APOCALIPSE escrita por Thaís Carolayne


Capítulo 13
Determinação


Notas iniciais do capítulo

- Qualquer dúvida sintam-se a vontade pra perguntar nos comentários.

Boa leitura.



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Kann nunca havia usado um artefato antes. Ele sabia sobre eles. Era sabido que haviam alguns no Vale Mallakai, no porte de alguns lordes e até alguns zarakis. Mas também sabia que não era qualquer um que podia usar. Para ativar a magia de um artefato era necessário transferir pra ele sua própria energia, sua força vital. E não era qualquer pessoa que tinha essa capacidade. Era necessário equilíbrio, para passar a quantidade certa do fluxo de energia, concentração para manter o fluxo estável, força de vontade para não deixar que o artefato sugasse toda a sua vitalidade.

No Vale Kann era um excelente lutador. Nunca houve a necessidade de ter uma arma mágica. Mas agora, para além das fronteiras, os inimigos não eram mais os mesmos. As habilidades de Kann não eram mais suficientes. Estava cansado de ver Agustina e Don lutando por ele, e tinha o fato de que Genin quase havia morrido por sua causa.

Nainne guiaram Kann e Catelyn pelas ruínas depois que saíram da sala que encontraram Sefiza. Entraram em uma sala cheia de objetos com armas e objetos variados. Todos seriam transportados para o castelo do rei Wendell eventualmente. Kann procurou por algo que pudesse usar, mas nenhum objeto pareceu útil em suas mãos. Quando quase já desistiam de procurar Kann viu algo azul brilhar em uma pilha de armas. Encontrou lá uma pedra azul, uma rara tanzanite. Quando Kann a pegou nas mãos ela brilhou intensamente e seu corpo vibrou junto com ela.

— Isso é um artefato? - Perguntou Catelyn.

— Sim. - Disse Kann.

— Mas como você vai usar isso?

— De alguma forma eu sei.

Kann desembanhou suas espadas gêmeas e as dispôs de frente pra ele. Ao aproximar a pedra das armas ela se partiu em duas e cada uma voou para o punha das espadas.

~~~~

Mima e Cripim pararam quando toparam com Kann, Catelyn e Nainne.

— A culpa é de vocês! - Rosnou Mima furiosa com lágrimas lhes escorrendo pelo rosto.

Nainne se escondeu atrás de Catelyn com medo.

— Mima, vamos embora. Não sabemos se eles são fortes como aquele cara. - Disse Cripim pegando no braço dela. Mima puxou o braço com violência.

— Por causa deles a senhora Sefiza nunca irá nos perdoar. E também, por causa deles meu Madorn está morto! - Gritou ela. Eu não vou perdoar vocês!

Kann sacou suas espadas determinado.

— Pode vir!

Mima ergueu uma mão e uma árvore começou a se mover livremente. Catelyn e Nainne se afastaram. A árvore atacou Kann com seus galhos e raízes. Kann desviou e cortou o que pôde. Cripim ainda assustado, contornou a luta e sumiu no mato.

Mima sorriu.

— Por quanto tempo acha que conseguirá fugir dos meus galhos? Eu tenho o próprio espírito da fauna comigo. - Ela tocou na coleira que estava no seu pescoço com uma grande pedra de esmeralda.

Kann ainda não sabia qual eram os efeitos dos seus artefatos, mas sentia. Segurando suas espadas, se concentrou. Logo tiras de água começaram a se formar na sua frente.

Mima se surpreendeu ao ver que seu inimigo era um usuário de artefato. Não deixaria que ele o usasse. Erguendo as mãos, mais árvores criaram vida e foram em direção a Kann. Agora havia muitas tiras de água em torno de Kann. Ele se moveu e as águas giravam no ar tão rápido que mal eram vistas a olho nu. Todas as raízes e galhos que se aproximaram foram picotadas com perfeição. Kann parecia dançar com a água. Quando ele parou apontou a espada para Mima e um tiro de água lhe atravessou a testa. Mima caiu para trás, morta, ainda com os olhos abertos.

Nainne e Catelyn assistiam Kann ao longe concentradas. Cripim ao ver a oportunidade sacou seu machado que estava preso a sua cintura e preparou para ataca-las por trás. Ergueu o machado para atingir Catelyn quando um vulto o atravessou e Cripim caiu morto com um grande corte na barriga. Nainne e Catelyn gritaram com o barulho e se viraram. Um homem alto, com os cabelos longos presos em um rabo de cavalo estava de costas pra elas. Sua espada era longe e dourada. Ele se virou lentamente para as mulheres, apesar dos olhos verdes como esmeraldas, eram frios como gelo.

— Afonso! - Exclamou Catelyn.

— Catelyn. Você é uma Andallusian. Eu não esperava isso de você.

— Você veio me levar de volta?

— Garotas, vocês estão bem? - Kann veio correndo. Parou ao ver Afonso, que lhes deu um olhar furioso.

— Você também me surpreendeu, senhor Gaimon. Onde esta Don?

— Espere! Pode me culpar por ter fugido pra cá, mas não pode culpar o Don! Eu vim porque eu quis! - Gritou Catelyn. - E também não vou voltar! Aconteceram muitas coisas, temos que fazer muitas coisas! Não vamos voltar atrás agora!

— Nada disso me importa. - Disse Afonso friamente.

Catelyn ficou chocada.

— Vou levar você e o senhor Gaimon de volta e Don será executado por traição.

