Aprendendo a Amar escrita por Agridoce


Capítulo 26
Mãe sempre sabe


Notas iniciais do capítulo

Hello!
Gente, espero que agora eu consiga focar de verdade!
Enfim, na última sexta-feira, me formei! ♥
Correria total, mas deu tudo certo. Firmarei um compromisso de voltar aqui antes de completar uma semana. E tenho dito, podem cobrar!
beijos e muito obrigada pelos comentários, msgs e acompanhamentos!



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Marisa, mãe de Rodrigo, após desligar o telefone ao falar com o filho, decidiu ir fazer o bolo que havia dito para o loiro. Cozinhar sempre ajudava a pensar. Adorava cozinhar, mas desde que o filho havia saído de casa não tinha mais o costume de preparar pratos diversificados. Sempre havia sido apenas os três um para o outro, pois os familiares eram todos distantes, e muitos não faziam questão de acompanhar o crescimento que a família havia conquistado com muito suor. Escolhendo alguns ingredientes na nova cozinha, que ainda mantinha a simplicidade, mas desde que ascenderam era equipada com vários aparelhos que facilitavam seu serviço, a também loira lamentava pelo filho, pois, ele não teria posteriormente uma estrutura familiar muito presente. Preocupava-se, pois sabia que, caso algo ocorresse com eles, Rodrigo estaria sozinho. Por isto, torcia para que ele encontrasse alguém que o amasse e cuidasse assim como eles o faziam. E sentia que este momento tinha chegado. Na época do namoro com a Mariana eles conversavam com o loiro a respeito do relacionamento, e coração de mãe não se engana, o filho não era feliz com ela. Quando eles terminaram e percebeu que a garota, sem ressentimento nenhum, já focou sua atenção para outro rapaz, percebeu que era melhor que o filho encontrasse outra pessoa pra si. Fosse ela quem fosse.

Quebrando os ovos em uma tigela, ela voltou sua atenção para os pensamentos que a assolavam desde a última vez que o filho esteve ali. Não era comum ele esconder alguma coisa dos pais, a não ser que pensasse que eles ficariam incomodados ou tristes com aquilo que tinha pra dizer. Marisa era muito simples, mas por conta do filho que sempre gostou de conhecer e estudar novas coisas, ela compreendia certos “assuntos” da modernidade. Tinham uma televisão em casa que na verdade não assistiam muito, porém adorava acompanhar novelas. E estava já por dentro de assuntos bem atuais, como relacionamento entre diferentes... e iguais. A relutância do filho em falar a eles sobre quem seria esta pessoa que o estava deixando louco, porém visivelmente apaixonado, ascendeu em Marisa algumas questões.

Mesmo quando estava com esta ultima menina lá da faculdade, a tal de Maiara, em algumas semanas atrás, Rodrigo havia comentado com os pais sobre o quase relacionamento. Mesmo que não abertamente ele mostrou não estar tão interessado assim na guria, o que fez os mais velhos se questionarem do motivo dele estar com ela, mas o mais novo fugia desta pergunta. Mas agora parecia que acontecia algo diferente. Esta pessoa especial que ele não falava sobre, de jeito nenhum, nem nos telefonemas dos últimos dias, o estava fazendo ficar mais reservado, como se houvesse algo que impedisse a relação. O marido dizia que era coisa de sua cabeça, mas sabia que não. Ele estava com alguém, conhecia seu filho. Mas ele não se sentia a vontade pra falar, e ela começava a ficar preocupada com os motivos disso. E velhas lembranças assolavam seus pensamentos.

Rodrigo tinha por volta dos 14 anos, era aniversário de Marisa e a família estava reunida na sala de casa. Alguns parentes que moravam perto haviam ido comemorar a data com a loira, que havia preparado vários pratos a todos.

— Mãe! Olha, eu escrevi mais um poema pra você, olha! – O filho vivia escrevendo textos para os pais, os amigos, adorava escrever.

— Que lindo, filho! Adorei as flores desenhadas! Olhem só que talentoso este meu filho é!

Marisa mostrava a todos o presente que o filho havia lhe dado, ao mesmo tempo que não conseguia ignorar as expressões estranhas de algumas das pessoas que estavam ali.

— Filho, vai mostrar para seu pai. E depois volta aqui pra comer alguma coisa, a mãe fez aquela torta que tu adoras!

Enquanto via o filho ir calmamente até o pai, ele nunca foi destas crianças que saem derrubando tudo que enxergam pela frente, Marisa dirigiu-se a uma das primas que normalmente só sabia fuxicar da vida alheia.

