APOCALIPSE escrita por Thaís Carolayne


Capítulo 14
Frustração


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura. S2



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Ao final das lutas todos voltaram para a cidade que os escravos estavam morando temporariamente. Don anunciou que todos os soldados estavam derrotados e que agora eram pessoas livres. Todos comemoraram com alegria. Agustina os instruiu para fugirem para a vila An, pois lá eles tinham força o suficiente para lutar contra Wendell, e também era longe o suficiente do reino dele, talvez Wendell nem animasse mandar caçar um grupo de escravos lá.

Sefiza foi muito mal recebida e as pessoas a evitavam. Ela passou mais de seu tempo na cabana que as pessoas separaram para o grupo.

Catelyn se aproximou com cautela de Don e Agustina quando seu irmão não estava por perto.

— Posso pedir uma coisa pra vocês? Podem fingir que eu e o Kann somos casados de verdade? Eu não quero ter problemas com o meu irmão.

Agustina riu.

— É preciso mesmo fingir? Vocês dois estão sempre juntos. Já parecem um casal pra mim.

Catelyn corou um pouco.

— É mesmo? Bem, obrigada.

Durante a noite as pessoas acenderam uma grande fogueira e começaram a assar carne para comemorar o fim da escravidão e agradecer os seus salvadores. Um grupo de homens cantavam uma música animada, as mulheres dançavam girando e jogando as mãos pra cima. Agustina foi dançar também e Don ficou a olhando encantado.

Catelyn estava sentada de frente a fogueira vendo as pessoas dançando, se sentindo feliz de ver a alegria dos outros. Estava feliz de ter o seu irmão junto também. Ela sentira saudade dele, e sentia de toda a sua família.

Afonso comia alguns pedaços de carne. Estava do outro lado da fogueira. Mulheres vinham conversar com ele com interesse, Afonso as respondia de forma educada, mas não dava nenhuma moral pra elas.

Kann observava Catelyn de longe. Ela parecia distraída, o que tornava sua beleza ainda mais deslumbrante. Admirava a coragem dela. Uma princesa, criada na segurança de um castelo, nunca teve medo de seguir adiante na viagem que estavam fazendo. Kann se aproximou sentando do lado dela.

— Catelyn. Eu fiquei feliz quando você disse para o seu irmão que éramos casados.

Catelyn sorriu tímida.

— Bem, e é a verdade não é mesmo?

A forma simples que Catelyn falou deixou Kann frustrado. Ele deixou o rosto tomar uma expressão séria que Catelyn não deixou de notar.
Enquanto ela o encarava tentando descobrir o que o amigo pensava Kann sentiu uma vontade incontrolável de beija-la.

— O que deu em você? - Perguntou ela.

Kann pôs a mão no rosto dela e se aproximou. Catelyn sentiu o coração disparar e o rosto queimar. Então Kann se afastou de repente. Catelyn ficou paralisada.

— Eu vou me deitar. Acho que não me sinto bem. - Kann saiu dali o mais rápido possível.

Mais tarde naquela mesma noite Catelyn já se sentia com sono, mas estava com vergonha demais de se deitar perto de Kann. Nunca havia se sentindo dessa forma antes perto dele.
Pensando positivamente imaginou que Kann já estaria dormindo.


Agustina e Don agora dançavam juntos animados. Afonso batia palmas pra eles. Provavelmente eles ficariam acordados até bem mais tarde.

Genin estava deitado de frente a cabana que tinham separado pra eles. Ali ele ficava mais longe do barulho das pessoas. Ela acariciou Genin antes de entrar. Sefiza estava sentada na janela olhando de longe a festa lá fora.

— Sefiza, não vai mesmo sair?

— Não. Eu fiz as pessoas daqui sofrer muito. Elas não vão me querer por perto.

— Eu trouxe carne pra você. - Catelyn entregou um prato de carne para Sefiza e se retirou.

Catelyn não confiava em Sefiza, mas a ruiva não parecia estar interessada nela. Enquanto Sefiza se mantinha longe, estava tudo bem.


Kann estava deitado em uma cama improvisada no chão. Catelyn deitaria perto dele, já que todos dormiriam no mesmo cômodo.

