xPOV HÉCATESx

POR FAVOR, SERÁ QUE DÁ PRA ALGUÉM ME DAR UMA LENTE, PORQUE EU NÃO TÔ ACREDITANDO NESSA POHA TODA!!!

EU: Então é você que eu venho sentindo todo esse tempo, Sebastiam?

S.: Acho que sim, “hime”.

EU: Não sabia que demônios como você precisam de aulas em escolas humanas quando se pode dar aulas em casa.

S.: HÁHÁHÁHÁHÁHÁHÁ!!! Você não mudou nada MESMO, Princesa Hécates . Nem parece que se passaram quase duzentos anos.

EU: E você continua atrevido, “SEBAS-CHAN”!

S.: Você sabe muito bem que não gosto que me chamem assim!

EU: E você sabe que não gosto de ser chamada de HIME!
Ele me olha, vencido por minhas palavras.
S.: Continue assim e será uma rainha melhor que seu pai.

EU: Não quero ser rainha. Não casada com aquele idiota do meu primo! Eu não o amo!

S.: Você leva esse negócio de amor muito a sério.

EU: Entenda Sebastiam, eu quero ter minha “vida”, quero ser feliz e livre! Casar-me com alguém que não amo e me obrigar a ser rainha só provam que meu pai está tirando isso de mim!
Ele me olha dos pés a cabeça, analisa minha expressão de angustia misturada com raiva e determinação e faz uma coisa que nunca iria esperar: me pressiona na parede, me cercando com os braços e me beija. Um beijo calmo e... APAIXONADO?!?! QUEISSOMEO?!?! Ele me pegou de surpresa com isso e fez meu coração bater mais rápido, de um jeito que nunca tinha batido antes. Isso me deixa em transe, petrificada, IMÓVEL! Não sei o que há comigo ou com meu corpo, só sei que nossos lábios se encaixam perfeitamente, num ritmo perfeito, enquanto meu corpo reage instintivamente, fazendo com que meus olhos se fechem e que meu braço direito enlace seu pescoço enquanto minha mão puxa levemente seus cabelos negros macios. Minha mão esquerda passeia por seu peito e vez ou outra meus dedos danadinhos entram nos vãos entre os botões de sua camisa para dar uma leve tocada em sua pele macia e em seu peito firme. Enquanto ele está meio coradinho (SURPRISE, MÃEDAFOCA!), eu estou quase uma pimenta. Meus dedos começam a acariciar-lhe a nuca atrevidamente e ele geme baixinho entre nosso beijo. O som de seu gemido me traz de volta para o mundo e percebo que tem algo duro roçando em mim, logo acima de minha coxa. Também percebo que tem um líquido morno começando a escorrer entre as minhas pernas e que, mesmo com sutiã, os bicos de meus peitos estão rijos. Me afasto dele e miro seus olhos cor rubi, esses olhos...

EU: O que estamos fazendo?

S.: Eu não sei. De repente tudo o que me passou pela cabeça foi fazer isso e meu corpo agiu sem eu ter consciência!

EU: Acho que... que...

S.: Que...?

EU: Que você... é... um maldito INCUBUS!

S.: O quê?!?

EU: ISSO MESMO! UM INCUBUS! Você sabia, Sebastiam? INCUBUS são tão odiados por membros da realeza demoníaca quanto por padres, exorcistas e freiras!

S.: O que te faz pensar que sou um Incubus?

EU: O simples fato de você ter estuprado uma freira, uma domadora de animais do circo, ter se aproveitado de uma tábua solta para roubar meu primeiro beijo e quase ter tirado minha virgindade AQUI!

S.: Foi só um impulso! Eu não sou um Incubus, pode perguntar a seu pai! Sou um demônio, como você, só não sou da corte real porque minha mãe era uma reles Sucubus e meu pai um humano!

EU: Você... Por que não me contou antes?! Eu teria entendido!!!

S.: Pro seu pai me tratar pior do que já me trata e você me odiar mais ainda por causa daquele ACIDENTE? Não, obrigado!

EU: Por que você tem tanto medo?

S.: De quê?

EU: De que eu te odeie!

S.: Por causa de uma coisa que você não tem e nunca terá: SENTIMENTOS! EU sinto tristeza, ódio, ira, raiva, amor, felicidade, enquanto você é só uma demônio idiota que copia a expressão de sentimento dos outros e finge tudo!

EU: Eu... Eu...

S.: Você O QUÊ?
Lágrimas escorrem por meu rosto e vejo o arrependimento no dele, mas não vou me deixar levar pelo perdão!

EU: Eu... Te... ODEIO!

S.: Hécates... Eu... Desculpe-me, eu só...

EU: Não precisa falar mais nada! Você não sabe NADA, absolutamente NADA sobre mim! Eu tenho sentimentos, SIM! Xingo os outros por raiva, rio por felicidade, choro por tristeza, angustia E RAIVA! Também sei o que é ter uma mãe detestável, também sei o que é ter um pai retardado, também sei o que é AMOR!

