Aprendendo a Amar escrita por Agridoce


Capítulo 25
Um Convite Especial


Notas iniciais do capítulo

Gente!
Eu nem sei dizer se pedir desculpas adianta, mas deixo aqui as minhas.
Como das últimas vezes, demorei um mês e uns dias pra postar.
Estou numa correria de final de curso e formatura e final de estágio,
e início de ano, uma doideira. E daí a inspiração vai se esvaindo às vezes.
Mas aqui estou, e espero não demorar pra voltar, esperando que vocês
não tenham desistido de mim.
PS: obrigada aos que continuam por aí, em especial a Carol que mandou mensagem perguntando sobre meu sumiço. Isto me fez ter força de vontade e finalmente postar, obrigada!
Espero que gostem, açúcar em demasia neste capítulo.
Me desculpe os possíveis erros, eu dei uma revisada, mas nunca se sabe, hehehe



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Poderia ser por volta das 3h da manhã, ou 5h, Rodrigo não sabia. E nem quis saber. Na verdade, queria que o tempo parasse naquele instante para que pudesse conseguir compreender tudo que havia acontecido horas atrás. Lucas estava deitado ao seu lado, dormindo tranquilo em um sono sereno, que não era nem de perto o usual. Ele parecia tranquilo, sem sentir o peso do mundo que parecia por vezes carregar. Sorrindo e não conseguindo resistir, o loiro fez carinho nos cabelos morenos, pensando no quanto ele havia se entregado de forma tão linda e completa pra ele. Na hora  quase chegou a ficar assustado ao sentir todas as emoções que sentiu estando com Lucas. Mas conseguiu esquecer disto e aproveitar o momento, tentando demonstrar ao outro o máximo de seu carinho por ele. Um sentimento de posse boa o tomou em meio aos beijos e carícias, que o fazia  agora entender porque o moreno era tão intenso com seus sentimento. Lucas com sua experiência sabia que após fazerem amor estariam ainda mais ligados, tanto que agora era Rodrigo que pensava como seria ter que passar um dia inteiro longe do namorado.  Com o coração pulando no peito ao ter todos estes pensamentos o loiro voltou a se aconchegar mais a Lucas, dormindo após pensar no quanto a vida valia a pena. 

**** 

Lucas acordou e percebeu na hora, como sempre, que o mais novo já estava de pé. Sabia que Rodrigo sempre madrugava, mas neste dia queria ter acordado ao seu lado para perceber quais reações ele esboçaria. Na noite passada não haviam conversado muito, mas queria que as coisas tivessem sido pra ele tão especiais quanto foi pra si.  Espreguiçando-se, percebeu que não havia acordado durante toda a madrugada, e um sorriso foi impossível não surgir ao constatar que foi por conta de tudo que sentiu ao estar em plenitude nos braços do loiro, seu namorado, a pessoa que hoje era a mais importante do mundo pra ele. Lembrou no quanto Rodrigo se mostrou disposto a encarar o momento, sendo tão carinhoso com ele ao esboçar seus sentimentos e juras de amor que poderia muito bem ter passado a madrugada passada inteira chorando e sorrindo, velando o sono do outro, que estaria ainda assim feliz.  

Porém, em sua costumeira gangorra emocional, não poderia negar que no momento era a preocupação e o medo que tomavam conta de si ao tentar imaginar o que o outro estaria pensando e sentindo. Será que ele havia gostado ou ficado assustado consigo? Sentia que Rodrigo não tinha experiência, até mesmo com meninas, eles já haviam conversado sobre isto por cima. Temia que ele não tivesse gostado, ou tivesse sentido falta de alguma coisa ao estar consigo. Mas as prováveis respostas para estás perguntas não demorariam a ser respondidas já que o loiro entrava no quarto com uma bandeja neste exato instante, fazendo o coração de Lucas pulsar. "Tão lindo", o mais velho não conseguiu deixar de pensar.  

— Bom dia! – como sempre, Rodrigo entrava no quarto sentando na cama ao cumprimentá-lo.   

Lucas continuava olhando para ele, com mil coisas em sua mente, mas sem saber de fato o que o estava deixando nervoso, quase envergonhado.  Não era como se já não tivesse ficado em tal situação após transar com alguém na noite anterior. Por isso se sentia ridículo, como sempre normalmente se sentia ao lado do mais novo. Não conseguia nem ao menos responder ao cumprimento. "Gostaria de ser menos inseguro", pensou triste. 

