Estamos todos vivendo em um sonho

Mas a vida não é o que parece

Oh tudo é bagunça

E todas essas tristezas que tenho visto

Eles me levam a acreditar

Que tudo isso é uma bagunça

Mas eu quero sonhar

Eu quero sonhar

Deixe-me a sonhar

Imagine Dragons – Dream.

–O-O-O QUE!? Eu exclamei para o Doutor assim que entrei na cabine de policia, a-aquele lugar, o que diabo era aquilo!? Truque de espelhos? Eu corri de volta para fora, e dei a volta na caixa, aquilo tinha menos de 1m² por fora, mas por dentro era imensa! Não tinha como aquilo estar lá dentro, aquela sala era maior que meu quarto inteiro! Eu corri novamente para dentro com uma grande interrogação no rosto, ele riu, uma risada audível. E apoiou-se no que parecia ser uma mesa de controles.

–Bem vinda á TARDIS, abreviação de ‘’Tempo e relativa dimensão no espaço’’, maior por dentro do que por fora. Ele disse limpando uma lágrima do olho, ele tinha chorado de rir?! Não tinha a mínima graça!

–Como!?

–Tecnologia dos Senhores do tempo.

–Tecnologia o que!?

–Senhores do tempo. S-E-N-H...

–Eu sei soletrar! Fui educada numa ótima escola! Já ouvi falar em diversas espécies de aliens, mas nunca em um... Senhor do Tempo.

–Bem... É isso o que eu sou. Ele disse com um ar distante. Eu o fitei longamente e o sondei com meus olhos dos pés a cabeça.

–Você parece humano.

–Não, você parece Senhora do Tempo, nós viemos primeiro. Ele arqueou uma sobrancelha. Me senti estranha, já tinha ouvido falar sobre espécies de outros planetas, inclusive morava em um planeta que não era onde eu tinha nascido, mas... nunca tinha visto um alien, Mephis era completamente desabitada quando os humanos chegaram.

–E-Então você é... Alien? Ele deu os ombros.

–Depende de como você vê as coisas.

–E essa... Tardis... Ela viaja no espaço...?

–E no tempo! Ele disse dando um grande salto e correu em minha direção que continua em frente ás portas.

–Amy Pond, a garota que esperou por 14 anos, agora será recompensada, todo tempo e espaço, todo lugar á todo momento, então... Por onde quer começar?

–I-Isso é realmente uma máquina do tempo?

–Yep! Ele disse estalando o ‘’p’’.

–Então você pode me levar para ver... Sei lá Conan Doyle, depois para Marte e me trazer de volta para casa... Digamos... Daqui a 5 minutos?

–Até dois segundos se quiser. Mas por quê? Eu corei... Ele parecia fofo com aquela expressão confusa.

–Bem... Assuntos pessoais. Ele revirou os olhos.

–Feche as portas. Eu obedeci enquanto ele voltava para os controles, quando cheguei lá notei algo um tanto peculiar... Uma fotografia, o Doutor estava absorto, mexendo nos controles, eu peguei a foto, era ele, o rosto era o mesmo... Mas os olhos eram bem mais brilhantes, ele tinha um imenso sorriso no rosto, e então tinha ela, uma garota loira beijando a bochecha dele, os dois estavam vermelhos igual ao meu cabelo, envergonhados, eu sorri um pouco, mas aquela mulher... Não me parecia estranha... Eu já a havia visto, em algum lugar, mas eu... Eu... Eu não consigo lembrar, me foquei cada vez mais no rosto da mulher loira, por algum motivo lembrar onde eu a conhecia havia se tornado a coisa mais importante de todas no momento, e de repente tudo ficou escuro ao meu redor, e começou a clarear aos poucos, eu podia ver um escritório, mas... Droga, uma garota ruiva, era eu?

–Amélia!

–Tia!?

–O que está fazendo aqui?!Sabe que te proibi de entrar no meu escritório!

–Eu não...

–Amy? Ouvi o homem chamar isso me acordou do transe. – O que está fazendo com isso?! Ele não parecia propriamente irritado comigo, mas também não parecia feliz.

–Eu... Eu quis dar uma olhada. Quem é ela? Perguntei. Pareceu vagar por um momento, olhando para o vazio, como se de repente algo o tivesse levado para longe, bem longe daquela sala maravilhosa, e ele estivesse extasiado, flutuando á milhares de quilômetros, ele ficou assim por alguns segundos, pude ver uma lágrima escorrer de um dos seus olhos, ele a secou e então olhou profundamente para mim.

–Rose. Rose Tyler. Ele pegou a foto de minhas mãos, fitou-a longamente, em seus olhos havia um misto de admiração e dor, ele acariciou o rosto da mulher na foto com o polegar, mas uma maneira tão delicada tocava o mínimo possível, como se a foto fosse despedaçar se sofresse muito pressão, ele mordeu o lábio inferior, tive a impressão de que ele segurava o universo inteiro nas costas, senti meu coração falhar, porque se ele de fato segurava o universo nas costas eu era só mais um peso para ele. Afastei esses pensamentos.

–R-Rose... Onde ela está? Ele engoliu seco, podia ver o rubor tomar conta de seu rosto, e ver todos os seus músculos se contraírem por baixo do terno que usava, ele inquietou-se com a minha pergunta, me senti imediatamente idiota por falar algo assim. –Eu não queria...

–Tudo bem. Ela se foi. Ele disse com dor em sua voz.

–Isso quer dizer que ela...

–NÃO! Ele exclamou. –E-Ela só está... Perdida.

–Perdida... Eu repeti vagamente. –O que aconteceu?

–Ela salvou minha vida. E então eu nunca mais a vi.

–Como sabe que ela está viva então?