S.: Mas... Eu só...

EU: CALA A BOCA!-Tento enxugar minhas lágrimas, em vão, enquanto ando pelos corredores da escola, indo até minha sala- PARA DE ME SEGUIR!

S.: Não até você me ouvir!

EU: Não!-Ele segura meu braço- ME LARGA!-Consigo me soltar- EU NÃO QUERO MAIS VER ESSA SUA CARA POR UM BOM TEMPO, OUVIU? Na verdade, UM LONGO TEMPO!
Entro na sala e reparo que não tem ninguém. DUH! Agora é aula de educação física e eu não to muito afim de ir até o vestiário e fazer exercícios, então pego a mochila e vou para casa. Acho que, pro segundo dia de aula, já tive o bastante dessa escola!

xPOV SEBASTIAMx

ISSO NÃO PODE ESTAR ACONTECENDO! EU NÃO POSSO TER FALADO ESSAS BABOSEIRAS PARA A ÚNICA GAROTA DE QUEM GOSTEI EM DEZ MIL E OITENTA ANOS!
Entro em minha sala depois daquela cena de novela no corredor e vou para minha carteira no meio da sala. Ninguém parece ter notado nada. ÓTIMO! As aulas do dia acabam e vou buscar o Jovem Mestre em sua escola. Todas as garotas do fundamental comentam sobre minha pessoa naquele lugar. “Nossa, como o Ciel-san tem um irmão gato!”; “Aposto que ele se interessaria mais por mim do que pela Amira-san!” e “UAU! Eu quero esse cara nu na minha cama!” são comentários muito freqüentes pelas “panelinhas” de garotas.

S.: Vamos Ciel! Okaa-san deve estar ficando preocupada!

C.: Claro, aniki. Acha que dessa vez ela faz aquele delicioso onigiri pra gente comer enquanto joga?

S.: Acho que ela vai preparar é uma bela de uma bronca!

C.: BRRRR!*Fingindo arrepio* Acho que vamos nos ferrar hoje!

S.: Concordo!

Seguimos até nossa casa nada pequena e vamos fazer o que precisamos. Como eu e o Jovem Mestre estamos estudando, temos deveres de escola E as tarefas mais antigas: eu, como mordomo, ele, como jovem trabalhador. Preparo um lanche para ele e vou arrumar a casa. Obviamente, estou com um rosto triste, então Ciel fica preocupado.

C.: SEBASTIAM!

S.: Sim, Jovem Mestre?

C.: Sente-se aqui. -aponta para uma poltrona a sua frente- Quero falar com você.
Sento-me e o encaro. Ele dá um longo suspiro e finalmente fala:

C.: Você teve uma grande decepção hoje, não posso discordar, mas também teve um comportamento decepcionante.

S.: Como assim?

C.: Você se encontrou com ELA, não foi?

S.: Ela?

C.: Hécates, sua besta!

S.: ...

C.: Por que disse aquelas coisas a ela? Por que se revelou um tremendo IDIOTA? Você ACHA que estou orgulhoso disso, Sebastiam? ACHA que é normal no mundo um cara de aparência de 17 anos levar bronca de um garoto de aparência de 15 por ser um TREMENDO CAFAJESTE?!? ACHA que alguma garota, seja demônio, anjo ou humana, vai querer sair com você depois de saber que você fez uma BURRADA dessas? Que alguém vai ter confiança de chegar perto de um cara que beijou uma garota sem mais nem menos, se aproveitando de sua insegurança e de sua distração, e depois ralhou com ela por ter achado ruim ele ter feito isso?

S.: Senhor, eu...

C.: Quero que você me ouça, e ouça com atenção: aqui no Japão, a virgindade e o beijo são tão valiosos quanto na época que eu nasci. Qualquer mulher molestada, seja sexualmente ou não, é tida como vítima e seu agressor como um estuprador! Deixe de fazer besteiras! Como ela quer distancia de você por um tempo, respeite isso mas, assim que tiver chance, FALE COM ELA E EXPLIQUE!

S.: Explicar que estou apaixonado?

C.: EXATAMENTE! Sebastiam, eu sei que você não sabe expressar seus sentimentos direito, então é melhor ir lendo alguns romances e vendo novelas, porque você vai precisar MUITO saber como se declarar para uma garota!

Engulo em seco. Quando começo a abrir a boca, meu Mestre me dispensa e volta a organizar a papelada para seu primeiro emprego. Saio e fico pensando no que ele disse. COMO ASSIM ME DECLARAR? Que eu saiba, e eu sei pouco, nunca se deve fazer uma declaração numa hora inapropriada: deve-se sempre rolar um clima antes. Mas aí vai a grande pergunta: Que homem assiste NOVELAS?!?!