Rodrigo, ao perceber o silêncio do outro, já ficou imaginando o tanto de coisa que devia estar passando por aquela cabeça insegura. Mas o som do moreno dizendo que lhe amava, e a lembrança do toque dele em seu corpo o fez mais uma vez deixar seus próprios receios de lado. Esperto, Rodrigo  já sabia que tinha o dom de surpreender o moreno, e gostava disto, e foi o que fez. Sentando ao lado de Lucas, passou a fazer carinho em sua nuca, o olhando dentro dos olhos, como apenas alguém que não tivesse nada a temer faria.  

— Está tudo bem contigo? – Rodrigo resolveu perguntar já que  o moreno não devolveu o cumprimento, apesar de olhar para ele com olhos apurados.  

Era uma verdade que, apesar de não tentar demonstrar, o loiro também estava inseguro com o que aconteceria a partir de então. Ainda não conseguia mensurar a importância da noite passada, se é que era possível, e também não tinha muita experiência para comparar. Depois de muito pensar o loiro estava imaginando se não havia machucado o moreno, ou feito alguma coisa que não fosse do seu agrado. Ele não entendia muito bem como as coisas funcionavam, apenas se deixou guiar pelo mais velho, mas agora depois de passado o momento gostaria de saber se havia sido pra ele tão bom quanto pra si. Mas percebendo que Lucas continuava quieto, resolveu continuar em seu quase usual monólogo, já que Lucas normalmente já não falava muito. "Mas  me ouve como ninguém", Rodrigo acrescentou sorrindo para si mentalmente.  

— Bom, eu trouxe leite pra ti – disse isto fazendo careta já que não gostava nem do cheiro da bebida, mas sempre aquecia para o moreno – e também fiz torradas. Acho que estão bem boas, quer? - e voltou a olhar para Lucas com seu sorriso simples de quem está sendo verdadeiro. O mais novo não sabia o que falar, mas na dúvida resolveu tentar puxar qualquer conversa.  

O mais velho não resistiu e o puxou para um beijo vibrante e possessivo. Achava que nunca iria se acostumar em ter Rodrigo em sua vida, tão perto, compartilhando estes momentos triviais. Enquanto a língua de ambos se encontravam num movimento e ritmo que aquecia o coração, mais uma vez Lucas lamentava por não conseguir falar sobre si e aquilo que sentia de forma solta para o namorado. Quando o beijo acabou os dois ficaram se olhando, como sempre, deixando claro seus receios, mas se apoiando na expressão um do outro para conseguir se entender. 

— Vai parecer clichê se eu disser que foi a melhor noite da minha vida? – Lucas soltou antes que sua coragem se fosse pelo ralo. 

Rodrigo parou de levar a caneca até a boca assim que ouviu isto. Nossa, Lucas quase fez ele virar todo o conteúdo da xícara em cima da cama. Seu coração deu um salto tão grande que começou a duvidar se não teria naquele instante algum ataque de asma ou algo assim, estava sem ar. Mas como o outro o olhava desconfiado, esperando uma resposta, respondeu antes que ele entendesse seu silêncio de forma errada. 

—  Acho que não se eu disser que pra mim foi muito especial também. Obrigada por confiar em mim, Lucas.  

Antes que o loiro pudesse perceber que, mais uma vez, seus olhos brilhavam de emoção, Lucas abraçou seu loiro, encostando a cabeça em seu pescoço e respirando seu cheiro que também estava em si naquela manhã.  

—  A gente pode passar a manhã inteira assim Luke, mas antes é preciso comer, não acha? 

Mas o moreno parecia não querer largar o loiro de jeito nenhum. Ao constatar isto, Rodrigo, assim como em situações anteriores, percebeu o quanto era importante sua presença ali, já que apesar de não confessar, Lucas precisava de atenção. Isto o fez pensar nos dias e anos em que o mais velho esteve sozinho, até que se encontraram. Mas resolveu começar a comer algo antes que a pieguice tomasse ainda mais conta dele, pensou sorrindo, sentindo Lucas o apertar mais ainda.  

Retornou a tomar seu café enquanto sentia o moreno lhe fazendo carinho.  

—  Olha que eu vou acabar comendo tudo... 

Lucas sorriu, mas apenas continuava a olhar o outro.  

—  Não sei como tu consegues ser magro assim se está sempre se alimentando nas horas certas e comendo bem... - Lucas resolveu falar enquanto continuava não conseguindo tirar as mão de Rodrigo. 

—  Sou um magricela – ele nem era tão magro assim, mas não engordava mesmo – deve ser porque eu não fico comendo pizza, tomando refrigerante por aí... 

