High School of Heroes - Interativa escrita por AtaqueAosLivros


Capítulo 3
Somos amigos, Duda




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Depois de alguns minutos no silêncio o ônibus deu um tranco, Angie encarou Marcus, que parecia mais pálido que o normal. Um rapaz de 1,90 com olhos verdes, pele bem pálida como se não tomasse sol, cabelos negros arrepiados até o ombros acabara de entrar. Usava uma jaqueta de couro preta com a gola levantada, por cima de uma camisa vermelha, calças jeans escura, botas de cano médio pretas e luvas de soldado.

Cristian revirou os olhos e bufou de braços cruzados atrás deles. Eduarda soltou um suspiro sonhador.

Mas não acabou por ai, Marcus se tornou vermelho quando uma menina entrou. Tinha 1,69 de altura, tinha curvas sinuosas, seios fartos, bumbum grande, cintura fina, coxas torneadas, mas ninguém pareceu notar, além de Angie pelas suas vestes de garoto (calça folgada, camiseta três números maior que seu tamanho, gorro na cabeça, luva sem dedos). Seu rosto era fino de expressões suaves. Lábios rosados e carnudos. Dentes brancos e alinhados. Olhos azuis com pigmentação violeta que fazia seus olhos parecerem roxos sob influencia de certas luzes do ônibus. Dedos longos e finos. Mão delicadas e fortes. Nariz fino, curto e arrebitado. Cabelos ruivos naturais (como o por do sol) cacheados que ela sempre usa á altura do ombro. Quando sorriu apareceram covinhas na bochecha. Tinha a pele lisa e suave. Pele parda bronzeada.

– Nossa - Angie soltou um elogio

Astrid revirou os olhos.

– Estava demorando - comentou ela

A garota bonita que acabara de entrar, sentou-se sozinha. Já o garoto, andou até um grupinho de alunos pálidos como ele de roupas parecidas com as suas.

– Lobisomens - comentou Cristian

– O que? - Angie e Eduarda viraram seus rostos

– Aqueles lá. Lobisomens.

– Se eu disse que odeio demônios, digo logo, odeio lobisomens e vampiros - disse Astrid

– O que você não odeia? - perguntou Eduarda, brincando e dando uma risada.

Froid riu, Astrid revirou os olhos porém Angie apenas perguntou.

– O que tem com os lobisomens?

Astrid, Cristian, Eduarda e Froid a encararam como se ela tivesse problemas.

– Cara - murmurou Froid.

– Vampiros = Demônios, odeiam lobisomens - disse Eduarda, como se explicasse para uma criança de dois anos. Angie revirou os olhos.

– Você também não conhece muitas coisas do mundo mágico - comentou Astrid para Eduarda, que apenas ficou vermelha - Afinal, de que família você vem?

Eduarda apenas encarou a janela e disse.

– Humanos.

– Há - riu-se Astrid - Mortais - ela cuspiu a palavra - Tão sem graça.

– E você? - perguntou Angie - Quem são seus pais?

Astrid tirou o cabelo do ombro e apenas disse.

– Meu pai é Shock Solberg. Minha mãe foi Ayla Heissen. É minha irmã é Panda Solberg.

– Solberg? - perguntou Cristian, colocando a cabeça entre Eduarda e Angie - Trapaceiros. Sujos. Ladrões.

Astrid revirou os olhos.

– Que drama - disse ela - Só fizeram o que tinham que fazer.

– Ah, claro. Trapacear - falou Cristian

– E a sua família, astro do rock? - perguntou Astrid. Angie notou a raiva em sua voz.

– Minha mãe é Johanna, humana. Elisabeth e Klaus são meus avós, já meu pai...Eu não sei muito sobre ele - fez cara de indiferente - E nem quero saber.

– Sem graça - cantarolou Astrid - Froid.

– Segurem seus corações galera - disse Denis - A história emocionante está para começar. Nasci em uma vila onde a magia era escassa, por isso, os “nascidos com poderes”, como eu, acho, demoravam para demonstrar sinais de magia. Morei durante os seus primeiros 5 anos de vida naquela aldeia, mas, para o meu azar, a vila começou a passar por dificuldades financeiras, e o jeito que acharam para resolver esse problema foi vendendo algumas crianças no mercado negro como escravas, no geral (algumas eram vendidas para serem outras coisas: comida, prostituição e etc.). Eu fui comprado por um ex-comandante das forças armadas, que acabara enlouquecendo após uma grande guerra. Servi como saco de pancadas para o sujeito durante 4 anos, e a magia não conseguia se manifestar naquele meu corpo maltratado pelo meu "dono". Por algum motivo desconhecido, o ex-general me colocou de novo como venda no mercado negro, mas ninguém, além de um cientista louco, que, vendo que meu corpo não valeria para ser qualquer coisa além de um cobaia para seus experimentos, quis me comprar; e foi assim que vivi durante mais 3 anos, até que um dos guardas pessoais do cientista morrer e contratarem um novo. Esse novo guarda teve piedade de mim, e me ajudou a fugir do laboratório. Infelizmente, durante a fuga, o bom guarda foi assassinado, mas eu não me deixei levar pela morte, existia muito adrenalina nas minhas veias para pensar em qualquer coisa, a não ser “Livre! Livre! Serei livre!”. E eu fui, alcançou a liberdade, a custo de uma vida. Consegui um lar em uma favela das maiores cidades, mas mesmo assim a morte do homem não deixava minha consciência, aparecia em todos os meus pesadelos, e em todos esses sonhos cruéis, eu sempre acordei gritando. Finalmente, a magia conseguiu se expressar no meu corpo, por pequenos gestos, como flutuar pequenos objetos por alguns poucos milímetros, etc. Levei a vida desse jeito por mais 2 anos, até que uma misteriosa carta apareceu, de repente, em cima de minha cama. E aqui estou eu - ele comentou com um sorriso fraco, Angie viu seus olhos tristes.

