, mas ainda sim era capaz de sorrir para a filha, a criança correu para seus braços, Marius apenas as olhavam.


-O que está acontecendo mamãe? Onde está o papai?


A mulher se abaixou até a filha.


-Tudo ficara bem minha querida, mas devo dizer que teremos que nos separar.


-Eles vieram não é? Perguntou Marius.


A doce mãe olhou para o criado, “confio em você” ela sussurrou, ele apenas assentiu com os olhos fechados, ela abraçou a filha.


-Minha linda e preciosa Marie, peço que não fique brava pela decisão que eu e seu pai tomamos sem te consultar, sinto muito por não poder mais estar a seu lado, mas para compensar te darei todo o poder que tenho, isso a ajudará a se defender no futuro, por favor Marie, sobreviva, seja feliz, por mim e por seu pai, fique salva.


A menina sentiu como se uma faca a dilacerasse e depois só viu a escuridão, Marius a pegou antes que ela atingisse o chão, a mãe só teve força o bastante para olhar para o servo e lhe dar um beijo no rosto.


-Confio em você Marius, cuide dela, proteja com sua vida.


O servo assentiu e saiu antes que o corpo da mulher tombasse. 


FIM DA LEMBRANÇA


 


A primeira vez em que vi o inferno em meio ao paraíso, a primeira vez que sonhei com fogo.


 


LEMBRANÇA


Marie abriu os olhos e sua primeira visão foi a de uma enorme construção em chamas, de inicio ela não sabia onde estava, mas depois pode reconhecer a posição das janelas e a colocação das torres, aquela construção era sua casa que ela apenas conhecia por dentro, seu lar estava em chamas, tudo destruído, ela entendeu que seus pais se foram junto com ela, algo quente tocou seu rosto, ela pensava que poderia ser Marius que a segurava no colo, mas eram lagrimas, lagrimas quentes, de fundo o fogo era iluminado pelo pôr do sol, um pôr de sol vermelho, agora ela entendia a beleza e a raridade daquilo, era um pôr de sol manchado por sangue, o sangue de seus pais que havia sido derramado. A menina chorou e gritou até perder a consciência.


FIM DA LEMBRANÇA


 


Eu não percebi que chorava silenciosamente até os braços firmes de Marius me agarrarem por trás, ele encostou o rosto em meu pescoço. Não sei se era por pena, carência ou necessidade, mas eu agarrei seus braços, agarrei meu amigo, eu precisava daquilo, eu precisava sentir que eu não estava só, precisava sentir sua presença ali.


-Tudo irá ficar bem, Marie, não chore, por favor, tudo vai ficar bem.


-Eles eram tão fortes Marius, como isso pôde acontecer.


Um soluço cortou minha garganta, meus olhos arderam as lagrimas caiam como uma cachoeira...


-Eu sei, eu sei. Sua voz saiu baixa.


-Como é possível? Como alguém poderia destruí-los? Eles eram poderosos.


-Tenha calma Marie, se acalme.


Sua voz saiu mais baixa, beirando ao desespero, a janela do quarto tremeu, o vidro trincou no canto.


-Se acalme Marie, por favor.


O vidro se partiu em mil pedaços, Marius se colocou na minha frente antes que qualquer caco pudesse me atingir, cai sobre a cama com seu corpo sobre o meu, pude ouvir buracos sendo feitos em sua camisa. Ficamos ali deitados, parados próximos a janela quebrada por alguns instantes, até que meu protetor se ajoelhou ainda agarrado a mim, suas mãos apertaram o fino tecido de minha blusa, parecia que iria rasga-lo mas então seu corpo relaxou, ele se levantou.


-Melhor você ir fazer algo enquanto limpo isso.


Eu não consegui ver seus olhos, pois ele os escondia com o cabelo, achei melhor não dizer nada, eu não sabia o que dizer, apenas sai, fui em direção a outra janela que já estava aberta, a janela também dava para fundo da casa, dava para o lindo gramado rodeado pela floresta, subi na janela e olhei novamente para meu amigo, ´´Desculpe´´ sussurrei, depois disso saltei do segundo andar, a aterrissagem foi suave mas nem esperei os pés encostarem totalmente no chão para começar a correr, correr para a floresta.


As folhas passavam por mim como o vento, minha visão ainda parecia estar embaçada, as lagrimas ainda não pararam, também não sei se um dia elas iriam parar...


 


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Notas finais do capítulo

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