A Blue Box, An Time Lord and a Broke Heart Human. escrita por Srta Who


Capítulo 33
The Doctor whitout name.


Notas iniciais do capítulo

Hello Sweets! Estão bem? Espero que sim, sentiram saudades? Hahahaha, eu tava morrendo delas, tanto é que escrevi até de madrugada só pra postar, aulas começando em breve AHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!!!! mentira, eu amo a escola, mas alguns professores... Hahahahah, mas a vida é assim mesmo, espero que aproveitem



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Quem sabe eu ainda sou uma garotinha

Esperando o ônibus da escola sozinha

Cansada com minhas meias três-quartos

Rezando baixo pelos cantos

Por ser uma menina má.

Malandragem – Cassia Eller.

Muitas vezes acreditamos cegamente que é preciso grandes coisas para que grandes mudanças ocorram na nossa vida, que dirá no universo! Mas a verdade é assustadoramente contraria, pequenas coisas causam enormes mudanças. Nunca acreditamos que poucas palavras possam mudar nossas vidas, e quando digo poucas, não falo de ‘’pequenos discursos’’, ou ‘’curtas reflexões de professores’’ por quem particularmente temos afeto, mas sim de pouquíssimas palavras mesmo!

‘’Amélia, temos de ir embora imediatamente!’’, foi o que a garotinha ouviu no dia 5 de dezembro de 2029, tinha seis anos quando viu sua tia Alice entrar desesperada em seu quarto nas primeiras horas daquela manhã fria de inverno com os cabelos ruivos esvoaçantes e com as olheiras enormes tomando boa parte da região em baixo de seus olhos, mesmo que Amélia não estivesse acordada há muito tempo não podia deixar de notar que parecia que sua tia não dormia há dias.

Não adianta que eu tente descrever o quarto dela, ela própria não se lembra, não adianta que eu tente descrever o estado de sua tia além das poucas palavras que já usei, não adianta que tente descrever o sonho que Amélia estava tendo, ela própria lembra apenas de um flash, e esse flash foi única coisa que nunca se esqueceu de seus sonhos, a última vez que ela o viu foi naquele sonho, e foi a tanto tempo que é inútil tentar descrever o medo que ela tinha dele, mas sei que pelo menos uma coisa posso fazer, posso tentar descrever um pouco de sua vida.

A jovem Pond nunca conheceu os pais, nem viu uma única foto deles, às vezes ela pesava que eles nunca tivessem existido que eram apenas fantasmas que rondavam em sua imaginação, aqueles pensamentos sempre a perturbavam. Na ela era muito nova para ir á escola, e por algum motivo sua tia só deixava que saísse de casa na companhia dela, portanto não tinha amigos de quem sentiria falta ou que sentiriam a partida dela, e mesmo assim sentiu as palavras ditas pela mulher mais velha com grande pesar no coração, tinha coisas que pretendia fazer, ela ainda não conhecia cada canto da casa delas no subúrbio londrino, já havia muito tempo que aprendera a andar, porém á pouco tinha entrado na fase ‘’exploradora’’, onde queria checar cada lugarzinho do seu lar, ainda não tinha feito isso, faltavam o sótão, e o escritório da sua tia, mas nem ela entendia porque aquele local constava na lista, ela estava terminantemente proibida de entrar lá (quaisquer que fossem as circunstancias), ela também queria conhecer as outras crianças da rua, só as havia visto pela janela, nos dias ensolarados elas corriam pela grama verdinha, tomavam sorvete, brincavam de toda sorte de coisas e voltavam pra casa á noitinha, Amy apenas suspirava observando-as, ela via os desenhos na televisão (e ficava muito irritada quando eles era interrompidos pelos pronunciamentos reais), comia doces, brincava com suas bonecas, observava as figuras de alguns livros que sua tia lhe dera, lia outros, desenhava roupas, customizava as suas próprias, mas isso nunca era o bastante, ela queria sair, e brincar com os outros, sua tia nunca deixou, e ela nunca atreveu-se a desobedecer sua tia.