Até Astrid não comentou nada, apenas no encarou. Eduarda encarava as mãos, triste e Cristian ficou calado, encarando Froid, que sorriu e disse.

– Está bem, sem tristeza. Eduarda?

– Hein? - ela o encarou. Angie viu seus olhos castanhos reluzindo em lágrimas que não escorreram.

– Conta sua história - disse Astrid ainda o encarando. Froid continuava sorrindo.

– Ah, minha história é tão sem graça - Eduarda abaixou a cabeça.

Angie colocou a mão em seu ombro.

– Vamos

Eduarda rolou os olhos.

– Está bem - falou - Eu sempre morei em um orfanato para humanos, já que, para eu estar lá é mais do que óbvio que não conheci meus pais. Sempre fui isolada de todos. Ninguém me queria por perto e nem olhavam na minha cara, como se eu já tivesse feito algo horrendo para eles - Eduarda pensou que não seria legal mencionar de seus sonhos, eles poderiam pensar que era maluca - Bem - pigarreou - Nunca sai de lá e isso tudo - suspirou - Parece maravilhoso. Nunca tive amigos, por isso estou calada no meu canto - disse em menos de alguns minutos de tão apressada.

– Respira, Eduarda - comentou Cristian

Eduarda sorriu fraco e corou.

– Viram - abaixou a cabeça - É sem graça

– Não é não - Angie disse - E agora pare de bobeira em falar que não tem amigos. Acha que somos o que?

– Amigos? - perguntou Astrid, encarando as unhas.

– Sim - sorriu Froid, estendendo o braço coberto por cortes e cicatrizes e bagunçando o cabelo de Eduarda, que riu.

Dois jovens entraram no ônibus, de mãos dadas, muito curiosos e receosos.

A menina possuía belos cabelos negros como a noite longos até sua cintura fina, seu rosto possuía traços finos e elegantes, seus olhos eram de um azul gracioso como o céu, lábios vermelhos e atraentes, altura mediana com 1,65 e pele clara como a neve. Já o rapaz, Alto com seus 1,85 de altura, com um corpo bem definido, loiro com cabelos curtos e repicados, os olhos azuis, mas diferente dos da menina eram como o oceano.

– Nossa - comentou Astrid - Só garoto bonito vindo, mas a maioria acompanhado - ela suspirou, triste.

– Sei que sou um gato Ash - disse Froid - Pode dizer

Astrid apenas revirou os olhos e disse.

– Sonha.

– Então - Cristian disse, encarando Angie - Sua história?

– Ah - Angie gaguejou - E-Eu? Tem certeza?

– Não deve ser tão sem graça assim - disse Duda implicante.

– Ah - Angie revirou os olhos - O.k. Não tem nada de especial. Nasci com humanos, morei com humanos e vivo com humanos. Pronto. - ela deu de ombros.

– Astrid - disse Cristian - Sua vez.

– Nasci numa família de "trapaceiros", como Cristian diz - ela sorriu falsa para ele, que retribuiu, os olhos faiscando - É o negócio da família enganar, mentir, trapacear e roubar. E eu adoro isso. Principalmente roubar e trapacear em jogos de cartas. É o que eu mais gosto de fazer. Não se sabe quando esse vício surgiu em minha família, mas já faz mais de três gerações - disse ela - Pronto, Cristian, satisfeito?

– Muito, acabou de provar que sua família é podre.

– Pelo menos eu tenho uma família descente - disse ela

– Descente? Roubar, trapacear gente inocente é ser descente para você? - ele perguntou

– Ora - ela revirou os olhos, coisa que Angie notou ser um vicio para ela - Querido, se você soubesse o que essa gente "inocente" faz...

– Que seja - cortou Angie - Marcus!

– Sim? - ele apareceu

– Estamos chegando?

– Ainda não - falou ele voltando para o lugar.

Angie viu Astrid fulminar Cristian que retribuiu, Froid assobiava, Duda encarava Astrid para Cristian, Cristian para Astrid. Angie recostou-se no banco e suspirou.


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