Um amor inglês escrita por Marvin


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Olá, espero que tenha uma boa leitura.



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– O... O... Olá, me... Meu nome é... Emilly. – A garota em pé que parecia muito desconfortável se apresentou.

– Turma, Emilly veio da Inglaterra para estudar com vocês nesse 2º semestre. Então ajudem-na no que for preciso, ok? – A professora Tatiana falou em sua voz fina e nauseante.

A garota ainda constrangida se sentou na primeira cadeira da fileira da frente, que era a única disponível. Ela desajeitadamente pegou de sua bolsa um caderno rosa e cheio de detalhes florais e ajustou varias canetas multicoloridas na pequena depressão localizada no canto direito da cadeira e logo pegou um estojo lotado de materiais necessários para um bom aluno que copia as anotações dos professores.

Mas que chato! – Pensou Andy.

Andrew sentava na ultima cadeira no canto da sala. Estava debruçado sobre o braço da carteira e desenhava em seu caderno, ou ao menos tentava já que não sabia ao menos traçar uma linha reta. Mas qualquer coisa era melhor do que a ridícula aula de português que se prosseguia. O assunto de sintaxe que os outros copiavam estava tortuosamente longo e ele não estava a fim de saber como uma oração poderia ser classificada como subordinada ou coordenada ou sobre como a regência nominal exigia uma maldita preposição.

Ele olhou novamente para a colega nova e sentiu pena, sentar na frente nessa aula seria o mesmo que tentar dormir em um ninho de vespas. Ou talvez as vespas sejam melhores, ele não sabia. As vespas talvez à deixassem dormir.

...

No próximo dia Andy novamente se sentou no fundo. Era usual ele estar naquele local. Como não gostava de chamar atenção esse lugar era perfeito, as outras carteiras ficavam relativamente longe dele e isso evitava que mais alguém o incomodasse. Também era longe o suficiente para que os professores não o notassem.

Passado algum tempo ele notou que a aluna nova havia chegado e como já previa ela evitou a cadeira da frente, preferindo uma mais atrás. O que o intrigou foi o fato de que ao ter passado quase escorregando por um grupinho que conversava próximo, ela ficou murmurando – Sorry, sorry – O que era estranho, mas Andrew apenas concluiu que era um reflexo de seus tempos britânicos.

Logo se iniciou a aula de matemática, na qual ele era razoavelmente bom. Na verdade em todas as matérias ele tirava notas acima da media, mas ele não se dedicava muito a nenhuma, apenas porque não tinha interesse. Seus professores se cansaram de tentar persuadi-lo e resolveram deixa-lo quieto.

Enquanto ele fazia alguma questão aleatória sobre matrizes na qual a resposta estava na simples tarefa de calcular o determinante através do método de Sarrus, ele não conseguia deixar de pensar na menina. Ele realmente havia ficado intrigado.

...

Passou-se mais um dia e dessa vez ele decidiu, através de algum impulso estranho que surgia de seu estomago, por seguir a garota e tentar descobrir algo mais sobre ela. Por coincidência ambos seguiam o mesmo caminho até certa parte, então ele foi um pouco mais atrás e nas sombras para não ser notado.

Enquanto tentava avaliar o seu caminhar nervoso, percebeu que de súbito ela fora obrigada a parar. A calçada estava interditada. Como estavam em época de eleição era comum a pavimentação de calçadas em mal estado apenas para o ganho de votos.

Viu que haviam alguns pedreiros que descansavam sobre uma arvore esperando, o que parecia, o cimento secar.Quando isso ocorre as pessoas da cidade costumam simplesmente passar pelo meio da rua sem se importar com os carros ao redor.Mas a menina parecia confusa, um pedreiro que estava próximo resmungou algo grosseiro que ele não pode ouvir,mas ela meneou com a cabeça.

Porém surpreendentemente ela continuou andando naturalmente em linha reta, sem ligar muito para o cimento colando em seus sapatos.

– Ei garota, você é surda? – Agora que estava mais próximo ele notou o pedreiro gritando – Ou você só está provocando?

Ela olhou para o homem e ainda parecendo confusa acenou novamente com a cabeça e continuou a andar.

A face do homem se tornou vermelha em poucos segundos. Estando furioso, marchou pesadamente para cima da menina e estapeou o seu rosto.

– Sua criança mimada, eu lhe avisei para não passar – Ele agarrou os seus ombros e começou a sacudi-los - Quem você pensa que é?

Andrew não pode ficar apenas observando enquanto o pedreiro a jogava na parede, deixando-a apavorada. Ele correu e se lançou em direção ao homem, fazendo-o cair em meio ao cimento fresco.

– Saia daqui, por favor – Ele falou se direcionando a sua colega. Mas ela ainda estava atordoada, e sua expressão assustada mostrava que não conseguiria mover nenhum dedo.

O pedreiro que agora estava totalmente enraivecido se aproximou por trás de suas costas, dando um forte murro na costela direita de Andrew.

Estando agora sem ar Andy foi forçado a se ajoelhar, e ao tentar olhar para seu agressor percebeu a tolice que havia feito: Desafiar um cara de duas vezes o seu tamanho e ainda cabeça quente. Um novo murro surgiu em direção a sua bochecha esquerda, dessa vez forçando-o para o chão.

Após mais um golpe ele teve sua visão turva e quase foi nocauteado. Ao tentar formar uma bola com seu corpo o homem deferiu uma serie de chutes que atingiram ao redor de seus membros, e grande parte de seu tronco.

Novamente ele perdeu o ar e sangue saia pela sua boca, mas os golpes finalmente cessaram.

Os colegas do pedreiro notaram tarde demais o que estava acontecendo e o agarraram pelos braços tentando chama-lo de volta a razão, foram necessários quatro homens para isso. Ele estava todo melado de cimento ainda.

Mas antes de apagar, Andrew ouviu o som de uma aproximação e o surdo baque de joelhos tocando o chão. Alguém estava ao seu lado e tentava por cuidadosamente as mãos sobre seu corpo ferido. Seus gritos agudos e chorosos se alastravam por sua mente como o badalar de um sino – Help, somebody help!


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Notas finais do capítulo

Hey...Para quem ficou curioso com a fala da garota aqui a tradução:
Sorry = Desculpa-------Help = Ajuda---------Somebody help = Alguem ajuda
Por favor, deixe seu comentario elogiando ou criticando a obra,mas sempre com educação please.



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