E mesmo com todos os contras, mesmo com sua tia dizendo animadamente que no novo lar ela poderia sair para brincar quantas vezes tivesse vontade, ela não queria ir, aquela era a casa delas, tinha as marcas de crescimento dela na parede, as marcas dos sapatos no chão de quando ela tentou dançar com os saltos da tia, as manchas de desenhos feitos com giz de cera que se recusavam a sair por mais que Alice tentasse Amélia não entendia porque todo aquele empenho em tirar as marcas da parede, não estava tão feio assim, a mulher alegava que aquele tom de dourado dava em seus nervos, Amélia usou todo o arsenal de lembranças felizes para tirar aquela ideia da cabeça da tia, mas ela era cabeça dura e recusava-se a ouvi-la. O que aconteceria com tudo aquilo quando elas fossem? Outra família com certeza livrar-se-ia delas? Nunca chegou a ter uma resposta.

Por fim mudaram-se, para um planeta chamado Mephis, clima não tão diferente do inglês, a única diferença é que o ar era mais puro, já que lá não havia tanta poluição, e como Alice prometera deixou Amélia sair para brinca todos os dias (exceto aqueles em que estava chovendo ou caindo uma nevasca), e também frequentar a escola, coisa que ela não fazia na Terra, lá Amélia conheceu alguns amigos, chamavam-se Rory um menino loiro, Clara, uma garotinha de cabelos e olhos cor de chocolate que mudou-se para Terra poucos meses depois delas se conhecerem e Martha uma garota morena de cabelos e olhos castanhos, e talvez a única tão cabeça dura como Amélia.

Aquelas poucas palavras pronunciadas pela tia naquela manhã fria de dezembro mudaram a vida de Amélia, mas outras palavras estavam prestes não a mudar a vida da garota, não a mudar o planeta, mas sim mudar o universo inteiro, é aqui que começa a história de Amy Pond, Rory Williams (ou Rory Pond como você preferir), do Doutor, e de dois fugitivos suspeitos, mas ela começa de uma forma tão singela que talvez pudesse ser o começo de qualquer outra coisa, começa com uma grande caixa azul, um quintal, uma garotinha ruiva, uma rachadura, e um Doutor que talvez sim talvez não tivesse mais de um coração, ela aparentemente acaba quando o homem não cumpre sua promessa de voltar em cinco minutos, e parte o coração da garotinha, mas essa história tem uma continuação, essa sim, começa com poucas palavras, palavras que poderiam ser ditas por qualquer Doutor em qualquer consultório médico, em qualquer pedaço do universo, e em qualquer universo imaginável.

Porém para a nossa sorte (principalmente para a minha), essa parte da história não começa em um consultório médico, ou um universo paralelo (bem, partes delas talvez se passem em um, mas isso não vem ao caso agora), mas sim numa casa de cerca branca, na colônia imigratória de Mephis, em um corredor, em frente a uma porta branca onde em letras cintilantes douradas estava escrito ‘’AMY’’, e onde um homem de terno, gravata e, sobretudo postava-se atrás de uma garota ruiva com a maior mistura de terror e admiração que ele já vira em todas as suas vidas.

P.O.V Amy.

–Oi! Eu sou o Doutor, você viu Amélia Pond? Eu gritei, eu não sabia o que estava acontecendo, senti meu coração parar em meu peito, talvez eu tivesse morrido, mas então ele voltou a bater muito rápido, lembrava um pouco das aulas de biologia do colégio, sabia o que meu coração bombeava para todo o meu corpo, adrenalina, aquele hormônio que nos prepara para situações de risco, para correr, e pensar mais rápido, mas, a parte sobre pensar mais rápido é uma grande mentira inventada por escritores que querem te forçar a acreditar que em situações assustadoras ou inesperadas algo de útil passa pela sua cabeça, e só há duas possibilidades de pensar em algo inteligente num momento como esse, a primeira, é se você for muito frio e calculista e então não sente medo de nada, a segunda é se você já tiver passado tantas vezes por coisas assim que de alguma forma seu cérebro aprende á trabalhar nessas condições, e para meu azar não me enquadrava em nenhuma dessas categorias, por tanto nada além de ‘’O QUE!?’’ passava pela minha cabeça.