~~~~

 

— Afonso! - Exclamou Don quando viu ele, Kann e as garotas chegando na vila.

Afonso emanava uma aura assassina.

— Catelyn já me contou tudo o que houve. Se eu tivesse chegado um minuto atrasado Catelyn estaria morta agora. Você não jurou protege-la?

— Eu lamento muito.

— Estou muito decepcionado com todos vocês. Vamos voltar para Mallakai agora.

Don o encarou.

— Eu não vou voltar. - Disse determinado.

— Lamento, senhor Andallusian, mas eu também não vou voltar. - Disse Kann. - E se Catelyn não quiser ir, eu não vou deixar você leva-la.

Afonso ergueu a sobrancelha para ele.

— E sei que foi Don que prometeu proteger Catelyn, mas eu pego pra mim essa responsabilidade.

Afonso mostrou um sorriso de escárnio.

— É mesmo? - Ele ergueu a espada na altura do pescoço de Kann. - Eu prometi te levar pro seu pai, mas não prometi que seria inteiro.

~~~~

 

Sefiza fazia sua chama rodopiar enquanto Agustina usava as pedras e o vento ao seu favor. A sala já havia sido totalmente destruída, parte do teto derrubado. Ambas já se encontravam feridas e intensas como nunca.

Agustina ergueu rochas que esmagaram Sefiza, que em seguida as explodiu com fogo.

— Eu preciso levar Glohan para Wendell. - Disse Sefiza se erguendo com dificuldade. - Não posso falhar de novo.

— Estou de saco cheio de você, Sefiza. Por que serve a merda deste homem?

— O que nos resta? Nós não temos nada!

— Nós temos a nossa liberdade!

Sefiza riu.

— Acredita mesmo nisso? Quando Wendell te encontrar vai acabar com a sua vida.

— Não me subestime. - Sorriu Agustina determinada.

Agustina prensou Sefiza contra a parede com uma rajada de vento, em seguida mandou umas pedras contra ela. A parede rachou, Sefiza caiu inconciente.

~~~~

 

Kann sacou suas espadas.

— Eu já lutei pela mão da Catelyn uma vez, e farei de novo. Me diga, senhor Andallusian. Você usa um artefato? Pois quero lhe dar uma luta justa.

Afonso sacou sua única espada dourada.

— Sim, minha espada é um artefato, senhor Gaimon. Porém o modo de luta deixo a sua escolha.

— Então não usarei magia.

Afonso concordou.

Kann era muito ágil. Atacou Afonso com grande velocidade. Afonso com movimentos sutis, desviou e acertou com o cabo da espada o ombro de Kann que exclamou de dor, mas rapidamente voltou a postura da luta. Dessa vez Afonso tomou a ofensiva, Kann se defendeu do primeiro ataque, antes que pudesse se equilibrar Afonso o cortou na barriga, mas por Kann ser esperto o ferimento não foi fatal.

Kann irritado atacou, trocaram vários golpes, Kann estava sendo precionado, empurrado para trás, levara cortes nos braços, nas pernas. Sangue sujava toda sua roupa.

— É inútil. - Disse Afonso. - Talvez queira usar magia.

