Assim que aparecemos no apartamento meu celular começou a tocar, o atendi.

Recebi a segunda pior noticia de todo a minha vida. Meu tio havia sofrido um acidente e estava em estado grave.

Desesperei-me no mesmo instante, não ele não podia fazer isso comigo. Não mesmo!O Uru não entendeu nada, mesmo assim me abraçou.

Ele me levou até a casa dele, contei para todos o que havia acontecido, logo o Reita começou a fazer várias ligações.

O Ruki desceu para pegar o carro para nos levar ao hospital com urgência, entramos no carro, desde que recebi aquele telefonema não consegui parar de chorar.

Kou ficou do meu lado o tempo inteiro, segurando a minha mão o tempo inteiro,me abraçando quando sentia necessidade.

Sentamos na sala de espera do hospital, o Ruki se levantou e foi falar com uma dar enfermeiras quando ele voltou, nem falava direito, a voz do pequeno saiu como um sussurro.

- O caso do Kai, é m...muito grave

Coloquei as duas mãos em meu rosto, não. Kami você não pode fazer isso! Ele nunca fez nada de mal para ninguém!

Comecei a tremer. Dessa vez o Ruki e o Kou me abraçaram, não, eu não podia perder o meu tio, era o único parente de sangue que havia sobrado.

O médico veio até nos, pediu para falar com o Ruki em particular. Com certeza não era nada muito bom, se não ele falaria na hora.

O Ruki voltou esfregando os olhos vermelhos, de tanto chorar.

- o Kai...fa..faleceu- a voz dele falhou quando foi falar.

Quando escutei aquilo, estava tudo acabado. Não, não ele prometeu nunca me deixar! Reita veio e abraçou o Ruki.

 Kou ficou-me abraçando enquanto eu desabava a chorar novamente. O Reita estava chorando também, todos nos estávamos.

- Vamos te adotar também!- o Ruki quase gritou no meio do hospital

- Não vou te deixar sozinho nesse mundo Aoi! Não mesmo! - dessa vez ele havia gritado

 Reita baixou a cabeça

- Mas, ele ainda tem um parente, Ruki.

- Ahn ? Eu tenho mais um parente?!

- Sim, eu estava querendo ver se poderíamos te adotar também, mas não podemos. Ainda um existe um parente seu vivo.

- Mas, Rei-chan não tem como mesmo? - perguntava o Kou com uma voz chorona.

- Não, e a único parente que resta esta tem esta em Hokkaido é uma tia sua.

- Eu nunca ouvi falar dela.

- Mas ela é sua parente. Não podemos te adotar, desculpa.

Ele abraçava o Ruki novamente. E dessa vez o Kou me abraçou subitamente.

- Então o Aoi-chan vai ter que ir embora?

- Vai Uru, gome...

Ele desabou a chorar me abraçando muito forte. Fomos embora do hospital, acabei indo dormir na casa do Ruki e do Reita.

No outro dia iríamos fazer o enterro do Kai... Aquele realmente era o segundo pior dia de minha vida, primeiro os meus pais? Agora o Kai? O que fiz a Kami para merecer isso?!

O dia do enterro passou muito lentamente, novamente o Kou não saia do meu lado, acho que fiquei o dia todo abraçando ele e chorando também, obvio.

Estávamos todos com óculos escuros para esconder o inchaço dos olhos de tanto chorar. Meus pulmões ardiam de tanta dor, meu abdômen também, de tanto chorar.

Mas não importava nem um pouco com a dor, afinal poderia muito bem passar o resto de minha vida chorando pelo Kai.

Voltamos para casa, estamos todos em silencio, de luto. Passei mais uns dias na casa deles, mas logo teria de ir morar com a minha tia em Hokkaido.

Iria me separar do Kou, isso era outra coisa que me deixava muito mal. Tudo o que conquistei? Então eu teria que recomeçar do zero novamente? Iria ter que me separar dele!

Eu realmente não queria, mas não tinha outra opção. Acordei, eu realmente não queria acordar hoje. Hoje era o dia da separação. Levantei-me, tentei me sentir bem, mas não conseguia. Eu não queria dizer adeus a ele, não.

Isso me machucaria demais, quando o vi acordar, ele tentou forçar um sorriso. Ele realmente não consegue dar sorrisos falsos.

Sentia-me até um pouco feliz com isso, pelo menos demonstrava que ele não queria que eu fosse. Eu só queria pedir desculpas a ele, provavelmente o machuquei e eu nem fiz nada.  Não quero vê-lo chorar.

Cheguei perto dele, acariciei o seu rosto.

- Mesmo que a tristeza venha Kou, não chore sozinho.

Ele fez uma carinha de quem iria chorar, o abracei e sussurrei

- Amanhã, mesmo que você não possa me ver, com certeza continuarei te amando. Por favor, olhe pra mim.

Ele enxugou um pouco as lagrimas, e sorriu. Dessa vez ele realmente sorriu como eu amava aquele sorriso. Dei um beijinho na testa dele, o Pon me ajudou a pegar tudo que era meu, deixei com ele a minha camiseta preferida, era uma preta com várias estampas e alguns detalhes em prata, ele sorriu e pego-a de minha mão.

Peguei minhas coisas e fomos para a sala. Abracei o Ruki, o Reita o Kou desceu comigo ate o taxi que já estava me esperando.

O abracei novamente, olhei para o rosto dele pela ultima vez, enxuguei a lágrima que caia lhe dei outro beijinho na testa e entrei no táxi.

O táxi me levou ate o aeroporto, de lá peguei um avião até Hokkaido. Peguei outro taxi e fui para a casa de minha tia.