–Ei! É feio não responder aos mais velhos! Disse o homem pondo a mão no meu ombro, eu tremi dos pés a cabeça quando ele me tocou, e dei um pulo para o lado, me afastando o máximo possível dele.

–N-N-N-N-Não s-se a-aproxime. Eu disse ainda tremendo, enquanto punha a mão dentro da bolsa para segurar meu celular, mas o que eu poderia fazer com aquilo? E se ele estivesse armado?

–O que? Ele disse andando em minha direção.

–N-N-Não! Eu gritei tentando gaguejar o mínimo possível.

–Eu não quero te machucar, e nem posso, nem tenho armas. Ele disse pondo as mão no alto em sinal de paz, eu o observei por longos momentos, e de um segundo para o outro meus olhos arregalaram-se, como se fossem pular das orbitas á qualquer momento, aquele cabelo, aquela roupa... Aqueles olhos... Era ele? O Doutor com mais de um coração!? Depois de todos esses anos... Engoli seco, não tinha envelhecido um único dia desde aquela noite, não, eu deveria estar ficando louca.

–Q-Quem é você? Ele deu um sorriso tão radiante que quase me senti mal por considerar ele um vilão, quase, ainda não estava certa de que ele era alguém bom, afinal tinha invadido minha casa! Quem sabe o que pretendia fazer?

–Eu sou o Doutor. Eu sei... Eu sei... Um milhão de vezes, eu sei que aquilo foi dito numa velocidade de fala normal, mas na minha cabeça parecia que ele soletrava cada palavra vagarosamente, para formar uma sentença que fez meus neurônios quase explodirem.

–D-Doutor quem?

–Só o Doutor. Ele disse calmo. –Agora onde está Amélia Pond? Já é dia. Ele disse apontando para uma grande janela que havia no corredor. –Errei o horário, ela provavelmente ficou muito irritada me esperando por uma noite inteira. Ele riu, ‘’você não faz ideia’’ eu pensei, eu precisava saber se ele era o Doutor, e eu tinha um plano para isso.

–Ah... Sim... Amélia. Bem, ela está lá em baixo, porque não espera no quarto enquanto eu a chamo para você?

–Ora muito obrigado! Ele disse sorrindo. Agarrei outra coisa na minha bolsa, um molho de chaves. Apertei-o tanto contra minha mão direita que doeu, mas não queria que fizessem barulho.

–Pode sentar-se na cama. Eu disse ainda na porta, enquanto ele já estava se sentando. Ele sorriu para mim, com a maior rapidez que tinha tranquei a porta, recebendo muitos gritos de confusão do homem como resposta.

–O QUE!? Ele gritou.

–Quem é você!?

–Já disse! Sou o Doutor. Parecia que ele já estava bem próximo á porta.

–Não existe esse Doutor! Ele foi uma ilusão da minha cabeça 14 anos atrás!

–O Q... Ah... Entendo, então você é Amélia Pond? Aquelas palavras me pegaram em cheio, como eu ia saber se eu era Amélia Pond? É claro, era o meu nome, eu não sou estupida o bastante ao ponto de não saber disso, mas eu certamente não era mais aquela garotinha, então quem eu sou? Pensei por alguns momentos em silêncio, e concluí que eu era mais do que um nome, mais do que um corpo, eu sou eu acima de tudo, e nada pode mudar isso, nada nesse universo pode mudar o fato de que eu sou apenas eu mesma, e que não poderia ser outra pessoa, e eu sou Amy Pond e não poderia não sê-la, por mais que eu já tivesse desejado, por mais que eu já tivesse tentado, eu sou e não poderia não ser, essa é a pura verdade, e por mais que eu tivesse tentado escapar dela, ela voltou e me socou no estômago, não posso mais fugir. Amélia Pond viveu muito tempo atrás, não mais, ela continua em mim, mas agora é apenas uma parte, e em certos dias não sei se isso é bom ou ruim.

–Não. Eu sou Amy Pond. Eu disse por fim.

–Hmmm... Amy Pond... Prazer, eu sou o Doutor.

–Não! Você não envelheceu, já faz 14 anos, não pode ser você!