— O que foi, Rosane? Algum problema?

A morena era uma destas pessoas que não tinha vergonha nenhuma em ser inconveniente.

— Nada demais, Marisa... Mas sei lá, tu não achas estranho enquanto todos os meninos estão lá na cachoeira brincando ou andando de cavalo por aí o Rodrigo está escrevendo poemas na sala?

Marisa tinha vontade de mandar ela ir embora, mas não faria isto. Tinha educação e sua vida era tão feliz, a opinião dela não a abalaria.

— Estás querendo dizer alguma coisa, Rosane? Não entendi.

— Nada, é preciso prestar a atenção... ele é tão delicado. Você não se preocupa com o que pode acontecer no futuro?

Não era como se Marisa não tivesse já pensado sobre isto. Mas não era da conta de ninguém comentar sobre. E defenderia o filho sempre, ele era a alegria de sua vida.

— Eu me preocuparia se ele fosse um destes meninos que não sabem conviver com outras pessoas, ou soubesse apenas falar sobre coisas brutais. Não estou nem um pouco preocupada, e tenho certeza que no futuro o Rodrigo será um grande homem, sem dúvida. Eu e Carlos não temos nenhuma preocupação quanto a isto.

A mulher ainda tentou engatar um novo assunto, mas Marisa passou a ignorá-la totalmente. E foi aí que percebeu que no futuro talvez o filho não fosse aquilo que uma sociedade espera, mas faria de tudo para que ele continuasse a ser o ser humano maravilhoso que haviam criado. E se para isso fosse preciso evitar todos estes que o julgariam ela o faria, sem medo nenhum.

Finalizando a receita Marisa lembrava com carinho dos anos que seguiram, onde Rodrigo realmente tornou-se um rapaz adorável, que todos amavam. Mesmo quando era namorado de Mariana, e a guria insistia para que ele não seguisse seus sonhos, ele continuou a amar os pais e desejar que a vida deles melhorasse, cursando a escola técnica e aprimorando as funcionalidades dos negócios do pai.

— Então, Marisa. Rodrigo já confirmou que dia ele vem? Queria ver se dava tempo da gente pescar também, faz tempo que não fizemos isto.

Sempre que via o marido, ela não conseguia deixar de sorrir.

— Não, ele ainda não me avisou nada. Mas logo vou ligar pra ele e vou perguntar.

— Ok, eu espero então. E o que estás fazendo aí? Vou tomar um banho e já volto! – falou o pai do loiro, dirigindo-se ao banho.

Enquanto via o marido sair da cozinha, Marisa se perguntava o que ele acharia de ter o filho namorando alguém que ele não esperava. Quer dizer, depois deste episódio com Rosane, Marisa conversou com Carlos, que a acalmou, dizendo que ele era muito novo pra ter certeza de alguma coisa. E depois que ele namorou Mariana o assunto foi esquecido, mas não era como se já não houvessem tocado no assunto.

Marisa temia por conta do preconceito que via pela televisão com quem não tinha relacionamento “normal”, e também com o que isto acarretaria ao filho. Mas se tivesse que escolher, não tinha a mínima dúvida, estaria sempre do lado do filho. E tinha certeza que Carlos também. Ou assim gostaria que fosse.  Nunca se importaria com a opinião alheia ou com quem quer que fosse. Queria apenas que seu pequeno fosse feliz. Sabia que o marido talvez fosse entranhar um pouco, mas também sentia que o amor pelo Rodrigo superaria isto. Pensava estar se precipitando, talvez nem fosse exatamente assim a situação. Mas como coração de mãe não deve ser ignorado, a loira já pensava nas comidas que faria para o filho e a pessoa especial que o estava fazendo tão feliz. 

****

— Não sei não, Rodrigo. Acho que isso não vai dar certo...

Alguns dias passaram e o loiro resolveu comentar com Lucas sobre o convite de sua mãe. Mas ele se mostrava irredutível. Disse que não iria à sua casa. Não ainda.

— Como eu, um ser tão legal, fui resolver namorar uma pessoa tão teimosa? Eu já disse que minha mãe não se importa. Além do mais, se tu não quiser que eu te apresente como meu namorado, eu falo que somos amigos.

— Ah sim, como se fosse normal levar um simples amigo para a casa dos pais em um dia de comemoração...