—  Ah sim, se era uma indireta eu entendi direitinho... e tu nem és tão magricela – o moreno disse isto agarrando ainda mais o loiro, que pensava como seria difícil desgrudar dele quando fosse preciso. Então era assim que se sentiam os apaixonados?  

—  Claro que não foi uma indireta... Até porque depois que eu passo tanto tempo aqui, tu até que tens parado de comer feito adolescente – o loiro já estava em sua segunda torrada e nada do moreno comer. Isto o deixava sempre preocupado, porque de fato ele não se alimentava bem - Olha, eu odeio meu café frio. Tu não te importa com esse leite ai parado? 

Olhando feito criança para o loiro ao ser censurado, Lucas resolveu comer alguma coisa antes que Rodrigo ficasse o incomodando com isto, ou o fizesse tomar uma daquelas vitaminas que ele tinha o dom de fazer, e algumas eram realmente péssimas, pensava sorrindo enquanto se servia. Na verdade Lucas não sentia muita fome, mas procurava se alimentar quando estava com ele. 

—  Adoro leite gelado também –   disse isso após um gole e já ia beijar o loiro quando ele desviou, o deixando sem entender. 

—  Tudo, menos esse gosto de leite em mim, argh! –  a cara que o loiro fez foi tão engraçada que o moreno sentiu vontade de apertá-lo pra si, mas se limitou a beijar seu pescoço apenas.  

A manhã passou tranquila, após o café os dois decidiram voltar pra cama, se bem que nem tinham saído já que fizeram a refeição por ali, e ficaram abraçados, ainda sem tocar no assunto da noite anterior. Mas como sempre, foi Rodrigo que tomou a iniciativa.  

— Lucas... está tudo bem contigo? 

O moreno ficou surpreso novamente com a pergunta e Rodrigo tomando coragem resolveu acrescentar. 

— É que não sei, é tudo tão novo... eu não te machuquei? 

O moreno não conseguiu deixar de pensar no quanto o namorado era fofo. Nunca ninguém havia perguntado pra ele se a noite tinha sido boa, ou se tinha se machucado. Seu coração enternecia.  

— Rodrigo, eu já disse, foi a melhor noite da minha vida. Não terias como me machucar. 

— É que sei lá, eu não tenho tanta experiência assim... imaginei se não tinha feito alguma coisa errada, eu... 

Lucas mais uma vez voltou a pensar na falta de experiência do loiro. Será que mesmo tendo esperado um tempo, ainda tinha sido cedo demais? Este pensamento fez ele começar a se fechar como sempre, o que fez o Rodrigo sentir já que estavam bem próximos. 

— Ei!, o que foi? Quem tinha que estar assim sou eu. Apenas perguntei porque tu já tivestes , com certeza, muitas....experiências neste sentido. E aposto que... 

— Shiiuu! –  Lucas não entendi o que ele estava querendo dizer –  Nunca foi assim! Nunca como foi com você, acredite. Se eu pudesse trocar todas as lembranças anteriores por esta noite eu faria. Sério... – nessa hora Lucas não conseguia mais se segurar – você é tão perfeito... 

E nisto os dois já começaram a se beijar de forma tranquila, mas sempre profunda. E como se a noite anterior houvesse acontecido ainda pouco, ambos foram guiando através do sentindo seus toques, explorando e confirmando aquilo que haviam descoberto juntos anteriormente. Lucas quis ser menos inseguro desta vez, proporcionando ao outro muito prazer ao beijá-lo pelo corpo inteiro, sempre voltando a manter contato com seu olhos após cada novo detalhe que as mãos encontravam. Rodrigo recebia todo aquele amor sem receios e encanações, sorrindo ao pensar que o moreno que conheceu, naquela noite na boate, tão cheio de atitude, estava começando a retornar, aos poucos, para si. Sonhava com o dia em que Lucas conseguiria estar de coração aberto para o mundo, utilizando de tudo que há pra oferecer. Antes de focar de vez no momento seu ultimo pensamento foi o de que ele queria ser a ponte para esta evolução. Com certeza.  

******* 

O fim de semana, como sempre, estava passando voando. Após aquela manhã cheia de novas descobertas os dois decidiram ficar em casa mesmo, no sofá da sala, obviamente grudados. Rodrigo tinha medo de imaginar como seria quando tivessem que se soltar, porque isso aconteceria, tinha uma casa, oras!, pensava sorrindo. Foi quando seu celular tocou. 