–14 anos... Ele deu uma risada amarga. -Eu disse cinco minutos e ela me leva para 14 anos no futuro, mas é minha culpa, faz tempo que não a concerto. Ele resmungou, do que ele estava falando?

– Se é o Doutor... Eu disse, por mais que eu negasse tinha esperanças, mas não podia mais acreditar cegamente, não era mais criança. -Prove!

–Abra a porta e poderei provar.

–E se você for um ladrão? Ou um sequestrador? Ou coisa pior!?

–E se eu não for?

–E se for!?

–Eu sei que te magoei, sei que quebrei minha promessa, sei que foi errado invadir a sua casa, mas tudo isso foi um grande mal entendido...

–Um mal entendido de 14 anos. Interrompi, ele riu um pouco, e por mais que eu quisesse negar... Eu sorri.

–Ás vezes, Amy Pond, é preciso dar um salto de fé. Ele disse profundamente, engoli seco, já tinha dado um salto de fé em nome do Doutor, e caí, não sabia se estava pronta para outro, mas a forma como ele falava... Abri a porta com o coração saltando pela boca com medo de cair novamente. Quando olhei para ele, o homem segurava uma pedrinha azul, o azul mais azul, quase do mesmo tom da enorme caixa dentro do meu quarto, ele sorria, eu a conhecia.

–D-Doutor? Eu disse com lágrimas nos olhos.

–Amy Pond. A garota que esperou. Ele disse sorrindo, eu o abracei, o abraço mais longo que eu me lembrava de ter dado em alguém quando o soltei ele continuou falando. -Vamos. Estou 14 anos atrasado, deve ter escolhido muitas estrelas nesse meio tempo. Ele agarrou minha mão.

–Mas e os prisioneiros?

–Ah eu os conhecia... Boas pessoas. Ele disse distante.

–Mas eram fugitivos.

–Eu também sou, na verdade tem leis especiais para me manter longe de certos planetas, vai me julgar por isso?

–Talvez. Ele arqueou uma sobrancelha.

–Talvez? Eu sorri, então... Era real, eu não estava louca, mas quando paramos em frente a caixa, ela me pareceu minúscula para duas pessoas.

–Mas... É pequena. Ele deu uma longa gargalhada, como se aquilo tivesse sido a coisa mais engraçada que ouvira em anos.

–Ficaria surpresa. Ele disse sorrindo. E foi assim que tiveram inicio as aventuras de Amy Pond, a garota que esperou naquela noite de 28 de julho, e que voltaria a esperar, mas não seria em Mephis, seria numa base de localização suspeita no espaço profundo, mas isso é outra história, por hora vamos apenas deixar a ruiva aproveitar a surpresa de a caixa azul ser maior por dentro, e deixar o Doutor rir e aproveitar a companhia de sua nova amiga, aquele era um dia festivo na Tardis, não vamos estraga-lo com vislumbres do futuro sombrio que os aguardava.

Esse é o começo de uma história de amizade, família, e lealdade, uma história que mostra que fugitivos nem sempre são pessoas ruins, que talvez eles tenham sido presos graças ao sangue ruim que tinham na veias, e que talvez as pessoas ruins sejam aquelas nas quais você mais confia, não posso garantir que será sempre feliz, que será segura, ou que os personagens nela presentes farão sempre o mais correto logicamente falando, nem nenhuma das coisas que lhes prometeriam num conto de fadas, mas algo eu posso prometer, posso jurar que ela real, eu sei disso porque estava assistindo tudo de bem longe, deixarei Amy narrar a maior parte do tempo, a final, é a história dela, para mim é o bastante que vocês saibam que eu estava lá, que eu sempre estive lá, e que sempre estarei, verei tudo acontecer, de novo e de novo, até o fim dos tempos, porque é isso o que eu sou, mas quem eu sou? Bem... Essa é uma boa pergunta, posso ser qualquer um, em qualquer lugar, em qualquer era, mas quem eu sou é de fato uma boa pergunta, e eu não gosto nem um pouco dela.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, comentem, bjos bjos e até a próxima.
#Allons-y



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