Lucas sabia que não daria certo. Ele não olhava o loiro como um amigo, e isso era cada vez mais difícil de esconder. Desgrudar dele era ainda complicado, não conseguiria nem que quisesse. Ambos resolveram que não iriam ignorar a presença um do outro na faculdade, portanto, era comum vê-los conversando no campus durante o período de aulas. Quando questionado pelos colegas, Rodrigo apenas falava que os dois eram amigos. Claro que Maiara sempre tinha que vir falar sobre o loiro ser o novo queridinho do professor. Mas também, quem se importava com ela?

— Rodrigo, por favor. Não me pede isso. Desculpa, mas dessa vez eu não vou.

Eles estavam tomando café na cantina da faculdade no intervalo das aulas na terça-feira. Naquele dia Lucas não lecionava para a turma de Rodrigo, mas eles sempre se encontravam "por acaso" quando era possível.

O loiro não dizia em palavras, mas estava chateado com o outro.  Havia tentado de tudo, mas ele estava irredutível. Tanto que o fato dele não querer ir conhecer seus pais estava fazendo com que Rodrigo ficasse inseguro. Ele que sempre era o mais firme na relação agora se sentia um pouco sem saber o que fazer e como agir. Era difícil esconder dos colegas a relação, mas como pensava que não era da conta deles, não se importava. Mas já seus pais... era diferente. A relutância do outro o fazia pensar se o fato do Lucas estar relutando tanto não seria porque não queria ainda se envolver tão profundamente com ele, já que a partir do momento que conhecesse seus pais, de fato estariam namorando sério. Ao menos era o que o mais novo sempre acreditou.  A aceitação da mãe e do pai era muito importante.

O tempo de intervalo acabou e os dois se despediram sem muito tempo, já que a turma de Rodrigo já estava em sala de aula. Ele não chegou nem a combinar que horas sairiam, estava pensando em ir pra sua casa pensar um pouco. O que seria difícil já que Lucas sempre queria que ficasse com ele.

— Oi, Rô. Andas sumido, nunca mais sentou com a gente no intervalo. – Claro que era a Maiara.

— Pois é... – ele estava distraído pensando no moreno enquanto a professora do dia organizava as atividades.

— Ai, tua andas mais sem graça que o normal. Tem sorrisos apenas pro Lucas...

O loiro apenas ignorou mais uma vez os comentários da garota que após perceber que ele não retrucaria o que disse foi sentar no seu lugar.

A aula passou rápido, e meia hora antes do horário normal a turma foi liberada. Passando pela sala do moreno, e percebendo que ela ainda estava cheia de alunos, Rodrigo decidiu ir pra casa e esperar o telefonema dele que tinha certeza, receberia.

***

— Posso saber o motivo de você não ter me esperado? Aconteceu alguma coisa, Rodrigo? Estás te sentindo bem?

Foi com esta enxurrada de perguntas que o loiro, saindo do banho, foi recebido pelo celular.

— Não, Lucas. Eu estou bem. Apenas sai mais cedo e resolvi vir pra casa. E tu, onde andas?

— Estou aqui no campus ainda, o último aluno saiu faz pouco tempo. Vi pelo aplicativo que não estavas mais aqui. Por que não me esperou?– ele tornou a perguntar.

Rodrigo estava cansado. E confessava para si, um pouco tenso com esta história entre Lucas e seus pais. Entendia o lado do mais velho, mas também havia outra coisa. Continuar ignorando, por enquanto, o fato do namorado não conhecer os pais, significava também continuar omitindo para aqueles que eram os responsáveis em tudo na sua vida o que estava passando em sua vida. Escolher entre os dois lados estava sento doloroso, e Lucas às vezes parecia não entender.

— Eu apenas precisava vir para minha casa, Lucas. A gente pode conversar amanhã?

O moreno ficou em silêncio por um tempo, enquanto Rodrigo já se arrependia de o ter dispensado, mesmo que sutilmente. Mas estava precisando pensar, e seria melhor longe dele.

— Quando não quiser vir é só falar, não precisa inventar nenhuma desculpa. A gente se fala amanhã sim. Boa noite, Rodrigo. – E desligou.

Apesar de estar acostumado com o humor inconstante do mais velho, Rodrigo ainda demorou a absorver que o outro havia de fato ficado chateado. Mas era perceptível pela sua voz. Isto fez o loiro repensar sua atitude. Será que não estaria o pressionando demais? Durante anos ele foi sozinho, e nunca falou pra família o que de fato era... talvez ele tivesse apenas medo da situação. Não necessariamente porque relutava por não ter certeza sobre a relação de ambos... Mas o loiro precisava de um tempo, e resolveu não voar para casa de Lucas, como sempre fazia quando sentia ele inseguro. Precisava deste tempo, amanhã conversariam. Mas antes de dormir decidiu enviar uma msg a ele, não agradava pensar que estariam brigados antes de dormir.  