Se sentindo envergonhada, puxou as cobertas e se deitou tentando fazer o mínimo de movimentos possíveis para não acordar Kann. Depois de deitada se virou para o outro lado.

— Catelyn. - Disse Kann.

Catelyn estremeceu ao ouvir a voz dele, mas não se virou para o lado dele.

— Me desculpa.

— Está se desculpando pelo quê?

Sefiza escutava toda a conversa do lugar que estava, mas não dava a mínima para eles.

Kann não respondeu a pergunta de Catelyn.

— Catelyn, se houver alguma coisa que eu possa fazer por você, não hesite em me dizer.

— Tá bom. - Disse Catelyn depois de alguns segundos sentindo as maçãs do rosto queimar de novo.

Na manhã seguinte todos seguiram viajem. Don montado em Genin, e o restante em seus cavalos. Afonso e Sefiza estavam sem montaria. Kann deixou que Sefiza fosse em seu cavalo e seguiu a pé junto com Afonso.

A viagem seguiu em ritmo mais devagar, mas o terreno e o clima foi favorável a eles.

Atravessaram a floresta encantada, saíram em um amplo pasto com um lago imenso. Levaram boa parte do dia para contornar o lago. Viajaram por vários dias até chegarem em uma mata espassada. O lugar era pantanoso e uma leve névoa pairava no ar. A travessia foi lenta e difícil. Quando finalmente atravessaram se depararam com uma vila ainda a alguns quilômetros de distância, mas via-se uma fumaça negra subindo dela.

Seguiram caminho, e depois de algumas horas alcançaram a vila. As casas estavam queimadas e destruídas. Ainda havia muitos corpos no chão. Algumas pessoas os puxavam. Apesar de Genin assustar por onde passa, ninguém pareceu ligar pra eles realmente. Olhavam com olhares curiosos e temerosos, ao perceber que não eram inimigos continuavam com os seus afazeres.

Afonso se aproximou de um garoto com o rosto sujo de cinzas.

— Garoto, o que houve aqui?

— Dizem que foi o El-rod, senhor. Eles nos atacaram.

Afonso não entendeu o que o garoto quis dizer, mas antes dele poder fazer mais perguntas, o pequeno seguiu seu caminho.

— El-rod é um grupo de rebeldes contra o rei Wendell. - Disse Agustina.

— Mas por que eles atacaram uma cidade? O que tem a ver com o rei? - Perguntou Catelyn.

— Essa cidade se chama Kamoge. É uma das maiores cidades que fornece guerreiros e armas para o rei. - Explicou Sefiza.

Um pequeno e velho senhor veio até eles apoiado em uma bengala.

— Senhora Sefiza, a senhora foi mandada pelo nosso rei?

— Eu não respondo mais pelo rei. Sou uma mulher livre. Estamos apenas de passagem.

— Ah, entendo. - O senhor pareceu sem jeito. - Mandei alguns jovens procurarem o rei para nos mandar ajuda, por isso pensei...

— Isso não me importa. - Cortou Sefiza.

O velho se encolheu.

— Bem, pelo menos podemos cuidar dos feridos. - Disse Agustina.

Sefiza virou os olhos pra ela.

— Como pode nos ajudar? - Perguntou o senhor inseguro.

— Eu sou Agustina, a Bruxa de Pharrel.

O velho pareceu maravilhado. O restante do grupo foi lhes dado uma pequena casa que sobrou inteira para descansar, mas Don, Kann e Afonso foram ajudar a tirar entulhos do caminho e carregar corpos. Catelyn ajudava as mulheres a buscar algo que precisavam. Sefiza ajudava de forma superficial. Não era de sua natureza ajudar o próximo.
Agustina foi levada a um templo de pedra. Lá estava os feridos dispostos no chão. Agustina atendeu primeiro os que corriam risco de vida, usando sua magia para cura-los, depois passou para os menos graves. Serviço que lhe custou o dia todo pra fazer.


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Notas finais do capítulo

Qualquer dúvida sobre a história, fiquem a vontade para perguntar.

Mais uma vez me desculpem acabar com o capítulo de repente, mas eu não queria deixar tão longo.

Obrigada por ler.



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