Acordei no meio da noite com Luna se debatendo em meus braços, seu corpo estava quente e ela suava frio. Tentei acorda-la, mas a tentativa foi em vão... Então, comecei a fazer cafuné em sua cabeça, na esperança de acalma-la e adormeci assim.

Dance! Baile em meio ao fogo,

Para suas lembranças encontrar,

Dance e queime sua alma,

Para respostas encontrar,

Desperte e veja sua real forma,

Aceite a verdade e ela não mais doerá.

Eu estava em uma sala, não... agora que reparo bem, eu estava em um gabinete e mais a frente, não muito longe de mim via-se Luna conversando com alguém... Ela conversava com a mesma pessoa que entoava essa espécie de canção a pouco. Aproximei-me um pouco sem ser notado e foi quando ouvi Luna dizer.

–S-sim... eu existo para o meu mestre e por causa dele darei a minha vida caso seja necessário.

–Boa garota. – A figura encapuzada agora bagunçava os cabelos de Luna.

Estava tudo uma maravilha, até que me esbarrei em uma instante e derrubei um livro sem querer. – Ótimo, agora fui pego. Nessa hora senti os olhares se virarem em minha direção, Luna se levantou... seu olhar estava meio distante, confuso.

–Oh alma adormecida, detentora do oficio sagrado... liberto-a agora desta prisão, que voltem as suas memorias, que volte a sua natureza. Desperte para o seu mestre e seja pra ele a familiar perfeita. Eu te liberto agora: Luna!

Após a figura encapuzada dizer isso, o corpo de Luna começou a ser envolto em chamas... mas não eram chamas normais, elas tinham uma colação purpura... que logo depois mudou para um laranja intenso e foi nesta hora que percebi que não dava mais para ver o corpo de Luna nas chamas. Comecei a ficar desesperado, meu corpo tremia, minha garganta ficou seca, meus gritos não saiam... até que vi que o fogo tinha se apagado e agora, no lugar onde Luna antes estivera existia uma raposa.

–Não tenha medo Leo, sou eu.

–L-Luna?

–Sim, está é uma das minhas formas agora.

–M-mas o que aconteceu? P-por.. – Luna me interrompeu antes que eu terminasse a pergunta.

–Eu sou sua familiar Leo, uma espécie de guardião. Minha função primaria é te proteger, alias... eu existo por causa de você.

Após ouvir isso, a vi se transformar novamente em sua forma humana e caminhar em minha direção... minha cabeça começou a rodar e então acordei.

–Luna? Eu tive um sonho estranho... onde você era... – Luna colocou dois dedos em meus lábios, me interrompendo.

–Eu sei... eu era uma raposa. Na verdade, aquilo não foi um sonho Leo... foi uma visão.

–Então é tudo verdade?

–Sim, mas vamos conversar sobre isso depois. Agora ambos precisamos descansar.

Luna então pousou suas mãos em minha face e olhou em meus olhos, eles agora tinham um brilho diferente, um brilho mais vivo e eram doces ao mesmo tempo. Adormeci novamente com ela em meu peito... Precisávamos descansar, afinal o dia de amanhã aparentava que seria longo.