"Espero que não estejas de fato bravo comigo, apesar de ter desligado sem ao menos eu ter me despedido. Me entenda, eu apenas preciso de um tempo em casa.

Te amo, por favor, não esquece isto.

Rodrigo"

Após ler a mensagem o moreno quase retornou a ligação, mas um sentimento ruim o invadiu. Se sentia preocupado, ao mesmo tempo magoado por ele tê-lo deixado sozinho. Mas sabia que estava sendo injusto, o mais novo estava sempre com ele. Será que estava passando por algum problema? Lucas sabia que ele andava chateado por sua relutância em ir conhecer seus pais, mas não seria por causa disso, seria? Sabia que Rodrigo era diferente de outros jovens, mas na idade dele, qualquer um ficaria feliz em não ter que se assumir tão rapidamente. Por que ele insistia tanto neste encontro?  Indo para o banho, Lucas pensava no quanto ainda não conseguia se imaginar na casa do mais novo. Só em pensar que poderia ser rejeitado, ou pior, que o namorado poderia brigar com a família por causa dele o deixava muito nervoso. Já havia explicado ao Rodrigo, mas ele parece confiar cegamente no amor dos pais por ele. Mas não era assim, o mundo era cruel. Cedo ou tarde eles o aconselhariam a separar do moreno, sabia disto. Seria melhor que ainda não soubessem dos dois. Melhor a todos. Esperava apenas que Rodrigo entendesse isto o quanto antes, porque a relação deles já começava a ser afetada, e a mínima chance de perder seu loiro já o fazia preferir desejar a morte.

***

A semana continuou e o fim de semana anterior ao do aniversário de Marisa chegou. Era sexta-feira à noite, os dois estavam na casa de Rodrigo, o mais velho tinha ido buscar o loiro depois da aula e acabaram na casa dele. Trocavam beijos apaixonados, e abraços apertados, como sempre, mas Lucas percebia que Rodrigo estava mais calado. Mais parecido com ele próprio. O que não o agradava, o sorriso do loiro era seu combustível.

— Tu ainda estás chateado comigo, não é mesmo?

Rodrigo ouviu a pergunta de forma surpresa, já que tinha parado de tocar no assunto, pois sempre acabavam brigando.

— Não é isso... apenas queria que tu mudasse de opinião, confiasse naquilo que eu estou te dizendo. – o loiro dizia isto fazendo carinho na nuca do mais velho. Não conseguia resistir nunca.

— Não tem como... eu não saberia me comportar perto dos teus pais, na casa deles... seria demais pra mim.

Rodrigo deu um suspiro involuntário e acabou desfazendo o abraço.

— Lucas, tu não percebes que estas fazendo eu escolher entre tu e minha família?

Ao ouvir isto o coração do moreno gelou. Nunca faria isto, não era esta a sua intenção. Apenas precisava de um tempo, só isso. Era pedir demais?

— Claro que não Rodrigo! Eu nunca te proibiria de ver teus pais. Eu vou sentir tua falta, mas nunca...

— Eu sei, e nem eu permitiria! Mas no momento que eu não posso comentar sobre você eu fico me sentindo mal. E não sei, é tão difícil, estou me sentindo pressionado...

Ao falar isto o loiro se sentiu culpado, como Lucas sempre o fazia se sentir em situações como esta. O olhar triste que o moreno lhe lançou quase fez pedir que esquecesse o assunto e fossem dormir, mas era preciso resistir. Lucas precisava aprender a lidar com estas situações. Ignorá-las seria sempre o pior.

— Ah sim, agora a culpa é minha né? Sempre assim, eu sabia, uma hora as coisas iam complicar e justo pelo motivo que eu sempre temi.

— Lucas, para! Tenta me entender.

— Acho melhor a gente parar por aqui. Na verdade eu preciso ir, tenho que arrumar umas coisas pra amanhã.