—  Oi filho, tudo bem? Se alimentando direitinho? –  na noite passada o filho não havia telefonado como sempre fazia, ela havia ficado preocupada. 

—  Oi mãe, estou bem sim. Desculpa não ligar ontem. –  Rodrigo falava com a mãe enquanto olhava Lucas que estava quase dormindo. Ele permanecia tomando seus medicamentos para ansiedade, e isto o deixava com sono. Mas o pensamento de que ele era um bicho preguiça mesmo não tinha como não passar por sua cabeça. 

—  Fiquei preocupada, achei que não queria falar comigo –  a mãe do mais novo disse gracejando –  Não quis vir passar o fim de semana com a gente novamente? Estou pensando em fazer aquele bolo de chocolate que tu tanto gostas. 

Rodrigo só de imaginar já ficou com saudades de casa, como sempre acontecia quando chegava o fim de semana. Mas ao olhar o moreno aconchegado nele  percebeu que hoje entendia que seu lugar era onde estavam as pessoas que ele amava. Claro que na casa dos pais, isto sempre seria, mas não se sentia mais tão sozinho assim ali na cidade. 

—  Só de imaginar já estou com vontade de comer, mãe. Mas não posso, tenho que fazer umas coisas por aqui... 

A mãe do loiro estranhou porque nada o faria deixar de voltar pra casa, a não ser que... 

— Filho, e sobre aquela pessoa que conversamos... como estão as coisas? 

Parecendo pressentir o que sua mãe dizia, Lucas neste momento abriu os olhos se orientando e percebendo que o loiro falava ao telefone.  

— Está tudo bem, mãe. Aos poucos as coisas vão se ajeitando. –  falou de forma invasiva. Não queria que o moreno percebesse que era o assunto da conversa, ele ficaria nervoso. 

— Rodrigo, ai de você se me esconder alguma coisa. Você anda tão risonho, preciso saber de  quem é a culpa! – O loiro sorria enquanto ouvia a mãe –  Tu não estás sozinho aí, não é? Me conta, filho!  

— Mãe, depois  a gente conversa, ok? 

Alguns filhos poderiam se incomodar, mas não era o caso do loiro. Ele amava os pais e de forma alguma iria se importar com a preocupação deles. Se conhecia, caso não estivesse com o moreno tão perto, que observava tudo que falava, teria aberto o coração pra mãe. 

— Ai, está bem meu filho. Não vou mais te questionar sobre isso. Mas promete não me deixar de fora da tua vida, tá? Aliás, daqui duas semanas é meu aniversário!  Tu vens, né? 

— Claro mãe, como eu perderia! Ainda mais quando a senhora sempre faz aquela torta fria que eu adoro!– o loiro já imaginava como faria com Lucas, lembrando da última vez em que ficaram separados em sua visita aos pais – E claro que não mãe, nunca faria isto, esconder algo da senhora. Tu e o pai serão sempre meus melhores amigos, viu?  

O loiro disse sorrindo, o que fez Lucas se apaixonar mais um pouco por ele. Deus, ficaria louco assim tendo várias overdoses de Rodrigo por dia. 

— Ok, então venha. E se quiser, pode trazer mais alguém. Não me importo. - ela está se divertindo as minhas custas, sabia. Enquanto não soubesse quem  é a mais velha não desistiria.  

— Ok, mãe. Vou pensar. Agora eu preciso desligar, tá? 

— Está bem, filho. Beijo pra ti. E pra quem está aí contigo!  

Rodrigo sorria enquanto  desligava e sentia que o moreno o observava. Largando o celular ele mudou de posição no sofá, ficando por cima do moreno, o olhando nos olhos. 

— Minha mãe te mandou um beijo. 

Lucas ficou sem reação ao ouvir aquilo. 

— Como assim, ela sabia que tu estavas aqui comigo? Tu falou sobre nós pra ela já? Rodrigo... 

— Ei, não precisa ficar nervoso. Eu não falei nada... mas sei lá, coisas de mães... –  Rodrigo sabia que Lucas tinha medo da reação de seus pais quando soubessem sobre ele, por isso tinha medo de pensar quando o loiro fizesse isto. Mas tentando fazê-lo esquecer disto no momento Rodrigo se aproximou ainda mais do corpo dele o beijando de forma carinhosa. Ainda não comentaria nada com ele sobre o aniversário da mãe. Mas sabia que o convenceria a ir, isto tinha certeza. 


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Notas finais do capítulo

Não vejo a hora deste encontro! Que espero que aconteça logo!
beijos e até,
Agridoce