— Eu não voltar na minha palavra. - Disse Kann bufando. Ele correu em direção a Afonso, mas já cansado Afonso o derrubou com facilidade.

Catelyn saltou sobre Kann.

— Pare! - Gritou.

Afonso ficou surpreso, como Don que assistia.

— Catelyn, não seja mimada.

— Kann é meu marido! Você não estava no nosso casamento? Nós dois dissemos sim!

Afonso não soube como reagir.

— Mesmo sendo meu irmão mais velho, sou uma mulher casada agora. Não tem o direito de me levar de volta!

— Mesmo assim, devo levar o senhor Gaimon para o seu pai.

— Você serve ao lorde Gaimon? Se quiser nos levar de volta, terá que nos levar mortos!

~~~~

 

Agustina se sentou sobre Sefiza. Sefiza estava acordando.

— Você sabia que eu posso extrair o espírito do fogo de você se eu tirar a sua vida? - Disse Agustina a segurando pelas golas do vestido.

— Então por que não acaba com isso agora? - Sorriu Sefiza com os lábios sujos de sangue.

— Porque nós éramos amigas! - Agustina chorou. - Você diz não ter nada a perder, mas não tínhamos uma a outra?

— Você voltou pra sua família.

— E eu tentei te levar junto!

Sefiza virou o rosto sem responder nada. Agustina se levantou com dificuldade e estendeu a mão para Sefiza.

— Dessa vez você vem comigo.

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Don voltou as ruínas. Já estava drasticamente modificada pela luta de Agustina contra Sefiza. Don entrou. Achou Agustina sentada do lado de Sefiza, ambas muito machucadas. Don sacou Ershin.

— Está tudo bem, Don. Está tudo resolvido por aqui.

Don se aproximou com desconfiança e ajudou Agustina a se levantar.

— Temos que encontrar uma forma de quebrar o vidro que protege Glohan. - Disse Agustina.

— Não seja tola. - Disse Sefiza. - Você tem o poder de absorver magia. Absorva a magia do vidro.

Don a ajudou ir até onde estava o artefato.

— Como não pensei nisso antes. O próprio vidro é um artefato. - Disse Agustina colocando a mão sobre o vidro. Ela começou a absorver a magia. Um brilho azulado a envolveu e durou alguns segundos.

— Don, quebre o vidro.

Don acertou o vidro com a espada e ele se quebrou facilmente. Don pegou o artefato e sentiu o grande poder dele fluir em seu corpo. O entregou a Agustina.

~~~~.

 

As pessoas que antes eram escravas estavam cuidando dos ferimentos de Kann. Catelyn e Nainne estavam sentadas ao lado dele.

— Teve alguns momentos que eu realmente fiquei preocupada. - Disse Catelyn.

— Eu fiquei surpresa ao saber que eram casados. - Disse Nainne. - Mas vocês formam um belo casal.

Catelyn não soube o que responder a moça. Explicar toda sua história parecia complicado, e seu irmão estava do outro lado da porta. Se limitou a sorrir.

 

Don voltou a pé com Agustina e Sefiza na garupa de Genin. As pessoas não se aproximaram de Sefiza por medo, mas agradeceram e felicitaram o restante do grupo.

Agustina ficou surpresa ao reencontrar Afonso. Se ele estava lá significava que as callas da floresta da morte haviam o deixado passar.

 

~~~~

Longe dali, na cidade Gimmar estava um grande e luxuoso castelo. Rei Wendell estava em seu trono lendo um livro que restara do mundo antigo. Ouviu passos se aproximando. Ergueu o olhar. Era Anrid, uma elfa de cabelos brancos que trabalhava ao lado de Wendell já por muitos anos.

— Senhor, me foi informado que as ruínas da floresta Krum foi atacada. Alguns dos nossos ciêntistas fugiram, mas não temos notícias dos nossos capitães, nem de Sefiza.

Wendell fechou o seu livro.

— Me pergunto quem tem o poder de me desafiar. Seria Clara? Ou o Walles?

— Há boatos de que o Walles foi visto, mandei que o procurassem, mas ainda não temos nada.

— Se Walles reapareceu significa que Apocalipse também está de volta. Mas não é Walles que está se opondo a mim agora. Ele é muito covarde pra isso. - Wendell sorriu. - Seria Agustina?


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler.

Me digam o que acharam e o que esperam que aconteça.



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