O mais velho iria participar de um evento na capital Porto Alegre no próximo dia, sábado. Iria ir pela manhã e retornaria no mesmo dia. Quando Rodrigo disse pra ele aproveitar a cidade e fazer algumas coisas que ele sempre reclamava não ter ali no interior ele disse que não teria graça sem ele. Aliás, claro que Lucas pediu para que o mais novo o acompanhasse, mas ele decidiu que não. Na verdade estava pensando em ir visitar os pais neste fim de semana, mesmo sabendo que estaria com eles no próximo.

— Tu disse que ia ficar aqui comigo, lembra?

— Sim, mas eu acho que é melhor eu ir pra casa, terminar de organizar a apresentação que montei.

Rodrigo sentia uma dorzinha no coração ao perceber que Lucas parecia estar evitando sua presença. E tudo por conta da visita aos pais. Mais uma vez o pensamento de que talvez não fosse o necessário para o mais velho surgiu. Apesar dos grandes avanços, era perceptível a falta de confiança do moreno em si. Mas ele tentou espantar estes pensamentos, como sempre.

Andando em direção ao moreno o abraçou apertado, fazendo carinho em seu corpo, onde suas mãos alcançavam. Sabia que apesar de estar, aparentemente, evitando sua companhia naquela noite, Lucas estava nervoso por se afastar dele, nem que fosse por menos de 24h.

— Por favor, fica aqui comigo. Amanhã eu acho que vou ir pra casa dos meus pais – sentiu o moreno enrijecer em seus braços, não havia comentado com ele – E talvez eu volte apenas domingo à tarde.

— Porque não me disse antes? Eu teria remanejado o horário da minha viagem. Pensar que eu vou na estar na estrada enquanto tu estás indo pra casa me deixa ansioso.

— Se tu viesses comigo isso não aconteceria...

— Rodrigo...

— Tá, eu sei! Shiuu.... Mas eu vou ir mais tarde que tu, e é mais perto. Quando eu chegar lá teu celular já vai estar com sinal. Não se preocupe.

O moreno se virou e acabou dando um abraço apertado no namorado. Às vezes pensava que ficar longe dele o faria parar de respirar na hora. Rodrigo era tudo pra ele, tudo!

— Você vai... falar sobre nós pra eles?

O mais novo sabia que a pergunta viria. Mas ainda não tinha decidido isto.

— Tu vai pensar sobre a viagem semana que vem? – e antes que o mais velho o interrompesse ele completou – Por favor, por mim? Promete que vai pensar mais um pouco?

— Rodrigo, eu acho que minha opinião não irá mudar...

— Mas se tu me falares que ao menos tentou, eu já me sentirei muito feliz. Não vou mais insistir. Se tu não quiseres ir, ok. Mas quero apenas ter certeza que é o que tu queres de fato.

Lucas continuava olhando nos olhos do mais novo, se perguntando como ele podia ser tão assim, dono dele? Era muito difícil negar algo para o namorado, ele não fazia ideia de como! Mas não queria viajar brigado.

— Ok, eu vou pensar, mas não prometo mudar de opinião.

— Tá, mas ou estar torcendo por isso! – disse sorrindo, sabendo que o moreno não resiste – e eu não vou falar de ti. Me sentirei estranho, mas vou tentar falar de outras coisas com meus pais pra não me sentir tão mal em estar escondendo sobre nós.

 Rodrigo ainda ficou um tempo parado pensando no que faria, mas decidiu que viveria um dia de cada vez. Ainda faltavam alguns dias até o aniversário da mãe. Ainda esperava que ele mudasse de opinião. "Quem sabe Lucas decidia ir junto?" pensou com um sorriso um pouco triste, enquanto voltava a beijá-lo, sabendo que assim conseguiria convencê-lo a ficar ali com ele aquela noite, o que aconteceu. Ambos passaram mais uma noite juntos, tentando pensar apenas neles ali dentro do quarto do mais novo. Na manhã seguinte, quando o moreno teve que levantar pra ir viajar, um loiro apaixonado e já com saudades o olhou sair e bater a porta, enquanto pensava no quanto estava com saudades dos pais. Arrumaria suas coisas, o pai havia dito que queria pescar com ele. O fim de semana seria maravilhoso, tinha certeza. O único medo que tinha era o de não saber se contaria ou não aos pais, principalmente para a mãe, que parecia, sempre que ligava esperar por algo que o loiro lhe contaria.  “Dona Marisa é fogo” pensou enquanto entrava no banho e saia, horas mais tarde rumo ao interior e ao lugar onde sempre se sentiu completo, a casa dos pais.


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Notas finais do capítulo

Ah, aguardo sinal de fumaça de vocês!!
beijos
Agridoce



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