(Por Federico)

Um dia, quando já tinha uns 4 meses de aula, eu fui dormir, eram umas 9:30, os espíritos começaram a voltar e eu não conseguia dormir, virava de um lado pro outro na cama, comecei a suar e não parava mais. Comecei a ficar nervoso e resolvi dar uma volta.

No “passeio” eu passei na frente da casa da Ludmila e algo me levou até lá. Apertei a campainha e a mãe dela abriu.

– Posso ajudar em alguma coisa Federico?- Ela achou estranho claro, deu pra perceber na cara dela.

– Oi dona Priscila, posso falar com a sua filha?

Ela me olhou meio torto e falou:

– Pode, ela tá no quarto dela.

Pedi licença e subi abri a porta ela me olhou assustada e fechou o computador, me desculpei de sentei na cama dela, me encostado na cabeceira ela se sentou na minha frente e perguntou:

– Fede, o que que foi? Por que você tá todo suado?- Ela parecia mesmo preocupada.

– Ludmila, não dá mais, não consigo mais dormir, estou querendo fazer consultas, mas ainda tenho que me acostumar, mas os espíritos não me entendem!

– Federico, do que você está falando?

– Desculpa por entrar assim no seu quarto. Os espíritos não me deixam dormir, ficam falando todos juntos, eu começo a suar...

– Se acalma Federico! Fica tranquilo!- Ela se aproximou de mim e colocou as mãos no meu rosto.

– É difícil Ludmila! Tem um monte aqui, eles ficam falando, alguns até aparecem. - Eu estava ficando louco, não aguentava mais!

(Por Ludmila)

Quando ele disse que tinha espíritos no meu quarto, fiquei assustada, mas por outro lado eu estava gostando daquilo, estava gostando de ficar sozinha com ele, cuidando dele. Mas dava pra ver que ele estava bem nervoso, suando muito, achei que ele até ficou desidratado! Eu estava preocupada mesmo com ele, eu gostava mesmo dele...

– Federico, como eu posso te ajudar?

– Eu só não quero mais ver, não quero mais ouvir!

– Fecha os olhos Federico.

Ele fechou, e eu já sabia perfeitamente como ajudar ele e ME ajudar também.

(Por Federico)

Eu fechei os olhos, nesse momento não ouvia mais nada, só a voz da Ludmila.

– Agora imagine que está num lugar bem bonito, com as pessoas que você gosta, fazendo o que você gosta e não existe mais nada no mundo. - Dizia ela com uma voz calma. Eu estava me acalmando e ela continuou- E agora Federico, o que você tá vendo?

Resolvi falar exatamente o que eu estava imaginado, eu não ia mais esconder o que eu sentia, ela me fazia bem.

– Eu vejo que estou num lugar aberto com muitas flores, o dia está bem ensolarado e não tem nem uma nuvem no céu - Abri os olhos e olhei nos olhos dela, sorrindo. – Não tem muitas pessoas, só tem eu e você estamos rindo, estamos felizes e principalmente juntos, isso seria a única coisa que faria com que eu me sentisse melhor. - Ela começou a sorrir e as mãos dela passaram para o meu ombro.

( Por Ludmila)

Ele começou a falar aquelas coisa tão lindas, olhando nos meus olhos, eu não conseguia esconder minha felicidade, fiquei toda sorridente. Então ele também gostava de mim! Quando ele terminou de falar colocou a mão no meu rosto abriu um sorriso bem grande e disse:

– Agora é sua vez de fechar os olhos.- Eu fechei e de repente...

( Por Federico)

Eu a beijei. Parecia que não existia mais nada no mundo, e o melhor ela me beijou também, então ela gostava de mim. Meu coração estava disparado, mas eu estava relaxado ao mesmo tempo. Nunca fiquei tão feliz na minha vida.

“Saimos”do beijo e ela começou a rir e eu perguntei:

– Que foi?

– Sua cara tá muito engraçada.

Eu comecei a rir também.

– Desculpa né. Eu nunca beijei ninguém.

– Eu também não.

– Bom, tenho que ir, já tá tarde.

– Então tá né.

Descemos e ela me acompanhou até a porta, nos despedimos com um beijo curto e no final ela disse:

– Te amo.

– Eu também.

Uau! A única pessoa que disse que me amava foi minha mãe!

(Por Ludmila)

Me virei e minha mãe estava me olhando torto e me perguntou:

– Você tá namorando com esse menino?

– Tô!!!- Eu disse animada.

– Nada disso! Pode acabar, ele é muito esquisito, traz uma imagem péssima, sebe o que é péssima Ludmila?!

– Ai mãe, pode parar! Eu gosto dele e não é você, nem ninguém que vai me separar dele!

Subi inconformada com aquilo, mas não liguei muito. Eu estava muito feliz pra pensar naquilo.