–Isso pode parecer hipócrita, mas ela prometeu... Me prometeu que passaria a eternidade comigo, e ela nunca mentiria para mim por que... Ele pareceu ponderar por alguns segundos. -Porque ela me ama, e eu a amo de volta, mas eu sou muito idiota sabia Amy? Não, eu não sou idiota, isso foi o eufemismo do século, eu sou um maldito animal estúpido que nunca disse a ela o que sentia de verdade, eu vou encontra-la, eu devo isso a ela. Nunca pensei que fosse possível que alguém que corasse em tantos tons diferentes de vermelho e ainda assim falasse com aquela convicção e afinco, ela era uma mulher de muita muita sorte disso tinha certeza.

–É que eu achei que...

–Que? Ele arqueou uma sobrancelha.

–Ela me parece tão... Familiar... Como se eu já a tivesse visto... Ele arregalou os olhos, parecia que iriam saltar em cima de mim.

–ONDE?

–Eu não sei.

–QUANDO? Ele me agarrou pelos ombros para olhar em meus olhos.

–Não sei.

–Tente lembrar! Dava para ver as lágrimas em seus olhos. –Por Favor... Ele estava á ponto de chorar.

–DOUTOR! FINALMENTE! Uou... Que é isso!? Havia na porta um homem de, sobretudo preto e uma imensa arma nas mãos.

–Jack!? O homem deu um sorriso que logo se desfez quando ouvimos explosões atrás dele, ele deu tiros para fora da Tardis. –VOCÊS DOIS, RÁPIDO! Ele gritou.

–Quem está com você!? O Doutor perguntou correndo para perto dele.

–Daniel e Karyn esse é o Doutor. AGORA ENTREM!

–O QUE!?

–Doutor quem são... Eu não acabei de falar, logo uma garota loira e um rapaz moreno que aparentemente tinham a minha idade saltaram para dentro da nave, os tiros continuavam aumentando e se aproximando de nós, rapidamente o Doutor e o homem que aparentemente chamava-se Jack fecharam as portas da nave. –MAS ISSO É MADEIRA! VAI VOAR PELOS ARES COM UM TIRO!

–Isso pode ser qualquer coisa, mas certamente não é madeira, nem o exercito de Gengis Khan conseguiu quebrar essas portas, e acredite eles tentaram. Ele disse dirigindo-se de volta aos controles.

–E como ele entrou. Disse apontando para o homem com a arma.

–Emprestei minha chave a ele. Hello D. Disse a mulher loira ofegante enquanto sentava no chão.

–Como vocês...

–Linhas do tempo. Disse o moreno sentando de costas para a loira e encostando suas costas nas dela.

–Quem são todos vocês? Eu perguntei confusa.

–Capitão Jack Harkness ao seu dispor madam. Disse o homem que chegou primeiro dizendo uma longa reverencia.

–Ahhhh! Para com isso. Disse o Doutor, pelo tom parecei que não era a primeira vez que galanteava uma mulher dessa forma.

–Eu só estava dizendo olá! Jack retrucou.

–Kryn Wolf. Prazer senhora. Disse a loira.

–Senhora? Perguntei.

–D-Daniel Black. O homem mais novo, ele virou o rosto, parecia envergonhado.

–Senhorita Amy Pond. Disse dando ênfase no ‘’senhorita’’.

–Onde está o Rory? Perguntou a loira.

–Quem é Rory? Perguntou o Doutor.

–O noivo dela. Respondeu o homem chamado de Daniel.

–Você tem um noivo!? Ele perguntou me mandando um olhar de ‘’Por que não me disse?’’.

–Cadê a Rose? Perguntou Jack. O Doutor engoliu seco. Aquela situação não podia ficar mais estranha e incomoda.

P.O.V Doutor.

–Tudo bem! Acho que tem muitas coisas não esclarecidas por aqui. Eu vou fazer chá, e então podemos por tudo o que aconteceu a limpo. Jack! Você vem comigo, não confio em você perto delas. Jack olhou curioso para mim. -Karyn, aparentemente você já conhece a nave, e se tem uma chave você é de confiança, leve-os para a biblioteca.

–Tem uma biblioteca aqui? Amy perguntou, eu ignorei, não por falta de educação, mas estava sem cabeça para as perguntas dela.

–Ok. Karyn disse batendo continência. Eu revirei os olhos. –Senti sua fala D. Ela deu um beijo na minha bochecha e saiu com Daniel e Amy em direção a biblioteca, ouvia os passos dos três ressoando no piso de metal, também ouvia as perguntas de Amy que estava extremamente confusa, sinceramente eu estou surpreso por ela não ter tido um treco, continuei ouvindo suas vozes e seus passos por mais alguns segundos, Jack esperou que eles silenciassem por completo para poder começar a falar, ao que parece ele entendeu que eu não queria que os outros escutassem nossa conversa.

–Tudo bem Doutor. Eu sei que eu não sou a pessoa mais confiável do universo, mas poderia ter mandado todos para a cozinha para o chá, queria falar comigo sem eles ao redor, por quê? Eu hesitei, uma hora ou outra eu teria de falar a ele o que aconteceu. Nós três, eu Rose e ele, éramos próximos, ele sempre foi um ‘’cupido’’ em nossas vidas, ele tinha o direito de saber, e se quisesse me dar um soco no estomago por o que aconteceu na nave dalek eu não me importaria, afinal eu merecia.

–Rose... R-Rose se foi... Eu senti meu rosto corar, falar para ele era diferente, Amy não sabia quem ela era, Jack sim, eu poderia sentir até de longe os olhos dele se arregalarem.

–COMO ASSIM!? O que aconteceu!?

–Temos muito que falar.

–Com certeza!

–Mas temos que fazer o chá. Ele assentiu e começamos a andar em direção á cozinha, aquele com certeza seria um LONGO dia.